Creatina e cérebro

Creatina é um suplemento ergogênico com efeitos comprovados no esporte. Mas você sabia que a creatina também está sendo utilizada para benefícios cerebrais? Essa publicação desse ano faz uma revisão do que já temos publicado. Após analisar dados da literatura, os autores colocam que a suplementação de creatina parece trazer benefícios principalmente em situações em que ocorre uma depleção do conteúdo de creatina cerebral, como estresse, depressão, esquizofrenia e envelhecimento. Além disso, os autores colocam que fazer uma suplementação de creatina de forma preventiva pode proteger as funções cerebrais em eventos de estresse agudo, como depleção de sono, exercício exaustivo, hipóxia ou injúria cerebral traumática. Porém, o que ainda é incerto é a dose necessária para que a creatina exerça esses efeitos. Mas acredita-se que seja necessária dosagem maior e/ou mais prolongada do que as doses de creatina utilizadas tradicionalmente no esporte. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Menopausa e diabetes

A menopausa é caracterizada pela cessação permanente da menstruação devido à depleção dos oócitos, gerando uma queda abrupta do estradiol, além de outras alterações. Essas mudanças que ocorrem na mulher após a entrada da menopausa podem aumentar o risco de vários problemas metabólicos, incluindo um maior risco de diabetes. Nesse estudo publicado agora esse mês, os autores discutem que intervenções no estilo de vida, incluindo dieta e exercício, constituem os dois principais pontos para prevenção do diabetes nas mulheres na pós-menopausa. Além disso, os autores colocam que a terapia hormonal na menopausa parece ter um efeito favorável na homeostase da glicose tanto em mulheres com diabetes e em mulheres sem diabetes. Porém, o tratamento medicamentoso e as mudanças de estilo de vida devem ser feitos sempre individualizados. Procure profissionais da saúde para orientá-la em cada um desses pontos.

Intestino e fígado

O bom funcionamento intestinal e uma microbiota intestinal adequada são dois pontos que influenciam em vários órgãos, incluindo o fígado. De forma bem interessante, esse estudo de 2018 avaliou a relação da microbiota intestinal com marcadores envolvidos da cirrose hepática e hepatite. Primeiros os autores demonstraram que o número de Enterobacteriaceae, Enterococcus, Staphylococcus aureus e Saccharomyces estavam aumentados em pacientes com cirrose hepática e hepatite. Por outro lado, esses pacientes tinham níveis diminuídos de Lactobacillus, Bacteroides, Bifidobacterium e Clostridium. Além disso eles também observaram que os níveis de IL-17 estavam aumentados e de vitamina D diminuídos em pacientes. De forma interessante, os autores também demostraram algumas associações nos pacientes com cirrose hepática:

Enterobacteriaceae correlacionou-se positivamente com o tempo de protrombina;

Enterococcus correlacionou-se positivamente com os níveis de alanina aminotransferase e aspartato aminotransferase;

Bifidobacterium correlacionou-se negativamente com a aspartato aminotransferase e fosfatase alcalina;

Bacteroides correlacionou-se negativamente com o nível de aspartato aminotransferase e com o tempo de protrombina.

Ou seja, a microbiota intestinal pode influenciar no funcionamento hepático. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Cacau e cognição

O consumo crônico de polifenois do cacau é uma das estratégias nutricionais que podem auxiliar na melhora da memória. Mas será que a ingestão aguda também pode trazer benefícios? Foi isso que esse estudo publicado esse ano resolveu investigar. Para isso, foram recrutados 20 adultos jovens saudáveis que receberam 4 tipos de intervenções agudas, com intervalo de 1 semana cada uma: a) ingestão do extrato de cacau em situação de hipóxia; b) ingestão de placebo em situação de hipóxia; c) ingestão do extrato de cacau em situação de normóxia; d) ingestão de placebo em situação de normóxia. Após 2 horas da ingestão do cacau ou placebo, os participantes passaram por testes cognitivos. Vale destacar que o grupo suplementado recebeu 1765 mg do extrato de cacau contendo 530 mg de flavonois (com 100 mg de epicatequinas e 23 mg de catequinas), 119 mg de teobromina e 17 mg de cafeína. Após análises, observou-se que o grupo que recebeu o cacau melhorou a resposta hemodinâmica no córtex pré-frontal. Mas, de forma aguda, não teve efeito na performance cognitiva. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Cálcio e câncer de próstata

O novembro azul é destinado a prevenção do câncer de próstata. Pensando em nutrição, a ingestão de cálcio é um dos assuntos estudados na literatura. Essa meta-análise publicada esse ano investigou se a alta ingestão de cálcio aumenta ou não o risco de câncer de próstata. Após analisar 12 estudos, com mais de 905 mil homens, os resultados da meta-análise demonstraram que uma alta ingestão de cálcio (acima de 750 mg/dia) foi associada com mais risco de câncer de próstata. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

SOP, Q10 e vitamina E

Já fiz alguns postes mostrando a relação de estratégias nutricionais que auxiliam no tratamento das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nesse trabalho publicado mês passado, os autores avaliaram o efeito da coenzima Q10 sozinha ou associada com vitamina E nas respostas hormonais e metabólicas de mulheres com SOP. Para isso, os autores suplementaram 200 mg de coenzima Q10 ou 400 UI de vitamina E ou as duas estratégias associadas ou placebo por 8 semanas. Após esse período, observou-se que as mulheres que suplementaram coenzima Q10 reduziu a glicemia em jejum e diminuiu a resistência à insulina (diminuiu o HOMA-IR). Coenzima Q10 sozinha, vitamina E sozinha ou a associação de ambas diminuiu os níveis de testosterona. Por outro lado, somente quando as pacientes receberam a associação de coenzima Q10 e vitamina E é que melhoraram os níveis de SHBG. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Exercício e depressão

Vários estudos sugerem que o exercício pode ajudar a melhorar o humor. Porém, ainda existem estudos controversos e até então, não tínhamos nenhuma meta-análise sobre o assunto. Há 7 dias, foi publicada essa meta-análise avaliando os efeitos do exercício aeróbio em pacientes que já tem o diagnóstico de depressão. Após analisar 11 estudos com 455 pacientes, a meta-análise demonstrou um potencial benefício do exercício aeróbio na melhora da depressão. A média de exercício dos estudos foi de 45 minutos, de intensidade moderada, 3 vezes na semana por 9,2 semanas. Porém, os autores ressaltam que ainda existe a necessidade de mais estudos. Mas de qualquer forma, fazer exercício físico é de extrema importância. Procure um profissional capacitado para orientá-lo melhor!

Diabetes e estilo de vida

O diabetes é uma doença crônica que pode afetar a qualidade de vida e a saúde da pessoa. Porém, hábitos de vida podem influenciar nisso, melhorando ou piorando a qualidade de vida desses indivíduos. E foi isso que essa meta-análise após analisar mais de 57 mil pacientes com diabetes tipo 2 avaliou. As análises demonstraram que fazer mais atividade física e aferir com mais frequência a glicemia foram associadas à melhor qualidade de vida dos pacientes. Por outro lado, a presença de depressão, hipertensão e uma maior ingestão de carnes vermelhas foram associados à pior qualidade de vida dos indivíduos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Polifenois, intestino e humor

Uma alimentação adequada é super importante para auxiliar a melhor do humor. Nessa revisão desse ano, os autores discutem sobre o papel dos polifenois dietéticos na regulação do intestino e do humor. Uma dieta rica em frutas, verduras e especiarias proporciona uma grande quantidade de polifenois. Esses polifenois podem atuar diminuindo a inflamação do intestino e melhorando a microbiota, o que comunicaria o cérebro e melhoraria já de forma indireta, o humor do paciente. Além disso, alguns polifenois também conseguem atravessar a barreira hemato-encefálica e chegar no cérebro, agindo de forma direta diminuindo a inflamação no cérebro, aumentando a neurogênese e melhorando o humor. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Cálcio e mortalidade

O risco de mortalidade associado com a alta ingestão de cálcio é discutido na ciência. Nesse estudo com mais de 34 mil indivíduos, foi avaliado se a ingestão de mais de 1400 mg/dia de cálcio estava associada ao risco de mortalidade em homens e mulheres. Após análises, foi demonstrado que, em mulheres, não houve associação. Porém, em homens, a ingestão de mais 1400 mg/dia aumentou 42% o risco de mortalidade por todas as causas. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista.