Riscos da dieta sem glúten

Você tem doença celíaca ou alguma sensibilidade ao glúten não celíaca? Se sim, vai precisar eliminar os alimentos que contém glúten. Mas será que é só trocar por algo que não tem glúten?? Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam os possíveis riscos de uma dieta sem glúten inadequada . Se a pessoa troca alimentos com glúten e fibras por um alimento industrializado, somente com farinhas refinadas e com muito açúcar e gordura e não ajusta todos os micronutrientes, essa dieta sem glúten inadequada pode aumentar o risco de obesidade, alterar metabolismo de glicose e de lipídeos, aumentando assim o risco de síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Por isso, é muito importantes fazer trocas alimentares saudáveis. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Dieta plant-based e dislipidemias

Dislipidemias (alteração nos lipídeos séricos) é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Por outro lado, fatores nutricionais podem influenciar nessas dislipidemias. Vários estudos recentes investigam o papel de dietas “plant-based” (vegana, vegetariana, entre outras) em várias doenças. Entretanto, alguns estudos são controversos. Por esse motivo, os estudos mais recentes, além de se avaliar a aderência a uma dieta plant-based, se avalia se ela é saudável ou não saudável. Isso porque a pessoa pode ter uma dieta plant-based com muitas frutas e verduras (tornando mais saudável) ou pode ter uma dieta plant-based a base de industrializados (tornando não saudável). E foi isso que esse estudo de 2021 avaliou. Esse estudo comparou dieta plant-based saudável e não saudável e o risco de ter dislipidemias. Após avaliar mais de 4500 adultos acompanhamento por 14 anos foi observado que as pessoas que tinham uma dieta plant-based saudável tinham menos risco de desenvolver qualquer desordem no metabolismo lipídico. Por outro lado, as pessoas que tinha uma dieta plant-based não saudável, tinha mais risco de dislipidemia. Ou seja, ter dieta plant-based não significa que será sempre bom, vai depender das escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ácido oleico e cognição

O declínio da função cognitiva aumenta com o envelhecimento. Embora o cérebro vai envelhecer junto com o corpo, a trajetória do envelhecimento cerebral pode mudar de pessoa para pessoa. Um dos fatores que influencia no funcionamento do cérebro é a alimentação. Nesse estudo clínico avaliando idosos Japoneses, os autores avaliaram questões alimentares e correlacionaram com 2 testes para avaliar a cognição. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), em especial o ácido oleico (presente em maior quantidade no azeite de oliva) tinham melhor desempenho nos 2 testes cognitivos avaliados. Por isso, procure um nutricionista para ajustar sua dose de ácido oleico na dieta.

Vitamina A e pele

Pensar em pele vai muito além de beleza. Uma das funções da pele é de defesa contra micro-organismos. Mas você sabe o que a vitamina A tem a ver com isso? Os autores dessa revisão de 2021 abordam os pontos mais relevantes sobre o assunto. Primeiro, a vitamina A é importante para auxiliar na imunidade da pele, em especial pela sua ação nos mastócitos (célula envolvida do sistema imune inato) e nas células de Langerhans (que são células apresentadoras de antígenos na pele). Além disso, a vitamina A pode influenciar na microbiota da pele e na proliferação adequada dos queratinócitos (principal célula que forma a camada mais externa da pele – epiderme). Por fim, a vitamina A também parece ajudar a diminuir a expressão dos TLR (receptores que estão associados à inflamação). Ou seja, temos vários benefícios da vitamina A para a pele. Você ingere quantidades adequadas dessa vitamina na dieta? Será que você precisa de um suplemento? Procure um nutricionista para avaliar o seu caso e fazer os ajustes necessários.

 

Brócolis e estresse oxidativo

O estresse oxidativo é gerado por um desequilíbrio entre a formação e degradação de radicais livres (incluindo espécies reativas de oxigênio e espécies reativas de nitrogênio). Esse estresse oxidativo pode estar presente em várias doenças. Assim, pensar em estratégias para combater esse estresse oxidativo é muito importante. Nesse sentido, um padrão alimentar saudável e um aporte adequado de micronutrientes desempenha um papel essencial. Além disso, alguns alimentos podem ser estimulados, e um deles é o brócolis. O brócolis contém grandes quantidades de uma substância chamada de glucorafanin, que pela ação da enzima mirosinase ou pela ação da microbiota intestinal pode se transformar em sulforafano. O sulforafano, no nosso corpo, tem a capacidade de aumentar um fator de transcrição chamado de Nrf2. O Nrf2, por sua vez, vai aumentar enzimas de fase II (de destoxificação) e enzimas antioxidantes (que vão combater o estresse oxidativo). Por isso, o consumo de brócolis pode ser interessante para várias doenças que tem aumento de estresse oxidativo. Nessa revisão de 2021 os autores focam mais no possível benefício que traria para doenças renais. Mas como já mencionado, inúmeras doenças podem estar associadas com o aumento de estresse oxidativo. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Alimentação em crianças e adolescentes

Uma alimentação adequada em crianças e adolescentes é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento e para a prevenção de doenças. Um problema que está cada vez mais comum é uma inflamação de baixo grau, que pode aumentar o risco dessas crianças e adolescentes desenvolverem várias doenças, incluindo doenças neuropsiquiátricas. Nessa revisão sistemática publicada agora em 2021, os autores avaliaram 53 estudos relacionando o papel da alimentação com marcadores inflamatórios em crianças e adolescentes. Após analisar esses artigos, os autores colocam que uma alimentação saudável, como a dieta do mediterrâneo, ou um outro tipo de alimentação mas que seja baseada em frutas, verduras e adequada em nutrientes como fibra, vitamina C e E são associadas a uma diminuição de marcadores inflamatórios, como PCR, IL-6 e TNF-α. Por outro lado, uma dieta estilo ocidental, rica em açúcares, gordura saturada e alimentos ultraprocessados está associada a um aumento de marcadores inflamatórios. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Alimentação e depressão

Se você me acompanha a mais tempo, já sabe que vários aspectos nutricionais podem estar associados à depressão. Já mostrei vários estudos falando sobre o impacto de alimentos e nutrientes na depressão. Mas hoje o post é mais especial! Primeiro porque foi realizado aqui no Brasil! Segundo porque foi escrito por mim (Luana Manosso) e por mais dois nutricionistas e epidemiologistas (Fernanda Meller e Antonio Schäfer)!! Foi um estudo de base populacional, realizado em Criciúma-SC, no qual foi avaliado a associação entre alimentação e depressão. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que tinham um padrão alimentar pior tinham 39% mais chance de ter episódios depressivos. Alisando os alimentos separadamente, foi observado que o alto consumo de refrigerantes e sucos artificiais (5 vezes ou mais por semana) também foi associado à depressão. Por fim, o consumo de alimentos não saudáveis também foi correlacionado com depressão. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

OBS: Se você quiser ler o artigo na integral, ele estará de livre acesso até início de março no seguinte link: https://authors.elsevier.com/c/1cR9CbXYig-Qe

Dieta cetogênica e demência

Demência é uma das condições de saúde mais incapacitantes do mundo. Por isso, pensar em prevenção da demência e diminuição da sua progressão (caso já esteja instalada) é muito importante. E a nutrição tem um papel importantíssimo nisso. Se você me acompanha a mais tempo, sabe que eu já mostrei vários estudos falando sobre o padrão alimentar e vários alimentos específicos que estão sendo estudados para melhorar a cognição. Hoje, trouxe esse estudo de 2021 com uma abordagem diferente. A dieta cetogênica (rica em gordura e com muito pouco carboidrato) tem sido estudada a bastante tempo em condições neurológicas, com resultados mais robustos na epilepsia. Porém, estudos recentes passaram a avaliar seus efeitos na demência. Mas será que temos estudos em humanos com demência que respaldam essa conduta? Após revisar a literatura, os autores mostram vários dados de estudos pré-clínicos (em animais), que mostram benefício da dieta cetogênica, em especial por diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, temos estudos em humanos que sugerem um possível efeito benéfico da dieta cetogênica na melhora da cognição. Porém, os estudos em humanos são estudos pequenos, sendo necessários estudos maiores para poder confirmar esse possível benefício. E lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Dieta e intestino

As doenças inflamatórias intestinais (DII) como colite ulcerativa e doença de Crohn são caracterizadas por inflamação crônica recorrente e remitente do trato gastrointestinal. Uma das questões que age direto no intestino é a alimentação. Alguns alimentos podem impactar de forma benéfica, enquanto outros podem ser prejudiciais. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam justamente sobre isso. Os autores colocam 3 principais mecanismos de ação pela qual a alimentação pode impactar nas DII: modulam a microbiota, influenciam na permeabilidade e funcionamento intestinal e modulam o sistema imune. Dos alimentos ou estratégias que trazem benefícios, os autores dão destaque para: aumento de fibras, alimentos com ômega-3, alimentos com vitamina D, alimentos com zinco. Além disso, uma dieta com baixo FODMAP parece ajudar no alívio de sintomas. Por outro lado, os autores também citam alguns alimentos que parecem piorar DII como: açúcares e refrigerantes, alta ingestão de ômega-6 e gordura saturada, emulsificantes (aditivos alimentares que melhoram textura dos alimentos industrializados), glúten e excesso de carnes vermelhas. Porém, vale lembrar que mais estudos são necessários e que individualidade é muito importante. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!