Magnésio e diabetes

A nutrição é muito importante para a prevenção e tratamento do diabetes mellitus (DM). Além da alimentação, que tem um papel fundamental, alguns suplementos podem contribuir para a prevenção e/ou tratamento. Um dos suplementos que vêm sendo estudado é a suplementação com magnésio. De modo interessante, essa meta-análise recém-publicada investigou o papel da suplementação com magnésio em pessoas com DM e em pessoas com risco de DM. Entraram para as análises 25 estudos. Após análises estatísticos, foi observado que em pessoas que já tinham DM, a suplementação com magnésio diminui a glicemia em jejum. Já em pessoas com alto risco para desenvolver DM, a suplementação com magnésio diminuiu glicemia em jejum, glicemia após 2h do teste oral de tolerância à glicose e diminuiu HOMA-IR (sinalizando uma melhora na sensibilidade à insulina). Vale a pena destacar que não é para sair suplementando magnésio sem um profissional avaliar sem caso. Lembre-se que não existe nada milagroso, e que quando se fala em diabetes, é essencial uma série de condutas para se ter um bom resultado. Procure um nutricionista para orientá-lo sobre alimentação e avaliar se será necessário fazer suplementação.

Benefícios da aveia

A aveia (Avena sativa) é um grão muito comum aqui no Brasil. Esse alimento possui uma quantidade bem interessante de fibras, em especial as beta-glucanas. Além disso, a aveia possui várias vitaminas, minerais e polifenóis. Dos seus vários benefícios para a saúde, a aveia tem sido estudada para diminuir o risco de algumas doenças. De modo interessante, essa meta-análise publicada agora em 2021 investigou o efeito da aveia no risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doença cardiovascular (DCV) e no risco de mortalidade. Após análises estatísticas, foi observado que os consumidores de aveia tinham menos risco de ter DM2 e de mortalidade por todas as causas. Porém, não foi observado diferença estatística em relação ao risco de DCV. Mas lembre-se, a alimentação deve ser avaliada de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Azeite de oliva e função vascular

A hiperglicemia pós-prandial pode ser um dos fatores que contribui para a manifestação de aterosclerose precoce em pacientes com diabetes tipo 1 (DM1). Uma das formas de diminuir essa hiperglicemia é adicionando gordura, proteína ou fibra na refeição. Porém, dependendo do alimento, o impacto pode ser diferente. Nesse estudo, os autores avaliaram o efeito de adicionar azeite de oliva extravirgem ou manteiga em uma refeição com alto índice glicêmico em parâmetros de função endotelial em pacientes com DM1. Após análises, foi observado que a adição de azeite de oliva extravirgem melhorou a função endotelial quando comparado com quem usou manteiga. Porém, vale a pena destacar que o ideal é ajustar a refeição por inteiro e não apenas adicionar azeite de oliva. Por isso, procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

B9 e glicemia

Ter um bom controle glicêmico é muito importante para a saúde. Em especial para pacientes com diabetes. E é claro que a alimentação é o que mais impacta nesse controle da glicose sanguínea. Porém, alguns suplementos também podem auxiliar. E um deles é o ácido fólico (ou vitamina B9). Nessa meta-análise publicada em 2021 os autores investigaram os efeitos da suplementação com ácido fólico em parâmetros de controle glicêmico. Após análises estatísticas com dados de 24 estudos, foi observado que a suplementação com ácido fólico diminuiu insulina me jejum, glicemia em jejum e HOMA-IR. Ou seja, melhorou parâmetros envolvidos no controle glicêmico. Porém, o ácido fólico não deu resultado nos níveis de hemoglobina glicada. Ou seja, ele não vai fazer milagre sozinho. É muito importante associar outras condutas. Os valores de ácido fólico variam muito entre os estudos, desde valores mais baixos (que nutricionista pode prescrever) até valores muito altos. Porém, análise do próprio estudo mostrou que o efeito do ácido fólico não tem relação linear com a dose. Ou seja, nem sempre quanto maior a quantidade, melhor. Vale lembrar que suplementar sem recomendação de um profissional da área da saúde não é a melhor opção. Por isso, procure um nutricionista para avaliar seu caso.

Suplementos e diabetes gestacional

Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar.  Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.

Bebidas e diabetes gestacional

O diabetes gestacional é uma das complicações que a gestante pode ter. E ele aumenta o risco de problemas para a mãe e para o bebê. Dessa forma, pensar em prevenção é muito importante. De forma interessante, esse estudo publicado em 2021 investigou o efeito do consumo de diversos tipos diferentes de bebidas e o risco de desenvolver ou não diabetes. Após análises, foi observado que o consumo de leite fermentado no período pré-gestacional e durante o primeiro trimestre aumentou o risco de desenvolver diabetes gestacional. Por outro lado, o consumo de suco de frutas nesse mesmo período diminuiu o risco de desenvolver diabetes durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai avaliar o que é melhor para o seu caso, que tipo de bebida é interessante para você, bem como a quantidade que deve ser ingerida.

Polifenóis e diabetes

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença muito comum na população. E não é nenhuma novidade que a alimentação tem um papel muito importante na prevenção e tratamento dessa doença. Inúmeros fatores alimentares podem influenciar, mas, nesse artigo de 2021, os autores abordam o papel de polifenóis da dieta na prevenção de DM2. Polifenóis são compostos derivados de plantas que trazem vários benefícios para a saúde, incluindo diminuição de inflamação e de estresse oxidativo, que podem estar associados à várias questões da fisiopatologia do DM2. Embora ainda precisamos de mais estudos para podermos afirmar que um determinado alimento vai diminuir o risco de DM2, os autores citam alguns alimentos que estão sendo estudados, como por exemplo grãos integrais, frutas (em especial as vermelhas e roxas e as frutas cítricas), vegetais (com destaque para o brócolis e cebolas), azeite de oliva, chá verde, café e cacau. Mas lembre-se, o padrão alimentar é muito importante quando se pensa em diabetes. Por isso, procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Lactobacillus e gestação

Diabetes melittus gestacional (DMG) é um dos problemas que pode ocorrer durante a gestação. Além de um controle no ganho de peso e de ajuste na alimentação, outras estratégias nutricionais também parecem ser interessantes. Nesse estudo publicado agora de 2021, foram recrutadas 423 gestantes que estavam entre 14-16 semana de gestação e começaram a receber Lactobacillus rhamnosus (6 x 109 UFC) ou placebo. Quando estavam entre a 24-30 semana de gestação, foi retirado sangue dessas gestantes para avaliar vários parâmetros associados com DMG. Após análises estatísticas, foi demostrado que as grávidas que usaram o probiótico tinham menor valor de glicemia em jejum, mas não alterou outros parâmetros relacionados ao controle glicêmico. Além disso, nas mulheres acima de 35 anos, os probióticos também diminuíram ácidos biliares primários conjugados. Vale destacar que o estudo também mostrou associação entre ácidos biliares conjugados e glicose e insulina em jejum. Ou seja, os dados sugerem mais um possível benefício do uso de probióticos durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Whey protein e diabetes

A presença de diabetes tipo 2 em pacientes idosos com obesidade acelera a perda de massa muscular com o envelhecimento. Além de trazer outros riscos para a saúde. A perda de peso nesses pacientes é muito importante. Porém, se não for bem orientada, essa perda de peso pode gerar muita perda muscular também. Nesse estudo publicado agora em 2021, os autores avaliaram 123 pacientes acima de 55 anos, obesos e com diabetes tipo 2 e investigaram o efeito de dois protocolos realizado por 13 semanas:

– Grupo 1: dieta hipocalórica + treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) + suplementação com whey protein (21 g de proteína, contendo 3 g de leucina + 9 g de carboidrato + 3 g de gordura + 800 UI de vitamina D).

– Grupo 2: dieta hipocalórica + HIIT + bebida controle isocalórica (com 25 g de carboidrato e 6 g de gordura).

Ou seja, os dois grupos treinaram (3 vezes na semana, por 1 hora) e fizeram dieta hipocalórica. A diferença foi que um grupo recebeu a bebida rica em proteína e o outro recebeu uma bebida controle (rica em carboidrato). A bebida foi ofertada todos os dias antes do café da manhã e nos 3 dias de treino, recebiam uma segunda dose após o treino. Ou seja, foram 10 doses por semana. Por 13 semanas. Após esse período, observou-se que os dois grupos tiveram perda de peso e diminuiu glicemia em jejum e HbA1c (já que ambos recebiam orientações de dieta hipocalórica e exercícios). Por outro lado, mudanças de hábitos associado à bebida com proteína exerceu efeitos benéficos na massa muscular (aumentou massa magra total) e ajudou mais no controle glicêmico, já que nesse grupo também houve diminuição de insulina em jejum e diminuição do HOMA-IR. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!