Carga ácida da dieta e mortalidade

Um dos temas mais recentes e bem considerado nas prescrições dietéticas dos nutricionistas é a carga ácida da dieta. A dieta tem a capacidade de influenciar no status “ácido/base” do organismo, sendo que uma acidose metabólica está associada com a prevalência de doenças, como câncer e doenças cardiovasculares. Sabendo disso os autores dessa publicação decidiram observar a relação da carga ácida da dieta com mortalidade em 42736 homens e 49742 mulheres, com idade entre 45 e 75 anos, com histórico de câncer, infarto, doença isquêmica do coração ou doença hepática crônica. Para isso avaliaram a ingestão dietética a partir de um questionário de frequência alimentar, para posterior cálculo de PRAL e NEAP da dieta, que são valores que determinam a carga ácida dos alimentos. Valores mais altos de PRAL, ou seja, um padrão alimentar mais ácido, foi associado com uma maior incidência de mortalidade no grupo de pessoas avaliadas, principalmente associada à doença cardiovascular. Resultados semelhantes foram encontrados para o valor de NEAP. A partir desses achados, os autores concluíram que a carga ácida da dieta está associada ao aumento da mortalidade, principalmente por doenças cardiovasculares. Esse é mais um motivo para buscar um nutricionista atualizado!

Frutas e câncer gástrico

Que o consumo de frutas é importante para a saúde, todo mundo já sabe. Entretanto, muitas pessoas ainda não consomem uma quantidade adequada de frutas durante o dia. Mas você sabia que a quantidade consumida de frutas pode influenciar na chance de ter ou não câncer gástrico?! Nesse estudo avaliando 810 casos de câncer gástrico (do tipo não cárdia) e 1160 controles foi demonstrado que o aumento na ingestão de frutas foi associado com um menor risco de câncer gástrico. Mais um ótimo motivo para incluirmos as frutas na nossa dieta, não achas? Na dúvida do quanto de fruta consumir, procure seu nutricionista.

Complexo B e enxaqueca

A enxaqueca é uma desordem neurovascular que está associada com dor intermitente, e na maioria dos casos associada com desconfortos, como sensibilidade a luz e ao barulho! Essa condição interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas que apresentam essa alteração, e as buscas por tratamento para a redução dos desconfortos associados à enxaqueca é constante. Nesse contexto, algumas estratégias nutricionais podem ser úteis, incluindo o uso de vitamina do complexo B! O uso de algumas vitaminas do complexo B para auxiliar no controle da enxaqueca já é antigo. Porém, poucos estudos avaliam a associação entre essas vitaminas. Nessa publicação de junho de 2017, o objetivo foi justamente esse, avaliar o efeito do ácido fólico (vitamina B9) sozinho, ou em associação com a piridoxina (vitamina B6) na redução das características da enxaqueca com aura (distúrbio de visão) em adultos. Para isso, os autores trataram durante três meses 95 pacientes com enxaqueca, divididos em três grupos (vitamina B9, vitamina B9 + vitamina B6 ou placebo). Durante esse período os autores avaliaram o número e a duração dos eventos de enxaqueca. Ao final do estudo, os autores concluíram que a associação de vitamina B9 + vitamina B6 foi mais efetivo que a suplementação com vitamina B9 sozinha. Além disso, foi demonstrado uma redução tanto no número de eventos de enxaqueca, quanto na duração dos eventos, mostrando diferença quando comparado com o grupo placebo! As doses utilizadas no estudo foram bem elevadas (5 mg de ácido fólico e 80 mg de piridoxina). Entretanto, a associação com a associação de outras condutas alimentares e com uma melhora na alimentação, as doses podem ser diminuídas. Lembre-se, um bom nutricionista direciona uma atenção ampla, e pode utilizar a nutrição como ferramenta para várias disfunções orgânica! Por isso, busque bem o seu nutricionista!

Massa magra e ingestão proteica

Várias são as modificações fisiológicas que o envelhecimento humano vem acompanhado, e, uma delas, é a redução da massa muscular, e consequentemente, redução do desempenho físico e autonomia! Existem algumas estratégias nutricionais que reduzem esse risco, garantindo melhor qualidade de vida para a terceira idade. Uma dessas estratégias é a ingestão adequada de proteína ao longo do dia. Mas será que o simples aumento da ingestão proteica já é suficiente para garantir essa manutenção? A partir desse questionamento, os autores dessa publicação de maio de 2017 decidiram observar se a distribuição proteica correta ao longo do dia seria mais interessante do que somente aumentar a ingestão total. Para isso, acompanharam 827 homens e 914 mulheres durante 3 anos, avaliaram o desempenho físico dos participantes, e o % e a quantidade em gramas de proteína em cada refeição. Ao final do estudo os autores concluíram que uma distribuição correta de proteína em todas as refeições do dia (20-40g de proteína / refeição), foi mais efetiva para a manutenção da massa muscular, quando comparado com dias alimentares que tinham proteína somente em algumas (poucas) refeições. Por isso lembre-se, uma boa orientação alimentar precisa ser muito bem elaborada, e o profissional que faz isso muito bem é o nutricionista!

Sono e Obesidade

Dormir bem à noite é importante para o funcionamento adequado do corpo. Por outro lado, dormir poucas horas ou ter uma qualidade ruim do sono pode aumentar o risco de várias doenças, incluindo hipertensão e diabetes. Além disso, o sono também pode influenciar na quantidade de massa gorda e na chance no indivíduo ficar obeso. Neste estudo publicado em 2017, após avaliar quase 17 mil adultos, foi demonstrado que pessoas que dormem menos horas tem um maior índice de massa gorda. Por outro lado, as pessoas que dormem mais horas tem maior o índice de massa magra. Além disso, indivíduos com privação de sono (que dormem menos de 5 horas por dia) tem 1,2x mais risco de ter obesidade e 1,3x vezes mais risco de ter aumento de adiposidade abdominal. Vale destacar que dormir de mais também pode aumentar a adiposidade. Bom senso é essencial. Mas o que se tem certeza é que dormir bem é de extrema importância para sua saúde! E você sabia que existem estratégias nutricionais para auxiliar na melhora do sono? Mas isso é um assunto para outra publicação! Converse com seu nutricionista! Ele irá te ajudar!

Romã e Diabetes

O estresse oxidativo é uma das principais causas para as complicações micro- e macro-vasculares do diabetes mellitus. Recentemente, uma grande atenção tem sido dada aos antioxidantes naturais, tais como polifenois na dieta, para diminuir os danos oxidativos nesses pacientes. Nessa publicação, foi avaliado o efeito do consumo de 200 mL/dia de suco de romã (Punica granatum) em 60 pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (de 40-65 anos). Após 6 semanas de estudo, o grupo que tomou 200 mL de suco de romã por dia obteve uma melhora do estresse oxidativo, sugerindo que a romã pode ser um aliado interessante no tratamento do diabetes mellitus. Para usufruir deste benefício sem prejuízos a saúde, procure por um nutricionista!

Ovo e colesterol

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e uma das principais metas de tratamento para a redução do risco de desenvolvimento dessas doenças é a redução de colesterol. Para atingir essa meta alguns alimentos são foco de redução de consumo, e o ovo sempre sofreu “bullying” nesse contexto, por conter 140-230 mg de colesterol/ovo. Na tentativa de esclarecer melhor essa relação, os autores dessa revisão publicada em 2017 buscaram referências sobre o assunto, e concluíram que o consumo de até 6 ovos por semana não aumenta o risco de infarto, e outras várias publicações não observam nenhum risco cardiovascular associado ao consumo de ovo, sem determinar ingestão máxima semanal. O detalhe importante está na observação da presença dos polimorfismos dos genes ABCG5 e ABCG8, que indica uma “hiper-resposta” ao consumo de colesterol, e nesses casos o consumo de ovo de fato deve ser reduzido, pois interfere diretamente nos níveis de LDL. Ou seja, em alguns indivíduos o consumo exagerado de ovo pode sim trazer malefício. Mas, na maioria das pessoas, o ovo (que também tem inúmeros nutrientes importantes para a saúde) pode sim ser consumido na dieta. Por isso, mais do que do que nunca, lembre-se da individualidade bioquímica de cada paciente, e procure um bom nutricionista!!!

Probióticos

Já falamos várias vezes aqui no Nutrir com Ciência a importância da saúde intestinal para a saúde humana. Uma das formas de melhorar a saúde intestinal é a suplementação com probióticos. Nessa publicação de abril de 2017, os autores concluem que o uso diário de probióticos é seguro e que vai muito além da saúde intestinal e da melhora do sistema imunológico. Dentre os outros vários benefícios que os probióticos podem proporcionar, destacam-se:

  • Melhora da síndrome metabólica, auxiliando na melhora/prevenção da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares;
  • Melhora e prevenção de doenças neuropsiquiátricas;
  • Possível ação anticâncer e antimutagênica.

Procure um nutricionista para avaliar a sua necessidade de prescrição de probióticos!

Polimorfismo e emagrecimento

Várias estratégias que auxiliam a prática clínica do nutricionista têm surgido nos últimos anos, e uma delas é a detecção de risco para algumas doenças e condições clínicas a partir de exames genéticos. Mas será que esse tipo de abordagem gera resultados para os pacientes? E principalmente, será que essa informação de risco genético para doença gera um efeito maior do tratamento proposto? Foi buscando por essa resposta que essa publicação de 2017 avaliou o resultado do tratamento de emagrecimento em indivíduos com alteração no gene FTO (associado a obesidade) que sabiam dessa alteração, compararam com aqueles que portavam essa alteração, mas não foram informados, e com indivíduos sem essa alteração. Os autores avaliaram o peso e a circunferência da cintura (CC), além da genotipagem, e concluíram que ocorreu uma redução maior de peso e CC no grupo que foi informado sobre a presença da alteração genética, e que não houve nenhuma evidência clara de que o conhecimento do risco desempenhou um papel importante para esse resultado! Além disso os autores observaram um aumento da prevalência de obesidade nos indivíduos que tinham a alteração gênica, quando comparado com os indivíduos que não apresentavam essa alteração. Ou seja, mesmo sendo uma avaliação de risco, nos pacientes do estudo esse risco se expressava em alteração clínica! Mas lembre-se, antes de tornar essa informação um senso comum, consulte o seu nutricionista!

Curcumina e função endotelial

O comprometimento na função endotelial pode contribuir para o desenvolvimento de várias doenças, incluindo aterosclerose, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, lesão por isquemia-reperfusão, doença de Alzheimer, entre outras condições. Dessa forma, manter a função endotelial adequada, é de extrema importância. Um dos alimentos que pode auxiliar na função endotelial é o açafrão da terra (Curcuma longa). E isso se dá devido ao seu principal constituinte: CURCUMINA. Nessa publicação de 2017 foi realizada uma revisão sobre esse assunto e os autores dispõe que os principais mecanismos de ação da curcumina na melhora da função endotelial são: diminuição da inflamação e do estresse oxidativo e diminuição de moléculas de adesão intracelular e vascular. Para saber qual a melhor forma de incluir o açafrão da terra na sua dieta, procure um nutricionista!