Probióticos e Inflamação

Já falamos aqui no Nutrir com Ciência da importância das bactérias intestinais para a saúde humana. Os probióticos são microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem benefício a saúde o homem através do seu impacto no trato digestivo. Nesse meta-análise publicada em 2017 foi avaliado o efeito dos probióticos em marcadores de inflamação como a proteína C-reativa (PCR), interleucina-10 (IL-10) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α). De 425 estudos identificados, 20 foram incluídos na meta-análise. Os resultados da meta-análise mostraram que a administração de probióticos consegue diminuir os níveis de PCR. Entretanto, em relação aos níveis de IL-10 e TNF-α, a meta-análise não mostrou efeito benéfico dos probióticos. Vale lembrar que, os benefícios dos probióticos são muito mais abrangentes! Leia nossas outras publicações para entender mais! E nunca se esqueça, procure um nutricionista para avaliar se você precisa ou não de probióticos e quais as cepas mais interessantes para você.

Peixes e Toxinas

O consumo de peixe é um hábito que nós nutricionistas sempre enfatizamos, pois sabemos que existe alguns benefícios à saúde obtidos através de seu consumo, como o aumento da ingestão de ômega-3, e por isso o peixe se tornou um importante constituinte da dieta. Porém o consumo de peixe também pode representar uma fonte de exposição a uma variedade de contaminantes tóxicos. Algumas publicações recentes mostram amostras de peixes contaminadas com hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e metais-traço (ex: arsênico, cromo, níquel) como consequência do desenvolvimento industrial e urbano. Sabendo disso, esses autores decidiram avaliar a concentração de arsênico e ômega 3 em 578 amostras de peixe, contemplando 15 espécies diferentes. Observaram concentrações de arsênico que não excedia o limite tolerável de ingestão para um adulto, mas pontuaram uma preocupação com o consumo crônico. Além disso, enfatizaram o consumo dessas concentrações por crianças, tendo em vista a área corporal média das crianças. Os resultados desta publicação ainda mostraram que o atum, dentre as amostras avaliadas, foi o peixe que apresentou maior concentração de ômega 3. Entretanto, por ele ser um peixe grande, também tem mais risco de contaminação. Embora o estudo não tenha avaliado a sardinha, como ela é muito comum no Brasil e tem um preço acessível, é interessante destacar que seu conteúdo de ômega-3 é bem interessante e, por ser um peixe de menor tamanho, o risco dela estar contaminada também é menor. Lembre-se, antes de tornar essas e outras informações um senso comum, consulte o seu nutricionista!

Suco de limão e aflatoxina

As oleaginosas (nozes, castanhas, pistache, amêndoa, avelã) são alimentos fontes de alguns nutrientes importantes para a saúde. Entretanto, durante a produção, processamento ou transporte desses alimentos pode ocorrer a formação de aflatoxinas. A alfatoxina é produzida por fungos do gênero Aspergillus e é a micotoxina mais perigosa para a saúde humana. Dentre as aflatoxinas, a B1 é a mais prejudicial para o homem. Dessa forma, é importante reduzirmos a quantidade dessa aflatoxina nesses alimentos.

Nesse estudo publicado em 2017 foi avaliada a quantidade de aflatoxina B1 contida no pistache e a efetividade de técnicas dietéticas na diminuição dessa micotoxina. Os autores pegaram 50 g de pistache e aquecerem à 120ºC por 1 hora com 30 mL de água (controle), 15 ou 30 mL de suco de limão e/ou 2,25 ou 6 g de ácido cítrico. O protocolo de técnica dietética que mais diminuiu a quantidade de aflatoxina B1 foi o que associou 30 mL de água + 30 mL de suco de limão + 6 g de ácido cítrico (redução de 93,1%). Entretanto, esse protocolo alterou as propriedades físicas do pistache. Das técnicas que não alteraram as propriedades físicas, a mais eficaz em diminuir a quantidade de aflatoxinas B1 foi a que associou 30 mL de água + 15 mL de suco de limão + 2,25 g de ácido cítrico (redução de 49,2%). Fazer o procedimento apenas com água + suco de limão também reduz a quantidade de aflatoxina, porém, de maneira menos eficaz. Vale destacar que é muito importante que ocorra o aquecimento à 120ºC por 1 hora. Se a temperatura ou o tempo forem modificados, a efetividade do protocolo é diminuída.

Na dúvida, sempre procure um nutricionista para orientá-lo da melhor maneira.

 

Café em preparações

O café é uma das bebidas mais utilizadas no Brasil e no mundo, e compõe o hábito alimentar diário das pessoas. Sabendo disso, esse grupo de pesquisa de Madrid, na Espanha, decidiu investigar as propriedades funcionais do que sobra depois do café passado (o que chamamos de “borra”). Além disso, incluíram essa “borra” em uma receita de biscoito, e avaliaram a aceitação da preparação! Resultado, eles observaram que a “borra” do café é fonte de antioxidantes, fibras insolúveis e aminoácidos essenciais, e concluíram que a adição desse ingrediente (precioso) na preparação dos biscoitos aumentou sua qualidade nutricional e qualidade sensorial. Além disso os autores ainda caracterizaram esse biscoito “turbinado” como um auxiliar na redução do risco de doenças crônicas, como obesidade e diabetes! Mas cuidado, antes de sair preparando biscoito com borra de café, é sempre bom lembrar: Consulte o seu nutricionista!!!

Dieta do mediterrâneo e cognição

Transtornos cognitivos são uma das questões que mais assombram indivíduos idosos! Pensando nessa preocupação, recentes estudos tem investigado o papel de uma dieta estilo mediterrâneo no risco de desenvolver esses problemas, como prejuízo cognitivo leve e até doença de Alzheimer. A dieta do mediterrâneo caracteriza-se por um alto consumo de frutas, hortaliças, leguminosas, cereais e ácidos graxos insaturados; baixo consumo de carne e ácidos graxos saturados; consumo baixo ou moderado de produtos lácteos; consumo moderado a alto de peixe; e um consumo regular mas moderado de álcool. Nessa meta-análise publicada em 2017, envolvendo 9 estudos com 34.168 participantes, os indivíduos foram separados em 3 categorias: os que tinham alta aderência à dieta do mediterrâneo, os que seguiam “mais ou menos” esse tipo de dieta e os que seguiam muito pouco esse estilo. Após análise estatística, foi demonstrado que os indivíduos que tinham alta aderência à dieta do mediterrâneo tinham menos risco de transtornos cognitivos, principalmente prejuízo cognitivo leve e doença de Alzheimer quando comparado com os indivíduos que seguiam pouco a dieta do mediterrâneo. Já os indivíduos que seguiam “mais ou menos” a dieta do mediterrâneo tiveram o mesmo risco de problemas cognitivos do que os indivíduos com baixa aderência à dieta do mediterrâneo. Ou seja, ter uma dieta mais estilo mediterrâneo em um dia e no outro não, não irá adiantar. Você precisa mudar seu estilo de alimentação e isso se tornar um hábito de vida! É bom lembrar que a melhor opção para orientá-lo melhor é procurar um nutricionista!

Carga ácida da dieta e Diabetes

Já falamos aqui no Nutrir com Ciência sobre a importância da dieta para o diabetes!!! Esse artigo publicado agora em fevereiro de 2017 avaliou a carga ácida da dieta e associou com a prevalência do diabetes. Alguns autores acreditam que uma dieta com o estilo ocidental (com grande consumo de proteínas de origem animal, alimentos industrializadas, açúcares e baixo consumo de frutas e verduras) pode causar uma acidose metabólica no corpo (não tão exagerada/intensa, porém crônica), podendo causar problemas metabólicos. Vale destacar que os principais responsáveis por aumentar a carga ácida da dieta são proteínas sulfuradas, presentes principalmente em proteína de origem animal. Nesse estudo, a carda ácida da dieta foi calculada por 3 métodos diferentes (NEAP, PRAL e relação proteína animal:potássio). Os resultados demonstraram que nos três casos, quanto mais alto foi a carga ácida da dieta, maior o risco de diabetes tipo 2 (após ajustada para fatores de risco do diabetes). Para saber mais detalhes, procure um nutricionista.

Treino em jejum

Muitas pessoas vão treinar em jejum! Mas será que isso pode trazer benefício mesmo? Nessa revisão publicada em 2017 discute um pouco sobre isso. Se treinar em jejum melhora a performance e ajuda no emagrecimento isso ainda é discutível. Ainda são necessários mais estudos para se ter total clareza. O emagrecimento e a performance dependem de uma série de outros fatores e do estilo de vida da pessoa. Entretanto, vários estudos já mostram que treinar em jejum pode influenciar em vias de sinalização do corpo (ex: AMPK, sirtuína-1, MAPK). Essas modulações poderiam ser interessantes para melhorar alguns parâmetros metabólicos do organismo, sendo interessante para ALGUMAS pessoas e por um PERÍODO de tempo específico. Entretanto, é importante ressaltar que não é todo mundo que deve treinar em jejum. Isso vai depender de patologias já existentes, do tipo de treino e dos objetivos do treinamento. Além disso, para algumas pessoas, treinar em jejum pode trazer alguns risco / efeitos não desejáveis. Ou seja, não invente de treinar em jejum por conta própria!! Procure um nutricionista para saber se você pode ou não fazer uso dessa estratégia! E o mais importante, QUANDO você pode ou não fazer uso dessa estratégia. Individualidade é muito importante!

Grãos integrais e microbiota intestinal

Sabemos que o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e câncer, está relacionado com o aumento na produção de marcadores de inflamação. Estudos observacionais recentes tem feito uma associação inversa com o consumo de grãos integrais e inflamação a partir da modulação da microbiota intestinal. Sabendo disso, este artigo publicado em fevereiro de 2017, avaliou o consumo de grãos integrais em 49 homens e 32 mulheres. O desenho experimental desse estudo se deu da seguinte forma: os participantes foram submetidos a uma dieta ocidental (composta por carne vermelha, carboidratos simples, alimentos processados, pouca ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais e peixes) durante 2 semanas e após esse período os participantes foram divididos em um grupo que recebeu uma dieta com grãos refinados e outro que recebeu uma dieta com grãos integrais durante 6 semanas. Os autores concluíram que o consumo de grãos integrais proporcionou um efeito positivo na microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta. Mas antes de aplicar esses dados na sua rotina, procure um nutricionista!!!

Colina, Betaína e Diabetes

Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) compreende cerca de 90% dos casos de diabetes, tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública. Existem várias estratégias nutricionais para o controle da doença, e até mesmo para evitar o seu desenvolvimento. Alguns estudos tem discutido a relação entre a ingestão de alguns micronutrientes e a resistência à insulina (RI), um dos passos iniciais para o desenvolvimento do DM2, e um dos nutrientes citados por esta publicação de janeiro de 2017 é a colina e a betaína. Nesta publicação os autores avaliaram a ingestão alimentar destes micronutrientes em mais de 2300 pessoas, e observaram uma correlação inversa entre a ingestão de colina e betaína e os níveis de glicemia de jejum, insulina, HOMA-IR (avalia a RI) e HOMA- β (avalia as funções das células β). Fontes dietéticas de colina são os ovos, fígado e carne vermelha, já a betaína é obtida através da ingestão de beterraba, espinafre, grãos e cereais. Para usufruir deste benefício sem prejuízos a saúde, procure por um nutricionista!

Osteoporose e Sódio

A osteoporose é um problema ósseo muito comum em pessoas mais idosas. Vários nutrientes são importantes para a saúde do osso. Mas exagerar em alguns alimentos também pode trazer prejuízos. Esse artigo de 2017 investigou a associação entre o consumo de sódio (presente principalmente no sal de cozinha) e a prevalência de osteoporose em mulheres na pós menopausa. Após analisar 9526 mulheres (4793 na pré-menopausa e 4733 na pós-menopausa), os autores chegaram a conclusão que mulheres na pós-menopausa que ingeriam mais de 2000 mg/dia de sódio tinham um risco 28% maior de ter osteoporose!!! Ou seja, cuidado com a adição de sal na hora de preparar os alimentos e com os alimentos com sal já embutidos (principalmente os alimentos industrializados). Para saber mais sobre como melhorar sua saúde óssea através da alimentação, procure um nutricionista!