Peso e AVC

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma grande causa de morte e de incapacidade. Dentre os fatores de risco que parecem estar associados ao AVC, destaca-se a obesidade. De modo interessante, esse estudo publicada agora em 2021 avaliou a relação entre sobrepeso, obesidade e AVC isquêmico e hemorrágico em mais de 2 milhões e 700 mil pessoas (isso mesmo… você não leu errado). Após análises estatísticas, foi observado de sobrepeso e obesidade aumento o risco de AVC total e AVC isquêmico tanto em homens quanto em mulheres. Além disso, desnutrição, sobrepeso ou obesidade também aumentaram o risco de AVC hemorrágico em homens. Ou seja, o controle de peso é muito importante. E para isso, você precisa se alimentar de forma correta. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Dieta e cognição

O período da pós-menopausa é acompanhado por uma queda nos níveis de estradiol. A queda nesse hormônio pode aumentar o risco de vários problemas, incluindo piora na cognição. Por outro lado, a alimentação parece impactar no envelhecimento cerebral, podendo aumentar ou diminuir o risco de declínio cognitivo, dependendo do tipo de alimentação que a pessoa tem. Nesse estudo publicado agora em 2021 foi avaliado a relação entre a qualidade da dieta, cognição e marcadores inflamatórios em mulheres na pós-menopausa. Após avaliar 222 mulheres, foi observado que aquelas que tinham uma dieta mais anti-inflamatória, tinham melhor memória e menos marcadores inflamatórios. Por outro lado, foi observado que uma dieta mais inflamatória aumentava o risco de declínio cognitivo. Ou seja, um padrão alimentar mais anti-inflamatório pode ser uma das estratégias para auxiliar na prevenção de declínio cognitivo. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

COVID-19 e cérebro

Hoje o artigo é especial! Isso porque foi escrito por mim e outros excelentes pesquisadores. Nessa revisão que acabou de ser publicada nós abordamos o impacto do SARS-CoV-2 na microbiota intestinal e a relação disso com a comunicação entre o intestino-cérebro. Estudos clínicos têm evidenciado que pacientes com COVID-19 possuem alteração na microbiota intestinal, além de um aumento de citocinas inflamatórias. Essa alteração da microbiota e o aumento de inflamação podem, pelo menos em parte, alterar a comunicação que existe entre o intestino e o cérebro e começar a gerar inflamação cerebral. Esse aumento de inflamação, por sua vez, pode contribuir para o aparecimento de sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade, sintomas depressivos e alteração de sono. Com base nisso, nós sugerimos que o uso de probióticos poderiam ser interessantes pensando em modular a microbiota intestinal e diminuir a inflamação. Entretanto, ainda são necessários estudos clínicos para avaliar o efeito dos probióticos em pacientes com COVID-19 e se esse tratamento repercutiria em melhorar de sintomas neuropsiquiátricos.

Curcumina e cérebro

A expectativa de vida tem aumentado nos últimos anos. Porém, o número de pessoas com algum grau de prejuízo cognitivo também está aumentando. Inúmeras questões podem estar associadas ao envelhecimento cerebral, incluindo aumento de inflamação e estresse oxidativo. Por outro lado, estratégias que diminuem inflamação e estresse oxidativo estão sendo estudadas pensando em melhorar o envelhecimento cerebral e diminuir risco de problemas cognitivos. E a curcumina, fitoquímico presente no açafrão da terra (Curcuma longa), é uma das estratégias que tem sido bastante estudada. Nessa revisão de 2021 os autores abordam alguns possíveis mecanismos de ação da curcumina, incluindo: diminuição de inflamação (periférica e neuroinflamação), diminuição de estresse oxidativo, aumento da neurogênese e neuroplasticidade. Além disso, a curcumina também parece ser interessante em melhorar controle glicêmico, que também pode afetar o cérebro. Porém, os autores também discutem que a biodisponibilidade da curcumina é baixa e que, por isso, os resultados podem sofrer influência de acordo com a forma de suplementação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ômega-3 e Alzheimer

A expectativa de vida da população está aumentando cada vez mais. Porém, nem todo envelhecimento é saudável. Muitos idosos acabam desenvolvendo demência ou até doença de Alzheimer. Dessa forma, pensar em prevenção de demência e doença de Alzheimer é bem importante. De modo interessante, esse estudo de corte prospectivo avaliou as concentrações de vários ácidos graxos, incluindo ômega-3, no sangue de idosos e o risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Após análises estatísticas, foi observado que os idosos que tinham uma maior concentração de EPA no sangue (um dos tipos de ômega-3 de origem animal) tinham menor risco de desenvolver doença de Alzheimer. Além disso, a maior concentração de EPA também foi associada à menor risco de demências por todas as causas e de Alzheimer nos indivíduos que não tinham o polimorfismo para a APOE4 (o principal polimorfismo que aumenta o risco de desenvolver doença de Alzheimer), mas não entre os que tinham o polimorfismo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Frutas, vegetais e saúde mental

Essa semana estamos falando sobre a importância de frutas e vegetais. Terça falei sobre o impacto delas na ativação do sistema nervoso autonômico em crianças. Hoje, trago esse artigo publicado em 2021 que aborda o papel do consumo de frutas e verduras na saúde mental. Foi um estudo de coorte no qual eles avaliaram o consumo de frutas e vegetais no início do estudo e fizeram análise de saúde mental. Depois de 5 anos eles avaliaram novamente essas pessoas e fizeram a análise de saúde mental para ver se o consumo de frutas e vegetais teve impacto na saúde mental. Após análises estatísticas foi observado que o maior consumo de fibras e de amido resistente vindo de frutas e vegetais estava associado à melhora na saúde mental dessas pessoas. Ou seja, uma melhora da alimentação trazendo benefícios a longo prazo para o cérebro. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Vegetais e SNA

O sistema nervoso autonômico (SNA) faz parte do sistema nervoso periférico e desempenha um papel bem importante na regulação homeostática de vários órgãos. Dessa forma, ativá-lo que forma correta é essencial para o funcionamento adequado do organismo. Porém, temos poucos estudos avaliando o impacto da alimentação no SNA em humano. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 investigou o efeito da variedade no consumo de vegetais e a ativação do SNA em crianças de 7 a 12 anos. Após análises, foi observado que as crianças que variavam mais os vegetais ingeridos tinham uma resposta de ativação do SNA mais rápida. Embora ainda exista a necessidade de mais estudos na área, não a dúvidas de ter uma dieta mais saudável e variar a alimentação são estratégias para melhorar a saúde! E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Bariátrica e complexo B

A cirurgia bariátrica, em especial a bypass em Y de Roux, reduz a área de absorção de nutrientes, podendo aumentar o risco de deficiências nutricionais. Alguns dos nutrientes afetados são as vitaminas do complexo B, que possuem inúmeras funções para o organismo. Nessa revisão de 2021, os autores investigaram o impacto da cirurgia bariátrica no status de vitaminas do complexo B e a correlação com saúde mental. Os autores colocam que a deficiência de vitaminas do complexo B é bem comum após cirurgia bariátrica e, que em muitos casos, essa deficiência continua mesmo após a suplementação. Essa diminuição de vitaminas do complexo B poderia afetar a saúde mental por vários fatores, incluindo: aumentar inflamação, afetar vários neurotransmissores e aumentar os níveis de homocisteína. Essas questões, por sua vez, podem aumentar o risco de sintomas depressivos, ansiedade, declínio cognitivo, entre outros sintomas e problemas neuropsiquiátricos. Por isso, é muito importante avaliar o estatus de complexo B antes e após a cirurgia bariátrica e tentar fazer os ajustes necessários para evitar a deficiência dessas vitaminas. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Café da manhã e cognição

Essa semana estou trazendo estudos sobre café da manhã em adolescentes. O artigo de hoje, publicado agora esse ano, avaliou o efeito de fazer café da manhã em testes cognitivos em 1181 adolescentes de 10-14 anos. Os principais resultados que deram diferenças estatísticas foram:

– Adolescentes que tomaram café da manhã um pouco antes de fazer o teste cognitivo apresentaram melhora na cognição em comparação com aqueles que não fizeram o café da manhã;

– Alunos que pulavam o café da manhã regularmente tiveram baixo desempenho no teste cognitivo;

– Um melhor desempenho cognitivo foi observado quando pelo menos dois de três componentes foram incluídos no café da manhã: frutas / suco de fruta natural não adoçado, cerais / pães e leite / derivados. Ou seja, o tipo de alimento também influencia, não adianta fazer um café só com um biscoito receado e achar que trará benefício.

  E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Geleia real

Você olhou para a foto e achou que era leite condensado? Mas não é hehehe. É geleia real, que é uma secreção ácida branco-amarelada, cremosa, retirada das glândulas mandibulares e hipofaríngeas de jovens operárias da espécie Apis melífera. Porém, somente as abelhas rainhas podem se alimentar da geleia real. Um fato curioso é que as abelhas rainhas duram cerca de 5 anos, enquanto que as abelhas operárias duram em média 45 dias. Mas você sabe do que é composta a geleia real? Sua maior parte é água (50-70%), seguida de proteínas (9-18%), carboidrato (7-18%), lipídeos (3-8%), minerais (em especial potássio, fósforo, enxofre, cálcio, magnésio e sódio), vitaminas (em especial B5 e B3) e compostos fenólicos. Porém, vale destacar que essa composição varia de acordo com a origem geográfica, tempo de colheita, contaminantes e que ela pode ser adulterada. Pensando em suas propriedades para a saúde, existem alguns estudos mostrando possíveis propriedades, incluindo: antilipidêmicas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas, antimicrobianas, neuroprotetoras, imunomoduladoras, antienvelhecimento e estrogênicas (podendo ser interessante na menopausa). Vale destacar que não temos estudos em humanos para todos esses efeitos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!