Dieta e Parkinson

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta cerca de 6 milhões de indivíduos no mundo. A causa do Parkinson é multifatorial, mas envolver fatores genéticos e ambientais. Dos fatores ambientais, a alimentação tem um papel importante. Nesse estudo recém-publicado, foi analisado a relação entre alimentação e risco de desenvolver Parkinson em mais de 9 mil pessoas. Após análises estatísticas, foi observado que uma dieta estilo mediterrânea e uma dieta com padrão “prudente” (considerado uma alimentação com maior ingestão de vegetais, leguminosas, carnes brancas, peixes e oleaginosas) foi associado a um menor risco de desenvolver doença de Parkinson. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

MIND diet e cognição

O declínio cognitivo é algo que vem aumentando nos últimos anos. E se você me acompanha, já viu vários artigos por aqui falando sobre a importância da alimentação na melhora da cognição. Mas hoje temos um estudo de um score de alimentação que ainda não tinha falado por aqui. Você já ouviu falar em MIND diet?? A sigla vem de “Mediterranean-DASH Diet Intervention for Neurodegenerative Delay”. A dieta segue o estilo das dietas mediterrânea e DASH, mas com modificações baseadas nas descobertas mais convincentes no campo da dieta-demência. Entre os componentes da dieta MIND estão 10 grupos de alimentos saudáveis para o cérebro (vegetais com folhas verdes, outros vegetais, oleaginosas, frutas vermelhas, feijão, grãos integrais, frutos do mar, aves, azeite de oliva e vinho) e 5 grupos de alimentos não saudáveis (carnes vermelhas, manteiga e margarina, queijos, pastéis e doces e frituras/fast food). Nessa revisão sistemática, após incluir 13 estudos, os autores concluem que a MIND diet está correlacionada com melhora de cognição em idosos.

Azeite de oliva e depressão

Ter um bom padrão alimentar é essencial para pacientes com depressão. Um dos alimentos que parece ser interessante é o azeite de oliva extra virgem. Nesse estudo clínico publicado agora de 2021, os autores avaliaram o impacto do consumo de 25 mL de azeite de oliva ou óleo de girassol (controle) por 52 dias em pacientes com depressão. Após análises estatísticas, foi observado que o consumo de azeite de oliva diminuía os sintomas depressivos em casos graves de depressão, mas não em casos leves ou moderados. Isso sugere que o uso de azeite de oliva pode ser uma das estratégias a serem pensadas para depressão. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina K e Alzheimer

Quando pensamos em funções da vitamina K, normalmente pensamos em função óssea e na coagulação sanguínea. Porém, a vitamina K está sendo estudada para outras funções, incluindo no cérebro. E essa revisão aborda algumas funções da vitamina K2 (uma das formas da vitamina K) pensando em prevenção e tratamento da doença de Alzheimer. Uma das funções da vitamina K é em diminuir a neuroinflamação, em especial pelo fato de modular a proteína Gas6 (que é uma carboxilase dependente de vitamina K). Além disso, a vitamina K parece diminuir estresse oxidativo e a apoptose de neurônios induzida pela beta-amiloide (uma proteína que se acumula na doença de Alzheimer). Outra possível função é através do eixo microbiota-intestino-cérebro, já que a vitamina K2 pode ser produzida pela microbiota intestinal. Porém, a maior parte dos estudos ainda são pré-clínicos, existindo a necessidade de mais estudos clínicos para avaliar doses e tempo de uso, bem como o efeito clínico. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Benefícios da aveia

A aveia (Avena sativa) é um grão muito comum aqui no Brasil. Esse alimento possui uma quantidade bem interessante de fibras, em especial as beta-glucanas. Além disso, a aveia possui várias vitaminas, minerais e polifenóis. Dos seus vários benefícios para a saúde, a aveia tem sido estudada para diminuir o risco de algumas doenças. De modo interessante, essa meta-análise publicada agora em 2021 investigou o efeito da aveia no risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doença cardiovascular (DCV) e no risco de mortalidade. Após análises estatísticas, foi observado que os consumidores de aveia tinham menos risco de ter DM2 e de mortalidade por todas as causas. Porém, não foi observado diferença estatística em relação ao risco de DCV. Mas lembre-se, a alimentação deve ser avaliada de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Diversidade alimentar e envelhecimento

A população está envelhecendo. Mas a grande questão é como você vai envelhecer? Você gostaria de envelhecer de forma saudável ou deitado em uma cama e doente? Garanto que sua resposta foi a primeira opção. E para envelhecer de forma saudável, é muito importante a alimentação. Além de ter boas escolhas alimentares, variar a alimentação também parece ser importante. E foi justamente isso que esse artigo de 2021 avaliou. Se a diversidade alimentar influenciar no envelhecimento saudável. Após avaliar mais de 3 mil indivíduos, foi observado que as pessoas que tinham maior variedade alimentar, tinham um envelhecimento mais saudável do que as pessoas que não variavam a alimentação. Por isso, além de consumir alimentos saudáveis, é importante variar esses alimentos. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ácido fólico e inflamação

A inflamação é um componente essencial para uma resposta imune adequada e a manutenção da homeostase no corpo. Por outro lado, a inflamação crônica desempenha um papel fundamental no início e progressão de várias doenças crônicas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, artrite reumatoide e câncer. Por isso, controlar a inflamação é importante. Além da alimentação (que é essencial para esse controle da inflamação), alguns micronutrientes podem nos ajudar. E olhem que interessante, a vitamina B9 (também chamada de ácido fólico), pode ser um desses micronutrientes. E essa meta-análise de 2021 investigou se a suplementação de ácido fólico pode ajudar a diminuir marcadores inflamatórios. Após analisar 12 estudos, os autores observaram que a suplementação de ácido fólico pode ajudar a diminuir os níveis da proteína C-reativa (PCR), que é um dos marcadores de inflamação. Por outros lado, não se observou efeito do ácido fólico nos níveis de interleucina-6 e nem de TNF-alfa. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Calorias e sono

Adolescentes, em especial os que são obesos, têm mais risco de alteração na qualidade do sono. Por outro lado, ajustar a alimentação (qualitativamente e quantitativamente) parece ajudar. Nesse estudo publicado agora em 2021, os autores avaliaram o impacto de duas intervenções em adolescente obesos e com peso normal: ou eles tinham 3 dias de dieta livre (comendo a quantidade calórica que desejassem) ou 3 dias de dieta com controle de calorias (eucalórica). Essa dieta eucalórica tinha 52% de carboidrato, 30% de gordura e 18% de proteína. Em relação as calorias, a distribuição nas refeições foi de: 25% no café da manhã (7:30), 30% no almoço (12:00), 15% no lanche da tarde (17:30) e 30% no jantar (19:00). Vale destacar que todos os participantes fizeram as duas intervenções, separados por 10 dias de washout. Após análises, o primeiro dado observado foi que os obesos, quando estavam nos 3 dias de dieta livre, ingeriam mais calorias. Em obesos, a dieta com controle de calorias foi associada com menor tempo para pegar no sono e menos tempo no sono superficial. Além disso, foi observado algumas correlações interessantes: quanto maior a ingestão calórica, em especial no jantar, pior a eficiência do sono, maior o tempo de latência para iniciar o sono e menor tempo de sono profundo. Porém, vale destacar que foi um estudo pequeno e que mais estudos são necessários. Mas sim, temos evidências sobre a importante em controlar o consumo calórico quando pensamos em qualidade do sono. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Café e câncer de mama

Já que estamos no outubro rosa, vamos iniciar o mês falando de câncer de mama. Cada vez mais surgem evidências científicas do papel da alimentação na prevenção do câncer de mama. Porém, os estudos com o consumo de café ainda são controversos. Alguns estudos não mostram associação, enquanto outros mostram que o café tem uma leve diminuição no risco de câncer de mama. De modo interessante, essa revisão publicada agora em 2021 avaliou o efeito do consumo de café em diferentes subtipos de câncer de mama, mostrando a importância da nutrição individualizada. Após analisar 45 estudos, os autores concluem que o consumo de café diminui o risco de câncer de mama nas mulheres na pós-menopausa e nas mulheres que possuem a mutação para BRCA1. Para outros subgrupos, os benefícios do café ainda são controversos, necessitando mais estudos. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!