Já valei dos benefícios da vitamina D para várias doenças neurológicas, incluindo depressão e ansiedade. Os autores desse artigo de 2020 avaliaram a relação entre os níveis de vitamina D no sangue (25(OH)D) com sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Analisando todos os indivíduos, foi observado que níveis menores de vitamina D estão associados a mais risco de sintomas de depressão, ansiedade e estresse. De modo interessante, quando os autores fizeram sub-análises para ver se tinha diferença entre homens e mulheres, eles observaram que essa relação só existia nas mulheres. Que nos homens, a vitamina D não influenciava nesses sintomas. Porém, vale destacar que esse foi o primeiro estudo que observou isso e que mais estudos ainda são necessários. E claro, a vitamina D tem várias outras funções para o corpo. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
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Magnésio e psiquiatria
O magnésio é um mineral com várias funções para o cérebro, incluindo síntese de neurotransmissores, transmissão e transdução de sinais intracelulares. Mas temos estudos em humanos que respaldam a importância do magnésio em transtornos psiquiátricos? Os autores dessa revisão encontraram estudos associando magnésio com depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno e espectro autista, esquizofrenia e transtornos alimentares. Embora ainda existam dados controversos, os autores colocam que, possivelmente, o magnésio pode trazer efeitos terapêuticos para os transtornos psiquiátricos, em especial para a depressão. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Colina e neurodesenvolvimento
Ter uma nutrição adequada nos primeiros 1000 dias de vida (gestação até os 2 anos) é essencial para a vida do indivíduo. Uma das influências dessa nutrição nos primeiros 1000 dias é para o desenvolvimento cerebral, podendo influenciar, inclusive, no funcionamento cerebral ao longo da vida. E um dos nutrientes que tem recebido bastante atenção é a colina, encontrada em maior quantidade na gema do ovo. Nessa revisão agora desse ano, os autores abordam os principais benefícios de uma dieta rica em colina (durante os primeiros 1000 dias) para o desenvolvimento cerebral, que são: (1) ajuda no desenvolvimento normal do cérebro; (2) protege o cérebro controla insultos durante a gestão, em especial contra a exposição de álcool; (3) melhora o funcionamento neural e cognitivo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Comer devagar
Comer devagar e mastigar bem os alimentos são de extrema importância. Mas você sabe os benefícios fisiológicos desse hábito? Sabe o que temos de comprovação científica? Esse estudo de revisão publicado esse ano aborda justamente isso. Já temos evidências de que comer devagar aumenta a quantidade de PYY e GLP-1 no trato gastrointestinal. O PYY vai ir até o cérebro e vai diminuir a fome e aumentar a saciedade. O GLP-1, além de agir também no cérebro e contribuir para o controle da fome-saciedade, ele também influencia na liberação de insulina e diminuição na liberação de glucagon, auxiliando no controle glicêmico. Ou seja, comer devagar contribui para comermos menos, controlarmos nossa glicemia e isso ajuda, dentre outros pontos, a controlar o peso. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Industrializados e neurodegeneração
Terça-feira falei que as nozes podem ajudar a diminuir risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, outros alimentos podem aumentar o risco dessas doenças neurológicas. Dentre esses alimentos, os que tem maior destaque são os alimentos industrializados, principalmente os ultraprocessados. Os autores dessa revisão abordam que o alto consumo desse tipo de alimento pode aumentar disbiose intestinal, que por sua vez, vai geral inflamação e estresse oxidativo. Esses três fatores conseguem influenciar no cérebro, gerando inflamação e estresse oxidativo nesse órgão, que pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por isso, ter um padrão alimentar saudável, consumindo muitas frutas e verduras é essencial. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!
Nozes e neuroproteção
Continuando nosso mês sobre cérebro, hoje vamos falar de neuroproteção. Já fiz alguns postes sobre o papel de uma boa alimentação para prevenir doenças neurodegenerativas (ex: Alzheimer, Parkinson). Um dos alimentos que podemos adicionar na nossa alimentação são as nozes ou outras oleaginosas. Elas podem trazer alguns benefícios pensando em cérebro. E foi o que essa revisão agora de 2020 abordou. Embora ainda faltem estudos em humanos, diversas evidências nos sugerem que as nozes podem ajudar a diminuir a inflamação e o estresse oxidativo no cérebro, além de diminuir o acúmulo de placa beta-amiloide. Esses efeitos, por sua vez, ajudariam a diminuir o risco de doenças neurodegenerativas, em especial, doença de Alzheimer. Vale destacar que já temos estudo Brasileiro mostrando que a ingestão que 1 castanha do Brasil (um outro tipo de oleaginosa) por dia pode trazer benefícios pensando em cognição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Probióticos e depressão
Um grande número de evidências demonstra que o nosso cérebro se comunica com o nosso intestino e que um influencia no funcionamento do outro. Temos vários estudos mostrando que pacientes com depressão tem alteração na microbiota intestinal. Mas será que usar probióticos pode ajudar a melhorar sintomas depressivos? Nessa última revisão sistemática e meta-análise os autores mostram, mais uma vez, que os pacientes com alteração de humor têm sim mudanças na microbiota intestinal. Além disso, os autores também colocam que o uso de probióticos pode sim ajudar na diminuição dos sintomas depressivos. Mas ainda não podemos afirmar que uma cepa é melhor do que outra. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Vitamina D e ansiedade
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel com inúmeros benefícios para a saúde. Vários estudos mostram o benefício da vitamina D para o cérebro. Nesse estudo publicado agora esse ano, com mais de 51 mil adultos, os autores avaliaram se os níveis de vitamina D no sangue (25(OH)D) podiam estar associados a um risco de ter ou não ansiedade. Após análises, foi observado que níveis de 25(OH)D insuficiente (10-19,99 ng/mL) e deficiente (<10 ng/mL) foram associados a um maior risco de ansiedade quando comparado com níveis de 25(OH)D > 20 ng/mL. Ou seja, ajustar os valores de vitamina D no sangue é muito importante. Procure um profissional da saúde para orientá-lo melhor.
Café e cognição
O café é uma bebida bastante consumida no mundo todo. Vários benefícios estão sendo atribuídos ao consumo de café. Vários estudos epidemiológicos sugerem a associação do consumo de café com a melhora na performance cognitiva. Acredita-se que isso ocorra, em especial, pelo conteúdo de cafeína, que melhora a atenção e vigilância. Mas poucos estudos exploram o efeito do café descafeinado e da ingestão de cafeína do café na melhora da cognição. E foi isso que esse estudo fez. Avaliou idosos acima de 60 anos e investigou a associação entre a ingestão de café total, café descafeinado, café com cafeína e ingestão de cafeína do café com desempenho cognitivo. Após analisar mais de 2500 idosos, foi observado que a ingestão total de café, café com cafeína e cafeína vinda do café estava associada a uma melhora na cognição desses idosos. Porém, nesse estudo, não foi observado associação entre café descafeinado e cognição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Frutose e cérebro
Vários produtos industrializados vêm com açúcar de adição e/ou frutose. Um excesso dessa frutose, ocasionada por uma alimentação rica em industrializados, pode trazer vários problemas a saúde do indivíduo. Dados emergentes, tem sugerido que esse excesso de frutose pode alterar o hipocampo, região cerebral associada com memória, aprendizado, humor, etc. Nesse estudo publicado agora em 2020, os autores avaliaram a ingestão de frutose em crianças de 7-11 anos e viram o efeito disso em questões cerebrais. Após análises, foi demonstrado que as crianças que tinham uma maior ingestão de frutose tinham um aumento do volume das regiões CA2/3 do hipocampo direito e aumento da difusividade média nas conexões pré-frontais direita. Esses achados são consistentes com a ideia de que o aumento do consumo de frutose durante a infância pode estar associado a um processo inflamatório e pode diminuir ou atrasar a mielinização e/ou a poda neuronal. Porém, ainda são necessários mais estudos. Mas de qualquer forma, ajustar a alimentação das crianças é super importante. Por isso, procure um Nutricionista.