Bariátrica e complexo B

A cirurgia bariátrica, em especial a bypass em Y de Roux, reduz a área de absorção de nutrientes, podendo aumentar o risco de deficiências nutricionais. Alguns dos nutrientes afetados são as vitaminas do complexo B, que possuem inúmeras funções para o organismo. Nessa revisão de 2021, os autores investigaram o impacto da cirurgia bariátrica no status de vitaminas do complexo B e a correlação com saúde mental. Os autores colocam que a deficiência de vitaminas do complexo B é bem comum após cirurgia bariátrica e, que em muitos casos, essa deficiência continua mesmo após a suplementação. Essa diminuição de vitaminas do complexo B poderia afetar a saúde mental por vários fatores, incluindo: aumentar inflamação, afetar vários neurotransmissores e aumentar os níveis de homocisteína. Essas questões, por sua vez, podem aumentar o risco de sintomas depressivos, ansiedade, declínio cognitivo, entre outros sintomas e problemas neuropsiquiátricos. Por isso, é muito importante avaliar o estatus de complexo B antes e após a cirurgia bariátrica e tentar fazer os ajustes necessários para evitar a deficiência dessas vitaminas. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Café da manhã e cognição

Essa semana estou trazendo estudos sobre café da manhã em adolescentes. O artigo de hoje, publicado agora esse ano, avaliou o efeito de fazer café da manhã em testes cognitivos em 1181 adolescentes de 10-14 anos. Os principais resultados que deram diferenças estatísticas foram:

– Adolescentes que tomaram café da manhã um pouco antes de fazer o teste cognitivo apresentaram melhora na cognição em comparação com aqueles que não fizeram o café da manhã;

– Alunos que pulavam o café da manhã regularmente tiveram baixo desempenho no teste cognitivo;

– Um melhor desempenho cognitivo foi observado quando pelo menos dois de três componentes foram incluídos no café da manhã: frutas / suco de fruta natural não adoçado, cerais / pães e leite / derivados. Ou seja, o tipo de alimento também influencia, não adianta fazer um café só com um biscoito receado e achar que trará benefício.

  E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Dieta do mediterrâneo e demência

A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos em todo o mundo. E tenho certeza que, se você pudesse escolher, não gostaria de ter demência quando você envelhecer. Por isso gosto tanto de falar sobre estratégias nutricionais que podem nos auxiliar a diminuir o risco de demência e/ou melhorar a cognição. E hoje, trago para você os resultados de um grande estudo de coorte prospectivo (com mais de 16 mil pessoas), publicado agora em 2021, que avaliou a aderência à dieta do mediterrâneo (baseada em frutas, verduras, grãos integrais, azeite de oliva) e o risco de ter demência. Após análises, foi observado que as pessoas que tinham uma maior aderência a dieta do mediterrâneo tinham um risco 20% menor de desenvolver demência do que as pessoas com baixa aderência a essa dieta. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Creatina e cérebro

A creatina é um dos suplementos ergogênicos mais estudados. Não se tem mais dúvidas sobre o papel da creatina no que tange performance esportiva, tendo ação, em especial, no aumento de força muscular. Mas o que talvez você não saiba, é que a creatina está sendo estudada para questões envolvendo o cérebro. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores colocam um papel da creatina para melhorar o processamento cognitivo, especialmente em condições caracterizadas por déficits de creatina no cérebro, como por exemplo: estressores agudos (exercício, privação de sono), estresse crônico ou condições patológicas (ex: lesão cerebral traumática leve, envelhecimento, doença de Alzheimer, depressão). Entretanto, as doses de creatina utilizadas nos estudos envolvendo questões cerebrais variam muito (desde 5 g/dia até 20 g/dia) e o tempo de utilização também varia muito (5 dias até 24 semanas). Além disso, o protocolo ideal de creatina capaz de aumentar os níveis de creatina no cérebro ainda não é determinado. Da mesma forma, são necessários mais estudos para se estabelecer algum dose ideal. Enquanto isso, procure um Nutricionista para avaliar seu caso e ver o que é necessário para você.

Ácido oleico e cognição

O declínio da função cognitiva aumenta com o envelhecimento. Embora o cérebro vai envelhecer junto com o corpo, a trajetória do envelhecimento cerebral pode mudar de pessoa para pessoa. Um dos fatores que influencia no funcionamento do cérebro é a alimentação. Nesse estudo clínico avaliando idosos Japoneses, os autores avaliaram questões alimentares e correlacionaram com 2 testes para avaliar a cognição. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), em especial o ácido oleico (presente em maior quantidade no azeite de oliva) tinham melhor desempenho nos 2 testes cognitivos avaliados. Por isso, procure um nutricionista para ajustar sua dose de ácido oleico na dieta.

Dieta cetogênica e demência

Demência é uma das condições de saúde mais incapacitantes do mundo. Por isso, pensar em prevenção da demência e diminuição da sua progressão (caso já esteja instalada) é muito importante. E a nutrição tem um papel importantíssimo nisso. Se você me acompanha a mais tempo, sabe que eu já mostrei vários estudos falando sobre o padrão alimentar e vários alimentos específicos que estão sendo estudados para melhorar a cognição. Hoje, trouxe esse estudo de 2021 com uma abordagem diferente. A dieta cetogênica (rica em gordura e com muito pouco carboidrato) tem sido estudada a bastante tempo em condições neurológicas, com resultados mais robustos na epilepsia. Porém, estudos recentes passaram a avaliar seus efeitos na demência. Mas será que temos estudos em humanos com demência que respaldam essa conduta? Após revisar a literatura, os autores mostram vários dados de estudos pré-clínicos (em animais), que mostram benefício da dieta cetogênica, em especial por diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, temos estudos em humanos que sugerem um possível efeito benéfico da dieta cetogênica na melhora da cognição. Porém, os estudos em humanos são estudos pequenos, sendo necessários estudos maiores para poder confirmar esse possível benefício. E lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Matcha e cognição

O matcha é derivado da Camellia sinensis (chá verde), porém com cultivo e processamento um pouco diferente. Sua constituição inclui: catequinas, polifenóis, luteína, teanina, vitamina K, cafeína, etc. Nesse estudo realizado com pessoas idosas foi utilizado o 3 g do pó do Matcha por 12 semanas e avaliado efeitos na cognição desses indivíduos. Após análises estatística, observou-se que as mulheres que usaram o Matcha melhoraram a performance cognitiva, mas isso não foi observado nos homens. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Índice glicêmico e cognição

O assunto alimentação e cognição é um assunto recorrente por aqui. Já mostrei vários artigos que associam a alimentação com melhora ou piora da cognição. Nesse estudo agora de 2020 os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos portadores do alelo APOE4. Em torno de 15% da população possui o alelo APOE4 e isso aumenta em cerca de 3 vezes o risco de ter doença de Alzheimer. Por esse motivo, os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos com esse alelo. E o que foi observado foi que fazer refeições com alto índice glicêmico piora questões cognitivas, em especial a memória visual, memória episódica e cognição global nesses idosos. Ou seja, ajustar a alimentação para diminuir o índice glicêmico pode ser um dos pontos quando pensamos em prevenir o declínio cognitivo em pessoas com alto risco de desenvolver o Alzheimer. E lembre-se, o profissional mais adequado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

DHA e cérebro do bebê

O ácido docosahexaenoico (DHA) é um ácido graxo poli-insaturado da família do ômega-3. Sua ingestão é de extrema importância durante a gestação. Um dos pontos que ele é importante é para o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro do bebê. E foi justamente sobre isso que essa revisão agora desse ano abordou. O DHA é importante para a neurogênese (formação de neurônios), plasticidade sináptica (“comunicação entre os neurônios”), para a transdução de sinal no cérebro, para a maturação dos astrócitos (uma célula da glia importante para a nutrição do cérebro e para o funcionamento geral do cérebro), para o metabolismo e captação adequada de glicose, para diminuir a inflamação, entre outras funções. Além disso, o DHA também é importante para o desenvolvimento adequado da placenta. Baixos níveis de DHA durante a gestação podem aumentar o risco de dificuldade na aprendizagem e problemas de cognição no bebê. Por isso, ajustar os níveis de DHA (alimentação + suplementação) é muito importante durante a gestação. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Ferro, humor e cognição

Tanto o excesso quanto a deficiência do ferro podem ocasionar problemas para a saúde, incluindo problemas para o cérebro. Porém, a deficiência de ferro acaba sendo comum em alguns idosos. De forma interessante, nesse estudo publicado esse ano, foi avaliado o impacto de um baixo status de ferro em sintomas depressivos e piora de cognição em idosos. E adivinhem? Após análises estatística, foi demonstrado que os idosos que tinham um baixo status de ferro, tinham mais sintomas depressivos e pior memória. Por isso, ajustar a ingestão de ferro via alimentar é bem importante. É válido mencionar que o excesso de ferro também pode causar problemas para o cérebro. Por isso, é sempre importante avaliar cada caso individualmente. Só alimentação é suficiente? Precisa suplementar? Quanto suplementar? Por quanto tempo suplementar? Isso tudo tem que ser avaliado de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.