Ultraprocessados e saúde

Se você me acompanha a mais tempo, sabe que o assunto alimentação saudável é bem recorrente por aqui. E sabe também que, para ter essa alimentação saudável, precisamos ingerir muitos alimentos “de verdade”, em especial frutas e verduras, e poucos alimentos industrializados, em especial, os ultraprocessados. Um grande estudo feito no Brasil demonstrou, por exemplo, que dietas ricas em alimentos ultraprocessados são dietas desequilibradas em nutrientes e perigosa a saúde. E nessa revisão agora desse ano, os autores abordam as principais doenças que podem ocorrer quando sua alimentação possui muito alimento ultraprocessado. Em adultos, o alto consumo desse tipo de alimento pode estar associado ao sobrepeso, obesidade, riscos cardio-metabólicos, câncer, diabetes tipo 2, síndrome do intestino irritável, depressão e mortalidade por todas as causas. Entre crianças e adolescentes, os ultraprocessados podem aumentar riscos cardio-metabólicos e asma. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Luteína e olhos

A luteína é um carotenoide encontrado, em especial, na gema do ovo e nos vegetais verdes escuros. Dentre os vários benefícios que ela pode trazer, um dos que mais se destaca é seu benefício para a visão. E essa revisão aborda justamente isso. Os autores colocam que a luteína exerce efeito antioxidante e anti-inflamatório para os olhos e que, por isso, esse carotenoide pode ser interessante para proteção e alívio de doenças oculares, como degeneração macular relacionada à idade, retinopatia diabética, retinopatia de prematuridade, miopia e catarata. Ou seja, ajustar a alimentação e, dependendo do caso, suplementar luteína, pode ser interessante para a saúde ocular. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Whey em idosos

A deficiência de vitamina B12 é relativamente comum nos pacientes idosos (> 60 anos). Nesse estudo, os autores fizeram intervenção de 1 ano em idosos acima de 65 anos com 3 estratégias contendo quantidades diferentes de B12: whey protein (3,1 mcg de B12), colágeno (1,3 mcg de B12) ou maltodextrina (0,3 mcg de B12). De forma interessante, os idoso que receberam o whey protein por 1 ano tiveram seus níveis de B12 e de holotranscobalamina aumentados. Mas lembre-se, nenhuma estratégia é boa para todo o mundo. A conduta nutricional sempre deve ser feita de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista.

Vitamina C no mundo

A vitamina C é um nutriente essencial, ou seja, precisamos ingerir via alimentação. A falta dessa vitamina pode gerar vários problemas ao organismo, incluindo: diminuição do sistema imunológico, prejuízo na formação do colágeno, alterações de humor e ansiedade, sangramento de gengiva, entre outros. E como será que está a ingestão de vitamina C no mundo? E no Brasil? Ingerimos quantidade suficiente? Essa revisão aborda justamente isso, quais países tem ingestão adequada e quais inadequada. Segunda essa revisão, o país com menor ingestão de vitamina C, considerada deficiência grave (< 11 µmol/L), é a Rússia. Depois temos vários países com hipovitaminose C (< 23 µmol/L), incluindo Índia, México, Nigéria. Vários países tem valores inadequados de vitamina C (< 50 µmol/L), incluindo o Brasil, China, Tailândia. Níveis adequados de vitamina C (> 50 µmol/L) são observados em alguns países, incluindo Inglaterra, Japão, Canadá, Áustria e, o país com maior consumo, Alemanha. Vamos ajustar seus níveis de vitamina C? Procure seu nutricionista.

Magnésio e dor

As dores crônicas são um problema de saúde pública e diminuem muito a qualidade de vida da pessoa. Alguns medicamentos ajudam no alívio das dores, mas vários deles possuem efeitos colaterais e risco de dependência. Por outro lado, temos algumas estratégias nutricionais que podem auxiliar no alívio de dores e sem dar tanto efeito colateral. Uma dessas estratégias é o magnésio. Esse estudo com mais de 13 mil pessoas avaliou a relação entre a ingestão diária de magnésio e as dores crônicas. Após análise estatística, foi demonstrando uma associação entre dor crônica e menor ingestão de magnésio. Separando por gênero, as mulheres tinham uma correlação mais forte do que os homens. Não sabe como ajustar magnésio na alimentação? Procure um nutricionista.

 

Vitamina K e osso

Quando você pensa em saúde óssea, qual o nutriente você lembra primeiro? Acredito que deve ser cálcio ou vitamina D? Acertei? Esses nutrientes são sim importantes para o osso. Mas para termos uma boa saúde óssea, são necessários também outros nutrientes, incluindo a vitamina K. A vitamina K é encontrada em especial nos vegetais verdes e também pode ser sintetizada pela nossa microbiota intestinal. Dentre suas principais funções no metabolismo ósseo, se destaca sua capacidade de fazer a gamma carboxilação de proteínas envolvidas na saúde óssea, em especial a proteína GLA de matriz e a osteocalcina. Os autores dessa revisão também colocam vários estudos que demonstram a associação entre a deficiência de vitamina K aumentando o risco de fraturas. Porém, em relação aos estudos com suplementação de vitamina K, os dados ainda são controversos. Ou seja, o mais importante parece ser ajustar a vitamina K na alimentação para não ter deficiência dessa vitamina. E você já sabe que o profissional mais capacitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

 

Cacau e microbiota

Se você me acompanha, deve lembrar que eu já coloquei vários estudos mostrando benefícios do cacau. O cacau tem sido estudado para benefícios para o cérebro, coração, pele, entre outros. Mas você sabia que o cacau parece conseguir modular a microbiota do intestino? Nessa revisão publicada agora em 2020 os autores colocam vários artigos pré-clínicos e clínicos que sugerem benefícios do cacau a nível de intestino. Um dos efeitos do cacau é modular algumas bactérias intestinais. Vários estudos demostram sua capacidade em aumentar os Lactobacillus e Bifidobacterium, que são gêneros que bactérias que costumam trazer benefícios para a saúde. Além disso, o cacau parece diminuir cepas patogênicas como a Clostridium. Vale destacar também que a microbiota intestinal consegue metabolizar os flavonoides do cacau, formando substâncias mais bioativas, o que pode contribuir para os efeitos sistêmicos do cacau. Não sabe como e quanto introduzir de cacau na dieta? Procure seu Nutricionista.

Nutrientes e osso

Pacientes com doenças inflamatórias intestinais tem risco aumentado de vários problemas, incluindo mais risco de desenvolver osteoporose. Nessa revisão desse ano, os autores abordam os principais nutrientes que precisamos pensar para tentar prevenir osteoporose nesses pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Segundo os autores, os principais nutrientes são: cálcio, vitaminas D, A, K, C, B12, B9, fósforo, magnésio, zinco, cobre, selênio e sódio (que não pode estar nem muito alto e nem muito baixo). Além disso, os autores colocam a importância de ajustar a dieta na quantidade de macronutrientes (carboidrato, proteína e gordura) e de ofertar uma alimentação rica em polifenóis. No entendo, não significa que esses são os únicos pontos que devem ser pensados. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Azeite de oliva e pressão

Em março eu postei um artigo falando dos benefícios do azeite de oliva para o colesterol. Mas os efeitos desse alimento pensando em saúde cardiovascular vai muito além. Nesse artigo agora de 2020, os autores mostram vários estudos epidemiológicos e estudos clínicos que demonstram que o consumo de azeite de oliva pode estar associado com melhor controle de pressão arterial. Pensando em mecanismos de ação, o que a literatura vem propondo é que o consumo de azeite de oliva ajuda a diminuir inflamação estresse oxidativo, angiotensina II e ajuda a aumentar a enzima eNOS, aumentando a produção de óxido nítrico. Mas vale destacar que a escolha de um bom azeite de oliva é super importante. Além disso, outras questões alimentares estão associadas com o controle de pressão arterial. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Sono e alimentação

Mês passado eu postei um artigo falando que alimentos industrializados poderiam piorar a qualidade do sono. Então qual seria o padrão alimentar para melhorar a qualidade do sono? E será que o peso da pessoa pode influenciar nessa qualidade do sono? Nesse estudo feito com pessoas de meia-idade (aproximadamente 50 anos), foi observado que as pessoas que dormiam melhor tinham uma maior aderência a dieta do mediterrâneo. Além disso, foi observado uma correlação entre a qualidade do sono e o IMC e a circunferência da cintura: quanto maior o IMC e maior a circunferência da cintura, pior era a qualidade do sono. Ou seja, a alimentação e o peso podem sim influenciar na qualidade do sono. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!