Alimentação e câncer de próstata

O número de casos de câncer de próstata tem aumentado nos últimos anos. Por isso pensar em prevenção e diminuir a progressão (caso o câncer já esteja instalado) é bem importante. Essa revisão agora de 2021 aborda sobre aspectos nutricionais que podem influenciar no desenvolvimento, progressão ou redução do câncer de próstata. Os autores colocam que o que mais aumenta risco de desenvolver o câncer de próstata ou piora o câncer já instalado é o alto consumo de gordura saturada, gordura trans e carnes processadas. Por outro lado, uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais tendem a ter um efeito benéfico (diminuindo o risco ou a progressão do câncer). Além disso, os autores citam as seguintes estratégias nutricionais trazendo possíveis benefícios: selênio, zinco, vitamina D, vitamina E, flavonoides (isoflavonas, catequinas e resveratrol) e licopeno. Mas lembre-se, individualidade é muito importante, por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

 

Cálcio e DCV

Cálcio é um nutriente importante para a saúde óssea. Mulheres na pós-menopausa tem risco aumentado de osteoporose. Nesse âmbito, vários estudos começaram a investigar o efeito do aumento da ingestão de cálcio ou a suplementação com esse mineral no que tange saúde óssea. Porém, alguns estudos observaram um problema, que foi o aumento no risco de doenças cardiovasculares (DCV). De modo interessante, essa meta-análise publicada agora em 2021 avaliou a ingestão alimentar e a suplementação de cálcio e se tinham correlação com o risco de DCV. O primeiro resultado da meta-análise é que a suplementação de cálcio foi associada à 15% mais risco de DCV e 16% mais risco de doença coronariana. Depois disso, os autores fizerem análises de subgrupos e observaram que as doses que aumenta o risco desses problemas são doses de cálcio via alimentar de 700-1000 mg por dia e suplementação de cálcio de 1000 mg por dia. Ou seja, talvez chegar as recomendações de cálcio de 1000 mg (dose que normalmente é recomendada) não seja tão interessante. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Riscos da dieta sem glúten

Você tem doença celíaca ou alguma sensibilidade ao glúten não celíaca? Se sim, vai precisar eliminar os alimentos que contém glúten. Mas será que é só trocar por algo que não tem glúten?? Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam os possíveis riscos de uma dieta sem glúten inadequada . Se a pessoa troca alimentos com glúten e fibras por um alimento industrializado, somente com farinhas refinadas e com muito açúcar e gordura e não ajusta todos os micronutrientes, essa dieta sem glúten inadequada pode aumentar o risco de obesidade, alterar metabolismo de glicose e de lipídeos, aumentando assim o risco de síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Por isso, é muito importantes fazer trocas alimentares saudáveis. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Creatina e cérebro

A creatina é um dos suplementos ergogênicos mais estudados. Não se tem mais dúvidas sobre o papel da creatina no que tange performance esportiva, tendo ação, em especial, no aumento de força muscular. Mas o que talvez você não saiba, é que a creatina está sendo estudada para questões envolvendo o cérebro. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores colocam um papel da creatina para melhorar o processamento cognitivo, especialmente em condições caracterizadas por déficits de creatina no cérebro, como por exemplo: estressores agudos (exercício, privação de sono), estresse crônico ou condições patológicas (ex: lesão cerebral traumática leve, envelhecimento, doença de Alzheimer, depressão). Entretanto, as doses de creatina utilizadas nos estudos envolvendo questões cerebrais variam muito (desde 5 g/dia até 20 g/dia) e o tempo de utilização também varia muito (5 dias até 24 semanas). Além disso, o protocolo ideal de creatina capaz de aumentar os níveis de creatina no cérebro ainda não é determinado. Da mesma forma, são necessários mais estudos para se estabelecer algum dose ideal. Enquanto isso, procure um Nutricionista para avaliar seu caso e ver o que é necessário para você.

Lactobacillus e gestação

Diabetes melittus gestacional (DMG) é um dos problemas que pode ocorrer durante a gestação. Além de um controle no ganho de peso e de ajuste na alimentação, outras estratégias nutricionais também parecem ser interessantes. Nesse estudo publicado agora de 2021, foram recrutadas 423 gestantes que estavam entre 14-16 semana de gestação e começaram a receber Lactobacillus rhamnosus (6 x 109 UFC) ou placebo. Quando estavam entre a 24-30 semana de gestação, foi retirado sangue dessas gestantes para avaliar vários parâmetros associados com DMG. Após análises estatísticas, foi demostrado que as grávidas que usaram o probiótico tinham menor valor de glicemia em jejum, mas não alterou outros parâmetros relacionados ao controle glicêmico. Além disso, nas mulheres acima de 35 anos, os probióticos também diminuíram ácidos biliares primários conjugados. Vale destacar que o estudo também mostrou associação entre ácidos biliares conjugados e glicose e insulina em jejum. Ou seja, os dados sugerem mais um possível benefício do uso de probióticos durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Dieta plant-based e dislipidemias

Dislipidemias (alteração nos lipídeos séricos) é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Por outro lado, fatores nutricionais podem influenciar nessas dislipidemias. Vários estudos recentes investigam o papel de dietas “plant-based” (vegana, vegetariana, entre outras) em várias doenças. Entretanto, alguns estudos são controversos. Por esse motivo, os estudos mais recentes, além de se avaliar a aderência a uma dieta plant-based, se avalia se ela é saudável ou não saudável. Isso porque a pessoa pode ter uma dieta plant-based com muitas frutas e verduras (tornando mais saudável) ou pode ter uma dieta plant-based a base de industrializados (tornando não saudável). E foi isso que esse estudo de 2021 avaliou. Esse estudo comparou dieta plant-based saudável e não saudável e o risco de ter dislipidemias. Após avaliar mais de 4500 adultos acompanhamento por 14 anos foi observado que as pessoas que tinham uma dieta plant-based saudável tinham menos risco de desenvolver qualquer desordem no metabolismo lipídico. Por outro lado, as pessoas que tinha uma dieta plant-based não saudável, tinha mais risco de dislipidemia. Ou seja, ter dieta plant-based não significa que será sempre bom, vai depender das escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ácido oleico e cognição

O declínio da função cognitiva aumenta com o envelhecimento. Embora o cérebro vai envelhecer junto com o corpo, a trajetória do envelhecimento cerebral pode mudar de pessoa para pessoa. Um dos fatores que influencia no funcionamento do cérebro é a alimentação. Nesse estudo clínico avaliando idosos Japoneses, os autores avaliaram questões alimentares e correlacionaram com 2 testes para avaliar a cognição. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), em especial o ácido oleico (presente em maior quantidade no azeite de oliva) tinham melhor desempenho nos 2 testes cognitivos avaliados. Por isso, procure um nutricionista para ajustar sua dose de ácido oleico na dieta.

Vitamina A e pele

Pensar em pele vai muito além de beleza. Uma das funções da pele é de defesa contra micro-organismos. Mas você sabe o que a vitamina A tem a ver com isso? Os autores dessa revisão de 2021 abordam os pontos mais relevantes sobre o assunto. Primeiro, a vitamina A é importante para auxiliar na imunidade da pele, em especial pela sua ação nos mastócitos (célula envolvida do sistema imune inato) e nas células de Langerhans (que são células apresentadoras de antígenos na pele). Além disso, a vitamina A pode influenciar na microbiota da pele e na proliferação adequada dos queratinócitos (principal célula que forma a camada mais externa da pele – epiderme). Por fim, a vitamina A também parece ajudar a diminuir a expressão dos TLR (receptores que estão associados à inflamação). Ou seja, temos vários benefícios da vitamina A para a pele. Você ingere quantidades adequadas dessa vitamina na dieta? Será que você precisa de um suplemento? Procure um nutricionista para avaliar o seu caso e fazer os ajustes necessários.

 

Brócolis e estresse oxidativo

O estresse oxidativo é gerado por um desequilíbrio entre a formação e degradação de radicais livres (incluindo espécies reativas de oxigênio e espécies reativas de nitrogênio). Esse estresse oxidativo pode estar presente em várias doenças. Assim, pensar em estratégias para combater esse estresse oxidativo é muito importante. Nesse sentido, um padrão alimentar saudável e um aporte adequado de micronutrientes desempenha um papel essencial. Além disso, alguns alimentos podem ser estimulados, e um deles é o brócolis. O brócolis contém grandes quantidades de uma substância chamada de glucorafanin, que pela ação da enzima mirosinase ou pela ação da microbiota intestinal pode se transformar em sulforafano. O sulforafano, no nosso corpo, tem a capacidade de aumentar um fator de transcrição chamado de Nrf2. O Nrf2, por sua vez, vai aumentar enzimas de fase II (de destoxificação) e enzimas antioxidantes (que vão combater o estresse oxidativo). Por isso, o consumo de brócolis pode ser interessante para várias doenças que tem aumento de estresse oxidativo. Nessa revisão de 2021 os autores focam mais no possível benefício que traria para doenças renais. Mas como já mencionado, inúmeras doenças podem estar associadas com o aumento de estresse oxidativo. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ômega-3 e sono

O ômega-3 é muito importante para o funcionamento cerebral. Vários estudos mostram os benefícios do ômega-3 para várias doenças neuropsiquiátricas, incluindo depressão, ansiedade, doenças neurodegenerativas, entre outras. Algumas evidências também sugerem que o ômega-3 possa trazer benefícios para o sono. Porém, nesse ponto, os estudos ainda são mais escassos. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 avaliou o efeito de suplementação com óleo de peixe rico em DHA (900 mg de DHA e 270 mg de EPA) ou óleo de peixe rico em EPA (900 mg de EPA e 360 mg de DHA) ou placebo (1 g de azeite de oliva refinado) em 84 adultos por 26 semanas. Após análises estatísticas, foi observado que o grupo que recebeu o óleo de peixe rico em DHA melhorou a eficiência do sono e diminui a latência para iniciar o sono. Porém, não foi observado melhora significativa no grupo que recebeu óleo de peixe rico em EPA. No entanto, outras análises de qualidade do sono não deram significativa. Ou seja, embora os dados sugerem que talvez uma dose maior de DHA seja mais interessante quando se pensa em sono, ainda são necessários mais estudos para poder ter certeza dos resultados. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai analisar a melhor estratégia para seu caso.