FODMAP e instestino

A síndrome do intestino irritável (SII) é uma doença crônica intestinal que tem sintomas como dores abdominais e inchaço. Vários fatores podem contribuir para a SII, incluindo alteração na motilidade gastrointestinal, na comunicação cérebro-intestino, hipersensibilidade visceral, inflamação de baixo grau, fatores psicológicos, etc. Alterações na dieta estão sendo propostas para tratar a SII, e uma delas é a diminuição de alimentos com alto conteúdo de FODMAP. FODMAP é a sigla para monossacarídeo, dissacarídeo, oligossacarídeo fermentáveis e poliois. Os FODMAPs podem chegar ao cólon sem serem absorvidos, sendo fermentados pelas bactérias do cólon, o que gera gases, além de aumentar o conteúdo de água intestinal (devido o aumento da atividade osmótica). Dessa forma, esse estudo investigou se uma dieta sem FODMAP teria benefício para pacientes com SII. E comparou se uma dieta excluindo apenas cereais também influencia em algo. Para isso, 60 pacientes foram divididos em 2 grupos, recebendo 2 tipos de dieta: uma com exclusão de alimentos ricos de FODMAP (foram excluídos quase todos os cereais, principalmente com farinha de trigo, leite e derivados com lactose, adoçantes, mel, açúcar, suco de fruta e algumas frutas e vegetais) ou uma dieta sem cereais (a exclusão foi de todos os cereais e açúcares adicionados nos alimentos; mas leites, mel, e todas frutas e verduras foram permitidos). Após 3 meses de dieta, o grupo que diminuiu FODMAP melhorou mais da distensão abdominal e do inchaço quando comparado com o grupo que diminuiu apenas os cereais. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Qualquer tipo de exclusão dietética desse ser muito bem analisada para ver se existe mesmo essa necessidade e, se for necessária, deve ser acompanhada por um bom Nutricionista.

Comer em casa

O número de pessoas que comem fora de casa aumentou nos últimos anos. Mas será que comer fora de casa ou em casa influencia na qualidade da dieta? Essa publicação de 2017 investigou justamente isso. Após analisar 11.396 indivíduos, os autores demonstraram que comer em casa foi associado à  uma maior aderência a uma dieta DASH, mediterrânea e a uma maior ingestão de frutas e verduras. Além disso, quem consumia mais em casa tinha ní­veis mais elevados de vitamina C no sangue, e um risco 28% menor de sobrepeso e 24% menos chance de ter excesso de gordura. Isso não significa que não se deve fazer refeições fora de casa, mas sim que as escolhas alimentares devem ser feitas com cuidado! Para isso, nunca se esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre escolhas alimentares é o Nutricionista!

Alimentação dos bebês

A qualidade da alimentação dos bebês é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento adequados. Mas será que os bebês consomem as quantidades necessárias de carboidrato e gordura? Após avaliar 1.275 crianças de 8-12 meses, essa publicação de 2017 revelou que 95% dos bebês consomem as quantidades adequadas de carboidrato. Porém, menos de 5% consomem a quantidade necessária de gordura. Você tem filho pequeno e está com dificuldade na alimentação? Não sabe que tipo de gordura adicionar? Procure um nutricionista para ajudá-lo! Ele é o profissional mais bem habilitado para isso!

Proteína e fratura óssea

Fratura osteoporótica é bem comum entre os idosos. Vários fatores podem contribuir para a saúde óssea. E, um deles, é a ingestão de proteí­nas. Esse artigo de 2017 avaliou 5875 homens (com média de idade de 73,6 anos) por 15 anos e analisou o risco de fratura e correlacionou isso com a ingestão de proteínas. Após análise estatística, os autores demonstraram que os homens com maior ingestão de proteí­na tinham menos risco de fratura osteoporótica. Quando o tipo de proteína (vegetal ou animal) foi avaliado separadamente, observou-se que o benefí­cio foi apenas da proteí­na animal. Vale destacar que isso não exclui outros benefí­cios da proteí­na vegetal e que o excesso de proteína animal pode também pode trazer problemas. Por isso, procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

Dieta vegetariana

Alguns indiví­duos optam por uma dieta vegetariana ou vegana. As razões para adotar esse tipo de dieta variam de motivações éticas, crenças religiosas, questões ambientais e culturais, a aspectos relacionados à saúde. Mas será que esse estilo de dieta traz benefícios à saúde? Essa meta-análise publicada em 2017 investigou justamente isso! Um total de 108 artigos entraram nas análises, totalizando 56.461 vegetarianos e 8.421 veganos, que foram comparados com 184.167 oní­voros. Após as análises, observou-se que dietas vegetarianas ou veganas foram associadas à  uma diminuição do IMC, colesterol total, LDL-c, triglicerídeo, glicemia em jejum. Porém, dieta vegetariana também reduziu o HDL-c, enquanto que a dieta vegana não. Em outra análise (com 66.018 vegetarianos), foi avaliado a incidência e mortalidade por algumas doenças. De forma interessante, a dieta vegetariana diminuiu a incidência e a mortalidade para doença cardíaca isquêmica e a incidência de câncer. Porém, não influenciou em doenças cardiovasculares, na mortalidade por todas as causas e nem da mortalidade por câncer. Ou seja, em alguns aspectos a dieta vegetariana pode trazer benefícios. Porém, vale destacar que alguns cuidados são importantes, para evitar algumas deficiências nutricionais. Por isso, se você é um dos adeptos desse tipo de dieta, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Resveratrol e Cognição

Resveratrol é um flavonoide encontrado na casca de uvas tintas, suco de uva e vinho tinto. Alguns estudos mostram o benefí­cio do resveratrol à  saúde. Nesse estudo publicado em 2017 os autores investigaram o uso do resveratrol em pessoas com prejuízo cognitivo leve. Para isso, 40 pacientes com prejuí­zo cognitivo leve receberam 200 mg de resveratrol por dia ou placebo por 26 semanas. Após esse perí­odo, observou-se que o grupo que recebeu o resveratrol diminuiu mais a hemoglobina glicada (melhorando o controle da glicemia), preservou o volume do hipocampo (região do cérebro importante para a memória) e melhorou a conectividade funcional do hipocampo em estado de repouso. Vale destacar que ensaios maiores e com um tempo de intervenção mais longo devem ser realizados para determinar se esses benefícios podem ser validados e estendidos à  função cognitiva. Na dúvida, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Nutrição e câncer

A nutrição pode afetar a incidência, a progressão e a resposta terapêutica de doenças malignas como o câncer. Nessa revisão publicada em 2017 na Nature Immunology se discute os mecanismos moleculares através dos quais os “sinais alimentares” influenciam no câncer. Os autores discutem que os alimentos modulam circuitos metabólicos, microbianos e neuroendócrinos e, portanto, afetam a probabilidade de desenvolver lesões pré-malignas que evoluem para a doença clinicamente manifestada e a resposta à  intervenção terapêutica. Dentre os “estilos” de dieta, os autores comentam que o que está mais associado ao risco de desenvolver o câncer é uma dieta estilo OCIDENTAL (com alto consumo de alimentos refinados, açúcares, gordura saturada, produtos industrializados) aumenta a inflamação, causam hiperglicemia e dislipidemia, aumentam insulina e levam a disbiose e, esses fatores, poderiam contribuir para o aparecimento ou progressão do câncer, podendo causar, inclusive, uma resistência ao tratamento. Ou seja, uma alimentação adequada é muito importante para a prevenção e para o tratamento do câncer. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Empadinha de grão de bico

Há poucos dias conhecemos aqui no Nutrir com Ciência um estudo que associou o consumo de alimentos ricos em proteínas vegetais (ex: feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico, quinoa, cogumelos, semente de abóbora, semente de gergelim, etc) com a diminuição do risco de menopausa precoce. Diante do resultado da grande pesquisa apresentada, que tal preparar esta receita que inclui algumas destas proteí­nas vegetais?

Empadinha de grão de bico

Ingredientes:

Massa: 2 xí­caras de grão-de-bico, 1 colher (sopa) de manteiga ghee, 3 dentes de alho, 1 colher (café) de sal rosa e 1 colher (café) de açafrão da terra.

Recheio: 1 colher de chá de manteiga ghee, ½ cebola branca picada, ½ cebola roxa picada, 3 dentes de alho picados, 100g de cogumelos picados (shitake e portobello), 1 tomate picado, 4 colheres (chá) de leite de coco, 4 colheres de sopa de ervilha fresca (daquelas congeladas e não em lata), 1 colher de sopa de gergelim, sal rosa; pimenta e cheiro verde a gosto.

Modo de Preparo:

Massa: Coloque o grão-de-bico de molho por 12 horas. Em seguida, substitua a água e cozinhe-o por 50 minutos. Escorra a água e bata-o no processador/liquidificador com a manteiga ghee, os dentes de alho, sal e açafrão até obter uma massa homogênea. Forre forminhas de silicone com 2/3 da massa (pegue pequenos pedaços e molde com as mãos – se necessário com manteiga ghee, amassando levemente) e reserve o restante.

Recheio: Em uma frigideira, coloque a manteiga ghee e doure o alho, a cebola branca e roxa. Acrescente os cogumelos e tomate. Tempere e mexa bem. Inclua o leite de coco e a ervilha. Refogue tudo por 5 minutos, desligue o fogo e acrescente o gergelim.

Montagem: Recheie as forminhas já forradas pela massa do grão-de-bico e cubra com o restante dela, pincele com manteiga ghee e leve ao forno pré-aquecido a 200°C por 30 minutos ou até dourar.

Bom apetite!

Por: Bruna Deolindo Izidro.

 

Dieta inflamatória e obesidade

A obesidade é uma condição associada com um baixo grau de inflamação crônica. Sabendo que o estilo de vida, incluindo a alimentação, pode estar associado à inflamação, essa publicação de 2017 resolveu investigar a associação entre o potencial inflamatório da dieta e o risco de ficar com sobrepeso ou obesidade. Após analisar 7.025 pessoas por 8,1 anos, 1433 pessoas se tornaram obesas ou com sobrepeso. Após avaliar o consumo alimentar, observou-se que os indivíduos que consumiam uma dieta mais inflamatória tinham 32% mais risco de ficar com sobrepeso ou obesidade. Alguns alimentos inflamatórios são: excesso de gordura, açúcar, carnes vermelhas, alimentos processados, etc. Ou seja, quanto mais “natural” a alimentação, com “comida de verdade” e manos alimentos industrializados, melhor! Mas lembre-se, procure um nutricionista para ajudá-lo a melhorar sua alimentação!

Proteína vegetal e menopausa

A menopausa precoce (antes dos 45 anos) afeta de 5-10% das mulheres que moram em países ocidentais. E esse fato aumenta o risco de vários problemas de saúde! Mas você sabia que o consumo de alimentos ricos em proteínas vegetais (ex: feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, quinoa, cogumelos, semente de abóbora, semente de gergelim, etc) pode ajudar a diminuir o risco de menopausa precoce??? Após acompanhar 85.682 mulheres por 20 anos, os autores dessa publicação observaram que as mulheres que consumiam mais proteínas vegetais (proporcional a 3-4 porções por dia) tinham um risco 16% menor que ter menopausa precoce. Por outro lado, a ingestão de proteína animal não foi associada com o início da menopausa (nem para o lado positivo e nem para o lado negativo). Não sabe como incluir esses alimentos na sua dieta?? Procure um nutricionista!!