Ômega-3 e massa muscular

O declínio músculo-esquelético é comum em alguns idosos. O risco de sarcopenia (perda de massa e função muscular) durante o envelhecimento pode aumentar o risco de quedas, fraturas e até hospitalização e morte. Por outro lado, alguns ácidos graxos parecem ter função importante para o músculo. Um dos nutrientes que está sendo estudado é o ômega-3. Nessa meta-análise publicada agora em 2020, os autores avaliaram o efeito o ômega-3 no ganho de massa muscular em idosos. Após avaliar 10 estudos, as análises estatísticas demonstraram que doses acima de 2 g/dia de ômega 3, em especial se for usada por mais de 6 meses, pode ajudar no ganho de massa muscular de idosos, além de melhorar a velocidade da caminhada. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Microbiota e longevidade

O envelhecimento é determinado por uma interação complexa entre fatores ambientais e genéticos. Cada vez mais evidências sugerem que o microbioma intestinal está no centro de muitas mudanças associadas à idade, incluindo desregulação do sistema imunológico e suscetibilidade à doenças. E foi isso que essa revisão de 2020 abordou: a relação entre microbioma, envelhecimento e longevidade. Depois de avaliar 27 estudos, os autores colocam que o envelhecimento pode estar associado à alteração na microbiota intestinal e sugerem que a longevidade pode estar caracterizada por um aumento na flexibilidade e estabilidade da microbiota intestinal. Além disso, os autores também colocam que a microbiota intestinal pode, por vários mecanismos, interagir com vias metabólicas, influenciando em processos relacionados ao envelhecimento. Por fim, lembre-se que a alimentação é um dos fatores que pode modular a microbiota. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Dieta e artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica. Ela é caracterizada por edema articular, sensibilidade articular, destruição das articulações sinoviais e inflamação sistêmica, causando, em última análise, incapacidade grave e maior risco de mortalidade prematura. Das estratégias não farmacológicas que estão sendo estudadas, podemos destacar a alimentação. Nessa revisão de 2020 os autores avaliaram o impacto da alimentação na inflamação e no intestino e esses efeitos na artrite reumatoide. Os autores colocam que uma dieta rica em ômega-3, polifenois, fibras e probióticos ajudam a diminuir a inflamação sistêmica e a modular a microbiota, ajudando a melhorar a função barreira do intestino. Isso por sua vez, pode ajudar a diminui alguns sintomas da artrite reumatoide. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e sono em gestante

Estima-se que quase 50% das gestantes têm piora na qualidade do sono, em especial no terceiro trimestre. Uma baixa qualidade do sono, além de trazer cansaço, pode estar aumentar o risco de outros problemas, incluindo maior risco de nascimento prematuro. Enquanto que uma boa qualidade do sono está associado a um melhor score Apgar (que serve para avaliar a vitalidade de recém-nascidos no primeiro e no quinto minuto de vida). Se você me acompanha por aqui, com certeza já sabe que a alimentação pode impactar na qualidade do sono. De modo bem interessante, esse artigo de 2020 avaliou a qualidade do sono de gestantes na 16ª semana e na 34ª semana de gestação e analisou o impacto de uma aderência à dieta do mediterrâneo e de alguns alimentos específicos. Após análises, foi observado que um maior consumo de frutas melhorou a qualidade do sono na 16ª semana. Além disso, um maior consumo de azeite de oliva extra virgem e uma maior aderência à dieta do mediterrâneo foram capazes de melhorar a qualidade do sono tanto na 16ª semana quanto na 34ª semana de gestação. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure o seu para uma orientação mais individualizada.

Matcha e cognição

O matcha é derivado da Camellia sinensis (chá verde), porém com cultivo e processamento um pouco diferente. Sua constituição inclui: catequinas, polifenóis, luteína, teanina, vitamina K, cafeína, etc. Nesse estudo realizado com pessoas idosas foi utilizado o 3 g do pó do Matcha por 12 semanas e avaliado efeitos na cognição desses indivíduos. Após análises estatística, observou-se que as mulheres que usaram o Matcha melhoraram a performance cognitiva, mas isso não foi observado nos homens. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Alimentação e osso

A fratura óssea está associada a maior risco de morbidades e mortalidades. Vários nutrientes são importantes para a saúde óssea. Mas além de ingerir esses nutrientes de forma adequada, o padrão alimentar também é importante. E não basta comer bem mas sempre os mesmos alimentos. Nesse estudo agora de 2020 os autores avaliaram o impacto de ter uma variedade alimentar no risco de fratura de homens e mulheres de 40-60 anos ou acima de 60 anos. Após análises, homens acima de 40 anos e que tem uma diversidade alimentar tem menor risco de fraturas. Já as mulheres, aquelas entre 40-60 anos também foi observado o mesmo benefício de uma maior diversidade alimentar. Porém, nas mulheres acima de 60 anos, a variação alimentar não teve efeito significativo no risco de fraturas (o que não significa que variar a alimentação não seja importante para outras questões). E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Índice glicêmico e cognição

O assunto alimentação e cognição é um assunto recorrente por aqui. Já mostrei vários artigos que associam a alimentação com melhora ou piora da cognição. Nesse estudo agora de 2020 os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos portadores do alelo APOE4. Em torno de 15% da população possui o alelo APOE4 e isso aumenta em cerca de 3 vezes o risco de ter doença de Alzheimer. Por esse motivo, os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos com esse alelo. E o que foi observado foi que fazer refeições com alto índice glicêmico piora questões cognitivas, em especial a memória visual, memória episódica e cognição global nesses idosos. Ou seja, ajustar a alimentação para diminuir o índice glicêmico pode ser um dos pontos quando pensamos em prevenir o declínio cognitivo em pessoas com alto risco de desenvolver o Alzheimer. E lembre-se, o profissional mais adequado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

DHA e cérebro do bebê

O ácido docosahexaenoico (DHA) é um ácido graxo poli-insaturado da família do ômega-3. Sua ingestão é de extrema importância durante a gestação. Um dos pontos que ele é importante é para o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro do bebê. E foi justamente sobre isso que essa revisão agora desse ano abordou. O DHA é importante para a neurogênese (formação de neurônios), plasticidade sináptica (“comunicação entre os neurônios”), para a transdução de sinal no cérebro, para a maturação dos astrócitos (uma célula da glia importante para a nutrição do cérebro e para o funcionamento geral do cérebro), para o metabolismo e captação adequada de glicose, para diminuir a inflamação, entre outras funções. Além disso, o DHA também é importante para o desenvolvimento adequado da placenta. Baixos níveis de DHA durante a gestação podem aumentar o risco de dificuldade na aprendizagem e problemas de cognição no bebê. Por isso, ajustar os níveis de DHA (alimentação + suplementação) é muito importante durante a gestação. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Cafeína e oxidação de gordura

Vários estudos sugerem que a cafeína pode ajudar na oxidação (“queima”) de gordura durante o exercício físico. Porém, alguns estudos são contraditórios. Essa meta-análise publicada agora em 2020 avaliou justamente isso. Após avaliar 19 estudos, observou-se que SIM, a ingestão de cafeína de forma aguda ajuda a queimar gordura durante o exercício físico. Porém, para exercer esse efeito, é necessário pelo menos 3,0 g/kg de peso. Além disso, esse efeito é mais significativo em pessoas sedentárias do que em pessoas bem treinadas. De acordo com seu peso, essa dose pode ser alcançada via alimento (ex.: café) ou via suplemento. Porém, um ponto bem importante: sabemos que a cafeína não faz bem para todas as pessoas. Existem polimorfismos relacionados a cafeína que devem ser levados em consideração. Então, antes de sair tomando dose alta de cafeína, procure um bom Nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Ferro, humor e cognição

Tanto o excesso quanto a deficiência do ferro podem ocasionar problemas para a saúde, incluindo problemas para o cérebro. Porém, a deficiência de ferro acaba sendo comum em alguns idosos. De forma interessante, nesse estudo publicado esse ano, foi avaliado o impacto de um baixo status de ferro em sintomas depressivos e piora de cognição em idosos. E adivinhem? Após análises estatística, foi demonstrado que os idosos que tinham um baixo status de ferro, tinham mais sintomas depressivos e pior memória. Por isso, ajustar a ingestão de ferro via alimentar é bem importante. É válido mencionar que o excesso de ferro também pode causar problemas para o cérebro. Por isso, é sempre importante avaliar cada caso individualmente. Só alimentação é suficiente? Precisa suplementar? Quanto suplementar? Por quanto tempo suplementar? Isso tudo tem que ser avaliado de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.