É comum pacientes com diabetes tipo 2 terem alterações nos lipídeos séricos, como aumento de triglicerídeo, colesterol, LDL-c e/ou diminuição de HDL-c. Essa meta-análise publicada em 2019 avaliou se o resveratrol tem algum efeito benéfico no perfil dos lipídeos séricos de pacientes diabéticos. Após análises, foi demonstrado que o tratamento a longo prazo (≥ 6 meses) com resveratrol diminui os triglicerídeos dos pacientes. Porém, pode ocorrer um aumento nos níveis de colesterol total nos pacientes obesos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará a melhor estratégia para o seu caso.
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Gengibre e diabetes
Além de ser usado na culinária, o gengibre (Zingiber officinale) também é usado com alegação de saúde, ajudando a diminuir dores, cólicas menstruais, náuseas, etc. Nessa meta-análise publicada agora em 2018, os autores investigaram o papel do gengibre no controle glicêmico, sensibilidade à insulina e perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica. Foram incluídos 10 artigos, totalizando 490 indivíduos. Após as análises, foi demostrado que o gengibre ajuda a controlar a glicemia (diminui a hemoglobina glicada), melhora a sensibilidade à insulina (diminui insulina em jejum e HOMA-IR), e melhora o perfil lipídico (diminui colesterol total, triglicerídeos, LDL e aumenta HDL). As doses usadas de gengibre nos estudos variaram de 1,0 a 3,0 g/dia, por no mínimo 5 a no máximo 10 semanas de uso. Dessa forma, os autores concluem que embora mais estudos a longo prazo sejam necessários, o gengibre parece ser um candidato para auxiliar no controle do diabetes e síndrome metabólica. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!
Vitamina D na menopausa
Após a entrada na menopausa, a mulher tem um risco aumentado de desenvolver síndrome metabólica. A síndrome metabólica está associada com resistência à insulina, obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, etc. Mas você sabia que o nível de vitamina D no seu corpo pode influenciar no risco de ter síndrome metabólica? Nesse estudo, após avaliar 463 mulheres na pós-menopausa, os autores demonstraram que as mulheres com insuficiência de vitamina D (valores sanguíneos de 25(OH)D < 30 ng/mL) tinham mais risco de ter síndrome metabólica quando comparado com as mulheres com níveis adequados de vitamina D (valores sanguíneos de 25(OH)D ≥ 30 ng/mL). Além disso, as mulheres com níveis mais baixos de vitamina D tinham níveis aumentados de colesterol total e de triglicerídeos e mais resistência à insulina. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.
Ômega-3 e SOP
Já falamos aqui no Nutrir com Ciência que estratégias alimentares e algumas suplementações podem ajudar mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Esse estudo publicado em 2017 investigou o efeito do ômega-3 em mulheres com SOP. Para isso, os autores analisaram 88 mulheres que receberam uma suplementação por 6 meses com 2 g de óleo de peixe (180 mg de EPA e 120 mg de DHA) ou placebo. Após 6 meses, o grupo que recebeu ômega-3 diminuiu circunferência da cintura, colesterol, LDL-c, triglicerídeo e aumentou HDL-c. Porém, não influenciou na glicemia em jejum, número de folículos ovarianos, tamanho do ovário, volume menstrual, e escore de hirsutismo. Procure um nutricionista para avaliar o seu caso e ver se existe necessidade de suplementação.
Ovo e colesterol
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e uma das principais metas de tratamento para a redução do risco de desenvolvimento dessas doenças é a redução de colesterol. Para atingir essa meta alguns alimentos são foco de redução de consumo, e o ovo sempre sofreu “bullying” nesse contexto, por conter 140-230 mg de colesterol/ovo. Na tentativa de esclarecer melhor essa relação, os autores dessa revisão publicada em 2017 buscaram referências sobre o assunto, e concluíram que o consumo de até 6 ovos por semana não aumenta o risco de infarto, e outras várias publicações não observam nenhum risco cardiovascular associado ao consumo de ovo, sem determinar ingestão máxima semanal. O detalhe importante está na observação da presença dos polimorfismos dos genes ABCG5 e ABCG8, que indica uma “hiper-resposta” ao consumo de colesterol, e nesses casos o consumo de ovo de fato deve ser reduzido, pois interfere diretamente nos níveis de LDL. Ou seja, em alguns indivíduos o consumo exagerado de ovo pode sim trazer malefício. Mas, na maioria das pessoas, o ovo (que também tem inúmeros nutrientes importantes para a saúde) pode sim ser consumido na dieta. Por isso, mais do que do que nunca, lembre-se da individualidade bioquímica de cada paciente, e procure um bom nutricionista!!!