Vários estudos demonstram que microbiota intestinal está correlacionada com um status de saúde. Além disso, já é bem estabelecido que hábitos alimentares conseguem impactar, de forma direta, nessa microbiota intestinal. Nessa publicação agora de 2021, os autores revisaram sobre o impacto da dieta do mediterrâneo na microbiota intestinal. A dieta do mediterrâneo é caracterizada por uma alta ingestão de frutas e verduras, azeite de oliva, grão integrais, sementes, oleaginosas e especiarias. Por outro lado, esse estilo de dieta tem uma baixa ingestão de carne vermelha, grão refinados, açúcares e alimentos industrializados. Por conta desse perfil de alimentos, essa dieta proporciona uma alta ingestão de polifenóis, fibras, ácidos graxos monoinsaturados e ômega-3. Dentre vários benefícios que isso pode trazer para a saúde, esse artigo desse ano coloca que esse padrão alimentar ajuda a aumentar a diversidade do microbioma intestinal, melhorando a homeostase do intestino, diminuindo disbiose intestinal e diminuindo a hiperpermeabilidade intestinal. Tudo isso contribuiu para gerar menos inflamação e estresse oxidativo no organismo, melhorar funções metabólicas, contribuindo assim para um menor risco de doenças crônicas não transmissíveis. Vale lembrar que o Brasil não é um país que fica na região do mediterrâneo, então, algumas adaptações podem ser feitas. Por isso, procure um nutricionista para orientá-lo melhor.
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Dieta e artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica. Ela é caracterizada por edema articular, sensibilidade articular, destruição das articulações sinoviais e inflamação sistêmica, causando, em última análise, incapacidade grave e maior risco de mortalidade prematura. Das estratégias não farmacológicas que estão sendo estudadas, podemos destacar a alimentação. Nessa revisão de 2020 os autores avaliaram o impacto da alimentação na inflamação e no intestino e esses efeitos na artrite reumatoide. Os autores colocam que uma dieta rica em ômega-3, polifenois, fibras e probióticos ajudam a diminuir a inflamação sistêmica e a modular a microbiota, ajudando a melhorar a função barreira do intestino. Isso por sua vez, pode ajudar a diminui alguns sintomas da artrite reumatoide. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Dieta e sono em gestante
Estima-se que quase 50% das gestantes têm piora na qualidade do sono, em especial no terceiro trimestre. Uma baixa qualidade do sono, além de trazer cansaço, pode estar aumentar o risco de outros problemas, incluindo maior risco de nascimento prematuro. Enquanto que uma boa qualidade do sono está associado a um melhor score Apgar (que serve para avaliar a vitalidade de recém-nascidos no primeiro e no quinto minuto de vida). Se você me acompanha por aqui, com certeza já sabe que a alimentação pode impactar na qualidade do sono. De modo bem interessante, esse artigo de 2020 avaliou a qualidade do sono de gestantes na 16ª semana e na 34ª semana de gestação e analisou o impacto de uma aderência à dieta do mediterrâneo e de alguns alimentos específicos. Após análises, foi observado que um maior consumo de frutas melhorou a qualidade do sono na 16ª semana. Além disso, um maior consumo de azeite de oliva extra virgem e uma maior aderência à dieta do mediterrâneo foram capazes de melhorar a qualidade do sono tanto na 16ª semana quanto na 34ª semana de gestação. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure o seu para uma orientação mais individualizada.
Matcha e cognição
O matcha é derivado da Camellia sinensis (chá verde), porém com cultivo e processamento um pouco diferente. Sua constituição inclui: catequinas, polifenóis, luteína, teanina, vitamina K, cafeína, etc. Nesse estudo realizado com pessoas idosas foi utilizado o 3 g do pó do Matcha por 12 semanas e avaliado efeitos na cognição desses indivíduos. Após análises estatística, observou-se que as mulheres que usaram o Matcha melhoraram a performance cognitiva, mas isso não foi observado nos homens. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Alimentação e osso
A fratura óssea está associada a maior risco de morbidades e mortalidades. Vários nutrientes são importantes para a saúde óssea. Mas além de ingerir esses nutrientes de forma adequada, o padrão alimentar também é importante. E não basta comer bem mas sempre os mesmos alimentos. Nesse estudo agora de 2020 os autores avaliaram o impacto de ter uma variedade alimentar no risco de fratura de homens e mulheres de 40-60 anos ou acima de 60 anos. Após análises, homens acima de 40 anos e que tem uma diversidade alimentar tem menor risco de fraturas. Já as mulheres, aquelas entre 40-60 anos também foi observado o mesmo benefício de uma maior diversidade alimentar. Porém, nas mulheres acima de 60 anos, a variação alimentar não teve efeito significativo no risco de fraturas (o que não significa que variar a alimentação não seja importante para outras questões). E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Índice glicêmico e cognição
O assunto alimentação e cognição é um assunto recorrente por aqui. Já mostrei vários artigos que associam a alimentação com melhora ou piora da cognição. Nesse estudo agora de 2020 os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos portadores do alelo APOE4. Em torno de 15% da população possui o alelo APOE4 e isso aumenta em cerca de 3 vezes o risco de ter doença de Alzheimer. Por esse motivo, os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos com esse alelo. E o que foi observado foi que fazer refeições com alto índice glicêmico piora questões cognitivas, em especial a memória visual, memória episódica e cognição global nesses idosos. Ou seja, ajustar a alimentação para diminuir o índice glicêmico pode ser um dos pontos quando pensamos em prevenir o declínio cognitivo em pessoas com alto risco de desenvolver o Alzheimer. E lembre-se, o profissional mais adequado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.
DHA e cérebro do bebê
O ácido docosahexaenoico (DHA) é um ácido graxo poli-insaturado da família do ômega-3. Sua ingestão é de extrema importância durante a gestação. Um dos pontos que ele é importante é para o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro do bebê. E foi justamente sobre isso que essa revisão agora desse ano abordou. O DHA é importante para a neurogênese (formação de neurônios), plasticidade sináptica (“comunicação entre os neurônios”), para a transdução de sinal no cérebro, para a maturação dos astrócitos (uma célula da glia importante para a nutrição do cérebro e para o funcionamento geral do cérebro), para o metabolismo e captação adequada de glicose, para diminuir a inflamação, entre outras funções. Além disso, o DHA também é importante para o desenvolvimento adequado da placenta. Baixos níveis de DHA durante a gestação podem aumentar o risco de dificuldade na aprendizagem e problemas de cognição no bebê. Por isso, ajustar os níveis de DHA (alimentação + suplementação) é muito importante durante a gestação. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.
Ferro, humor e cognição
Tanto o excesso quanto a deficiência do ferro podem ocasionar problemas para a saúde, incluindo problemas para o cérebro. Porém, a deficiência de ferro acaba sendo comum em alguns idosos. De forma interessante, nesse estudo publicado esse ano, foi avaliado o impacto de um baixo status de ferro em sintomas depressivos e piora de cognição em idosos. E adivinhem? Após análises estatística, foi demonstrado que os idosos que tinham um baixo status de ferro, tinham mais sintomas depressivos e pior memória. Por isso, ajustar a ingestão de ferro via alimentar é bem importante. É válido mencionar que o excesso de ferro também pode causar problemas para o cérebro. Por isso, é sempre importante avaliar cada caso individualmente. Só alimentação é suficiente? Precisa suplementar? Quanto suplementar? Por quanto tempo suplementar? Isso tudo tem que ser avaliado de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.
Microbiota e anorexia
A anorexia nervosa é uma combinação de baixo peso corporal, distorção de imagem corporal e medo de ganhar peso. Esse problema gera consequências somáticas e endócrinas graves, incluindo amenorreia (falta de menstruação), baixa leptina, baixo hormônio tireoidiano, aumento de cortisol, etc. Embora várias questões podem estar associadas à anorexia nervosa, estudos recentes têm investigado o papel da microbiota intestinal. E é justamente sobre isso que essa revisão de 2020 aborda. A microbiota intestinal influencia em efeitos somáticos, como extração de energia dos alimentos e ganho de peso corporal, bem como no apetite, permeabilidade intestinal, inflamação e comportamentos psicológicos como depressão e ansiedade, todos os quais desempenham papéis importantes na anorexia nervosa. Por outro lado, a restrição nutricional e a alimentação seletiva dos pacientes com anorexia nervosa também acaba por influenciar na microbiota intestinal, já que a nutrição tem um papel importantíssimo na modulação do intestino e da microbiota. Ou seja, acaba virando um “ciclo vicioso”. Por esse motivo, algumas pesquisas estão investigando o papel de suplementos nutricionais que poderiam modular a microbiota, como o ômega-3, como uma estratégia para auxiliar no tratamento da anorexia nervosa. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, procure por um bom nutricionista para avaliar seu caso.
Café e cérebro
O consumo de café tem sido estudado para várias doenças neuropsiquiátricas. Em algumas delas o café parece diminuir o risco de desenvolver a doença. Em outras o café parece aumentar o risco. Nos últimos anos, alguns estudos também estão demostrando efeitos diferentes de acordo com o sexo. E foi sobre isso que essa revisão agora de 2020 abordou. Após analisar vários artigos, os autores separam os efeitos de acordo com o problema neuropsiquiátrico:
– Acidente vascular cerebral (AVC): ingestão de cafeína é protetora. Maior efeito em mulheres do que em homens.
– Distúrbios do sono: cafeína aumenta o risco de piora no sono. Efeito parecido entre homens e mulheres.
– Demência: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em mulheres.
– Doença de Parkinson: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em homens.
– Depressão: na vida adulta, cafeína diminui risco de depressão em mulheres. Na adolescência, cafeína aumenta o risco de depressão, principalmente em homens.
Entretanto, ainda são necessários mais estudos. Além disso, vale destacar que existem polimorfismos envolvidos na metabolização da cafeína e que isso pode influenciar no efeito. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!