Obesidade na infância e o risco de puberdade precoce

Luana Manosso (2)

O número de crianças obesas cresce cada vez mais. E a obesidade pode acarretar diversos problemas para a vida dessas crianças – a curto e a longo prazo.

Uma das consequências da obesidade é gerar inflamação no cérebro, em especial em uma região chamada hipotálamo. Essa inflamação hipotalâmica pode, dentre outros problemas, ativar neurônios que produzem GnRH, podendo estimular uma puberdade precoce.

Se quiser ler mais sobre o assunto, segue uma revisão publicada dia 31 de maio: Tzounakou, A.M.; et al. Nutrients.,16(11):1720, 2024. Doi: 10.3390/nu16111720.

TDAH e o consumo de alimentos processados com açúcar

Luana Manosso (8)

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais comuns na infância. É caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade inapropriadas para a idade.

Embora o TDAH seja multifatorial, alguns estudos têm analisado o impacto da alimentação.  Hoje trago uma referência de um artigo publicado dia 2 de março, realizado com crianças de 6-13 anos com TDAH.

Nesse estudos, os autores observaram que um aumento no consumo de alimentos processados com açúcar foi associado a mais risco de TDAH. Vale ressaltar que foi um estudo de associação e não de causalidade.  Porém, fica o alerta sobre a importância de diminuir o consumo de açúcar na alimentação das crianças.

Referência: Yan, W.; et al. Nutrients., 15(5):1254, 2023. Doi: 10.3390/nu15051254

TDAH e alergias

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é considerada uma desordem do neurodesenvolvimento e possui como características a hiperatividade, impulsividade e/ou intenção. Embora possa ter fatores genéticos envolvidos na etiologia, fatores ambientais também possuem grande importância. De modo interessante, esse estudo englobando quase 200 mil pessoas avaliou a prevalência de TDAH em crianças e adolescentes com alergia alimentar, alergia respiratória e alergia de pele. Após análise estatísticas, foi revelado que TDAH era 72% mais prevalente em pessoas com alergia alimentar, 50% mais prevalente em pessoas com alergia respiratória e 65% mais prevalente nas pessoas com alergia de pele. Vale a pena destacar que é foi um estudo de associação e não de causalidade. Mas sim, vale a pena estarmos atentos para o risco dessas comorbidades.

Vegetais e SNA

O sistema nervoso autonômico (SNA) faz parte do sistema nervoso periférico e desempenha um papel bem importante na regulação homeostática de vários órgãos. Dessa forma, ativá-lo que forma correta é essencial para o funcionamento adequado do organismo. Porém, temos poucos estudos avaliando o impacto da alimentação no SNA em humano. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 investigou o efeito da variedade no consumo de vegetais e a ativação do SNA em crianças de 7 a 12 anos. Após análises, foi observado que as crianças que variavam mais os vegetais ingeridos tinham uma resposta de ativação do SNA mais rápida. Embora ainda exista a necessidade de mais estudos na área, não a dúvidas de ter uma dieta mais saudável e variar a alimentação são estratégias para melhorar a saúde! E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Alimentação em crianças e adolescentes

Uma alimentação adequada em crianças e adolescentes é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento e para a prevenção de doenças. Um problema que está cada vez mais comum é uma inflamação de baixo grau, que pode aumentar o risco dessas crianças e adolescentes desenvolverem várias doenças, incluindo doenças neuropsiquiátricas. Nessa revisão sistemática publicada agora em 2021, os autores avaliaram 53 estudos relacionando o papel da alimentação com marcadores inflamatórios em crianças e adolescentes. Após analisar esses artigos, os autores colocam que uma alimentação saudável, como a dieta do mediterrâneo, ou um outro tipo de alimentação mas que seja baseada em frutas, verduras e adequada em nutrientes como fibra, vitamina C e E são associadas a uma diminuição de marcadores inflamatórios, como PCR, IL-6 e TNF-α. Por outro lado, uma dieta estilo ocidental, rica em açúcares, gordura saturada e alimentos ultraprocessados está associada a um aumento de marcadores inflamatórios. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Água e cognição

Muitas pessoas não bebem a quantidade adequada de água por dia. E isso pode trazer várias consequências maléficas para o corpo, já que manter a hidratação é essencial. De modo interessante, nesse estudo publicado esse ano, os autores aumentaram a ingestão de água em crianças e avaliaram o efeito disso em testes de memória. E adivinhem? Após análise, foi demostrando que aumentar a água durante o colégio já foi suficiente para melhorar a performance nos testes cognitivos. Outra análise do estudo foi que as crianças precisam de um consumo de no mínimo 1000 mL de água para ter o benefício no teste. Porém, não significa que essa seja a quantidade ideal para o funcionamento geral do corpo. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor sobre a quantidade de água necessária para o seu caso.

Frutose e cérebro

Vários produtos industrializados vêm com açúcar de adição e/ou frutose. Um excesso dessa frutose, ocasionada por uma alimentação rica em industrializados, pode trazer vários problemas a saúde do indivíduo. Dados emergentes, tem sugerido que esse excesso de frutose pode alterar o hipocampo, região cerebral associada com memória, aprendizado, humor, etc. Nesse estudo publicado agora em 2020, os autores avaliaram a ingestão de frutose em crianças de 7-11 anos e viram o efeito disso em questões cerebrais. Após análises, foi demonstrado que as crianças que tinham uma maior ingestão de frutose tinham um aumento do volume das regiões CA2/3 do hipocampo direito e aumento da difusividade média nas conexões pré-frontais direita. Esses achados são consistentes com a ideia de que o aumento do consumo de frutose durante a infância pode estar associado a um processo inflamatório e pode diminuir ou atrasar a mielinização e/ou a poda neuronal. Porém, ainda são necessários mais estudos. Mas de qualquer forma, ajustar a alimentação das crianças é super importante. Por isso, procure um Nutricionista.

Sono e criança

Uma alimentação adequada em crianças é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento adequados. Outro ponto bem importante é ter um sono adequado, em quantidade (número de horas) e qualidade. E essas duas questões parecem estar relacionadas. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram o sono de crianças de 6-9 anos e a relação desse sono com ingestão calórica e de macronutrientes. Após análises, foi observado que as crianças que dormiam menos (< 7h por noite) tinham uma maior ingestão calórica, maior ingestão de gordura e maior ingestão de proteína. E isso a longo prazo poderia ser um fator de risco para obesidade. Por isso, melhorar a qualidade do sono e ajustar a alimentação são fatores bem importantes. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

NAC e autismo

O tratamento tradicional para melhorar sintomas comportamentais de crianças com transtorno de espectro autista (TEA) ainda é insatisfatório. Dessa forma, estratégias complementares são necessárias e vem sendo investigadas. Uma dessas estratégias é o uso da N-acetil-cisteína (NAC), que dentre vários mecanismos de ação, consegue diminuir o estresse oxidativo e modular a neurotransmissão glutamatérgica, pontos importantes para crianças com TEA. Nesse estudo publicado em 2018, os autores deram 500 mg/dia NAC ou placebo para crianças de 3-9 anos, por 24 semanas e investigaram o efeito na irritabilidade, agressividade, agitação e comunicação verbal. Após 6 meses de intervenção, as crianças que receberam NAC tiveram um aumento da tranquilidade / calma, uma diminuição da agressividade e agitação e melhora da comunicação verbal. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina D e ansiedade

Transtornos psiquiátricos como a ansiedade são bem comuns entre as crianças e adolescentes com problemas renais. Nesse estudo pulicado e 2018 com crianças e adolescentes que estavam realizando diálise peritoneal ou hemodiálise foi observado que níveis baixos de 25(OH)vitamina D (≤ 15 ng/mL) foi associado com um maior risco (4,65 vezes) dessas crianças e adolescentes apresentarem ansiedade. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!