O acidente vascular cerebral (AVC) é uma grande causa de morte e de incapacidade. Dentre os fatores de risco que parecem estar associados ao AVC, destaca-se a obesidade. De modo interessante, esse estudo publicada agora em 2021 avaliou a relação entre sobrepeso, obesidade e AVC isquêmico e hemorrágico em mais de 2 milhões e 700 mil pessoas (isso mesmo… você não leu errado). Após análises estatísticas, foi observado de sobrepeso e obesidade aumento o risco de AVC total e AVC isquêmico tanto em homens quanto em mulheres. Além disso, desnutrição, sobrepeso ou obesidade também aumentaram o risco de AVC hemorrágico em homens. Ou seja, o controle de peso é muito importante. E para isso, você precisa se alimentar de forma correta. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Category: Ciência
B9 e glicemia
Ter um bom controle glicêmico é muito importante para a saúde. Em especial para pacientes com diabetes. E é claro que a alimentação é o que mais impacta nesse controle da glicose sanguínea. Porém, alguns suplementos também podem auxiliar. E um deles é o ácido fólico (ou vitamina B9). Nessa meta-análise publicada em 2021 os autores investigaram os efeitos da suplementação com ácido fólico em parâmetros de controle glicêmico. Após análises estatísticas com dados de 24 estudos, foi observado que a suplementação com ácido fólico diminuiu insulina me jejum, glicemia em jejum e HOMA-IR. Ou seja, melhorou parâmetros envolvidos no controle glicêmico. Porém, o ácido fólico não deu resultado nos níveis de hemoglobina glicada. Ou seja, ele não vai fazer milagre sozinho. É muito importante associar outras condutas. Os valores de ácido fólico variam muito entre os estudos, desde valores mais baixos (que nutricionista pode prescrever) até valores muito altos. Porém, análise do próprio estudo mostrou que o efeito do ácido fólico não tem relação linear com a dose. Ou seja, nem sempre quanto maior a quantidade, melhor. Vale lembrar que suplementar sem recomendação de um profissional da área da saúde não é a melhor opção. Por isso, procure um nutricionista para avaliar seu caso.
Dieta e cognição
O período da pós-menopausa é acompanhado por uma queda nos níveis de estradiol. A queda nesse hormônio pode aumentar o risco de vários problemas, incluindo piora na cognição. Por outro lado, a alimentação parece impactar no envelhecimento cerebral, podendo aumentar ou diminuir o risco de declínio cognitivo, dependendo do tipo de alimentação que a pessoa tem. Nesse estudo publicado agora em 2021 foi avaliado a relação entre a qualidade da dieta, cognição e marcadores inflamatórios em mulheres na pós-menopausa. Após avaliar 222 mulheres, foi observado que aquelas que tinham uma dieta mais anti-inflamatória, tinham melhor memória e menos marcadores inflamatórios. Por outro lado, foi observado que uma dieta mais inflamatória aumentava o risco de declínio cognitivo. Ou seja, um padrão alimentar mais anti-inflamatório pode ser uma das estratégias para auxiliar na prevenção de declínio cognitivo. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
COVID-19 e cérebro
Hoje o artigo é especial! Isso porque foi escrito por mim e outros excelentes pesquisadores. Nessa revisão que acabou de ser publicada nós abordamos o impacto do SARS-CoV-2 na microbiota intestinal e a relação disso com a comunicação entre o intestino-cérebro. Estudos clínicos têm evidenciado que pacientes com COVID-19 possuem alteração na microbiota intestinal, além de um aumento de citocinas inflamatórias. Essa alteração da microbiota e o aumento de inflamação podem, pelo menos em parte, alterar a comunicação que existe entre o intestino e o cérebro e começar a gerar inflamação cerebral. Esse aumento de inflamação, por sua vez, pode contribuir para o aparecimento de sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade, sintomas depressivos e alteração de sono. Com base nisso, nós sugerimos que o uso de probióticos poderiam ser interessantes pensando em modular a microbiota intestinal e diminuir a inflamação. Entretanto, ainda são necessários estudos clínicos para avaliar o efeito dos probióticos em pacientes com COVID-19 e se esse tratamento repercutiria em melhorar de sintomas neuropsiquiátricos.
IG e SOP
Mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) podem ter várias alterações hormonais e cardiometabólicas. Entre elas, é comum aumento de testosterona total, resistência à insulina e alteração em lipídeos séricos (como colesterol, LDL e triglicerídeos). Por outro lado, inúmeras estratégias nutricionais estão sendo estudadas para melhorar a SOP. Uma das estratégias é adotar uma dieta com baixo índice glicêmico (IG). De modo interessante, essa meta-análise publicada agora em 2021 avaliou os reais efeitos de uma dieta com baixo IG nas mulheres com SOP. Após análise estatística, foi evidenciado que a dieta com baixo IG consegue reduzir os níveis de testosterona total nas mulheres com SOP. Além disso, dieta com baixo IG consegue diminuir HOMA-IR, insulina jejum, colesterol, LDL-c, triglicerídeo e circunferência da cintura. Ou seja, melhora parâmetros hormonais e cardiometabólicos da SOP. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Camomila e cólica
A dismenorreia, popularmente conhecida como cólica menstrual é uma situação que acomete muitas mulheres durante o período menstrual. O aumento de prostaglandinas inflamatórias no endométrio é uma das explicações para justificar essa cólica. Por outro lado, várias estratégias nutricionais podem ajudar no alívio da cólica. Em especial estratégias que conseguem diminuir essas prostaglandinas inflamatórias. Nessa revisão publicada agora em 2021 os autores abordam o papel da camomila (Matricaria recutita) nas cólicas menstruais. Dos 7 estudos que entraram na revisão (totalizando uma amostra de 1033 pessoas), 5 estudos investigaram o papel da camomila na cólica, demonstrando que ela pode ser efetiva na redução da dor. Os estudos utilizam a camomila em cápsula, em uma quantidade variando de 250-500 mg a cada 6 ou 8 h. Mas isso não significa que você não pode utilizar a camomila na forma de chá (infusão). Os outros dois estudos que entraram nessa revisão avaliaram o efeito da camomila na redução do volume menstrual, sugerindo que a camomila também pode auxiliar na redução do volume/intensidade do fluxo menstrual. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!
Amêndoa e obesidade
O sobrepeso e a obesidade têm aumentado nos últimos anos. E ninguém tem dúvida que a alimentação tem um papel importante nisso. Vários alimentos estão sendo estudados pensando em diminuir parâmetros de obesidade. E as amêndoas é um desses alimentos. Embora ela seja bem calórica, ela possui gorduras “boas” e vários micronutrientes. De modo interessante, essa meta-análise publicada em 2021 avaliou o efeito de dietas rias em amêndoas em parâmetros de obesidade. Após análises estatísticas foi observado que dietas ricas em amências estão associadas à menor circunferência da cintura. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai avaliar o seu caso e te orientar o quanto consumir.
Dieta e DCV
A alimentação saudável é um dos fatores que auxiliam na prevenção de várias doenças, incluindo as doenças cardiovasculares (DCV). As DCV têm um impacto significativo, já que é uma das principais causas de morte no mundo. Dessa forma, pensar em prevenção é muito importante. De modo interessante, esse estudo avaliou dados de 6 estudos de coorte prospectivos para investigar o papel da qualidade da dieta no risco de desenvolver ou não DCV e de morrer por DCV. Após análises, foi observado que as pessoas que têm uma melhor qualidade geral da dieta (ou seja, consomem mais frutas, verduras, grão integrais e menos alimentos ultraprocessados, açúcares e gordura trnas) têm menos risco de desenvolver DCV e de morrer por DCV. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Triglicerídeos e cognição
Se você me acompanha a mais tempo já deve ter percebido que o assunto cognição é bem recorrente por aqui. Primeiro porque a área da neurociências é uma das minhas especialidades. Segundo porque surgem cada vez mais estudos mostrando a relação entre nutrição e saúde cerebral. Nessa revisão agora de 2021, os autores exploram a relação entre os níveis de triglicerídeos e o prejuízo cognitivo. Os autores mostram alguns estudos clínicos que associam aumento dos níveis de triglicerídeos e declínio cognitivo, independente de outros fatores de risco cardiovascular. Além disso, os autores sugerem dois prováveis mecanismos: aumento de triglicerídeos ocasionando uma disfunção na barreira hemato-encefálica (BHE) e alterando o metabolismo da beta-amiloide. Vale destacar que essas duas questões estão associadas ao declínio cognitivo e a fisiopatologia da doença de Alzheimer. Embora ainda sejam necessários mais estudos para termo uma real certeza do impacto, pensar em melhorar o estilo de vida e ajustar a alimentação para controlar os níveis de triglicerídeos é muito importante. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!
Suplementos e diabetes gestacional
Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar. Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.