Carboidrato e proteína ao longo do ciclo menstrual

você sabia

No último post comentei que as mulheres precisam de 5% mais de calorias na fase luteal.

E os macronutrientes?

Alguns estudos sugerem que mulheres possuem maior necessidade de carboidratos durante a fase folicular e maior necessidade de proteínas durante a fase luteal.

Embora sejam necessários mais estudos, é importante ficarmos atentas as mudanças de necessidades ao longo da fase do ciclo menstrual da mulher.

Como somos complexas, não é mesmo?

Qualidade do carboidrato versus DCV relacionada à inflamação

Luana Manosso (2)

Algumas pessoas se preocupam apenas com calorias. Porém, a qualidade dos alimentos é de extrema importância. Hoje compartilho dados de um estudo publicado dia 27 de junho de 2024.

Os autores realizaram um estudo observacional prospectivo de 3.042 adultos livres de doenças cardiovasculares (DCV) que foram recrutados em 2002 e acompanhados por 20 anos.

No acompanhamento de 20 anos em 2022, 1.988 participantes tinham dados completos para avaliação de DCV. Após análises estatísticas, os autores observaram uma relação entre consumo de carboidrato ricos em fibras ou pobres em fibras e DCV.

Pessoas que tinham um alto teor de carboidrato na dieta mas que tinham uma alta ingestão de fibras tinham menos risco de ter DCV relacionada à inflamação. Por outro lado, alto consumo de carboidrato e baixo consumo de fibra aumentou ou risco.

Se você quiser saber detalhes do artigo, segue a referência: Giannakopoulou, S-P.; et al. Nutrients., 16(13):2051, 2024. Doi: 10.3390/nu16132051

Sono e alimentação

Ter uma boa qualidade do sono é essencial para a saúde. Essa boa qualidade do sono inclui, por exemplo: levar pouco tempo para iniciar o sono, acordar poucas vezes (ou não acordar) durante a noite e dormir de 7-9 horas. Ter uma boa “higiene do sono” é muito importante. Mas algumas questões nutricionais também podem influenciar. Nessa revisão publicada esse ano, os autores discutem sobre questões alimentares e melhora de sono. E o que os autores colocam como mais relevante para ter uma boa qualidade do sono é: ter carboidrato na dieta, consumir alimentos ricos em triptofano (ex.: leguminosas, oleaginosas, arroz, banana, aveia), e consumir alguns alimentos ricos de fitoquímicos e fitomelatonina. Nesse último ponto, o que temos mais de estudos são com a cereja. Mas existem vários outros alimentos interessantes. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Alimentação e psicose

A esquizofrenia é uma doença neuropsiquiátrica grave, que acomete mais de 20 milhões de pessoas no mundo. O que algumas pessoas não sabem, é que hábitos alimentares podem influenciar nessa doença. Os autores dessa publicação revisão vários artigos e colocam os principais pontos a serem levados em consideração quando pensamos em alimentação e esquizofrenia. Alguns estudos demonstram uma conexão entre psicoses e uma má alimentação, dieta rica em carboidrato refinado e gordura e dieta pobre em fibra, ômega-3, ômega-6, vegetais, frutas, vitaminas e minerais. Das vitaminas e minerais, o que tem mais de estudo são com vitamina B12, vitamina B6, folato, vitamina C, zinco e selênio. Também temos estudos mostrando benefícios de alguns aminoácidos, como serina, lisina, glicina e triptofano. Por outro lado, alergia alimentar parece influenciar de forma negativa na esquizofrenia. Mas vale destacar que ainda não necessários mais estudos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Carboidrato e SOP

Já discuti algumas vezes sobre a síndrome do ovário policístico (SOP) por aqui. A SOP é a endocrinopatologia mais comum nas mulheres em idade reprodutora. Algumas características que essa mulher pode apresentar são: irregularidades menstruais, aumento de hormônios androgênicos (ex: testosterona) e cisto no ovário. Além disso, é muito comum ela ter resistência à insulina. Por esse motivo, tem sido proposto que, ajustar os carboidratos na alimentação, dando preferência aos de baixo índice glicêmico (IG), é uma das estratégias para auxiliar na melhora da SOP. Nesse estudo publicado agora em 2019, os autores avaliaram os efeitos de uma intervenção dietética por 24 semanas. A dieta tinha restrição calórica de 500 kcal, tinha 50% de carboidrato, 20% de proteína e 30% de gordura. Porém, os carboidratos eram todos de baixo a médio IG. Após 24 semanas, as mulheres com SOP tiveram diminuição dos níveis de testosterona total, diminuição do índice de androgênio livre (FAI) e aumento de SHBG (proteína que transporta os hormônios sexuais, deixando-os menos livre no sangue). Ou seja, melhorou o perfil hormonal das mulheres com SOP. Além disso, essa intervenção dietética também melhorou as irregularidades menstruais, mostrando que auxiliou na regulação do ciclo menstrual. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Gordura e sono

A duração e a qualidade do sono na gestante podem sofrer alterações, devido às mudanças fisiológicas e hormonais nesse período. E uma pior qualidade do sono pode aumentar o risco de diabetes gestacional e complicações no parto. Por outro lado, uma boa qualidade alimentar pode ajudar a melhorar a qualidade do sono. Nesse estudo de 2019, os autores avaliaram a qualidade da dieta de mulheres com sono reparador e com sono de má qualidade. Após análises, foi observado que as mulheres com um sono de má qualidade tinham um menor % energético vindo de gordura total, menor % energético vindo de gordura monoinsaturada e maior % energético vindo de carboidrato. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Índice glicêmico e diabetes

Diabetes é uma doença que cuja incidência cresce a cada ano. Que pacientes com diabetes tem que tomar cuidado com a quantidade de carboidrato, em especial açúcares, doces, biscoitos… isso todo mundo já sabe. Mas será que o consumo de alimentos com alto índice glicêmico e alta carga glicêmica em pacientes saudáveis pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2? E para tentar elucidar isso, essa meta-análise avaliou vários estudos para tentar chegar a uma resposta. Após análises, foi observado que sim, uma dieta com alto índice glicêmico e/ou alta carga glicêmica foi associado a mais risco de desenvolver diabetes tipo 2. Para melhorar sua alimentação, procure um Nutricionista! Ele é o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação.

 

Audição e nutrição

A perda de audição é um problema de saúde pública e tem aumentado consideravelmente na população. Mas você sabia que vários nutrientes são importantes para evitar a perda de audição? Essa revisão de 2019 aborda os principais micronutriente e cuidados com macronutrientes quando se pensa em manter a audição adequada. Dos micronutrientes, os autores colocam a importância principalmente das vitaminas A B, C, D, E e dos minerais: zinco, magnésio, selênio, ferro e iodo. Em relação aos macronutrientes, os autores colocam que uma maior ingestão de carboidratos, gorduras e colesterol, ou uma menor ingestão de proteínas pode piorar o estado auditivo. Por outro lado, um maior consumo de ácidos graxos poli-insaturados tende a melhorar a audição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Índice glicêmico e hormônios

O índice glicêmico (IG) é um conceito para classificar os alimentos ricos em carboidratos com base na resposta pós-prandial de glicose no sangue em comparação com um item alimentar de referência, geralmente glicose ou pão branco. Porém, existem poucos estudos avaliando o efeito do IG em hormônios esteroidais como a testosterona e cortisol. Nesse estudo de 2019, os autores resolveram comparar o efeito de uma dieta com alto IG e uma dieta com baixo IG nos níveis desses dois hormônios em 12 mulheres de 20-24 anos. Cada uma das mulheres ficou 3 dias com cada tipo de dieta, separadas por um período sem dieta nenhuma. Após análises, quando elas ingeriam uma dieta com alto IG, ocorria aumento nos níveis de cortisol salivar (o que sinaliza maior ativação do sistema envolvido com estresse). Já quando elas tinham uma ingestão de dieta com baixo IG, os níveis de testosterona salivar eram maiores, o que pode trazer benefícios. Mas observe que foi um estudo com apenas 12 mulheres. Assim, mais estudos são necessários para uma melhor elucidação dos resultados. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Carboidrato e diabetes gestacional

O diabetes gestacional é uma das complicações metabólicas mais comuns da gestação. E pode causar riscos para a mãe e para o bebê. Mas você sabia que a alimentação antes de engravidar já pode influenciar no risco de diabetes durante a gestação? Pois é, esse artigo avaliou a qualidade do carboidrato ingerido antes de engravidar com o risco ou não de ter diabetes gestacional. E vejam que interessante, mulheres que tinham uma maior ingestão de fibras, frutas ou suco de frutas tinham menos risco de desenvolver diabetes gestacional. Por outro lado, mulheres que ingeriam mais cereais tinham mais risco de desenvolver diabetes durante a gestação. Nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um!