Adoçantes artificiais e sintomas depressivos

adoçantes artificiais e sintomas depressivos

Estudo publicado mês passado, com mais de 31 mil mulheres, evidenciou que pessoas que consumiam mais ultraprocessados (>8,8 porções ao dia) tinham mais sintomas depressivos do que as mulheres que consumiam menos ultraprocessados.

Além disso, o estudo também avaliou vários tipos de ultraprocessados e viu que o que mais foi associado aos sintomas depressivos foram os alimentos ou bebidas com adoçantes artificiais.

Referência: Samuthpongtorn, C. et al. JAMA Netw Open., 6(9):e2334770, 2023. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2023.34770.

Adoçantes: será que são seguros mesmo?

adoçantes - Luana Manosso

Muitas pessoas acham que só porque o alimento substituiu açúcar por adoçante, que ele pode ser consumido. Mas será mesmo? Nos últimos anos, os estudos para avaliar a segurança de adoçantes têm aumentado. E alguns desses estudos têm demonstrado alguns problemas.

O objetivo desse post não é generalizar, criar polêmica ou ser extremista e dizer que nada pode. O objetivo é apenas trazer um último dado de um artigo científico publicado agora em 2023. E você, com sua capacidade cognitiva, pode interpretar a informação como quiser.

Neste estudo, foram avaliados dois adoçantes (acessulfame de potássio e sucralose) e os autores observaram que os dois adoçantes (em doses comuns presentes em alimentos e bebidas) inibiram de forma competitiva a P-glicoproteína (proteína importante para a destoxificação de medicamentos e xenobióticos). (Referência: Danner, L.; et al. Nutrients., 15(5):1118, 2023. Doi: 10.3390/nu15051118).

Fica a informação para quem achar interessante. E quem sabe, reflita sobre o assunto e leia sobre o assunto. Será que realmente vale a pena um consumo frequente de adoçantes? Será que todos são iguais?

Adoçantes naturais

Observamos aqui no Nutrir com Ciência, através de revisão sistemática e meta-análise, que o uso crônico de adoçantes não nutritivos (ex: aspartame, sucralose, etc) pode aumentar o risco cardiometabólico e o ganho de peso! Não obstante a indústria está em constante busca por inovações e “soluções” para substituir total ou parcialmente o açúcar. A opção a esses produtos são os adoçantes naturais, obtidos a partir de plantas e frutas. Confira alguns exemplos:
– Estevisídeo (Stévia): grande poder adoçante (cerca de 300 vezes mais doce que a açúcar) e densidade calórica baixa. Porém, tem um gosto residual amargo. Fique atento para não comprar stévia associada a outro adoçante artificial, como, por exemplo, o ciclamato de sódio.
– Xilitol: aparência e sabor parecido com o açúcar convencional (40% menos calorias e baixo índice glicêmico).
– Eritritol: sabor bem próximo do açúcar convencional (apenas 6% das calorias e 70% da doçura do açúcar) e zero índice glicêmico.
– Taumatina:  é a substância mais doce conhecida, com  alto poder adoçante e realçador de sabor e aroma em alimentos e bebidas (quase 3000 vezes mais que o açúcar, por isso é comum encontrá-la associada a outros ingredientes nos produtos do que sozinha).
OBS: Cuidado com excessos!! Não é porque estes são considerados naturais que sua ingestão é livre… O uso abusivo pode causar, por exemplo, inchaço, gases e efeito laxativo. Na dúvida, consulte sua nutricionista.
Por: Bruna Deolindo Izidro.

Adoçantes e DCV

O uso de adoçantes não nutritivos (ex: aspartame, sucralose, etc) é muito comum, principalmente em indivíduos mais obesos. Mas será que o uso desse adoçante vale mesmo a pena? Nessa revisão sistemática e meta-análise os autores mostraram que o uso crônico de adoçantes não nutritivos pode aumentar o risco cardiometabólico e aumentar o ganho de peso! Porém, os autores destacam que mais estudos avaliando o uso a longo prazo são necessários. Mas vale a pena discutir sobre o uso desses adoçantes. Procure seu nutricionista e discuta sobre isso com ele! Um bom profissional saberá lhe orientar!

Café, adoçantes e depressão

Já falamos aqui no Nutrir com Ciência que a ingestão adequada de café pode diminuir o risco de depressão. Porém, esse estudo publicado em 2017 mostrou que beber excesso de café também pode aumentar o risco desse transtorno de humor. Após análises, as pessoas que consumiam 4 ou mais xícaras de café ao dia tinham 38% mais risco de depressão do que aqueles que não consumiam. Além disso, os autores também avaliaram o uso de bebidas com adoçantes (no café, chá, ou bebidas diet de forma geral como refrigerante diet). Mulheres que bebiam mais de 1 vez/dia alguma bebida diet tinham um risco 66% maior de depressão. Além disso, mulheres que colocam adoçante do café ou chá tinham um risco 32% maior de depressão quando comparado com aquelas mulheres que tomavam essas bebidas sem adoçar. Na dúvida, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Adoçante e diabetes

Infelizmente, o uso de adoçantes ainda é muito comum pela população, e principalmente entre os diabéticos, que encontram nesses edulcorantes artificiais a solução para continuar comendo doces após o diagnóstico da doença. Mas será que de fato é seguro para esses pacientes consumir esse tipo de produto? E quais são os efeitos metabólicos gerados por esse consumo? Foi exatamente essas respostas que essa meta-análise buscou ao investigar em 29 artigos sobre o tema. Após análise, os autores concluíram que os dados referentes aos efeitos do aspartame sobre as principais variáveis metabólicas associadas à diabetes e à obesidade, como glicemia e insulina, não suportam um benefício relacionado ao seu consumo, uma vez que não foi observado nos estudos um bom controle dessas variáveis metabólicas. Por isso lembre-se sempre de buscar um nutricionista atualizado para orientá-lo melhor sobre o que utilizar!