Dieta e cognição

O comprometimento cognitivo está associado ao aumento do risco de mortalidade, incapacidade e demência no final da vida, além de altos custos de assistência médica. Dentre os vários fatores que podem influenciar na cognição, diversos estudos têm investigado o papel da alimentação. De forma interessante, esse estudo publicado em 2019 avaliou o efeito da alimentação no início da vida adulta (de 25 até 45 anos) na performance cognitiva na meia idade (50 e 55 anos). Após análises, foi demonstrado que seguir uma dieta estilo mediterrânea e ter uma maior ingestão de alimentos saudáveis (em especial frutas, verduras e legumes) dos 25 aos 45 anos foi associado à melhor cognição com 50 e com 55 anos de idade. E lembra-se que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure o seu para orientá-lo  melhor.

 

Sono e Alzheimer

Cerca de 60% dos pacientes com doença de Alzheimer tem problemas no sono. Mas ai vem um questionamento: problemas no sono é uma das consequências das alterações do Alzheimer ou o problema no sono é um fator de risco para a doença de Alzheimer? É isso que os autores desse estudo publicado em 2019 revisam. Eles colocam que, por um lado, a progressão da doença de Alzheimer pode influenciar em regiões cerebrais que controlam o ciclo sono-vigília, podendo influenciar negativamente no sono. Por outro lado, vários estudos também demonstram que ter alteração prévia no sono pode predispor a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Ou seja, embora ainda se tenha dúvidas se o problema de sono é causa ou consequência, melhorar a qualidade do sono é muito importante. E a nutrição pode ajudar nisso. Procure o seu nutricionista para orientá-lo melhor.

Creatina e cérebro

Creatina é um suplemento ergogênico com efeitos comprovados no esporte. Mas você sabia que a creatina também está sendo utilizada para benefícios cerebrais? Essa publicação desse ano faz uma revisão do que já temos publicado. Após analisar dados da literatura, os autores colocam que a suplementação de creatina parece trazer benefícios principalmente em situações em que ocorre uma depleção do conteúdo de creatina cerebral, como estresse, depressão, esquizofrenia e envelhecimento. Além disso, os autores colocam que fazer uma suplementação de creatina de forma preventiva pode proteger as funções cerebrais em eventos de estresse agudo, como depleção de sono, exercício exaustivo, hipóxia ou injúria cerebral traumática. Porém, o que ainda é incerto é a dose necessária para que a creatina exerça esses efeitos. Mas acredita-se que seja necessária dosagem maior e/ou mais prolongada do que as doses de creatina utilizadas tradicionalmente no esporte. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina C e humor

Vários micronutrientes impactam na estrutura e função neuronal. Dessa forma, não é de se espantar que a deficiência de algumas vitaminas e minerais podem aumentar a chance de ter alterações neurológicas, como uma piora do humor. Nesse estudo publicado em 2018, os autores investigaram se as concentrações plasmáticas de vitamina C poderiam influenciar na modulação do humor de adultos jovens saudáveis. Após análises estatísticas, foi demonstrado que pacientes com concentrações plasmáticas de vitamina C abaixo de 58,2 µmol/L tinham mais alterações de humor do que os pacientes com concentrações plasmáticas maiores que 58,2 µmol/L. Ou seja, ter uma dieta adequada nesse micronutriente é muito importante. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Glutationa e neurodesenvolvimento

O excesso de mercúrio é tóxico para o cérebro. Por outro lado, uma das substâncias que ajudam a metabolizar o mercúrio é a glutationa. Porém, algumas pessoas podem ter polimorfismos nos genes da glutationa. Esse estudo de 2018 avaliou a presença desses polimorfismos nas grávidas e a repercussão no neurodesenvolvimento do bebê. Após análises, foi demonstrado que as mulheres com polimorfismo na glutationa (GCLC rs761142 TT) tinham níveis aumentados de mercúrio no cabelo. Já os filhos das mulheres com o polimorfismo (GSTP1 rs1695 alelo G) tinham um menor desenvolvimento mental. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação um senso comum, procure um nutricionista.

Peixe e cognição

Você sabia que o que você come na infância e adolescência pode influenciar a cognição na vida adulta? Esse estudo publicado em 2017 avaliou o consumo de peixe em crianças e adolescentes influenciando em alguns aspectos da cognição no adulto. Após as análises, os autores observaram que o consumo de no mínimo 2 vezes por mês de peixes durante a infância e adolescência melhorou, na vida adulta, a aprendizagem, memória e a atenção dos indivíduos!! Você tem filho(a) e está preocupado com a alimentação dele(a)? Procure um nutricionista.

Resveratrol e Cognição

Resveratrol é um flavonoide encontrado na casca de uvas tintas, suco de uva e vinho tinto. Alguns estudos mostram o benefí­cio do resveratrol à  saúde. Nesse estudo publicado em 2017 os autores investigaram o uso do resveratrol em pessoas com prejuízo cognitivo leve. Para isso, 40 pacientes com prejuí­zo cognitivo leve receberam 200 mg de resveratrol por dia ou placebo por 26 semanas. Após esse perí­odo, observou-se que o grupo que recebeu o resveratrol diminuiu mais a hemoglobina glicada (melhorando o controle da glicemia), preservou o volume do hipocampo (região do cérebro importante para a memória) e melhorou a conectividade funcional do hipocampo em estado de repouso. Vale destacar que ensaios maiores e com um tempo de intervenção mais longo devem ser realizados para determinar se esses benefícios podem ser validados e estendidos à  função cognitiva. Na dúvida, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Ovo e Cognição

O ovo é um assunto recorrente aqui no Nutrir com Ciência. Quer mais um motivo para o consumo de ovo? Esse artigo publicado esse ano acompanhou 2497 homens de 42-60 anos por quase 22 anos e avaliou se o consumo de ovo influenciava em testes para avaliar a cognição. Após os quase 22 anos de acompanhamento, 337 homens foram diagnosticados com demência e 266 foram diagnosticado com doença de Alzheimer. Após realizar testes de cognição e associar os resultados com o consumo de ovo, os autores perceberam que quem consumia mais ovo tinham uma melhor performance em 3 testes cognitivos realizados! Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Probióticos

Já falamos várias vezes aqui no Nutrir com Ciência a importância da saúde intestinal para a saúde humana. Uma das formas de melhorar a saúde intestinal é a suplementação com probióticos. Nessa publicação de abril de 2017, os autores concluem que o uso diário de probióticos é seguro e que vai muito além da saúde intestinal e da melhora do sistema imunológico. Dentre os outros vários benefícios que os probióticos podem proporcionar, destacam-se:

  • Melhora da síndrome metabólica, auxiliando na melhora/prevenção da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares;
  • Melhora e prevenção de doenças neuropsiquiátricas;
  • Possível ação anticâncer e antimutagênica.

Procure um nutricionista para avaliar a sua necessidade de prescrição de probióticos!

Serotonina e escolha alimentar

A serotonina, um neurotransmissor conhecido por melhorar o humor, também tem sido implicada na promoção do autocontrole, regulação da fome e da ingestão calórica. Contudo, não está claro se os efeitos da serotonina sobre a ingestão calórica refletem mecanismos puramente homeostáticos ou se a serotonina também modula os processos cognitivos envolvidos na tomada de decisões dietéticas. Nesse estudo pulicado em 2017 foi avaliado justamente isso! 27 participantes saudáveis receberam dose aguda de placebo ou dois medicamentos: um que aumenta serotonina, e outro que aumenta noradrenalina. Entre 1h30 – 3h após a administração das cápsulas, os participantes tiveram que realizar escolhas alimentares, sendo que estavam disponíveis alimentos mais saudáveis e alimentos menos saudáveis. Após análise estatística, foi demonstrado que os indivíduos que ingeriram o medicamento que aumenta a serotonina tiveram escolhas por alimentos mais saudáveis do que as pessoas que tomaram o placebo. Além disso, após a justificativa da escolha, as pessoas que ingeriram o medicamento que aumenta a serotonina deram ênfase nas considerações de saúde na hora da tomada de decisão. Por outro lado, quem tomou o medicamento que aumentou a noradrenalina, não teve alteração na escolha alimentar quando comparada com o placebo. Ou seja, a serotonina pode ajudar o indivíduo na escolha alimentar, diminuindo o risco de escolher alimentos menos saudáveis. Vale destacar que, embora o estudo tenha utilizado medicamento para aumentar a serotonina, através da alimentação e suplementação também conseguimos estimular a síntese desse neurotransmissor (com menor eficiência mas com menos efeito colateral)! Procure um nutricionista para orientá-lo sobre essas estratégias nutricionais!