Ovo e Cognição

O ovo é um assunto recorrente aqui no Nutrir com Ciência. Quer mais um motivo para o consumo de ovo? Esse artigo publicado esse ano acompanhou 2497 homens de 42-60 anos por quase 22 anos e avaliou se o consumo de ovo influenciava em testes para avaliar a cognição. Após os quase 22 anos de acompanhamento, 337 homens foram diagnosticados com demência e 266 foram diagnosticado com doença de Alzheimer. Após realizar testes de cognição e associar os resultados com o consumo de ovo, os autores perceberam que quem consumia mais ovo tinham uma melhor performance em 3 testes cognitivos realizados! Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Dieta do metiderrâneo e diabetes

O estilo da dieta influencia em vários fatores de risco cardiometabólicos, incluindo o peso corporal, a pressão arterial, os níveis de colesterol sanguíneo, a homeostasia de glicose-insulina, estresse oxidativo, inflamação e saúde endotelial. A Associação Americana de Diabetes e a Associação Americana do Coração recomendam uma dieta mediterrânea (rica em frutas, verduras, azeite de oliva extra-virgem, com consumo moderado de peixes, vinho e baixo consumo de carnes vermelhas e processadas) para melhorar o controle glicêmico e os fatores de risco cardiovascular no diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Nessa revisão de 2017, os autores colocam que uma dieta do mediterrâneo reduz de 20-23% o risco de DM2 e de 28-30% o risco de eventos cardiovasculares. Os mecanismos pelos quais a dieta mediterrânea produz seus benefícios cardiometabólicos na DM2 são, na maioria, anti-inflamatórios e antioxidantes: o aumento do consumo de alimentos de alta qualidade pode reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias, enquanto aumenta as citocinas anti-inflamatórias. Essa melhora da inflamação pode melhorar a sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos e a função endotelial ao nível vascular e, finalmente, atuar como barreira à síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e desenvolvimento de aterosclerose. Procure um Nutricionista para orientá-lo na melhora da sua alimentação!

Antocianina e doença cardiovascular

As frutas roxas/vermelhas/azuladas são ricas em antocianinas, que é um tipo de flavonoide que possui ação antioxidante e anti-inflamatória. Estudos populacionais sugerem que o consumo dessas frutas pode estar associado à um menor risco de doenças cardiovasculares. E é justamente isso que essa revisão publicada em 2017 discute. O autor desse artigo coloca inúmeros trabalhos em células, animais e humanos que investigam sobre essa relação entre alimentos ricos em antocianinas e doença cardiovascular. Embora existam várias evidências para o benefício desses alimentos, ainda existe a necessidade de estudos mais controlados de longo prazo para se ter uma clareza melhor. Entretanto, o autor conclui que a adição de frutas ricas em antocianinas no dia-a-dia pode trazer um impacto benéfico à saúde e que pequenas mudanças alimentares já podem influenciar no risco de ter ou não alguma doença cardiovascular! Nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Grãos integrais

As recomendações nacionais e internacionais sugerem a troca de grãos refinados pelos grãos integrais. Mas o efeito dos grãos integrais, especificamente na regulação do balanço energético, ainda é questionado. E foi isso que esse estudo resolveu investigar. Os autores avaliaram 85 indivíduos de 40-65 anos, que receberam orientação para duas dietas que diferiram entre si pelo tipo de grãos utilizados: metade dos indivíduos tinham que consumir grãos integrais e a outra metade, grãos refinados. Após 6 semanas, os autores observaram que quem consumiu grãos integrais aumentou a taxa metabólica de repouso (o que pode ser interessante para quem quer emagrecer) e aumentou o peso das fezes. Além disso, esse grupo teve uma tendência de melhora no teste de tolerância oral à glicose. Entretanto, essa tendência não foi significativa. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Cafeína e depressão

O café é um dos alimentos que tem sido estudado na depressão. Em humanos, já foi demonstrado que o consumo de cerca de 400 mL de café pode ajudar a diminuir o risco de depressão. Porém, essa bebida ainda não tinha sido avaliada em pacientes que já apresentam esse transtorno de humor. E foi isso que esse artigo de 2017 quis avaliar! Os autores selecionaram pessoas com depressão (que estavam recebendo medicamento antidepressivo) e que bebiam no máximo 3 xícaras de café por dia. Depois, dividiram os indivíduos em 3 grupos que receberam suplementação de: 60 mg de cafeína, 120 mg de cafeína ou placebo por 4 semanas. Todos os pacientes foram orientados a não consumir, durante essas 4 semanas, bebidas que continham cafeína (café, chá verde, etc). No término do estudo observou-se que quem consumiu 60 mg de cafeína melhorou a ação do antidepressivo sem influenciar no sono. Além disso, observou-se uma questão interessante: normalmente associamos o consumo de cafeína com um aumento nos níveis de cortisol. Porém, os indivíduos que receberam 60 mg de cafeína tiveram uma diminuição nos níveis de cortisol salivar, o que pode ser um fator para a melhora da depressão. Ou seja, essa dose mais baixa não parece influenciar negativamente no cortisol e ainda melhorou os sintomas dos pacientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Consumo de frutas e verduras

Muitas pessoas, principalmente crianças e adolescentes, não tem o hábito de consumir frutas e verduras. E o pior, eles se questionam se realmente é necessário consumir frutas e verduras todos os dias. Para nós Nutricionistas não existe nenhuma dúvida sobre a importância do consumo de frutas e verduras todos os dias!!! Preferencialmente orgânicas!! Mas para quem ainda tem alguma dúvida… Esse estudo publicado em 2017 mostrou a associação do consumo de frutas e verduras com níveis plasmáticos de vitaminas!! Após analisar 702 adolescentes, foi demonstrado que a ingestão de no mínimo 400 g de frutas e verduras por dia foi associada com um aumento na ingestão de vitamina B6, C, E, ácido fólico e beta-caroteno. E o melhor, o aumento na ingestão refletiu no aumento nos níveis plasmáticos dessas vitaminas!!! Quanto mais “comida de verdade” e menos produto alimentício melhor!!! E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ovo caipira

De vilão a mocinho, o ovo faz parte do cardápio de quem busca saúde através de sua ótima fonte proteica, além de suas poderosas vitaminas e minerais. Inclusive o Nutrir com Ciência já relatou sua relação com o colesterol… Portanto, após desmistificar a relação entre o consumo do ovo e o risco cardiovascular, sabemos que este pode fazer parte de sua rotina alimentar, estando presente de forma íntegra ou parte de alguma preparação. Entretanto observamos basicamente dois tipos de ovos nas prateleiras de feiras ou mercados: o ovo caipira e o ovo de granja. Vejamos as diferenças:

O OVO CAIPIRA é resultado de galinhas criadas fora de gaiolas, que ciscam livremente e possuem uma alimentação variada (frutas, verduras, capim, grãos de milho, larvas e minhocas), sem presença de hormônios para estimular seu crescimento, colocando ovos quando realmente é a hora, não sendo forçadas a botar mais ovos do que o fisiológico.

Já o OVO DE GRANJA é produzido em um esquema de produção industrial, em que as galinhas ficam presas e comem ração sem parar, cujo único objetivo é botar ovos, garantindo assim a produtividade. O nível de estresse desta galinha é enorme, elas ficam com luz artificial 24 horas ao dia, para botarem mais ovos, não tendo o tempo da natureza a seu favor, ou seja, não podem seguir o ciclo natural da vida. Elas existem apenas para botar ovos, são criadas exclusivamente para isso. Com isto, as cascas dos ovos ficam mais frágeis, o que aumenta o risco de contaminação por bactérias, como a salmonela.

Quanto ao valor nutricional, o ovo de galinha caipira possui teores consideravelmente maiores de carotenoides totais, principalmente betacaroteno, substância antioxidante e precursora da vitamina A. Inclusive, é justamente através da presença deste carotenoide que a gema da galinha caipira tem uma cor mais avermelhada que a gema da galinha de granja. Além disso, o ovo caipira é muito mais saboroso que o ovo de granja.

Na próxima ida a feira ou mercado leve estes itens em consideração e continue inserindo este alimento em seu dia-a-dia.

Por: Bruna Deolindo Izodro

Melissa e pele

A Melissa officinalis é um fitoterápico bem fácil de encontrar e muito utilizado pelos Brasileiros!! O uso mais comum da melissa é para ajudar a “acalmar”, diminuir a ansiedade, melhorar o sono e a cognição. Mas você sabia que o chá (infusão das folhas) de melissa também pode trazer benefício para a pele?? Nesse estudo publicado esse ano, 28 pessoas de 31-65 anos receberam 1 xícara por dia de infusão de Melissa officinalis (3,3 g de folha em 200 mL de água) por 6 semanas. Após análise estatística dos resultados, foi demonstrado que o consumo de apenas 1 xícara de chá por dia já foi suficiente para melhorar a elasticidade da pele nas mulheres depois de 6 semanas de uso! Avaliando os possíveis mecanismos de ação, os autores também evidenciaram que a melissa foi capaz de diminuir processos de glicação, diminuindo a chance de formar os AGEs – produtos finais de glicação avançada (que é um dos fatores que piora/envelhece a pele). Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Fibra e radioterapia

A radioterapia é um tratamento muito importante no câncer pélvico, entre outros tipos de cânceres! Mesmo sendo uma estratégia de tratamento importante, acompanha alguns efeitos colaterais envolvidos com sua toxicidade, principalmente à nível de trato gastrointestinal. Porém, existem algumas estratégias nutricionais para reduzir essa toxicidade, e foi exatamente isso que os autores dessa publicação de julho de 2017 discutiram. Esses autores compararam dois grupos que foram submetidos à radioterapia pélvica, e um grupo controle. Dos dois grupos que passaram pelo tratamento com radioterapia, um dos grupos recebeu menos de 10g de fibra por dia e o outro recebeu mais de 18g de fibra por dia. Ao final da intervenção os autores concluíram que o aumento da ingestão de fibras no período de tratamento com radioterapia reduziu significativamente a toxicidade gastrointestinal induzida por esse tratamento, tanto nas observações agudas, quanto um ano após o tratamento. Mas antes de aplicar esses dados na sua rotina, procure um nutricionista!!

Adoçante e diabetes

Infelizmente, o uso de adoçantes ainda é muito comum pela população, e principalmente entre os diabéticos, que encontram nesses edulcorantes artificiais a solução para continuar comendo doces após o diagnóstico da doença. Mas será que de fato é seguro para esses pacientes consumir esse tipo de produto? E quais são os efeitos metabólicos gerados por esse consumo? Foi exatamente essas respostas que essa meta-análise buscou ao investigar em 29 artigos sobre o tema. Após análise, os autores concluíram que os dados referentes aos efeitos do aspartame sobre as principais variáveis metabólicas associadas à diabetes e à obesidade, como glicemia e insulina, não suportam um benefício relacionado ao seu consumo, uma vez que não foi observado nos estudos um bom controle dessas variáveis metabólicas. Por isso lembre-se sempre de buscar um nutricionista atualizado para orientá-lo melhor sobre o que utilizar!