Dieta do metiderrâneo e diabetes

O estilo da dieta influencia em vários fatores de risco cardiometabólicos, incluindo o peso corporal, a pressão arterial, os níveis de colesterol sanguíneo, a homeostasia de glicose-insulina, estresse oxidativo, inflamação e saúde endotelial. A Associação Americana de Diabetes e a Associação Americana do Coração recomendam uma dieta mediterrânea (rica em frutas, verduras, azeite de oliva extra-virgem, com consumo moderado de peixes, vinho e baixo consumo de carnes vermelhas e processadas) para melhorar o controle glicêmico e os fatores de risco cardiovascular no diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Nessa revisão de 2017, os autores colocam que uma dieta do mediterrâneo reduz de 20-23% o risco de DM2 e de 28-30% o risco de eventos cardiovasculares. Os mecanismos pelos quais a dieta mediterrânea produz seus benefícios cardiometabólicos na DM2 são, na maioria, anti-inflamatórios e antioxidantes: o aumento do consumo de alimentos de alta qualidade pode reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias, enquanto aumenta as citocinas anti-inflamatórias. Essa melhora da inflamação pode melhorar a sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos e a função endotelial ao nível vascular e, finalmente, atuar como barreira à síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e desenvolvimento de aterosclerose. Procure um Nutricionista para orientá-lo na melhora da sua alimentação!

Antocianina e doença cardiovascular

As frutas roxas/vermelhas/azuladas são ricas em antocianinas, que é um tipo de flavonoide que possui ação antioxidante e anti-inflamatória. Estudos populacionais sugerem que o consumo dessas frutas pode estar associado à um menor risco de doenças cardiovasculares. E é justamente isso que essa revisão publicada em 2017 discute. O autor desse artigo coloca inúmeros trabalhos em células, animais e humanos que investigam sobre essa relação entre alimentos ricos em antocianinas e doença cardiovascular. Embora existam várias evidências para o benefício desses alimentos, ainda existe a necessidade de estudos mais controlados de longo prazo para se ter uma clareza melhor. Entretanto, o autor conclui que a adição de frutas ricas em antocianinas no dia-a-dia pode trazer um impacto benéfico à saúde e que pequenas mudanças alimentares já podem influenciar no risco de ter ou não alguma doença cardiovascular! Nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Grãos integrais

As recomendações nacionais e internacionais sugerem a troca de grãos refinados pelos grãos integrais. Mas o efeito dos grãos integrais, especificamente na regulação do balanço energético, ainda é questionado. E foi isso que esse estudo resolveu investigar. Os autores avaliaram 85 indivíduos de 40-65 anos, que receberam orientação para duas dietas que diferiram entre si pelo tipo de grãos utilizados: metade dos indivíduos tinham que consumir grãos integrais e a outra metade, grãos refinados. Após 6 semanas, os autores observaram que quem consumiu grãos integrais aumentou a taxa metabólica de repouso (o que pode ser interessante para quem quer emagrecer) e aumentou o peso das fezes. Além disso, esse grupo teve uma tendência de melhora no teste de tolerância oral à glicose. Entretanto, essa tendência não foi significativa. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Cafeína e depressão

O café é um dos alimentos que tem sido estudado na depressão. Em humanos, já foi demonstrado que o consumo de cerca de 400 mL de café pode ajudar a diminuir o risco de depressão. Porém, essa bebida ainda não tinha sido avaliada em pacientes que já apresentam esse transtorno de humor. E foi isso que esse artigo de 2017 quis avaliar! Os autores selecionaram pessoas com depressão (que estavam recebendo medicamento antidepressivo) e que bebiam no máximo 3 xícaras de café por dia. Depois, dividiram os indivíduos em 3 grupos que receberam suplementação de: 60 mg de cafeína, 120 mg de cafeína ou placebo por 4 semanas. Todos os pacientes foram orientados a não consumir, durante essas 4 semanas, bebidas que continham cafeína (café, chá verde, etc). No término do estudo observou-se que quem consumiu 60 mg de cafeína melhorou a ação do antidepressivo sem influenciar no sono. Além disso, observou-se uma questão interessante: normalmente associamos o consumo de cafeína com um aumento nos níveis de cortisol. Porém, os indivíduos que receberam 60 mg de cafeína tiveram uma diminuição nos níveis de cortisol salivar, o que pode ser um fator para a melhora da depressão. Ou seja, essa dose mais baixa não parece influenciar negativamente no cortisol e ainda melhorou os sintomas dos pacientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Consumo de frutas e verduras

Muitas pessoas, principalmente crianças e adolescentes, não tem o hábito de consumir frutas e verduras. E o pior, eles se questionam se realmente é necessário consumir frutas e verduras todos os dias. Para nós Nutricionistas não existe nenhuma dúvida sobre a importância do consumo de frutas e verduras todos os dias!!! Preferencialmente orgânicas!! Mas para quem ainda tem alguma dúvida… Esse estudo publicado em 2017 mostrou a associação do consumo de frutas e verduras com níveis plasmáticos de vitaminas!! Após analisar 702 adolescentes, foi demonstrado que a ingestão de no mínimo 400 g de frutas e verduras por dia foi associada com um aumento na ingestão de vitamina B6, C, E, ácido fólico e beta-caroteno. E o melhor, o aumento na ingestão refletiu no aumento nos níveis plasmáticos dessas vitaminas!!! Quanto mais “comida de verdade” e menos produto alimentício melhor!!! E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Melissa e pele

A Melissa officinalis é um fitoterápico bem fácil de encontrar e muito utilizado pelos Brasileiros!! O uso mais comum da melissa é para ajudar a “acalmar”, diminuir a ansiedade, melhorar o sono e a cognição. Mas você sabia que o chá (infusão das folhas) de melissa também pode trazer benefício para a pele?? Nesse estudo publicado esse ano, 28 pessoas de 31-65 anos receberam 1 xícara por dia de infusão de Melissa officinalis (3,3 g de folha em 200 mL de água) por 6 semanas. Após análise estatística dos resultados, foi demonstrado que o consumo de apenas 1 xícara de chá por dia já foi suficiente para melhorar a elasticidade da pele nas mulheres depois de 6 semanas de uso! Avaliando os possíveis mecanismos de ação, os autores também evidenciaram que a melissa foi capaz de diminuir processos de glicação, diminuindo a chance de formar os AGEs – produtos finais de glicação avançada (que é um dos fatores que piora/envelhece a pele). Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Intestino e doenças neurodegenerativas

Não é novidade aqui no Nutrir com Ciência o papel da microbiota em vários outros órgãos do corpo. E, cada vez mais, estuda-se a relação do intestino em doenças neurológicas. Nessa revisão publicada esse ano os autores abordam 3 principais mecanismos básicos que medeiam a comunicação entre intestino e cérebro:

1)      Comunicação neuronal direta

2)      Mediadores endócrinos

3)      Sistema imunológico

Os autores colocam que esses 3 pontos criam uma rede de comunicação molecular que pode influenciar no desenvolvimento da doença de Alzheimer, doença de Parkinson e da Esclerose Lateral Amiotrófica. Dessa forma, os autores concluem que o uso de probióticos pode auxiliar na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas. Procure seu Nutricionista para personalizar sua dieta em prol de melhorar o intestino e avaliar a necessidade de suplementação de probióticos!

Cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é a desordem endócrina mais comum em mulheres na idade reprodutiva e a principal causa de infertilidade. A SOP está associada à irregularidade menstrual, anovulação, hiperandrogenismo (aumento de hormônios androgênicos como a testosterona), infertilidade, aumento da resistência à insulina, etc. Pensando nisso, uma alimentação adequada, prática de atividade física e, em alguns casos, a suplementação com alguns nutrientes, pode ajudar no tratamento da SOP. Nessa meta-análise publicada em 2017 foi avaliada a efetividade da suplementação do cromo em mulheres com SOP. Sete estudos entraram nas análises, totalizando 351 pacientes. 4 estudos usaram 200 mcg/dia de cromo e 3 artigos usaram 1000 mcg/dia de cromo. O tempo de uso variou de 8-24 semanas entre os estudos. Após meta-análise, observou-se que a suplementação de cromo foi efetiva em diminuir o IMC, a insulina em jejum e a testosterona livre das pacientes. Porém, o cromo não teve influência na testosterona total, escala de hirsutismo (aumento de pelos corporais), DHEA (outro hormônio androgênico que pode estar aumentado na SOP), e nem nos níveis de LH e FSH (hormônios que estão alterados na SOP). Ou seja, embora a suplementação de cromo não consiga mudar todos os parâmetros alterados na SOP, ela pode ajudar do tratamento. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.

Fibra e radioterapia

A radioterapia é um tratamento muito importante no câncer pélvico, entre outros tipos de cânceres! Mesmo sendo uma estratégia de tratamento importante, acompanha alguns efeitos colaterais envolvidos com sua toxicidade, principalmente à nível de trato gastrointestinal. Porém, existem algumas estratégias nutricionais para reduzir essa toxicidade, e foi exatamente isso que os autores dessa publicação de julho de 2017 discutiram. Esses autores compararam dois grupos que foram submetidos à radioterapia pélvica, e um grupo controle. Dos dois grupos que passaram pelo tratamento com radioterapia, um dos grupos recebeu menos de 10g de fibra por dia e o outro recebeu mais de 18g de fibra por dia. Ao final da intervenção os autores concluíram que o aumento da ingestão de fibras no período de tratamento com radioterapia reduziu significativamente a toxicidade gastrointestinal induzida por esse tratamento, tanto nas observações agudas, quanto um ano após o tratamento. Mas antes de aplicar esses dados na sua rotina, procure um nutricionista!!

Proteína e manutenção do peso

Durante o processo de perda de peso existem vários fatores que nós nutricionistas precisamos nos preocupar! Uma das grandes preocupações é estimular a perda de massa gorda e tentar evitar uma perda intensa de massa magra. Para que isso ocorra existem estratégias, como aumentar o consumo proteico, que auxiliam no processo de perda de peso sem perder tanta massa magra. Mas por quanto tempo deve-se manter o aumento do consumo proteico após a perda de peso?? Será que esse aumento na ingestão proteica é importante para a manutenção do peso perdido? Foi exatamente essa resposta que os autores dessa publicação de julho de 2017 buscaram. Para isso, avaliaram 150 participantes, que passaram por uma intervenção visando perda de peso durante 8 semanas, e seguiram por 24 semanas em período de manutenção do peso que foi perdido. Durante o período de manutenção, os autores optaram por 4 tipos diferentes de intervenção: 3 grupos que receberam suplementação de 45-48 g de proteína por dia (a partir de 3 diferentes fontes – whey protein, whey protein + cálcio ou proteína de soja) e 1 grupo que recebeu maltodextrina (caracterizado como grupo controle). Após o término da intervenção não houve diferença de manutenção do peso perdido entre os grupos. O reganho de peso, reganho de massa gorda e a manutenção da massa magra foi similar nos 4 grupos, levando os autores a concluir que o aumento do consumo proteico no período de manutenção de peso não trouxe benefício algum! Ou seja, nem sempre é necessário fazer suplementação! Mas como sempre frisamos aqui no Nutrir com Ciência, é muito importante levar em consideração a individualidade! Procure um nutricionista qualificado para avaliar o seu caso!