Ultraprocessados e diabetes

Produtos ultraprocessados são produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Alguns exemplos incluem: refrigerantes, biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote” e “macarrão instantâneo”. É comum os alimentos ultraprocessados terem um perfil de nutrientes que está associado com risco de algumas doenças, como alta quantidade calórica, alta quantidade de açúcar, gordura saturada, gordura trans, sal, etc. Além disso, é comum terem baixa quantidade de fibras, vitaminas e minerais. Nessa meta-análise publicada agora em dezembro de 2021, os autores avaliaram a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de diabetes mellitus tipo 2. Após avaliar 5 estudos com mais de 230 mil adultos foi evidenciado que um maior consumo de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de diabetes mellitus tipo 2. Além disso, foi observado que a cada 10% de aumento no consumo desses alimentos, ocorria um aumento de 15% no risco de diabetes tipo 2. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Coenzima Q10 e enxaqueca

Essa semana o assunto está sendo enxaqueca por aqui. No post de terça-feira comentei que o estresse oxidativo é um dos fatores que está envolvido na fisiopatologia da enxaqueca. Por outro lado, uma das substâncias antioxidantes que temos no nosso corpo é a coenzima Q10. Ela é importante para a síntese de energia dentro da mitocôndria e para o funcionamento adequado dessa organela, diminuindo a formação de espécies reativas de oxigênio. Por esse motivo, vários estudos têm investigado o efeito da suplementação com coenzima Q10 no tratamento da enxaqueca. Mas será que funciona? Essa meta-análise publicada agora em 2021 investigou justamente isso. Após analisar 6 estudos, foi observado que a suplementação de coenzima Q10 reduz a duração e a frequência dos ataques de enxaqueca após seis semanas de suplementação. Porém não reduziu a severidade da enxaqueca. Vale a pena destacar que as doses variaram entre os estudos, com a maior parte dos estudos (n = 4) utilizando doses de pelo menos 400 mg/dia de coenzima Q10. Porém, ainda não se pode afirmar que essa dose é a mais eficaz. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Riboflavina e enxaqueca

A fisiopatologia da enxaqueca é complexa e envolve várias questões. Dois pontos envolvidos na enxaqueca e que tem relação com nutrição é o estresse oxidativo e a inflamação. Dessa forma, estratégias que controlam o estresse oxidativo e a inflamação têm sido estudadas para auxiliar no tratamento da enxaqueca. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores levantam os principais achados clínicos e pré-clínicos que associam a vitamina B2 (riboflavina) e a enxaqueca. Avaliando os mecanismos de ação, diversos estudos em animal sugerem a capacidade de vitamina B2 em diminuir o estresse oxidativo, melhorar a função da mitocôndria e diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, existem alguns estudos clínicos que demonstram que a suplementação com doses altas de riboflavina (normalmente 200 – 400 mg/dia) pode auxiliar no tratamento da enxaqueca. Porém, ainda existe a necessidade de mais estudos clínicos. Por isso, ainda não podemos afirmar que essa dose alta de riboflavina vai ser interessante em todos os casos de enxaqueca. Procure um nutricionista para avaliar individualmente o seu caso.

Azeite de oliva e saúde da mulher

O azeite de oliva é um alimento cujas propriedades vêm sendo estudadas desde o século VII a.C. Ele é um dos alimentos mais estimulados na “dieta do mediterrâneo”, já que cerca de 70% de todo o azeite de oliva é produzido pelos países do mediterrâneo.  O azeite de oliva é constituído predominantemente de ácido oleico (considerado um ácido graxo monoinsaturado – que deveria ser o principal ácido graxo consumido na dieta). Além disso, o azeite de oliva extravirgem possui inúmeros polifenóis, incluindo hidroxitirosol, oleuropeína. O azeite de oliva e seus polifenóis estão sendo estudados para vários benefícios à saúde. De modo interessante, esse estudo de 2021 investigou o papel desse alimento na saúde da mulher. Os autores colocam vários estudos em animais e humanos que investigam o papel do azeite de oliva e/ou de seus polifenóis no câncer de mama, câncer de ovário, osteoporose pós-menopausa e para controle de glicemia e dislipidemia nas mulheres pós-menopausa. E lembre-se que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure o seu para avaliar a quantidade de azeite de oliva que é interessante usar para o seu caso.

Vitamina D e Alzheimer

A vitamina D tem inúmeros papéis para o organismo humano. No cérebro, a vitamina D influencia em muitos processos celulares envolvendo neurônios e as células da glia. Além de exercer efeito anti-inflamatório, reduzir estresse oxidativo e ter um efeito neuroprotetor, a vitamina D também parece influenciar no clearance (limpeza) da placa beta-amiloide (um dos achados da fisiopatologia da doença de Alzheimer). Por esse motivo, a vitamina D está sendo estudada para a doença de Alzheimer. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores colocam algumas evidências que sugerem que baixos níveis de vitamina D podem estar associados com o início e a progressão do Alzheimer. Porém, ainda existem dados controversos e por isso, segundo os autores, ainda não podemos afirmar que isso seja verdadeiro ou estabelecer algum valor para a vitamina D. Mas uma coisa é certa, como ela possui tantas funções, é importante não estar com deficiência de vitamina D. E lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Frutas, vegetais e osteoporose

A osteoporose é uma das doenças que acomete os idosos. A dieta é um fator de risco central modificável para a osteoporose. Dentre várias questões nutricionais, a maior ingestão de frutas e vegetais, recomendada como parte de uma dieta saudável, tem sido associada a uma melhor saúde óssea. De modo interessante, esse estudo clínico publicado agora em 2021 investigou a associação de metabólitos derivados de frutas e vegetais com osteoporose. Após análises, foi observado que o maior consumo de frutas e vegetais foi associado à menor prevalência de osteoporose. Além disso, foi avaliado alguns tipos de frutas e vegetais e observou-se que os que derem mais resultados positivos foi com o consumo de vegetais verdes escuros, frutas vermelhas/roxas e melões. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Antioxidantes e SOP

O estresse oxidativo é gerado quando se tem um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a capacidade antioxidante. O estresse oxidativo é conhecido por contribuir para uma variedade de doenças como a síndrome do ovário policístico (SOP). Assim, a utilização de antioxidantes pode ser eficaz na prevenção ou auxiliar no tratamento dessas doenças. Nesta revisão publicada em 2021, os autores revisão estudos clínicos que examinaram a eficiência das estratégias antioxidantes na SOP e os possíveis mecanismos subjacentes. Dos antioxidantes, os autores abordam o papel da vitamina D, vitamina E, coenzima Q10, carnitina, resveratrol, curcumina e quercetina. Os autores colocam que o uso desses antioxidantes pode reduzir o estresse oxidativo, inflamação, angiogênese e melhorar o perfil de hormônios sexuais, perfil metabólico e índices antropométricos. Dessa forma, pode melhorar a fertilidade dos pacientes com SOP. Porém, vale a pena destacar que mais estudos são necessários. Por isso, antes de sair fazendo o uso de tudo isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Magnésio e diabetes

A nutrição é muito importante para a prevenção e tratamento do diabetes mellitus (DM). Além da alimentação, que tem um papel fundamental, alguns suplementos podem contribuir para a prevenção e/ou tratamento. Um dos suplementos que vêm sendo estudado é a suplementação com magnésio. De modo interessante, essa meta-análise recém-publicada investigou o papel da suplementação com magnésio em pessoas com DM e em pessoas com risco de DM. Entraram para as análises 25 estudos. Após análises estatísticos, foi observado que em pessoas que já tinham DM, a suplementação com magnésio diminui a glicemia em jejum. Já em pessoas com alto risco para desenvolver DM, a suplementação com magnésio diminuiu glicemia em jejum, glicemia após 2h do teste oral de tolerância à glicose e diminuiu HOMA-IR (sinalizando uma melhora na sensibilidade à insulina). Vale a pena destacar que não é para sair suplementando magnésio sem um profissional avaliar sem caso. Lembre-se que não existe nada milagroso, e que quando se fala em diabetes, é essencial uma série de condutas para se ter um bom resultado. Procure um nutricionista para orientá-lo sobre alimentação e avaliar se será necessário fazer suplementação.

Estado nutricional em idosos

O estado nutricional é uma condição importante que afeta profundamente a saúde geral dos idosos. Apesar do fato de que a ingestão recomendada da maioria dos nutrientes não muda ou muda em pequenas quantidades no idoso, o olfato, paladar e visão diminuídos, combinados com mudanças fisiológicas que promovem ingestão insuficiente e má absorção de nutrientes essenciais, podem exigir uma ingestão compensatória de nutrientes com o aumento da idade. Nessa revisão publicada em 2021, os autores avaliaram se existia ou não associação entre estado nutricional e declínio cognitivo e funcional em idosos institucionalizados. Entraram para as análises 8 estudos e as conclusões dos autores foi que um adequado estado nutricional foi associado à prevenção de declínio cognitivo e funcional de idosos. Ou seja, a avaliação do estado nutricional dos idosos é fundamental para prevenir problemas de saúde e permitir estratégias de intervenção precoce a fim de prevenir ainda mais o declínio da saúde. E lembre-se, o profissional mais adequado para avaliar o estado nutricional e propor a estratégia nutricional mais eficaz é o Nutricionista.

Dieta e DCV

Plant-based diet ou dieta baseada em plantas são dietas à base de vegetais, caracterizadas por um maior consumo de alimentos vegetais e um menor consumo de alimentos de origem animal. As dietas vegetarianas e veganas são as mais restritivas, mas as dietas baseadas em plantas podem incluir o consumo de alimentos de origem animal, porém, devem ser predominantemente a base de alimentos de origem vegetal. Esse tipo de dieta está sendo estudado para vários benefícios à saúde, incluindo para a saúde cardiovascular. Nessa meta-análise publicada agora em 2021 os autores avaliaram se dietas baseadas em plantas diminui ou não o risco para doença cardiovascular (DCV), doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC). Após incluir 10 estudos nas análises, os autores concluíram que dieta baseada em plantas diminui o risco de DCV e doença coronariana. Porém, não foi observado resultado para AVC. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!