O sistema nervoso autonômico (SNA) faz parte do sistema nervoso periférico e desempenha um papel bem importante na regulação homeostática de vários órgãos. Dessa forma, ativá-lo que forma correta é essencial para o funcionamento adequado do organismo. Porém, temos poucos estudos avaliando o impacto da alimentação no SNA em humano. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 investigou o efeito da variedade no consumo de vegetais e a ativação do SNA em crianças de 7 a 12 anos. Após análises, foi observado que as crianças que variavam mais os vegetais ingeridos tinham uma resposta de ativação do SNA mais rápida. Embora ainda exista a necessidade de mais estudos na área, não a dúvidas de ter uma dieta mais saudável e variar a alimentação são estratégias para melhorar a saúde! E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Category: Alimentação
Polifenóis e diabetes
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença muito comum na população. E não é nenhuma novidade que a alimentação tem um papel muito importante na prevenção e tratamento dessa doença. Inúmeros fatores alimentares podem influenciar, mas, nesse artigo de 2021, os autores abordam o papel de polifenóis da dieta na prevenção de DM2. Polifenóis são compostos derivados de plantas que trazem vários benefícios para a saúde, incluindo diminuição de inflamação e de estresse oxidativo, que podem estar associados à várias questões da fisiopatologia do DM2. Embora ainda precisamos de mais estudos para podermos afirmar que um determinado alimento vai diminuir o risco de DM2, os autores citam alguns alimentos que estão sendo estudados, como por exemplo grãos integrais, frutas (em especial as vermelhas e roxas e as frutas cítricas), vegetais (com destaque para o brócolis e cebolas), azeite de oliva, chá verde, café e cacau. Mas lembre-se, o padrão alimentar é muito importante quando se pensa em diabetes. Por isso, procure um nutricionista para orientá-lo melhor.
Bariátrica e complexo B
A cirurgia bariátrica, em especial a bypass em Y de Roux, reduz a área de absorção de nutrientes, podendo aumentar o risco de deficiências nutricionais. Alguns dos nutrientes afetados são as vitaminas do complexo B, que possuem inúmeras funções para o organismo. Nessa revisão de 2021, os autores investigaram o impacto da cirurgia bariátrica no status de vitaminas do complexo B e a correlação com saúde mental. Os autores colocam que a deficiência de vitaminas do complexo B é bem comum após cirurgia bariátrica e, que em muitos casos, essa deficiência continua mesmo após a suplementação. Essa diminuição de vitaminas do complexo B poderia afetar a saúde mental por vários fatores, incluindo: aumentar inflamação, afetar vários neurotransmissores e aumentar os níveis de homocisteína. Essas questões, por sua vez, podem aumentar o risco de sintomas depressivos, ansiedade, declínio cognitivo, entre outros sintomas e problemas neuropsiquiátricos. Por isso, é muito importante avaliar o estatus de complexo B antes e após a cirurgia bariátrica e tentar fazer os ajustes necessários para evitar a deficiência dessas vitaminas. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.
Café da manhã e cognição
Essa semana estou trazendo estudos sobre café da manhã em adolescentes. O artigo de hoje, publicado agora esse ano, avaliou o efeito de fazer café da manhã em testes cognitivos em 1181 adolescentes de 10-14 anos. Os principais resultados que deram diferenças estatísticas foram:
– Adolescentes que tomaram café da manhã um pouco antes de fazer o teste cognitivo apresentaram melhora na cognição em comparação com aqueles que não fizeram o café da manhã;
– Alunos que pulavam o café da manhã regularmente tiveram baixo desempenho no teste cognitivo;
– Um melhor desempenho cognitivo foi observado quando pelo menos dois de três componentes foram incluídos no café da manhã: frutas / suco de fruta natural não adoçado, cerais / pães e leite / derivados. Ou seja, o tipo de alimento também influencia, não adianta fazer um café só com um biscoito receado e achar que trará benefício.
E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Ovos no café da manhã
É comum crianças e adolescente não fazerem o café da manhã e irem em jejum para a escola. Você conhece alguém assim? Mas ter um adequado café da manhã pode trazer vários benefícios. De modo interessante, nesse estudo publicado agora em 2021 os autores investigaram os efeitos de adicionar 1 ou 2 ovos no café da manhã de crianças e adolescentes e a ingestão de nutrientes. Após análises, foi observado que com 1 ovo no café da manhã, aumentou o aporte dos seguintes micronutrientes: riboflavina (vitamina B2), ácido pantotênico (vitamina B5), selênio e vitamina D. Adição de dois ovos aumentou os níveis de vitamina A. Mas o que mais aumentou foi a colina. Antes de comer ovos, apenas 22,6% das crianças e adolescentes tinham uma ingestão adequada dessa vitamina. Por outro lado, com a adição de 1 ou de 2 ovos por dia, o percentual de adequação subiu para 43,6% e 57,8% respectivamente. Ou seja, a ingestão de ovos no café da manhã pode contribuir para melhora a ingestão de alguns micronutrientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Oleaginosas e emagrecimento
As oleaginosas (ex: castanha do Brasil, castanha, nozes, avelã, macadâmia, pistache) são excelentes fontes de gordura. Porém, também são calóricas. Por isso, algumas pessoas têm medo de adicionar na dieta de pessoas que estão querendo emagrecer. Nesse estudo publicado semana passada, os autores fizeram duas intervenções em 95 pessoas com sobrepeso. Um grupo recebeu um lanche rico em carboidrato e outro grupo recebeu um mix de oleaginosas (aproximadamente 42 g com mistura de: amêndoas, castanhas de caju, avelãs, macadâmia, nozes, pistache e nozes). Ambos os grupos seguiram uma dieta hipocalóricas (-500 Kcal) por 12 semanas e depois dieta isocalórica para manutenção do peso por mais 12 semanas. Após análises, foi observado que os dois grupos perderam peso de forma semelhante (lembrando que a quantidade calórica era a mesma para os dois). Porém, o grupo que recebeu o mix de oleaginosas teve alguns benefícios que o grupo do carboidrato não teve, incluindo aumenta na saciedade, diminuição na frequência cardíaca e aumento nos níveis séricos de ácido oleico (o principal ácido graxo de deveríamos ingerir). Ou seja, vale a pena adicionar as oleaginosas na dieta, e quanto mais variar os tipos, melhor, pois cada uma tem uma constituição nutricional diferente. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Geleia real
Você olhou para a foto e achou que era leite condensado? Mas não é hehehe. É geleia real, que é uma secreção ácida branco-amarelada, cremosa, retirada das glândulas mandibulares e hipofaríngeas de jovens operárias da espécie Apis melífera. Porém, somente as abelhas rainhas podem se alimentar da geleia real. Um fato curioso é que as abelhas rainhas duram cerca de 5 anos, enquanto que as abelhas operárias duram em média 45 dias. Mas você sabe do que é composta a geleia real? Sua maior parte é água (50-70%), seguida de proteínas (9-18%), carboidrato (7-18%), lipídeos (3-8%), minerais (em especial potássio, fósforo, enxofre, cálcio, magnésio e sódio), vitaminas (em especial B5 e B3) e compostos fenólicos. Porém, vale destacar que essa composição varia de acordo com a origem geográfica, tempo de colheita, contaminantes e que ela pode ser adulterada. Pensando em suas propriedades para a saúde, existem alguns estudos mostrando possíveis propriedades, incluindo: antilipidêmicas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas, antimicrobianas, neuroprotetoras, imunomoduladoras, antienvelhecimento e estrogênicas (podendo ser interessante na menopausa). Vale destacar que não temos estudos em humanos para todos esses efeitos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Dieta e Parkinson
Ter uma boa alimentação ajuda a diminuir o risco de várias doenças cerebrais. E com a doença de Parkinson não é diferente. Nesse estudo publicado em 2021 os autores publicaram dados de um estudo de coorte com 3653 pessoas e depois fizeram uma meta-análise incluindo 5 estudos (englobando mais de 140 mil pessoas) avaliando o impacto de uma alimentação saudável com risco de Parkinson. Tanto os resultados do estudo de coorte, quanto da meta-análise demostraram que as pessoas que têm uma melhor qualidade da dieta têm menos risco de desenvolver a doença de Parkinson. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Aveia e imunidade
Uma ótima nutrição é fundamental para que o sistema imunológico funcione da maneira adequada. E isso envolve ter um padrão alimentar saudável e ingerir a quantidade adequada de vários macros e micronutrientes. Além disso, alguns fitoquímicos de alguns alimentos e o efeito da alimentação no intestino e na microbiota também desempenham um papel importante. Pensando nisso, alguns alimentos estão sendo estudados. E nessa revisão de 2021, os autores abordam os efeitos da aveia na imunidade. O autores colocam que a aveia, por conta das suas fibras (beta-glucanas), de nutrientes como o ferro, cobre, zinco e de compostos polifenólicos (ex: ácido ferúlico e avenantramidas) podem auxiliar na otimização do sistema imune inato e adaptativo. Além disso, a aveia pode trazer benefícios para o intestino e para a microbiota, o que também está relacionado com a imunidade. Mas lembre-se, não existe nenhum alimento “milagroso”. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Vitamina C e osso
A vitamina C (ácido ascórbico) é uma vitamina encontrada, em especial, em algumas frutas e vegetais frescos, como por exemplo, cítricos (laranja, limão, etc), pimentões, kiwis, morangos, tomates, camu-camu, vegetais de folhas verdes (como chicória e brócolis), etc. A vitamina C possui várias funções importantes para a saúde. Uma das suas funções é ser importante para a síntese de colágeno (proteína no corpo que temos em maior quantidade). Como o osso também possui colágeno, pesquisas começara a ser feitas avaliando se essa vitamina poderia trazer benefícios ósseos. Estudos em animais e em células começaram a demostrar que a vitamina C agiria no osso por vários mecanismos, e não apenas pela síntese de colágeno. Mas será que temos evidências em humanos de que aumentar a ingestão alimentar e/ou suplementar vitamina C possa trazer algum benefício? Nessa revisão de 2021, os autores avaliaram 25 estudos em humanos: 15 correlacionando ingestão alimentar de vitamina C e densidade mineral óssea (DMO), 4 avaliando vitamina C no sangue e DMO e 6 avaliando o efeito da suplementação. De forma resumida:
- 8 dos 15 estudos que avaliaram ingestão alimentar de vitamina C e DMO, observaram uma correlação positiva. Ou seja, quanto maior a ingestão alimentar, maior a DMO.
- Todos os 4 que avaliam os níveis séricos e DMO confirmam essa correção também. Ou seja, quem tem mais vitamina C no sangue, tem maior DMO.
- Em relação aos 6 estudos com suplementação, os resultados ainda são controversos e nem todos avaliaram a DMO. Porém, vale a pena destacar um dos estudos, realizado com 994 mulheres na pós-menopausa, na qual a suplementação com 12,4 anos (doses variando de 500-1000 mg/dia) aumentou 3% a DMO.
Avaliando os resultados, embora ainda tenhamos dados controversos, os estudos sugerem a importância de ajustar na alimentação a ingestão de vitamina C. Quanto a suplementação ainda precisamos de mais estudos para estimular alguma dose, por isso, vale a pena avaliar individualmente. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!