Vitamina C e osso

A vitamina C (ácido ascórbico) é uma vitamina encontrada, em especial, em algumas frutas e vegetais frescos, como por exemplo, cítricos (laranja, limão, etc), pimentões, kiwis, morangos, tomates, camu-camu, vegetais de folhas verdes (como chicória e brócolis), etc. A vitamina C possui várias funções importantes para a saúde. Uma das suas funções é ser importante para a síntese de colágeno (proteína no corpo que temos em maior quantidade). Como o osso também possui colágeno, pesquisas começara a ser feitas avaliando se essa vitamina poderia trazer benefícios ósseos. Estudos em animais e em células começaram a demostrar que a vitamina C agiria no osso por vários mecanismos, e não apenas pela síntese de colágeno. Mas será que temos evidências em humanos de que aumentar a ingestão alimentar e/ou suplementar vitamina C possa trazer algum benefício? Nessa revisão de 2021, os autores avaliaram 25 estudos em humanos: 15 correlacionando ingestão alimentar de vitamina C e densidade mineral óssea (DMO), 4 avaliando vitamina C no sangue e DMO e 6 avaliando o efeito da suplementação. De forma resumida:

  • 8 dos 15 estudos que avaliaram ingestão alimentar de vitamina C e DMO, observaram uma correlação positiva. Ou seja, quanto maior a ingestão alimentar, maior a DMO.
  • Todos os 4 que avaliam os níveis séricos e DMO confirmam essa correção também. Ou seja, quem tem mais vitamina C no sangue, tem maior DMO.
  • Em relação aos 6 estudos com suplementação, os resultados ainda são controversos e nem todos avaliaram a DMO. Porém, vale a pena destacar um dos estudos, realizado com 994 mulheres na pós-menopausa, na qual a suplementação com 12,4 anos (doses variando de 500-1000 mg/dia) aumentou 3% a DMO.

Avaliando os resultados, embora ainda tenhamos dados controversos, os estudos sugerem a importância de ajustar na alimentação a ingestão de vitamina C. Quanto a suplementação ainda precisamos de mais estudos para estimular alguma dose, por isso, vale a pena avaliar individualmente. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Resveratrol e fígado

O resveratrol é um fitoquímico encontrado nas cascas de uva, mirtilos, framboesas, amoras, amendoins, vinho tinto, entre outros alimentos. Vários estudos em células, em animais e em humanos estão sendo realizados para investigar os possíveis benefícios do resveratrol para a saúde. Nessa revisão agora de 2021, os autores investigaram o papel do resveratrol na saúde do fígado. Estudos em células e animais sugerem que o resveratrol pode fornecer proteção hepática, pode melhorar o metabolismo da glicose e o perfil lipídico, reduzir a fibrose hepática e a esteatose hepática. Além disso, é capaz de alterar a composição de ácidos graxos das células do fígado, além de ter uma ação anti-inflamatória e antioxidante. Existem alguns estudos em humanos, porém, com alguns dados controversos. Embora alguns estudos sugiram que o resveratrol possa ajudar, em especial por diminuir inflamação, estresse oxidativo e ajudar no controle da obesidade e glicemia, ainda não podemos afirmar ou estipular uma dose ideal. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará o que é melhor para o seu caso.

HDL e dieta do mediterrâneo

A lipoproteína de alta densidade (HDL-c) é conhecida como colesterol “bom”. De fato, altas concentrações de HDL-c são inversamente associadas às doenças cardiovasculares. Porém, hoje sabemos que essa HDL-c pode ter alterações no tamanho, densidade, composição, etc. Ou seja, não significa que ter um alto HDL será sempre bom. Precisamos de uma boa funcionalidade dessa HDL. E essa revisão de 2021 abordou o papel da dieta do mediterrâneo (baseada em frutas, verduras, grão integrais, peixes e pobre em industrializados, grão refinado, açúcares, carnes vermelhas) na funcionalidade dessa HDL-c. Após avaliar 13 estudos, os autores colocam que uma dieta estilo mediterrâneo ajuda a melhorar a funcionalidade da HDL, em especial por melhorar a capacidade do efluxo do colesterol (tirar dos tecidos e devolver para o fígado) e por diminuir a oxidação da HDL. Estamos no Brasil, então algumas adaptações podem ser adotadas. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

 

Leguminosas e DCV

Doenças cardiovasculares (DCV) são muito prevalentes e uma das principais responsáveis por mortes do mundo. Essas doenças sofrem muita influência da alimentação. Nenhum alimento específico faz “milagre” e resolverá todos os problemas, por isso, é bem importante ter um padrão alimentar saudável. Mas, dentro desse padrão alimentar, podemos citar alguns alimentos. Nessa revisão agora de 2021, os autores abordam o papel das leguminosas (ex: feijão, ervilha, grão de bico, etc) no que tange aspectos envolvidos com essas doenças cardiometabólicas. Essas leguminosas possuem macronutrientes (carboidratos, fibras, proteínas e lipídeos), além de micronutrientes (ex: ferro, cálcio, zinco, folato, etc) e fitoquímicos. Em conjunto, isso pode ajudar a diminuir obesidade, controlar glicemia, diminuir inflamação e melhorar a saúde intestinal e a microbiota. Tudo isso poderia contribuir para diminuir o risco de doenças cardiometabólicas. Mas mais uma vez, não adianta comer leguminosa e o resto da alimentação ser ruim. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Enxaqueca e dieta

A enxaqueca é um problema que impacta negativamente a qualidade de vida da pessoa. Embora tenhamos várias questões envolvidas na etiologia e fisiopatologia nesse problema, a alimentação pode ter um impacto relevante. Por outro lado, ter enxaqueca também pode impactar nas escolhas alimentares. E essa revisão agora desse ano aborda justamente sobre essa comunicação bidirecional entre alimentação e enxaqueca. Os autores colocam que alguns hábitos alimentares podem ser um gatilho para enxaqueca, podem aumentar inflamação (que está associada à enxaqueca), podem estimular um ganho de peso (obesidade também está relacionada à enxaqueca) e pode alterar o intestino e a microbiota (o eixo microbiota-intestino-cérebro também está envolvido na fisiopatologia da enxaqueca). Por outro lado, pessoas que têm enxaqueca também podem ter escolhas alimentares alteradas (em qualidade ou quantidade). Por isso, se você tem enxaqueca, procure um Nutricionista.

Dieta do mediterrâneo e demência

A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos em todo o mundo. E tenho certeza que, se você pudesse escolher, não gostaria de ter demência quando você envelhecer. Por isso gosto tanto de falar sobre estratégias nutricionais que podem nos auxiliar a diminuir o risco de demência e/ou melhorar a cognição. E hoje, trago para você os resultados de um grande estudo de coorte prospectivo (com mais de 16 mil pessoas), publicado agora em 2021, que avaliou a aderência à dieta do mediterrâneo (baseada em frutas, verduras, grãos integrais, azeite de oliva) e o risco de ter demência. Após análises, foi observado que as pessoas que tinham uma maior aderência a dieta do mediterrâneo tinham um risco 20% menor de desenvolver demência do que as pessoas com baixa aderência a essa dieta. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ultraprocessados e rins

Um declínio da função renal é comum em pessoas idosas. Porém, de acordo com os hábitos alimentares, isso pode mudar, para melhor ou para pior. Nesse estudo de coorte prospectivo, publicado em 2021, foi avaliado o efeito do consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de declínio da função renal em idosos. Após análises, foi observado que o aumento do consumo de ultraprocessados foi associado a um aumento de mais de 50% no risco de declínio de função renal. Ou seja, mais um motivo para diminuir a ingestão desses alimentos e mudar hábitos alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Carnes brancas e mortalidade

A relação entre hábitos alimentares e doenças crônicas não transmissíveis tem sido extensivamente estudada. Muito mais do que calorias e quantidade da macronutrientes, hoje se estuda a importância da qualidade da alimentação. Alguns estudos associam o aumento no consumo de carnes como fator de risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares. Porém, alguns estudos têm separado o consumo de carnes vermelhas e de carnes brancas. Sobre o excesso de carne vermelha trazer consequências maléficas ao organismo já temos muitos estudos. Mas em relação a carnes brancas? Nessa meta-análise de 2021 os autores investigaram a associação entre o consumo de carnes brancas e o risco de mortalidade por todas as causas, mortalidade por doença cardiovascular e eventos cardiovasculares. Após analisar 22 estudos, a meta-análise demonstrou que o consumo de carnes brancas diminui o risco de mortalidade por todas as causas. Porém, em relação a mortalidade por doença cardiovascular e eventos cardiovasculares, o consumo de carnes branca teve efeito neutro (não aumentou, mas também não diminuiu o risco). E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Curcumina e SOP

A Síndrome do ovário policístico (SOP) é a desordem endócrina mais comum das mulheres em idade reprodutiva. As três características que estão envolvidas no diagnóstico são hiperandrogenemia (aumento de hormônios androgênicos), disfunção ovulatória (ciclo menstrual > 35 dias) e morfologia ovariana policística (cistos nos ovários). Além disso, mulheres com SOP tem risco aumentando de vários outros problemas, incluindo desregulação glicêmica e lipídica. Por outro lado, a nutrição tem um papel bem importante no controle da SOP. Essa meta-análise publicada agora de 2021 avaliou o efeito da curcumina em mulheres com SOP. Entraram para a análise 3 estudos (totalizando 168 mulheres). As doses de curcumina variaram de 500 mg até 1500 mg/dia por 6-12 semanas. Após análises, observou-se que as mulheres que recebiam curcumina diminuíam glicemia em jejum, insulina em jejum, HOMA-IR e colesterol total e aumentavam HDL-c e QUICKI (avalia melhora de sensibilidade à insulina). Porém, a curcumina não influenciou no LDL-c e nem no triglicerídeo. Ou seja, dependendo do perfil da paciente, a curcumina pode ser uma das estratégias nutricionais a ser pensada. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Existem várias condutas nutricionais que são importantes para mulheres com SOP.

Vitamina C e gota

A gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de urato nas cavidades articulares. Questões nutricionais podem influenciar na gota. Por exemplo, o alto consumo de bebidas alcoólicas e de carnes vermelhas pode estar associado à maior ocorrência de gota. Por outro lado, dieta pobre em purina é amplamente reconhecida como tratamento não farmacológico para a gota. Dos micronutrientes, a vitamina C tem um destaque especial quando se pensa em gota. Nessa revisão de 2021 sobre vitamina C e gota os autores colocam que a maioria dos estudos epidemiológicos demonstram a relação entre aumento de vitamina C e diminuição de ácido úrico. Acredita-se que a vitamina C consiga agir no transporte de ácido úrico nos túbulos renais proximais e na regulação do processo inflamatório. Porém, os estudos de intervenção de suplementação de vitamina C para gota ainda são controversos, não podendo se estabelecer alguma dose ideal. Mas ajustar na alimentação a vitamina C será importante. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!