O excesso de bebida alcóolica pode trazer vários malefícios à saúde. Mas, se consumida com moderação, também pode trazer benefícios, inclusive para o cérebro. Nesse estudo publicado agora em 2016 demonstrou que os consumidores de cerveja tinham uma menor agregação do peptídeo Aβ, que está associado com doença de Alzheimer. Ainda é cedo para podermos afirmar que a cerveja previne essa doença tão temida, mas é um ponto de partida para futuras investigações. Vale destacar que o excesso de bebida alcoólica pode ter efeito contrário. Se você vai poder ou não beber cerveja e a dose por semana que você poderá consumir, somente um profissional adequado saberá responder de acordo com sua idade, funcionamento dos seus órgãos (em especial o fígado), doenças pré-existentes e individualidade bioquímica e genética.
Category: Alimentação
Açaí e endometriose
A endometriose é uma doença inflamatória, caracterizada pela presença de endométrio fora da cavidade uterina, e está associada com dor pélvica crônica, infertilidade, e consequentemente redução da qualidade de vida da paciente. Sabendo disso, nesta publicação de novembro de 2016, os autores induziram endometriose experimental em ratas, e trataram-nas com 200 mg/kg de peso corporal de extrato hidroalcóolico de açaí durante 30 dias. Após o tratamento realizaram análise da área de lesão e de fatores de crescimento, e observaram uma redução (atrofia e regressão) do tamanho da lesão, além de uma redução da expressão dos fatores de crescimento envolvidos na evolução da doença! Resultados que sugerem que o tratamento com açaí foi eficiente na estabilização de lesões do endométrio, tornando-o um potencial auxiliar no tratamento dessa doença. Vale destacar que o estudo ainda é em animais e que estudos em humanos precisam ser realizados para confirmar esse efeito do açaí, bem como a dose necessária em humanos. Uma dica prática para você que deseja introduzir o açaí na dieta é optar pelo açaí sem adição de xarope de guaraná!
Alfarroba
Já vimos aqui no Nutrir com Ciência, um dos vários benefícios relacionados ao consumo do cacau. Em contrapartida, você sabia que há outro alimento, com cor e sabor similar, como alternativa para substituí-lo por algo também saudável?
A alfarroba é a denominação dada à farinha que é extraída após a secagem e moagem de vagens produzidas pela árvore alfarrobeira. Os compostos fenólicos presentes na alfarroba lhe confere alta capacidade antioxidante, prevenindo assim, a formação de radicais livres. Outros benefícios nutricionais incluem um teor inferior de lipídeos e sódio; e superior de micronutrientes e fibra, além de uma isenção de glúten, lactose e qualquer agente alergênico ou estimulante tais como a cafeína, teobromina e feniletilamina, quando comparados ao cacau.
Portanto, com todos esses benefícios, a alfarroba é um substituto indicado para indivíduos acima de 2 anos, podendo ser combinado com outros ingredientes no preparo de pães, biscoitos, bolos e uma infinidade de receitas, só não convém exagerar, como tudo em nossa vida, devemos comer com moderação. Vale destacar que qualquer alimento pode causar alergia, de acordo com a individualidade de cada pessoa, por isso, procure uma nutricionista para melhor orienta-lo!
Por: Bruna Deolindo Izidro
Gengibre e cólica menstrual
A cólica menstrual está associada com um aumento de citocinas inflamatórias. Ou seja, uma das estratégias para diminuir a cólica é diminuindo a inflamação. E não são apenas medicamentos que podem diminuir essa inflamação, muitos alimentos também possuem propriedades anti-inflamatórias, como por exemplo, o gengibre. Após avaliar vários estudos, essa meta-análise de 2016 demonstrou que o uso de gengibre ajuda a diminuir as cólicas menstruais. Além disso, foi evidenciado que o efeito do gengibre foi similar ao efeito dos anti-inflamatórios (medicamentos utilizados para reduzir a dor das cólicas menstruais). As doses de gengibre nos estudos variaram de 150 a 2000 mg do pó, sendo utilizadas por 3 a 4 dias. Essa dose pode ser ofertada na forma de suplemento alimentar ou via alimentação. Na alimentação, a melhor maneira de aproveitar os compostos do gengibre é na forma de decocção: coloque uma fatia de gengibre (espessura de mais ou menos 2 dedos) junto com 350 ml de água e ferva por aproximadamente 10 minutos. Procure um nutricionista para orientá-la melhor.
Avocado e doença cardiovascular
As doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de morte no mundo!! Como estratégia de prevenção primária para essas doenças, destaca-se a adesão de hábitos alimentares saudáveis. Na última Diretriz sobre mudança do estilo de vida para redução de risco cardiovascular, a American Heart Association sugere uma restrição de 5-6% das calorias provenientes de ácidos graxos saturados. Além disso, recomenda-se a introdução de alimentos fonte de ácidos graxos monoinsaturados, como o avocado. Sabendo disso, este estudo ofertou 136 g de avocado (±13 g de ácido oléico) para pacientes com sobrepeso ou obesidade e observou maior efetividade, quando comparado com a simples restrição de gordura da dieta, em reduzir o número de partículas pequenas e densas de LDL (que são as partículas mais aterogênicas, aumentando o risco de DCVs). Ou seja, existem sim gorduras boas e que devem ser consumidas! Procure o seu nutricionista para uma orientação correta para mudanças de hábitos alimentares, e não somente siga o que é senso comum!
Selênio e Câncer de Próstata
Estamos no novembro azul!! Mês destinado para conscientizar os homens sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata. Mas você sabia que a nutrição pode influenciar nesse risco?? Essa meta-análise de 2016, incluindo 15 estudos prospectivos, demonstrou que a quantidade de selênio nas unhas foi inversamente associada com o risco de câncer de próstata. Ou seja, quanto maior a concentração de selênio nas unhas, menor o risco de câncer de próstata. Entretanto, o selênio no sangue não mostra essa relação. Os autores acreditam que o selênio nas unhas tenha sido mais efetivo pelo fato de ele ser um marcador mais confiável de exposição ao longo prazo do selênio. Mais uma notícia boa é que conseguimos atingir a necessidade desse mineral através da alimentação. A principal fonte de selênio são as Castanhas do Brasil! Embora o teor de selênio nas castanhas possa variar de acordo com o local onde as castanhas foram produzidas, 1 a 3 castanhas do Brasil por dia normalmente já é suficiente para atingir as necessidades diárias. Vale destacar que o excesso do selênio também pode causar problemas. Então não vale abusar! Para mais detalhes, consulte sua nutricionista.
Chocolate e rugas
Boa parte da população se preocupada com o aparecimento das RUGAS!!! A exposição solar é uma das principais causas do envelhecimento da pele. Mas você sabia que o consumo de alguns alimentos pode ajudar a diminuir as rugas e prevenir o envelhecimento cutâneo??!! Um desses alimentos é o chocolate! Notícia boa para os chocólatras, não?! Entretanto, o benefício está na presença do cacau! Nesse estudo, publica em 2016, demonstrou que o consumo de 12 g de cacau em pó (contendo 320 mg de flavonoides totais do cacau) por 24 semanas em mulheres com a pele já envelhecida diminuiu as rugas, melhorou a elasticidade da pele e aumentou a dose mínima de raios UVB para causar eritema. Ou seja, protegeu a pele e diminuiu as rugas já formadas. Vale destacar que o consumo de chocolate também está valendo, desde que ele tenha alta concentração de cacau. Prefira chocolates com pelo menos 70% de cacau!! Outra dica bem importante é a quantidade de açúcar presente no chocolate. O açúcar piora o envelhecimento da pele, logo, fique de olho na quantidade de açúcar que o chocolate possui (LEIA O RÓTULO). Quanto a dose que você pode consumir ao dia, procure um nutricionista para lhe orientar melhor de acordo com seu plano alimentar.
Alimentação e cognição
Que a alimentação é muito importante para a saúde todo mundo sabe. Mas você acredita que um consumo excessivo de gorduras e açúcares pode piorar a cognição, a depressão, a ansiedade, entre outras doenças neurológicas? Essa revisão publicada em outubro desse ano discute justamente isso. Após análise de vários estudos, os autores propõe que um excesso de gordura e/ou açúcares pode influenciar no cérebro via dois mecanismos principais:
1. O excesso de gordura e açúcar pode influenciar na microbiota intestinal, diminuindo a diversidade dos microorganismos, diminuindo as Bifidobacterias e Bacteroidetes (que normalmente são benéficas ao nosso corpo) e aumentando os Firmicutes (que normalmente trazem malefícios ao nosso corpo). Essa alteração intestinal, por sua vez, aumenta a inflamação, estimula o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, piorando uma doenças/transtornos neurológicos como a depressão, ansiedade, esquizofrenia, autismo, além de piorar a cognição e memória.
2. O excesso de gordura e açúcar também pode influenciar diretamente o cérebro por aumentar inflamação e estresse oxidativo, diminuir neurotrofinas como o BDNF (fator neurotrófico derivado do encéfalo), diminuir a formação de novos neurônios (neurogênese) e influenciar na comunicação entre os neurônios.
Vale destacar que essas alterações cerebrais dependem também de outros fatores. Porém, ter uma alimentação adequada e uma microbiota intestinal benéfica auxiliam no tratamento de várias doenças envolvendo o cérebro! Procure um nutricionista para melhor lhe orientar!
Alimentação infantil
A inapetência comportamental e orgânica representam as principais queixas maternas no período da infância de seus filhos, e são alterações alimentares que possuem como base, na maioria das vezes, a desestruturação da rotina alimentar da família. Existem algumas abordagens para promover ajustes no comportamento alimentar de crianças, e esta publicação de novembro deste ano ressaltou algumas delas: 1) Mindful eating (Comer consciente): Estimular a criança a perceber o que seu corpo está dizendo. Perceber se está realmente com fome, ou se está comendo por outras razões (Ex: fadiga, estresse, tédio, etc.); 2) Envolver a criança no processo de produção das refeições, pedindo ideias de alimentos saudáveis que ela gosta de comer; 3) Não preparar alimentos exclusivamente para a criança, diferente do perfil de alimentos servidos para o resto da família. Para mais estratégias e maneiras eficientes de evitar a inapetência durante a infância, procure um nutricionista capacitado para esta orientação!!!
Crossfit e carboidrato
O número de pessoas fazendo Crossfit só aumenta. Associado a isso, vários tipos de dieta estão sugeridas para melhorar o desempenho nos treinos d/ou diminuir o percentual de gordura. Uma dessas estratégias é a dieta low carb – com baixa ingestão de carboidrato (CHO). Mas será que esse tipo de dieta pode ser feita por tempo indeterminado? Será que isso não atrapalha o desempenho do treino? Esse artigo de 2016 demonstrou que um dieta com menos de 6 g CHO/Kg de peso por até 6 dias não piorou o desempenho/performance dos atletas de CROSSFIT. Entretanto, do 6º ao 9º dia, os atletas que aumentaram o consumo de carboidrato para 6-8 g CHO/Kg de peso, aumentaram o número de repetições no 9º dia quando comparado com quem manteve uma ingestão de menos de 6g CHO/Kg de peso. Ou seja, uma dieta low carb pode sim ser realizada, entretanto, com o acompanhamento de um nutricionista para avaliar por quanto tempo o atleta pode manter esse tipo de dieta levando em consideração a individualidade de cada um, bem como a fase de treinamento que a pessoa está.