Magnésio e dor de cabeça

Se você me acompanha por aqui já deve saber que várias estratégias nutricionais podem ajudar nas dores de cabeça e enxaqueca. Uma das estratégias de que mais gosto é o magnésio. Nessa revisão, os autores investigam o papel do magnésio nas dores de cabeça/enxaqueca, bem como sua efetividade. Pensando em mecanismo de ação, o magnésio consegue agir em vários mecanismos fisiopatológicos envolvidos no aparecimento da enxaqueca, incluindo: age diminuindo o receptor NMDA (diminuindo glutamato), diminui os níveis de CGRP (peptídeo associado com enxaqueca), influencia na produção de óxido nítrico e impede a vasoconstrição induzida pela serotonina. Pensando em efetividade, temos vários estudos mostrando que doses variadas de suplementação podem ajudar no alívio da dor. É bom lembrar que vários alimentos possuem magnésio e, assim, as doses de suplementação podem variar de acordo com a alimentação da pessoa. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Dieta e menarca

A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 – 12,8 anos, dependendo da etnia) pode estar associada a um risco aumentado de algumas doenças, incluindo alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Mas você sabia que várias questões ambientais podem aumentar o risco dessa menarca precoce? E uma dessas questões ambientais é a alimentação e a quantidade de alguns macronutrientes. De forma bem interessante, essa meta-análise publicada agora de 2020 observou que alguns macronutrientes aumentam o risco e outros diminuem o risco de menarca precoce. Após análises, foi observado que uma dieta com aumento de calorias, aumento de ingestão proteica (em especial proteína animal) e aumento de PUFAs (ácidos graxos poli-insaturados, que incluem a família do w6 e w3) aumentam o risco de menarca precoce. Por outro lado, aumento de fibras e de MUFAs (ácidos graxos monoinsaturado, que incluem a gordura do azeite de oliva, abacate, etc) diminuem o risco de menarca precoce. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Leite e Parkinson

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente. Alguns estudos têm avaliado a associação da alimentação com o risco ou prevenção do Parkinson.  Nesse estudo, foi avaliado dados de mais de 81 mil adultos “acompanhados” por quase 15 anos, e foi investigado o papel do leite no risco de desenvolver a doença de Parkinson. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais leite (> 40 mL/dia) tiveram mais risco de desenvolver essa doença neurodegenerativa. Porém, essa associação foi fraca e não foi observado uma dose-resposta (ou seja, acima de 40 mL não se observa diferença entre doses de consumo). Além disso, os autores demonstraram que o leite fermentado não foi associado com aumento no risco. Ou seja, nem todo leite é igual. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai avaliar o seu caso e saber se existe a necessidade de retirar ou não o leite da sua dieta.

 

Comer rápido e glicemia

Estudos epidemiológicos sugerem que comer rápido pode estar associado a mais risco de diabetes e obesidade. Nesse estudo de 2020, os autores avaliaram o impacto de comer rápido (10 minutos) ou comer mais lento (20 minutos) na glicemia. Após análises, foi observado que quando as pessoas comiam mais rápido, ocorria mais “excursões glicêmicas”, que é quando a glicemia sai do seu valor considerado normal. Ou seja, mais um benefício de fazer refeições com calma! É fácil? Não. Mas é questão de praticar.

 

Vinho e intestino

O consumo de vinho tinto ainda é polêmico na ciência. Alguns estudos sugerem possíveis benefícios à saúde. Por outro lado, o consumo de álcool também pode ser prejudicial. Nesse estudo publicado agora em 2020, os autores avaliaram o efeito do consumo moderado de vinho tinto seco em questões intestinais. Para isso, eles deram 250 mL/dia por 4 semanas de vinho tinto seco (pinot noir com 12% de álcool) em voluntários saudáveis. Após esse tempo, foi analisado as fezes dessas pessoas e foi observado que o consumo moderado de vinho diminuiu a “citotoxicidade da água fecal”. Além disso, observou-se uma relação inversa entre essa citotoxicidade e o conteúdo de ácidos graxos de cadeia curta e ácidos fenólicos. Isso sugere que talvez, o consumo moderado de vinho, possa trazer algum benefício ao intestino. Porém, temos algumas ressalvas: 1) existe a necessidade de estudos maiores; 2) o estudo foi apenas com pessoas saudáveis; 3) o álcool também pode trazer malefícios, em especial ao fígado. Por isso, antes de sair tomando vinho todos os dias, procure um nutricionista para avaliar seu caso e ajustar o consumo individual.

Ferro e retinopatia diabética

O ferro é um mineral que podemos observar problemas tanto na deficiência quanto no excesso. Uma das doenças que o ferro tem sido estudado é na retinopatia diabética, que é uma das principais causas de cegueira no mundo. Porém, os estudos são a maior parte em animal e colocavam que o ferro acelerava o aparecimento da retinopatia diabética. Porém, esse estudo feito com mais de 5000 pessoas demonstrou resultados controversos. Após comparar pacientes com retinopatia diabética com pacientes controle (sem a doença), observou-se que o ferro sérico estava mais baixo nos pacientes com a doenças. Os autores também analisaram a correlação e viram que o ferro sérico foi inversamente associado com a retinopatia diabética, ou seja, quanto mais ferro, menos retinopatia. Porém, vale destacar que esse foi o primeiro estudo de demostrou isso e que mais estudos ainda são necessários. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

 

Flavonoides e emagrecimento

Nem só de “contar calorias” vive o emagrecimento. A qualidade da dieta também tem um impacto muito importante quando pensamos em diminuir a obesidade. Nessa revisão de 2020 os autores destacam o papel dos flavonoides (encontrados em frutas, verduras, especiarias, chocolate amargo, etc) no tratamento da obesidade. De modo muito interessante, temos vários motivos pelos quais esses flavonoides ajudam na obesidade. Os motivos de maior destaque são: age no intestino (reduz inflamação, melhora microbiota, melhora permeabilidade intestinal); age no cérebro (diminuindo inflamação e controlando o comportamento alimentar); age no fígado (melhorando a sinalização da insulina, reduzindo inflamação e estresse oxidativo); e age no tecido adiposo (controlando a inflamação e podendo influenciar no estoque de lipídio e metabolismo dessas células). Não sabe como ter uma dieta rica em flavonoides? Procure um bom Nutricionista.

 

Probióticos, ômega-3 e inflamação

Uma inflamação de baixo grau crônica está associada a um risco aumentado de várias doenças, incluindo diabetes, obesidade, doenças neurológicas/psiquiátricas, doenças cardiometabólicas, etc. Essa inflamação pode ser oriunda de diversos locais, mas um destaque se faz para o papel do intestino. Enquanto uma má alimentação contribui para gerar uma disbiose, aumento de permeabilidade e mais inflamação intestinal e sistêmica, melhorar a alimentação e alguns suplementos podem auxiliar na melhora dessa inflamação. Esse artigo de revisão aborda o papel dos probióticos e do ômega-3 na inflamação. Os probióticos vão melhorar a diversidade da microbiota intestinal, melhorar a função barreira do intestino e, dessa forma, diminuir a permeabilidade do intestino, translocando menos LPS (que é um dos responsáveis por gerar essa inflamação de baixo grau). O ômega-3, além de conseguir modular o intestino e diminuir a inflamação local, também pode modular o sistema imunológico e vias de inflamação, diminuindo também a inflamação sistêmica. Sendo assim, por reduzir a inflamação, o uso de probióticos e de ômega-3 podem ser interessantes em várias situações e doenças. Procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Zinco e reprodução

Que o zinco é importante para a fertilidade masculina isso já sabemos há muitos anos. Mas hoje, também sabemos que o zinco é importante para o sistema reprodutor feminino. Na deficiência de zinco ocorre aumento de inflamação, estresse oxidativo, piora de controle glicêmico e anormalidades ovarianas. E isso são fatores que afetam a reprodução de mulheres. Além disso, temos alguns estudos mostrando benefícios do zinco na melhora de cólicas menstruais, sintomas de TPM, melhora de parâmetros da síndrome do ovário policístico (em especial naquelas que tem resistência à insulina e alterações lipídicas).  Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Então antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina K e glicemia

Ajuste alimentar é essencial para melhorar o controle glicêmico e diminuir o risco de ter diabetes ou resistência à insulina. Além disso, vários nutrientes podem ser interessantes. O que pouca gente não sabe é que a vitamina K pode ser um desses nutrientes que auxiliam no controle glicêmico. Nessa revisão agora de 2020, os autores mostram vários dados que corroboram com a ideia de que a vitamina K possa ajudar a diminuir o risco de diabetes e melhorar a resistência à insulina. Dos possíveis mecanismos de ação, os autores comentam sobre o papel da vitamina K em prevenir inflamação, o papel na vitamina K na modulação de proteínas que dependem dessa vitamina e um possível efeito insulinotrópico. Porém, ainda são necessários mais estudos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!