Riboflavina e enxaqueca

A fisiopatologia da enxaqueca é complexa e envolve várias questões. Dois pontos envolvidos na enxaqueca e que tem relação com nutrição é o estresse oxidativo e a inflamação. Dessa forma, estratégias que controlam o estresse oxidativo e a inflamação têm sido estudadas para auxiliar no tratamento da enxaqueca. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores levantam os principais achados clínicos e pré-clínicos que associam a vitamina B2 (riboflavina) e a enxaqueca. Avaliando os mecanismos de ação, diversos estudos em animal sugerem a capacidade de vitamina B2 em diminuir o estresse oxidativo, melhorar a função da mitocôndria e diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, existem alguns estudos clínicos que demonstram que a suplementação com doses altas de riboflavina (normalmente 200 – 400 mg/dia) pode auxiliar no tratamento da enxaqueca. Porém, ainda existe a necessidade de mais estudos clínicos. Por isso, ainda não podemos afirmar que essa dose alta de riboflavina vai ser interessante em todos os casos de enxaqueca. Procure um nutricionista para avaliar individualmente o seu caso.

Cerveja e menopausa

O período de transição para menopausa é associado à vários sintomas desconfortáveis. A maior parte dos sintomas está associado à queda do estradiol. Dessa forma, uma das formas de tentar melhorar os sintomas é trabalhando com fitoestrógenos. Um dos fitoterápicos que tem ação de fitoestrógeno é o Humulus lupulus (o famoso lúpulo usado para fazer cerveja). Mas será que o consumo de cerveja pode melhorar sintomas de menopausa? Nesse estudo clínico publicado agora em 2021 (com um número pequeno de mulheres), investigou justamente isso. Um total de 37 mulheres foram divididas em 3 grupos: um grupo tomou 330 mL/dia de cerveja com álcool, outro grupo tomou 660 mL de cerveja sem álcool e o último grupo não bebeu cerveja. Após 6 meses, foi observado que os grupos que tomaram cerveja com álcool e cerveja sem álcool reduziram mais a severidade dos sintomas da menopausa. Porém, vale destacar que o estudo foi feito com poucas mulheres e que o consumo de bebida alcoólica também pode trazer consequências maléficas. Por isso, procure um nutricionista para avaliar o seu caso para ver se você pode ou não fazer esse consumo.

Triglicerídeos e cognição

Se você me acompanha a mais tempo já deve ter percebido que o assunto cognição é bem recorrente por aqui. Primeiro porque a área da neurociências é uma das minhas especialidades. Segundo porque surgem cada vez mais estudos mostrando a relação entre nutrição e saúde cerebral. Nessa revisão agora de 2021, os autores exploram a relação entre os níveis de triglicerídeos e o prejuízo cognitivo. Os autores mostram alguns estudos clínicos que associam aumento dos níveis de triglicerídeos e declínio cognitivo, independente de outros fatores de risco cardiovascular. Além disso, os autores sugerem dois prováveis mecanismos: aumento de triglicerídeos ocasionando uma disfunção na barreira hemato-encefálica (BHE) e alterando o metabolismo da beta-amiloide. Vale destacar que essas duas questões estão associadas ao declínio cognitivo e a fisiopatologia da doença de Alzheimer. Embora ainda sejam necessários mais estudos para termo uma real certeza do impacto, pensar em melhorar o estilo de vida e ajustar a alimentação para controlar os níveis de triglicerídeos é muito importante. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Suco de cereja e pressão arterial

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A hipertensão arterial é comum entre os Brasileiros. Mas você sabia que suco de cereja rico em antocianinas pode ajudar a diminuir a pressão arterial? Nesse estudo piloto publicado agora em 2016 com 6 indivíduos adultos e 7 indivíduos idosos foi dado 300 mL de suco de cereja em uma única dose ou dividido em 3 vezes de 100 mL (0, 1 e 2h). A pressão arterial foi aferida no tempo 0, 2 e 6 horas após a ingestão do suco. De forma interessante, foi demonstrado que 300 mL de suco de cereja (dado em uma única dose) diminuiu a pressão arterial sistólica, a pressão diastólica e a frequência cardíaca 2 horas após a ingestão do suco (tanto em jovens quanto em idosos), retornando as valores normais 6 horas após. Por outro lado, dar 300 mL do suco de cereja dividido em 3 doses não demonstrou efeito significativo na pressão arterial. Além disso, após análise sanguínea, foi observado aumento de seis ácidos fenólicos, que são os possíveis responsáveis pela melhora da pressão arterial proporcionada pelo suco de cereja. Em jovens, o composto que mais aumentou foi o ácido cafeico. Já em idosos, o maior aumento foi o ácido cumárico. Vale destacar que foi um estudo pequeno, logo, mais estudos são necessários para melhor esclarecer esses efeitos do suco de cereja. Mas de qualquer forma, a cereja é uma ótima opção de fruta para inserir na dieta! Aproveite que estamos na época dessa fruta!! Na dúvida, consulte seu nutricionista!