A anorexia nervosa é uma combinação de baixo peso corporal, distorção de imagem corporal e medo de ganhar peso. Esse problema gera consequências somáticas e endócrinas graves, incluindo amenorreia (falta de menstruação), baixa leptina, baixo hormônio tireoidiano, aumento de cortisol, etc. Embora várias questões podem estar associadas à anorexia nervosa, estudos recentes têm investigado o papel da microbiota intestinal. E é justamente sobre isso que essa revisão de 2020 aborda. A microbiota intestinal influencia em efeitos somáticos, como extração de energia dos alimentos e ganho de peso corporal, bem como no apetite, permeabilidade intestinal, inflamação e comportamentos psicológicos como depressão e ansiedade, todos os quais desempenham papéis importantes na anorexia nervosa. Por outro lado, a restrição nutricional e a alimentação seletiva dos pacientes com anorexia nervosa também acaba por influenciar na microbiota intestinal, já que a nutrição tem um papel importantíssimo na modulação do intestino e da microbiota. Ou seja, acaba virando um “ciclo vicioso”. Por esse motivo, algumas pesquisas estão investigando o papel de suplementos nutricionais que poderiam modular a microbiota, como o ômega-3, como uma estratégia para auxiliar no tratamento da anorexia nervosa. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, procure por um bom nutricionista para avaliar seu caso.
Category: Ciência
Ômega-3 e esteatose
A prevalência da esteatose hepática não alcoólica está aumentando nos últimos anos. Vários fatores influenciam nessa doença, incluindo fatores genéticos, metabólicos, ambientais, microbiota intestinal, etc. Uma das estratégias que está sendo estudada para esteatose hepática não alcoólica é o ômega-3. Nessa revisão sistemática e meta-análise os autores investigaram justamente isso. Após analisar estudos que usaram suplementação de ômega-3 em pacientes com esteatose hepática não alcoólica, os autores demostraram que o ômega-3 ajudou na diminuição de gordura no fígado, melhorou o perfil lipídico e a obesidade desses pacientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
GLP-1 e estresse
O GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon 1) é um peptídeo produzido pelas células L-enteroendócrinas, presentes no intestino. Mas também pode ser produzido no pâncreas e no cérebro. Seus principais estudos estão relacionados com controle de glicemia / diabetes, controle de fome/saciedade e obesidade. Mas seus efeitos no cérebro vão além disso. Nessa revisão de 2020 os autores abordam os efeitos do GLP-1 na modulação do estresse. A principal produção de GLP-1 no cérebro ocorre no núcleo do trato solitário (localizado no bulbo). O GLP-1 produzido dentro do cérebro vai agir, em especial, no hipotálamo, em regiões do sistema límbico e em neurônios do sistema nervoso autônomo. Além disso, o GLP-1 produzido pelas células endócrinas do intestino também consegue exercer ações cerebrais, através de comunicação via nervo vago. Nas regiões cerebrais, o GLP-1 pode agir por diversos mecanismos de ações e vias de sinalização, contribuindo para modular a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (eixo ativado durante o estresse) e modular a ativação do sistema nervoso simpático (também associado ao estresse). Além disso, a ação do GLP-1 no controle da fome/saciedade e a ação no sistema límbico (de recompensa) vão auxiliar no controle do comportamento alimentar e, por sua vez, isso também pode influenciar em vias do estresse. Ou seja, o GLP-1 parece agir como um neuromodulador. Por isso, pensar em estratégias para aumentar GLP-1 pode ser interessante. E adivinhem? A nutrição pode ajudar nisso. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!
Café e cérebro
O consumo de café tem sido estudado para várias doenças neuropsiquiátricas. Em algumas delas o café parece diminuir o risco de desenvolver a doença. Em outras o café parece aumentar o risco. Nos últimos anos, alguns estudos também estão demostrando efeitos diferentes de acordo com o sexo. E foi sobre isso que essa revisão agora de 2020 abordou. Após analisar vários artigos, os autores separam os efeitos de acordo com o problema neuropsiquiátrico:
– Acidente vascular cerebral (AVC): ingestão de cafeína é protetora. Maior efeito em mulheres do que em homens.
– Distúrbios do sono: cafeína aumenta o risco de piora no sono. Efeito parecido entre homens e mulheres.
– Demência: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em mulheres.
– Doença de Parkinson: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em homens.
– Depressão: na vida adulta, cafeína diminui risco de depressão em mulheres. Na adolescência, cafeína aumenta o risco de depressão, principalmente em homens.
Entretanto, ainda são necessários mais estudos. Além disso, vale destacar que existem polimorfismos envolvidos na metabolização da cafeína e que isso pode influenciar no efeito. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Polifenois e RI
A resistência à insulina (RI) é caracterizada pelo prejuízo da responsividade da insulina em alguns tecidos. Essa perda de função da insulina acaba aumentando a glicemia e gerando inflamação e estresse oxidativo. E, por isso, pode predispor à outros problemas, incluindo diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Vários fatores podem contribuir para a RI, incluindo obesidade, alteração no metabolismo lipídico, disbiose, inflamação crônica, falta de exercício físico, etc. Por outro lado, algumas questões alimentares parecem ajudar a diminuir a RI. Entre elas, os polifenóis estão sendo estudados. Nessa revisão agora de 2020, os autores abordam os principais polifenóis que estão mostrando resultados benéficos na diminuição da RI. Primeiramente os autores comentam de estudos que mostram que o aumento de flavonoides gerais na dieta e ter uma alimentação mais saudável, com mais frutas, verduras, grão integrais, e, por consequência, com mais polifenóis, diminui o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Pensando em polifenóis específicos (consumidos via alimento), os autores colocam estudos trazendo benefício dos seguintes polifenóis: epicatequinas (presentes no cacau), EGCG (chá verde), antocianinas (frutas vermelha / roxas), compostos fenólicos (café e azeite de oliva), estilbenos/resveratrol (uva, mirtilo) e polifenóis das oleaginosas. Porém, ainda existem resultados controversos. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.
Citicolina e cérebro
A citicolina é um composto químico endógeno, cuja degradação origina a citidina e a colina. Estudos sugerem propriedades neuroprotetoras dessa substância. A citicolina parece aumentar sirtuínas, modular neurotransmissores e diminuir inflamação e estresse oxidativo. Mas o que temos de estudos avaliando sua funcionalidade? Para qual situação neurológica ela serviria? Essa revisão sistemática abordou justamente isso. Após avaliar 44 estudos, os autores colocam que a citicolina parece ser interessante pensando em prevenção da progressão de demências, além de melhorar funções cognitivas em pacientes saudáveis. Além disso, a citicolina também tem sido estudada para melhorar o prognóstico após acidente vascular cerebral (AVC). Entretanto, ainda são necessários mais estudos em humanos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Taurina e DCV
A taurina é um aminoácido que não forma proteínas. Por outro lado, ele traz vários benefícios para a saúde. Nessa revisão publicada em 2020 os autores revisaram o papel da taurina na saúde cardiovascular. Os autores colocam que a taurina exerce efeitos anti-inflamatórios que melhoram o diabetes e o sistema cardiovascular. Os estudos em humanos variam de 100 até 6000 mg/dia de taurina e mostram diminuição de inflamação, melhora de vasodilatação, diminuição de pressão arterial, diminuição da agregação plaquetária, melhora de perfil lipídico, entre outras questões que poderiam contribuir para a saúde cardiovascular. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Kiwi ou vitamina C?
Kiwi é uma fruta rica em vitamina C, porém, além de vitamina C, essa fruta possui outros nutrientes e fitoquímicos. De como interessante, esse estudo resolveu comparar o consumo de 2 kiwis por dia com suplementação de vitamina C (na mesma quantidade presente no kiwi) em adultos com níveis mais baixos de vitamina C no plasma. E observem como a alimentação é importante: pacientes que ingeriram a fruta melhoraram o humor e o bem-estar, ao passo que quem tomou apenas a vitamina C suplementada não obteve esse resultado. Ou seja, a alimentação foi mais benéfica do que o suplemento. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Fibra e depressão
A ingestão adequada de fibra dietética tem impacto na comunicação intestino-cérebro e acaba impactando na saúde mental. Nesse estudo realizado com quase 3000 mil adultos foi investigado a ingestão de fibra de vários tipos de alimentos e visto a relação com depressão. Após análises, foi visto que uma maior ingestão de fibras vindas de cogumelos e algas marinhas foi inversamente associada a mais sintomas depressivos, ou seja, quanto maior a ingestão, menos sintomas depressivos as pessoas tinham. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Metal pesado e síndrome metabólica
A síndrome metabólica é uma condição patológica caracterizada por obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. Várias questões ambientais podem influenciar na síndrome metabólica, incluindo alimentação, exercício físico, sono, etc. Outro ponto que está sendo investigado, é a associação de síndrome metabólica e metal pesado. E foi isso que esse estudo clínico com mais de 2400 pacientes avaliou. Após análises, foi observado que o aumento de cobre e níquel urinários foi associado a mais risco de síndrome metabólica. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!