Café e Depressão

Um dos nossos primeiros posts aqui no Nutrir com Ciência foi sobre o risco do café para mulheres grávidas ou querendo engravidar. Entretanto, o café também tem seus benefícios! Você sabia que ele pode ajudar a diminuir o risco de depressão? Nesse estudo de 2016 foi evidenciado que o consumo de 400 mL/dia de café foi a dose ideia para ter esse efeito! Vale destacar que nem todos os indivíduos se beneficiam com o uso do café, por isso, procure um nutricionista para orientá-lo melhor!

Chá verde e dislipidemia

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As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo, e a dislipidemia (aumento de colesterol e/ou triglicerídeos no sangue) é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças, presente principalmente em mulheres na pós-menopausa. Sabe-se que algumas modificações no estilo de vida têm capacidade de modular os níveis de colesterol, incluindo prática de atividade física e mudanças alimentares. O chá verde é um dos fatores dietéticos que tem sido associado com a redução dos níveis de colesterol. Sabendo disso, este estudo publicado em Dezembro/2016 suplementou extrato de chá verde (Camellia sinensis), contendo 1315 mg de catequina em 936 mulheres na pós-menopausa durante 12 meses. Após o tratamento os autores observaram uma redução das concentrações plasmáticas de colesterol total, de LDL colesterol e de colesterol não-HDL, em especial nas participantes que já iniciaram o tratamento com o perfil lipídico alterado. Entretanto, em mulheres obesas, o extrato de chá verde aumentou os triglicerídeos. Para saber se o chá verde será um bom alimento para você e a melhor maneira de incluí-lo no seu dia-a-dia, procure o seu nutricionista!

Microbiota e Cérebro

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A microbiota intestinal é composta por microorganismos suficientes para representar 10x mais o número de células presentes no corpo humano, e um genoma 150x maior que o genoma humano! E esta microbiota é relacionada com a modulação da saúde humana, participando principalmente na manutenção de alterações relacionadas à Síndrome Metabólica, e recentemente aceita como um potencial modulador do comportamento humano. Nesta publicação de 2016, os autores esclareceram esta relação a partir da capacidade de modulação do eixo HPA (Hipotálamo-hipófise-adrenal) e de neurotransmissores (como adrenalina, serotonina e GABA), além da modulação da expressão gênica de proteínas que modificam padrões comportamentais (BDNF, receptores NMDA e receptores de serotonina). Sabendo disso, torna-se essencial a manutenção de uma microbiota saudável, sendo que, conforme os resultados dessa publicação, existe relação direta e indireta com a modulação de distúrbios como depressão, ansiedade e transtorno de personalidade! Vale destacar que outros mecanismos sobre como o intestino e o cérebro se correlacionam também tem sido estudados. Ressalta-se que, como já mencionado aqui no Nutrir com Ciência, a dieta pode influenciar na microbiota intestinal. Procure um nutricionista para melhor lhe orientar.

Alimentação e criança

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Quem nunca viu uma criança fazendo cara feia para alguns alimentos, principalmente verduras? Durante o período pré-escolar e escolar ocorre com muita frequência a ingestão seletiva de alguns alimentos, acompanhada de fortes preferências alimentares. Este comportamento é fator de risco para excesso de peso, desenvolvimento de desordens gastrointestinais e pode interferir negativamente no crescimento da criança. Sabendo disso, este estudo publicado em dezembro/2016 avaliou a ingestão alimentar de mais de 18000 crianças, e as dividiu entre crianças com e sem ingestão seletiva. Não houve diferença do consumo de macronutrientes (carboidrato, proteína, lipídio) entre os dois grupos, mas foi observada uma redução do consumo de carne, vegetais e frutas no grupo de crianças com ingestão seletiva, associado do aumento do cosumo de bebidas açúcaradas. Essas características levaram a uma redução significativa de Vitamina A, Zinco e Ferro, nutrientes essenciais para o correto desenvolvimento infantil! Procure o seu nutricioista para um ajuste alimentar correto, e a avaliação da necessidade de suplementação desses nutrientes!

Suco de cereja e pressão arterial

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A hipertensão arterial é comum entre os Brasileiros. Mas você sabia que suco de cereja rico em antocianinas pode ajudar a diminuir a pressão arterial? Nesse estudo piloto publicado agora em 2016 com 6 indivíduos adultos e 7 indivíduos idosos foi dado 300 mL de suco de cereja em uma única dose ou dividido em 3 vezes de 100 mL (0, 1 e 2h). A pressão arterial foi aferida no tempo 0, 2 e 6 horas após a ingestão do suco. De forma interessante, foi demonstrado que 300 mL de suco de cereja (dado em uma única dose) diminuiu a pressão arterial sistólica, a pressão diastólica e a frequência cardíaca 2 horas após a ingestão do suco (tanto em jovens quanto em idosos), retornando as valores normais 6 horas após. Por outro lado, dar 300 mL do suco de cereja dividido em 3 doses não demonstrou efeito significativo na pressão arterial. Além disso, após análise sanguínea, foi observado aumento de seis ácidos fenólicos, que são os possíveis responsáveis pela melhora da pressão arterial proporcionada pelo suco de cereja. Em jovens, o composto que mais aumentou foi o ácido cafeico. Já em idosos, o maior aumento foi o ácido cumárico. Vale destacar que foi um estudo pequeno, logo, mais estudos são necessários para melhor esclarecer esses efeitos do suco de cereja. Mas de qualquer forma, a cereja é uma ótima opção de fruta para inserir na dieta! Aproveite que estamos na época dessa fruta!! Na dúvida, consulte seu nutricionista!

Cerveja e alzheimer

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O excesso de bebida alcóolica pode trazer vários malefícios à saúde. Mas, se consumida com moderação, também pode trazer benefícios, inclusive para o cérebro. Nesse estudo publicado agora em 2016 demonstrou que os consumidores de cerveja tinham uma menor agregação do peptídeo Aβ, que está associado com doença de Alzheimer. Ainda é cedo para podermos afirmar que a cerveja previne essa doença tão temida, mas é um ponto de partida para futuras investigações. Vale destacar que o excesso de bebida alcoólica pode ter efeito contrário. Se você vai poder ou não beber cerveja e a dose por semana que você poderá consumir, somente um profissional adequado saberá responder de acordo com sua idade, funcionamento dos seus órgãos (em especial o fígado), doenças pré-existentes e individualidade bioquímica e genética.

Açaí e endometriose

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A endometriose é uma doença inflamatória, caracterizada pela presença de endométrio fora da cavidade uterina, e está associada com dor pélvica crônica, infertilidade, e consequentemente redução da qualidade de vida da paciente. Sabendo disso, nesta publicação de novembro de 2016, os autores induziram endometriose experimental em ratas, e trataram-nas com 200 mg/kg de peso corporal de extrato hidroalcóolico de açaí durante 30 dias. Após o tratamento realizaram análise da área de lesão e de fatores de crescimento, e observaram uma redução (atrofia e regressão) do tamanho da lesão, além de uma redução da expressão dos fatores de crescimento envolvidos na evolução da doença! Resultados que sugerem que o tratamento com açaí foi eficiente na estabilização de lesões do endométrio, tornando-o um potencial auxiliar no tratamento dessa doença. Vale destacar que o estudo ainda é em animais e que estudos em humanos precisam ser realizados para confirmar esse efeito do açaí, bem como a dose necessária em humanos. Uma dica prática para você que deseja introduzir o açaí na dieta é optar pelo açaí sem adição de xarope de guaraná!

Gengibre e cólica menstrual

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A cólica menstrual está associada com um aumento de citocinas inflamatórias. Ou seja, uma das estratégias para diminuir a cólica é diminuindo a inflamação. E não são apenas medicamentos que podem diminuir essa inflamação, muitos alimentos também possuem propriedades anti-inflamatórias, como por exemplo, o gengibre. Após avaliar vários estudos, essa meta-análise de 2016 demonstrou que o uso de gengibre ajuda a diminuir as cólicas menstruais. Além disso, foi evidenciado que o efeito do gengibre foi similar ao efeito dos anti-inflamatórios (medicamentos utilizados para reduzir a dor das cólicas menstruais). As doses de gengibre nos estudos variaram de 150 a 2000 mg do pó, sendo utilizadas por 3 a 4 dias. Essa dose pode ser ofertada na forma de suplemento alimentar ou via alimentação. Na alimentação, a melhor maneira de aproveitar os compostos do gengibre é na forma de decocção: coloque uma fatia de gengibre (espessura de mais ou menos 2 dedos) junto com 350 ml de água e ferva por aproximadamente 10 minutos. Procure um nutricionista para orientá-la melhor.

Intestino e eczema

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O eczema é uma doença inflamatória crônica da pele, que normalmente acomete as crianças no primeiro ano de vida. Além disso, é caracterizado como um forte preditor para o desenvolvimento de rinite alérgica e asma. Sabendo que existe uma eficácia do tratamento de eczema com a utilização de probióticos como Lactobacillus e Bifidobacterium, esta publicação decidiu caracterizar a microbiota intestinal de crianças com eczema, e comparar com a microbiota de crianças saudáveis. Foi identificado a prevalência de 4 gêneros nas crianças saudáveis: Bifidobacterium, Megasphaera, Haemophilus e Streptococcus. Já nas crianças com eczema foram identificados outros 5 genêros: Escherichia/Shigella, Veillonella, Faecalibacterium, Lachnospiraceae incertae sedis e Clostridium XlVa. Além disso, nas crianças com eczema observou-se um aumento na Akkermansia muciniphila, que é uma bactéria associada com redução da integridade intestinal, propiciando uma maior translocação de proteínas alergênicas e, por consequência, aumentando o risco de eczema e inflamação. Vale destacar que alguns desses gêneros presentes em crianças com eczema são fortemente associados com inflamação, como por exemplo, o Faecalibacterium. Essa observação torna a alteração da microbiota um fator de risco para a incidência desta doença, e a modulação da composição bacteriana intestinal uma estratégia de tratamento. Procure um nutricionista para lhe orientar como modular essa microbiota intestinal!

Avocado e doença cardiovascular

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As doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de morte no mundo!! Como estratégia de prevenção primária para essas doenças, destaca-se a adesão de hábitos alimentares saudáveis. Na última Diretriz sobre mudança do estilo de vida para redução de risco cardiovascular, a American Heart Association sugere uma restrição de 5-6% das calorias provenientes de ácidos graxos saturados. Além disso, recomenda-se a introdução de alimentos fonte de ácidos graxos monoinsaturados, como o avocado. Sabendo disso, este estudo ofertou 136 g de avocado (±13 g de ácido oléico) para pacientes com sobrepeso ou obesidade e observou maior efetividade, quando comparado com a simples restrição de gordura da dieta, em reduzir o número de partículas pequenas e densas de LDL (que são as partículas mais aterogênicas, aumentando o risco de DCVs). Ou seja, existem sim gorduras boas e que devem ser consumidas! Procure o seu nutricionista para uma orientação correta para mudanças de hábitos alimentares, e não somente siga o que é senso comum!