Dieta DASH e coração

A doença arterial coronariana (DAC) é o subtipo de doença cardiovascular mais prevalente, acometendo milhões de pessoas. Evidências epidemiológicas sugerem que uma dieta saudável pode auxiliar na prevenção de DAC. Dentre essas dietas, alguns estudos investigam o papel da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). A dieta DASH foi originalmente proposta para diminuir a pressão arterial e é caracterizada por aumento na ingestão de frutas, legumes, cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura e nozes, e um baixo consumo de sódio, bebidas açucaradas e carne vermelha e processada. Porém, o efeito da dieta DASH na DAC ainda é discutido. Mas essa meta-análise publicada em 2019 avaliou justamente isso. De mais de 3 mil estudos, entraram nas análises 7 estudos, envolvendo mais de 370 mil pessoas. Após análises, foi observado que em comparação com quem tinha uma menor adesão, quem tinha maior adesão à dieta DASH teve diminuição no risco de DAC. E isso foi observado de forma dose-resposta linear: cada aumento de 4 pontos na escala de dieta DASH poderia reduzir o risco de DAC em 5%. Mas nunca se esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Cafeína e depressão

A dieta é um fator modificável que pode influenciar na depressão. A cafeína é uma das substâncias que estão sendo estudadas para auxiliar na diminuição dos sintomas depressivos. A cafeína (encontrada no café, chimarrão, chá verde, chocolate amargo) consegue atravessar a barreira hematoencefálica e atingir o cérebro, podendo exercer vários efeitos. Porém, em relação ao seu papel nos sintomas depressivos, os dados ainda são controversos. Nesse estudo publicado em 2019 os autores avaliaram se existe associação entre a ingestão de cafeína e sintomas depressivos em quase 5 mil indivíduos. Após fazer 3 modelos de ajustes metodológicos, em dois deles foi observado uma relação inversa entre o consumo de cafeína e os sintomas depressivos, ou seja, quem ingeriu mais cafeína tinha menos sintomas. Porém, vale destacar que existem vários polimorfismos para a cafeína e que o excesso dessa substância também pode trazer algumas consequências. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Brássicas e tireoide

O sulforafano é uma sustância presente nas brássicas (ex.: brócolis, couve, couve de bruxelhas, couve-flor, nabo, rabanete). Esses alimentos demonstram uma capacidade antioxidante bem interessante, tendo a capacidade de ativar uma fator de transcrição chamado Nrf2. Porém, alguns estudos sugerem que, dependendo da dose, o sulforafano também poderia ocasionar problemas de tireoide. Nesse estudo, os autores deram suco feito com o broto do brócolis (contando 40 µmol de sulforafano e 600 µmol do precursor glucorafanin) por 12 semanas para 137 pessoas, enquanto que 130 receberam suco placebo. Para avaliar o funcionamento da tireoide, entraram nas análises 45 mulheres. Após as análises, não foi observado nenhuma alteração nos ní­veis de TSH, T4 livre, tireoglobulina e nem nos autoanticorpos contra a tireoide (anti-TG e anti-TPO). Ou seja, o suco com brócolis se mostrou seguro, não causando nenhum problema para a tireoide. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Dieta e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune incurável que leva à desmielinização no sistema nervoso central. Essa doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A maior parte das pessoas começarão com uma esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente, onde as recaídas ou exacerbações são seguidas por perí­odos de recuperação. Em alguns casos, a doença segue um curso progressivo desde o início, sem momentos de recuperação. Como não tem cura, o tratamento farmacológico é baseado em sintomas e costuma ter vários efeitos colaterais. E ai entra a Nutrição. Algumas estratégias alimentares parecem melhorar a qualidade de vida desses pacientes, na tentativa de não evoluir a doença tão rápido. Embora ainda sejam necessários mais estudos, essa revisão de 2019 aborda os principais alimentos que devem ser evitados e aqueles que devem ser incluídos na alimentação. Após revisar 32 estudos, os autores colocam que os principais alimentos que devem ser diminuídos da dieta são: alimentos com gordura saturada, açúcar, leite e glúten. Por outro lado, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, ômega-3 e vitamina D. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um para orientá-lo melhor e analisar seu caso individualmente.

 

Dieta e qualidade do esperma

Problemas de fertilidade acometem muitos casais. Em torno de 30% dos casos, o problema é com a fertilidade masculina. Mas você sabia que o estilo de alimentação pode impactar na qualidade do sêmen?! Nesse estudo publicado agora em 2019, os autores avaliaram 309 homens italianos (com idade de 27-60 anos) e associaram a aderência a uma dieta estilo mediterrânea com paramentos do sêmen. Desses homens, 19,3% tinham alteração no volume do sêmen (<1,5 mL), 30,5% tinham baixa concentração de espermatozoides (<15 milhões/mL), e 32,1% tinham baixa contagem de espermatozoide (<39 milhões). Correlacionando com a aderência a uma dieta estilo mediterrânea, foi demonstrado que uma alta aderência a esse estilo de dieta foi associada com uma normal contagem e concentração dos espermatozoides. Porém, não deu diferença em relação ao volume. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Outras questões nutricionais também são importantes pensando em fertilidade.

 

Dieta, microbiota e humor

Situações como estresse, ansiedade e depressão estão cada vez mais frequentes na população. Se você me acompanha por aqui, já sabe que várias questões nutricionais podem influenciar nesses problemas. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram a presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse (através da escala DASS-42) em indivíduos adultos e associaram com a microbiota intestinal e com a dieta. Após análises, foi encontrado uma associação entre a escala DASS42 e 28 bactérias, incluindo uma relação inversa entre ansiedade e Bifidobacterium em mulheres e uma relação inversa entre depressão e Lactobacillus em homens. Já em relação à dieta, foi observado uma relação inversa entre o consumo de frutas e sintomas depressivos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Goji berry

As goji berries são frutas originárias da Ásia, mas que se hoje encontramos em vários países, inclusive no Brasil. Essa fruta possui polissacarídeos, fibras, carotenoides (em especial a zeaxantina) e vários compostos fenólicos, como ácido cafeico, ácido clorogênico, quercetina, kaempferol, rutina, entre outros. Nessa revisão publicada em 2019, os autores expõem as principais propriedades farmacológicas das goji berries. Dentre as principais, é mencionado suas propriedades antioxidantes, efeito protetor na visão, diminuição de lipídeos séricos, efeitos hipoglicemiante, neuroprotetor e cardioprotetor, além de estar sendo estudado seu efeito anticâncer e antienvelhecimento. Dos efeitos adversos, alguns pacientes podem apresentar reações alérgicas e pode interagir com o medicamento warfarina. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e Refluxo

A doença do refluxo gastroesofágico é uma doença comum caracterizada pelo refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago, sendo muito comum sintomas de “queimação”. Mas você sabia que o refluxo pode piorar ou melhorar de acordo com sua alimentação? Nesse estudo publicado em 2019, os autores colocam que o que mais pode piorar o refluxo são: café, refrigerantes ou outras bebidas carbonadas, bebida alcoólica, alimentos fritos, pimentas, chocolate, etc. Por outro lado, aumentar a ingestão de alimentos com vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio e ferro podem ajudar a diminuir refluxo. Porém, individualidade é muito importante, nem todas as pessoas respondem da mesma forma aos mesmos alimentos. Por isso, o mais importante é você procurar um Nutricionista para avaliar seu caso individualmente e orientá-lo(a) da melhor forma.

Autismo e disruptor endócrino

Algumas evidências sugerem que a exposição aos poluentes ambientais pode estar associada aos distúrbios do neurodesenvolvimento, como o transtorno de espectro autista (TEA). Dentre esses poluentes ambientais, destacam-se os disruptores endócrinos, que estão presentes em produtos de limpeza, embalagens plásticas (inclusive de alimentos), alimentos com pesticidas/agrotóxicos, etc. Esses disruptores endócrinos podem alterar eixos endócrinos hormonais e isso pode estar associado com vários problemas de saúde. Nesse estudo, os autores avaliaram se esses disruptores endócrinos passam pela placenta da grávida, chegando ao bebê e se isso está associado com o risco de TEA. Após análises, foi observado a presença de metais pesados e alguns disruptores endócrinos no fluido amniótico, demonstrando que eles podem atravessar a placenta e chegar no bebê. Além disso, foi visto que ter menos disruptor endócrino estava associado com menor risco de TEA. Vale destacar que a suscetibilidade genética pode influenciar nas respostas aos tóxicos ambientais e contribuir para aumentar as vulnerabilidades da doença. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Alecrim

O Rosmarinus officinalis, conhecido popularmente como alecrim, é uma planta amplamente espalhada pelo mundo, com uso culinário e medicinal. Ele possui vários fitoquímicos, incluindo: ácido cafeico, ácido ursólico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico, carnosol, ácido oleanólico, entre outros. Vários estudos investigam os possíveis efeitos terapêuticos do alecrim para a saúde humana. Nessa revisão publicada em 2019, os autores revisão sobre as possíveis ações do alecrim e colocam que ele parece ter ações: antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana, antiproliferativa, neuroprotetora, antinociceptiva, melhora de dislipidemia e controle de peso, entre outras. Porém, ainda são necessários mais estudos clínicos para entender melhor o efeito e analisar dosagens do alecrim. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!