Dieta e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune incurável que leva à desmielinização no sistema nervoso central. Essa doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A maior parte das pessoas começarão com uma esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente, onde as recaídas ou exacerbações são seguidas por perí­odos de recuperação. Em alguns casos, a doença segue um curso progressivo desde o início, sem momentos de recuperação. Como não tem cura, o tratamento farmacológico é baseado em sintomas e costuma ter vários efeitos colaterais. E ai entra a Nutrição. Algumas estratégias alimentares parecem melhorar a qualidade de vida desses pacientes, na tentativa de não evoluir a doença tão rápido. Embora ainda sejam necessários mais estudos, essa revisão de 2019 aborda os principais alimentos que devem ser evitados e aqueles que devem ser incluídos na alimentação. Após revisar 32 estudos, os autores colocam que os principais alimentos que devem ser diminuídos da dieta são: alimentos com gordura saturada, açúcar, leite e glúten. Por outro lado, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, ômega-3 e vitamina D. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um para orientá-lo melhor e analisar seu caso individualmente.

 

Dieta e qualidade do esperma

Problemas de fertilidade acometem muitos casais. Em torno de 30% dos casos, o problema é com a fertilidade masculina. Mas você sabia que o estilo de alimentação pode impactar na qualidade do sêmen?! Nesse estudo publicado agora em 2019, os autores avaliaram 309 homens italianos (com idade de 27-60 anos) e associaram a aderência a uma dieta estilo mediterrânea com paramentos do sêmen. Desses homens, 19,3% tinham alteração no volume do sêmen (<1,5 mL), 30,5% tinham baixa concentração de espermatozoides (<15 milhões/mL), e 32,1% tinham baixa contagem de espermatozoide (<39 milhões). Correlacionando com a aderência a uma dieta estilo mediterrânea, foi demonstrado que uma alta aderência a esse estilo de dieta foi associada com uma normal contagem e concentração dos espermatozoides. Porém, não deu diferença em relação ao volume. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Outras questões nutricionais também são importantes pensando em fertilidade.

 

Dieta, microbiota e humor

Situações como estresse, ansiedade e depressão estão cada vez mais frequentes na população. Se você me acompanha por aqui, já sabe que várias questões nutricionais podem influenciar nesses problemas. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram a presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse (através da escala DASS-42) em indivíduos adultos e associaram com a microbiota intestinal e com a dieta. Após análises, foi encontrado uma associação entre a escala DASS42 e 28 bactérias, incluindo uma relação inversa entre ansiedade e Bifidobacterium em mulheres e uma relação inversa entre depressão e Lactobacillus em homens. Já em relação à dieta, foi observado uma relação inversa entre o consumo de frutas e sintomas depressivos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Goji berry

As goji berries são frutas originárias da Ásia, mas que se hoje encontramos em vários países, inclusive no Brasil. Essa fruta possui polissacarídeos, fibras, carotenoides (em especial a zeaxantina) e vários compostos fenólicos, como ácido cafeico, ácido clorogênico, quercetina, kaempferol, rutina, entre outros. Nessa revisão publicada em 2019, os autores expõem as principais propriedades farmacológicas das goji berries. Dentre as principais, é mencionado suas propriedades antioxidantes, efeito protetor na visão, diminuição de lipídeos séricos, efeitos hipoglicemiante, neuroprotetor e cardioprotetor, além de estar sendo estudado seu efeito anticâncer e antienvelhecimento. Dos efeitos adversos, alguns pacientes podem apresentar reações alérgicas e pode interagir com o medicamento warfarina. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e Refluxo

A doença do refluxo gastroesofágico é uma doença comum caracterizada pelo refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago, sendo muito comum sintomas de “queimação”. Mas você sabia que o refluxo pode piorar ou melhorar de acordo com sua alimentação? Nesse estudo publicado em 2019, os autores colocam que o que mais pode piorar o refluxo são: café, refrigerantes ou outras bebidas carbonadas, bebida alcoólica, alimentos fritos, pimentas, chocolate, etc. Por outro lado, aumentar a ingestão de alimentos com vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio e ferro podem ajudar a diminuir refluxo. Porém, individualidade é muito importante, nem todas as pessoas respondem da mesma forma aos mesmos alimentos. Por isso, o mais importante é você procurar um Nutricionista para avaliar seu caso individualmente e orientá-lo(a) da melhor forma.

Autismo e disruptor endócrino

Algumas evidências sugerem que a exposição aos poluentes ambientais pode estar associada aos distúrbios do neurodesenvolvimento, como o transtorno de espectro autista (TEA). Dentre esses poluentes ambientais, destacam-se os disruptores endócrinos, que estão presentes em produtos de limpeza, embalagens plásticas (inclusive de alimentos), alimentos com pesticidas/agrotóxicos, etc. Esses disruptores endócrinos podem alterar eixos endócrinos hormonais e isso pode estar associado com vários problemas de saúde. Nesse estudo, os autores avaliaram se esses disruptores endócrinos passam pela placenta da grávida, chegando ao bebê e se isso está associado com o risco de TEA. Após análises, foi observado a presença de metais pesados e alguns disruptores endócrinos no fluido amniótico, demonstrando que eles podem atravessar a placenta e chegar no bebê. Além disso, foi visto que ter menos disruptor endócrino estava associado com menor risco de TEA. Vale destacar que a suscetibilidade genética pode influenciar nas respostas aos tóxicos ambientais e contribuir para aumentar as vulnerabilidades da doença. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Alecrim

O Rosmarinus officinalis, conhecido popularmente como alecrim, é uma planta amplamente espalhada pelo mundo, com uso culinário e medicinal. Ele possui vários fitoquímicos, incluindo: ácido cafeico, ácido ursólico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico, carnosol, ácido oleanólico, entre outros. Vários estudos investigam os possíveis efeitos terapêuticos do alecrim para a saúde humana. Nessa revisão publicada em 2019, os autores revisão sobre as possíveis ações do alecrim e colocam que ele parece ter ações: antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana, antiproliferativa, neuroprotetora, antinociceptiva, melhora de dislipidemia e controle de peso, entre outras. Porém, ainda são necessários mais estudos clínicos para entender melhor o efeito e analisar dosagens do alecrim. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Glúten e sintomas gastrointestinais

Os distúrbios gastrointestinais funcionais são caracterizados por sintomas gastrintestinais crônicos / recorrentes não relacionados a distúrbios orgânicos. Uma das estratégias que vem sendo feita nesses casos é a eliminação de alimentos com glúten (presente no trigo, centeio e cevada). Mas será que essa eliminação traz mesmo benefícios? Foi isso que essa revisão publicada em 2019 avaliou! Após analisar 11 estudos sobre o assunto, os autores colocam que embora existam dados controversos, a maioria dos estudos mostram uma melhora dos sintomas gastrointestinais quando o indivíduo adota uma dieta sem glúten, em especial se a pessoa tem síndrome do intestino irritável. Porém, vale a pena destacar que dietas de exclusão devem ser acompanhadas por um Nutricionista, para evitar deficiências nutricionais e ajustar o que se deve comer no lugar dos alimentos excluídos. E lembre-se, individualidade é MUITO importante, nem sempre a exclusão do glúten será a estratégia mais eficiente. Procure o seu Nutricionista!

Parkinson, ômega-3 e vitamina E

A doença de Parkinson é uma desordem progressiva que se relaciona com sintomas motores (como bradicinesia, rigidez e tremor) e sintomas não motores (como depressão e problema cognitivo). Dentre vários fatores associados com a fisiopatologia, destaca-se o papel do estresse oxidativo e da inflamação. Estudos tem sugerido que modular PPAR-γ gere um efeito neuroprotetor no estresse oxidativo, apoptose e neuroinflamação na doença de Parkinson. Nesse estudo publicado em 2019, foi avaliado o efeito da suplementação com ômega-3 (1000 mg) e vitamina E (400 UI) ou placebo por 12 semanas em marcadores inflamatórios e no PPAR-γ de pacientes com doença de Parkinson. Após tratamento, observou-se que os pacientes que receberam a suplementação com ômega-3 e vitamina E tiveram uma diminuição na expressão gênica do TNF-α (associado com inflamação), aumentaram a expressão do PPAR-γ e diminuíram a expressão do receptor da LDL oxidada. Ou seja, a suplementação melhorou parâmetros associados à inflamação e estresse oxidativo, o que poderia repercutir em benefícios para os pacientes com doença de Parkinson. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

FODMAP e corredores

Pesquisas demonstram que dietas com baixo FODMAP (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois fermentáveis) melhoram os sintomas gastrointestinais (GI) em pessoas com síndrome do intestino irritável. Por outro lado, as questões gastrointestinais relacionadas ao exercício físico são uma causa comum de piora de desempenho esportivo. Nesse estudo publicado em 2019, foi avaliado o efeito de uma dieta de baixo FODMAP por curto período (7 dias) nos sintomas gastrointestinais de corredores recreacionais. Comparado com dieta com alto FODMAP, quando os corredores fizeram dieta com baixo FODMAP, eles tiveram menos sintomas gastrointestinais e relataram que sentiram uma melhora no desempenho da corrida. Mas lembre-se, individualidade é muito importante. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!