Resveratrol é um flavonoide encontrado na casca de uvas tintas, suco de uva e vinho tinto. Alguns estudos mostram o benefício do resveratrol à saúde. Nesse estudo publicado em 2017 os autores investigaram o uso do resveratrol em pessoas com prejuízo cognitivo leve. Para isso, 40 pacientes com prejuízo cognitivo leve receberam 200 mg de resveratrol por dia ou placebo por 26 semanas. Após esse período, observou-se que o grupo que recebeu o resveratrol diminuiu mais a hemoglobina glicada (melhorando o controle da glicemia), preservou o volume do hipocampo (região do cérebro importante para a memória) e melhorou a conectividade funcional do hipocampo em estado de repouso. Vale destacar que ensaios maiores e com um tempo de intervenção mais longo devem ser realizados para determinar se esses benefícios podem ser validados e estendidos à função cognitiva. Na dúvida, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!
Category: Cognição
Ovo e Cognição
O ovo é um assunto recorrente aqui no Nutrir com Ciência. Quer mais um motivo para o consumo de ovo? Esse artigo publicado esse ano acompanhou 2497 homens de 42-60 anos por quase 22 anos e avaliou se o consumo de ovo influenciava em testes para avaliar a cognição. Após os quase 22 anos de acompanhamento, 337 homens foram diagnosticados com demência e 266 foram diagnosticado com doença de Alzheimer. Após realizar testes de cognição e associar os resultados com o consumo de ovo, os autores perceberam que quem consumia mais ovo tinham uma melhor performance em 3 testes cognitivos realizados! Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!
Probióticos
Já falamos várias vezes aqui no Nutrir com Ciência a importância da saúde intestinal para a saúde humana. Uma das formas de melhorar a saúde intestinal é a suplementação com probióticos. Nessa publicação de abril de 2017, os autores concluem que o uso diário de probióticos é seguro e que vai muito além da saúde intestinal e da melhora do sistema imunológico. Dentre os outros vários benefícios que os probióticos podem proporcionar, destacam-se:
- Melhora da síndrome metabólica, auxiliando na melhora/prevenção da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares;
- Melhora e prevenção de doenças neuropsiquiátricas;
- Possível ação anticâncer e antimutagênica.
Procure um nutricionista para avaliar a sua necessidade de prescrição de probióticos!
Jejum e calorias
A obesidade é um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, e nos últimos anos a prevalência de obesidade só aumenta. Paralelamente a este aumento, o número de refeições diárias também tem aumentado. Observando este paralelo, e sabendo que ainda há pouca clareza sobre os benefícios do jejum intermitente, os autores dessa publicação de 2017 decidiram observar o efeito do protocolo de jejum intermitente semelhante ao Ramadan em homens magros e saudáveis. Esses indivíduos ficaram 14 horas por dia sem comida e nem bebida, durante 28 dias. A preocupação dos autores foi observar a relação deste protocolo de dieta com a composição corporal, o metabolismo da glicose e a função cognitiva dos participantes. Ao término do estudo, todos os participantes conseguiram adaptar protocolo em seu dia-a-dia sem maiores dificuldades, e os autores não observaram qualquer diferença nos parâmetros avaliados (índice de massa corporal, metabolismo da glicose e função cognitiva). Direcionando à conclusão de que a frequência das refeições pode não ser tão importante assim para contemplar a ingestão de energia diária! Mas lembre-se, antes de tornar essa informação um senso comum, consulte o seu nutricionista!
Dieta do mediterrâneo e cognição
Transtornos cognitivos são uma das questões que mais assombram indivíduos idosos! Pensando nessa preocupação, recentes estudos tem investigado o papel de uma dieta estilo mediterrâneo no risco de desenvolver esses problemas, como prejuízo cognitivo leve e até doença de Alzheimer. A dieta do mediterrâneo caracteriza-se por um alto consumo de frutas, hortaliças, leguminosas, cereais e ácidos graxos insaturados; baixo consumo de carne e ácidos graxos saturados; consumo baixo ou moderado de produtos lácteos; consumo moderado a alto de peixe; e um consumo regular mas moderado de álcool. Nessa meta-análise publicada em 2017, envolvendo 9 estudos com 34.168 participantes, os indivíduos foram separados em 3 categorias: os que tinham alta aderência à dieta do mediterrâneo, os que seguiam “mais ou menos” esse tipo de dieta e os que seguiam muito pouco esse estilo. Após análise estatística, foi demonstrado que os indivíduos que tinham alta aderência à dieta do mediterrâneo tinham menos risco de transtornos cognitivos, principalmente prejuízo cognitivo leve e doença de Alzheimer quando comparado com os indivíduos que seguiam pouco a dieta do mediterrâneo. Já os indivíduos que seguiam “mais ou menos” a dieta do mediterrâneo tiveram o mesmo risco de problemas cognitivos do que os indivíduos com baixa aderência à dieta do mediterrâneo. Ou seja, ter uma dieta mais estilo mediterrâneo em um dia e no outro não, não irá adiantar. Você precisa mudar seu estilo de alimentação e isso se tornar um hábito de vida! É bom lembrar que a melhor opção para orientá-lo melhor é procurar um nutricionista!
Gestação e ganho de peso
Já sabemos que uma gestação saudável cursa com um ganho de peso planejado e controlado, e quando isso não ocorre há vários riscos para a gestante, como diabetes gestacional, hipertensão arterial e parto prematuro. Mas há também prejuízos para a saúde do bebê. Um dos prejuízos citados por essa publicação de janeiro de 2017 é a relação entre obesidade gestacional e uma maior susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças neuropsiquiátricas e desordens cognitivas na criança. Além disso, mudanças na função placentária, consequente do excesso de peso, não causam somente complicações para a mãe, mas também riscos em longo prazo para o bebê que está para nascer, como risco de obesidade e doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta, e esta relação se baseia na produção de interleucinas (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF-a). Procure um nutricionista para uma orientação durante a gestação, e consequente correta programação metabólica!
Obesidade e Cognição
A prevalência de obesidade e sobrepeso é alta, e tem aumentado cada vez mais em todas as idades, incluindo nas pessoas mais idosas. Muitas complicações são associadas com a obesidade, como diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer, e mais recentemente, alterações cognitivas. Sabendo disso, esta meta-análise publicada em janeiro de 2017 avaliou 21 estudos, incluindo estudos longitudinais e randomizados, buscando a relação entre excesso de peso e obesidade com alterações de memória, atenção, linguagem e função motora. Os autores concluíram que a perda de peso intencional em pessoas obesas ou com sobrepeso foi associada com um aumento significante na atenção e memória. Além disso, os autores sugerem que o sobrepeso e a obesidade estão associados com declínio nas funções cognitivas e com uma alta prevalência da doença de Alzheimer. Para usufruir do benefício da perda de peso sem prejuízos a saúde, procure por um nutricionista para orientá-lo de maneira correta!
Microbiota e Cérebro
A microbiota intestinal é composta por microorganismos suficientes para representar 10x mais o número de células presentes no corpo humano, e um genoma 150x maior que o genoma humano! E esta microbiota é relacionada com a modulação da saúde humana, participando principalmente na manutenção de alterações relacionadas à Síndrome Metabólica, e recentemente aceita como um potencial modulador do comportamento humano. Nesta publicação de 2016, os autores esclareceram esta relação a partir da capacidade de modulação do eixo HPA (Hipotálamo-hipófise-adrenal) e de neurotransmissores (como adrenalina, serotonina e GABA), além da modulação da expressão gênica de proteínas que modificam padrões comportamentais (BDNF, receptores NMDA e receptores de serotonina). Sabendo disso, torna-se essencial a manutenção de uma microbiota saudável, sendo que, conforme os resultados dessa publicação, existe relação direta e indireta com a modulação de distúrbios como depressão, ansiedade e transtorno de personalidade! Vale destacar que outros mecanismos sobre como o intestino e o cérebro se correlacionam também tem sido estudados. Ressalta-se que, como já mencionado aqui no Nutrir com Ciência, a dieta pode influenciar na microbiota intestinal. Procure um nutricionista para melhor lhe orientar.
Cerveja e alzheimer
O excesso de bebida alcóolica pode trazer vários malefícios à saúde. Mas, se consumida com moderação, também pode trazer benefícios, inclusive para o cérebro. Nesse estudo publicado agora em 2016 demonstrou que os consumidores de cerveja tinham uma menor agregação do peptídeo Aβ, que está associado com doença de Alzheimer. Ainda é cedo para podermos afirmar que a cerveja previne essa doença tão temida, mas é um ponto de partida para futuras investigações. Vale destacar que o excesso de bebida alcoólica pode ter efeito contrário. Se você vai poder ou não beber cerveja e a dose por semana que você poderá consumir, somente um profissional adequado saberá responder de acordo com sua idade, funcionamento dos seus órgãos (em especial o fígado), doenças pré-existentes e individualidade bioquímica e genética.
Alimentação e cognição
Que a alimentação é muito importante para a saúde todo mundo sabe. Mas você acredita que um consumo excessivo de gorduras e açúcares pode piorar a cognição, a depressão, a ansiedade, entre outras doenças neurológicas? Essa revisão publicada em outubro desse ano discute justamente isso. Após análise de vários estudos, os autores propõe que um excesso de gordura e/ou açúcares pode influenciar no cérebro via dois mecanismos principais:
1. O excesso de gordura e açúcar pode influenciar na microbiota intestinal, diminuindo a diversidade dos microorganismos, diminuindo as Bifidobacterias e Bacteroidetes (que normalmente são benéficas ao nosso corpo) e aumentando os Firmicutes (que normalmente trazem malefícios ao nosso corpo). Essa alteração intestinal, por sua vez, aumenta a inflamação, estimula o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, piorando uma doenças/transtornos neurológicos como a depressão, ansiedade, esquizofrenia, autismo, além de piorar a cognição e memória.
2. O excesso de gordura e açúcar também pode influenciar diretamente o cérebro por aumentar inflamação e estresse oxidativo, diminuir neurotrofinas como o BDNF (fator neurotrófico derivado do encéfalo), diminuir a formação de novos neurônios (neurogênese) e influenciar na comunicação entre os neurônios.
Vale destacar que essas alterações cerebrais dependem também de outros fatores. Porém, ter uma alimentação adequada e uma microbiota intestinal benéfica auxiliam no tratamento de várias doenças envolvendo o cérebro! Procure um nutricionista para melhor lhe orientar!