Dieta e Parkinson

Ter uma boa alimentação ajuda a diminuir o risco de várias doenças cerebrais. E com a doença de Parkinson não é diferente. Nesse estudo publicado em 2021 os autores publicaram dados de um estudo de coorte com 3653 pessoas e depois fizeram uma meta-análise incluindo 5 estudos (englobando mais de 140 mil pessoas) avaliando o impacto de uma alimentação saudável com risco de Parkinson. Tanto os resultados do estudo de coorte, quanto da meta-análise demostraram que as pessoas que têm uma melhor qualidade da dieta têm menos risco de desenvolver a doença de Parkinson. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Enxaqueca e dieta

A enxaqueca é um problema que impacta negativamente a qualidade de vida da pessoa. Embora tenhamos várias questões envolvidas na etiologia e fisiopatologia nesse problema, a alimentação pode ter um impacto relevante. Por outro lado, ter enxaqueca também pode impactar nas escolhas alimentares. E essa revisão agora desse ano aborda justamente sobre essa comunicação bidirecional entre alimentação e enxaqueca. Os autores colocam que alguns hábitos alimentares podem ser um gatilho para enxaqueca, podem aumentar inflamação (que está associada à enxaqueca), podem estimular um ganho de peso (obesidade também está relacionada à enxaqueca) e pode alterar o intestino e a microbiota (o eixo microbiota-intestino-cérebro também está envolvido na fisiopatologia da enxaqueca). Por outro lado, pessoas que têm enxaqueca também podem ter escolhas alimentares alteradas (em qualidade ou quantidade). Por isso, se você tem enxaqueca, procure um Nutricionista.

Dieta do mediterrâneo e demência

A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos em todo o mundo. E tenho certeza que, se você pudesse escolher, não gostaria de ter demência quando você envelhecer. Por isso gosto tanto de falar sobre estratégias nutricionais que podem nos auxiliar a diminuir o risco de demência e/ou melhorar a cognição. E hoje, trago para você os resultados de um grande estudo de coorte prospectivo (com mais de 16 mil pessoas), publicado agora em 2021, que avaliou a aderência à dieta do mediterrâneo (baseada em frutas, verduras, grãos integrais, azeite de oliva) e o risco de ter demência. Após análises, foi observado que as pessoas que tinham uma maior aderência a dieta do mediterrâneo tinham um risco 20% menor de desenvolver demência do que as pessoas com baixa aderência a essa dieta. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Creatina e cérebro

A creatina é um dos suplementos ergogênicos mais estudados. Não se tem mais dúvidas sobre o papel da creatina no que tange performance esportiva, tendo ação, em especial, no aumento de força muscular. Mas o que talvez você não saiba, é que a creatina está sendo estudada para questões envolvendo o cérebro. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores colocam um papel da creatina para melhorar o processamento cognitivo, especialmente em condições caracterizadas por déficits de creatina no cérebro, como por exemplo: estressores agudos (exercício, privação de sono), estresse crônico ou condições patológicas (ex: lesão cerebral traumática leve, envelhecimento, doença de Alzheimer, depressão). Entretanto, as doses de creatina utilizadas nos estudos envolvendo questões cerebrais variam muito (desde 5 g/dia até 20 g/dia) e o tempo de utilização também varia muito (5 dias até 24 semanas). Além disso, o protocolo ideal de creatina capaz de aumentar os níveis de creatina no cérebro ainda não é determinado. Da mesma forma, são necessários mais estudos para se estabelecer algum dose ideal. Enquanto isso, procure um Nutricionista para avaliar seu caso e ver o que é necessário para você.

Ácido oleico e cognição

O declínio da função cognitiva aumenta com o envelhecimento. Embora o cérebro vai envelhecer junto com o corpo, a trajetória do envelhecimento cerebral pode mudar de pessoa para pessoa. Um dos fatores que influencia no funcionamento do cérebro é a alimentação. Nesse estudo clínico avaliando idosos Japoneses, os autores avaliaram questões alimentares e correlacionaram com 2 testes para avaliar a cognição. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), em especial o ácido oleico (presente em maior quantidade no azeite de oliva) tinham melhor desempenho nos 2 testes cognitivos avaliados. Por isso, procure um nutricionista para ajustar sua dose de ácido oleico na dieta.

Ômega-3 e sono

O ômega-3 é muito importante para o funcionamento cerebral. Vários estudos mostram os benefícios do ômega-3 para várias doenças neuropsiquiátricas, incluindo depressão, ansiedade, doenças neurodegenerativas, entre outras. Algumas evidências também sugerem que o ômega-3 possa trazer benefícios para o sono. Porém, nesse ponto, os estudos ainda são mais escassos. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 avaliou o efeito de suplementação com óleo de peixe rico em DHA (900 mg de DHA e 270 mg de EPA) ou óleo de peixe rico em EPA (900 mg de EPA e 360 mg de DHA) ou placebo (1 g de azeite de oliva refinado) em 84 adultos por 26 semanas. Após análises estatísticas, foi observado que o grupo que recebeu o óleo de peixe rico em DHA melhorou a eficiência do sono e diminui a latência para iniciar o sono. Porém, não foi observado melhora significativa no grupo que recebeu óleo de peixe rico em EPA. No entanto, outras análises de qualidade do sono não deram significativa. Ou seja, embora os dados sugerem que talvez uma dose maior de DHA seja mais interessante quando se pensa em sono, ainda são necessários mais estudos para poder ter certeza dos resultados. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai analisar a melhor estratégia para seu caso.

Alimentação e depressão

Se você me acompanha a mais tempo, já sabe que vários aspectos nutricionais podem estar associados à depressão. Já mostrei vários estudos falando sobre o impacto de alimentos e nutrientes na depressão. Mas hoje o post é mais especial! Primeiro porque foi realizado aqui no Brasil! Segundo porque foi escrito por mim (Luana Manosso) e por mais dois nutricionistas e epidemiologistas (Fernanda Meller e Antonio Schäfer)!! Foi um estudo de base populacional, realizado em Criciúma-SC, no qual foi avaliado a associação entre alimentação e depressão. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que tinham um padrão alimentar pior tinham 39% mais chance de ter episódios depressivos. Alisando os alimentos separadamente, foi observado que o alto consumo de refrigerantes e sucos artificiais (5 vezes ou mais por semana) também foi associado à depressão. Por fim, o consumo de alimentos não saudáveis também foi correlacionado com depressão. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

OBS: Se você quiser ler o artigo na integral, ele estará de livre acesso até início de março no seguinte link: https://authors.elsevier.com/c/1cR9CbXYig-Qe

Intestino e Parkinson

A relação entre intestino e doença de Parkinson é muito estudada. Disbiose, constipação e aumento de permeabilidade intestinal são coisas comuns de acontecer em pessoas com Parkinson. Por outro lado, o receptor GPR109A que, dentre outros locais, está presente no intestino, ajuda a aumentar as tight junctions, impedindo o aumento de permeabilidade intestinal. Mas você sabe o que o butirato e a vitamina B3 tem a ver com isso? Os autores desse artigo de 2021 colocam que tanto o butirato quanto a vitamina B3 podem auxiliar na ativação do receptor GPR109A, melhorando a permeabilidade do intestino. A B3 também ajuda na diminuição da inflamação e melhora a função da mitocôndria. Além disso, os autores destacam que, se o paciente com Parkinson utilizar a medicação carbidopa, existe risco de deficiência de vitamina B3. Assim, avaliar o funcionamento intestinal, aumentar o consumo de fibras prebióticas (para aumentar a produção de butirato) e avaliar se a suplementação de vitamina B3 é necessária, são algumas das estratégias que podem ser pensadas na doença de Parkinson. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta cetogênica e demência

Demência é uma das condições de saúde mais incapacitantes do mundo. Por isso, pensar em prevenção da demência e diminuição da sua progressão (caso já esteja instalada) é muito importante. E a nutrição tem um papel importantíssimo nisso. Se você me acompanha a mais tempo, sabe que eu já mostrei vários estudos falando sobre o padrão alimentar e vários alimentos específicos que estão sendo estudados para melhorar a cognição. Hoje, trouxe esse estudo de 2021 com uma abordagem diferente. A dieta cetogênica (rica em gordura e com muito pouco carboidrato) tem sido estudada a bastante tempo em condições neurológicas, com resultados mais robustos na epilepsia. Porém, estudos recentes passaram a avaliar seus efeitos na demência. Mas será que temos estudos em humanos com demência que respaldam essa conduta? Após revisar a literatura, os autores mostram vários dados de estudos pré-clínicos (em animais), que mostram benefício da dieta cetogênica, em especial por diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, temos estudos em humanos que sugerem um possível efeito benéfico da dieta cetogênica na melhora da cognição. Porém, os estudos em humanos são estudos pequenos, sendo necessários estudos maiores para poder confirmar esse possível benefício. E lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Matcha e cognição

O matcha é derivado da Camellia sinensis (chá verde), porém com cultivo e processamento um pouco diferente. Sua constituição inclui: catequinas, polifenóis, luteína, teanina, vitamina K, cafeína, etc. Nesse estudo realizado com pessoas idosas foi utilizado o 3 g do pó do Matcha por 12 semanas e avaliado efeitos na cognição desses indivíduos. Após análises estatística, observou-se que as mulheres que usaram o Matcha melhoraram a performance cognitiva, mas isso não foi observado nos homens. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!