Coenzima Q10 e SOP

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Se você me acompanha com frequência por aqui, já deve ter lido um post meu falando que a disfunção mitocondrial pode influenciar no desenvolvimento ou progressão da síndrome do ovário policístico (SOP). Por esse motivo, estratégias que melhoram a função da mitocôndria estão sendo estudadas, e uma delas é a coenzima Q10.

Uma meta-análise publicada em 2023 evidenciou que suplementar coenzima Q10 (100-200 mg/dia) pode auxiliar na diminuição da glicemia, insulina, HOMA-IR, lipídeos séricos e de testosterona nessas mulheres. Ou seja, melhora alguns parâmetros que é comum estarem alterados nessas mulheres.

(Referência: Zhang, T.; et al. Reprod Sci.; 30(4):1033-1048, 2023.)

Mas lembre-se, antes de sair comprando suplemento, procure um nutricionista para ele avaliar seu caso.

Coenzima Q10, resveratrol e mitocôndria

coenzima q10

 

O envelhecimento é um processo multifatorial desencadeado por deficiências em diferentes componentes celulares. Entre as várias vias moleculares envolvidas, as mitocôndrias são os principais reguladores da longevidade. Dessa forma, melhorar a funcionalidade da mitocôndria é muito importante.

Em uma recente revisão, os autores abordam o papel da coenzima Q10 e do resveratrol nessa melhora mitocondrial.

A coenzima Q10 é produzida naturalmente no nosso corpo, mas sua síntese cai conforme envelhecemos. Ela é importante para a produção energética, além de ter uma ação antioxidante.

O resveratrol é um fitoquímico que no nosso corpo possui várias ações, incluindo ação antioxidante e aumento da biogênese mitocondrial (formação de novas mitocôndrias).

SOP e Q10

Inúmeras estratégias nutricionais podem ser interessantes para mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nos últimos anos, têm se intensificado os estudos que avaliam o impacto da função mitocondrial na SOP. Nesse contexto, uma das estratégias nutricionais que poderia ser pensada é o uso de coenzima Q10. Nesse estudo, foi avaliado a suplementação de coenzima Q10 (100 mg/dia) ou placebo por 12 semanas em parâmetros metabólicos e de saúde mental nas mulheres com SOP. Após análises, foi evidenciado que o uso de coenzima Q10 diminuiu sintomas de depressão e ansiedade, diminuiu PCR (marcador de inflamação), testosterona total, DHEAS, MDA (marcador de estresse oxidativo) e hirsutismo. Além disso, foi observado um aumento no SHBG e na capacidade antioxidante total. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

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Coenzima Q10 e enxaqueca

Essa semana o assunto está sendo enxaqueca por aqui. No post de terça-feira comentei que o estresse oxidativo é um dos fatores que está envolvido na fisiopatologia da enxaqueca. Por outro lado, uma das substâncias antioxidantes que temos no nosso corpo é a coenzima Q10. Ela é importante para a síntese de energia dentro da mitocôndria e para o funcionamento adequado dessa organela, diminuindo a formação de espécies reativas de oxigênio. Por esse motivo, vários estudos têm investigado o efeito da suplementação com coenzima Q10 no tratamento da enxaqueca. Mas será que funciona? Essa meta-análise publicada agora em 2021 investigou justamente isso. Após analisar 6 estudos, foi observado que a suplementação de coenzima Q10 reduz a duração e a frequência dos ataques de enxaqueca após seis semanas de suplementação. Porém não reduziu a severidade da enxaqueca. Vale a pena destacar que as doses variaram entre os estudos, com a maior parte dos estudos (n = 4) utilizando doses de pelo menos 400 mg/dia de coenzima Q10. Porém, ainda não se pode afirmar que essa dose é a mais eficaz. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Antioxidantes e SOP

O estresse oxidativo é gerado quando se tem um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a capacidade antioxidante. O estresse oxidativo é conhecido por contribuir para uma variedade de doenças como a síndrome do ovário policístico (SOP). Assim, a utilização de antioxidantes pode ser eficaz na prevenção ou auxiliar no tratamento dessas doenças. Nesta revisão publicada em 2021, os autores revisão estudos clínicos que examinaram a eficiência das estratégias antioxidantes na SOP e os possíveis mecanismos subjacentes. Dos antioxidantes, os autores abordam o papel da vitamina D, vitamina E, coenzima Q10, carnitina, resveratrol, curcumina e quercetina. Os autores colocam que o uso desses antioxidantes pode reduzir o estresse oxidativo, inflamação, angiogênese e melhorar o perfil de hormônios sexuais, perfil metabólico e índices antropométricos. Dessa forma, pode melhorar a fertilidade dos pacientes com SOP. Porém, vale a pena destacar que mais estudos são necessários. Por isso, antes de sair fazendo o uso de tudo isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Coenzima Q10 e endotélio

O comprometimento da função endotelial pode contribuir para doenças relacionadas à aterosclerose. Por outro lado, o ubiquinol (forma reduzida da coenzima Q10) é uma substância endógena que auxilia na função mitocondrial, além de exercer uma ação antioxidante, incluindo no compartimento vascular, ajudando a diminuir a oxidação da LDL. Nesse estudo clínico publicado agora em 2020, os autores suplementaram ubiquinol (100 ou 200 mg/dia) ou placebo por 8 semanas em pacientes com dislipidemia leve-moderada (LDL variando de 130–200 mg/dL) e avaliaram o efeito da função endotelial. Após 8 semanas, os dois grupos que receberam coenzima Q10 (100 e 200 mg) melhoraram a disfunção endotelial, aumentaram os níveis de Q10 e aumentaram óxido nítrico. Por outro lado, apenas o grupo que recebeu 200 mg/dia de ubiquinol diminui a oxidação da LDL. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Q10 e rugas

Mês passado, falei sobre a importância de alguns antioxidantes para melhorar a pele e diminuir o envelhecimento. Hoje, trago para vocês esse estudo realizado com mulheres de 40 a 65 anos de idade, no qual foi administrado placebo ou um suplemento contendo coenzima Q10 (50 mg), colágeno hidrolisado (4 g), vitamina C (80 mg), vitamina A (920 mcg) e biotina (150 mcg) por 12 semanas. Depois desse período, foram feitas análises que demonstraram que o suplemento diminui as rugas, aumentou a quantidade de colágeno na derme e melhorou a maciez da pele. Entretanto não foram observadas melhoras significativas na hidratação e nem na viscoelasticidade da pele. Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Apenas um profissional competente e atualizado vai avaliar qual a melhor estratégia a ser utilizada no seu caso!

Fadiga em idoso

É muito comum idosos sentirem fadiga / cansaço. E isso pode ser ocasionado por diversas questões, incluindo deficiências nutricionais. E essa revisão fala justamente disso, de nutrientes importantes para ajudar na melhora da fadiga. Os autores colocam sobre a importância de ajustar na alimentação a quantidade de proteína e de ácidos graxos essenciais. Além disso, deficiências de algumas vitaminas, minerais e eletrólitos poderiam piorar a fadiga, por isso, é importante avaliar, em especial, vitamina C e as vitaminas do complexo B, sódio, magnésio e zinco. Por fim, os autores também colocam que carnitina, triptofano e coenzima Q10 também poderiam ser interessantes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! A conduta sempre deve ser feita de forma individualizada.

 

Q10 e exercício

A prática de atividade física é bem importante para a saúde. Porém, exercícios extenuantes podem estar associados com mais risco de lesão, mais inflamação, estresse oxidativo e alterações em parâmetros hematológicos. Saber como modular e o momento de modular essas alterações trará benefícios para o indivíduo. Nesse estudo publicado esse ano, os autores avaliaram o efeito da suplementação com 200 mg de ubiquinol (coenzima Q10) ou placebo por 2 semanas em exercício extenuante em 100 indivíduos bem treinados. Após 2 semanas, o grupo que usou a coenzima Q10 aumentou parâmetros hematológicos e diminuiu citocinas inflamatórias. Mas lembre-se que dependendo da fase de treinamento que a pessoa se encontra, os objetivos podem ser diferentes. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Nutrientes e fadiga crônica

A síndrome da fadiga crônica é conhecida como uma doença multissistêmica e complexa, que induz à fadiga e à incapacidade a longo prazo em atividades educacionais, ocupacionais, sociais ou pessoais. Numerosos fatores, incluindo questões ambientais e imunológicas estão envolvidas nessa fadiga crônica. Nesse artigo de 2019, os autores colocam os principais nutrientes que quando estão em deficiência podem exacerbar a fadiga crônica, que são: vitamina C, vitaminas do complexo B, sódio, magnésio, zinco, carnitina, triptofano, ácidos graxos essenciais e coenzima Q10. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Individualidade é muito importante! Um bom profissional saberá a melhor conduta para o seu caso.