Dieta e intestino

As doenças inflamatórias intestinais (DII) como colite ulcerativa e doença de Crohn são caracterizadas por inflamação crônica recorrente e remitente do trato gastrointestinal. Uma das questões que age direto no intestino é a alimentação. Alguns alimentos podem impactar de forma benéfica, enquanto outros podem ser prejudiciais. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam justamente sobre isso. Os autores colocam 3 principais mecanismos de ação pela qual a alimentação pode impactar nas DII: modulam a microbiota, influenciam na permeabilidade e funcionamento intestinal e modulam o sistema imune. Dos alimentos ou estratégias que trazem benefícios, os autores dão destaque para: aumento de fibras, alimentos com ômega-3, alimentos com vitamina D, alimentos com zinco. Além disso, uma dieta com baixo FODMAP parece ajudar no alívio de sintomas. Por outro lado, os autores também citam alguns alimentos que parecem piorar DII como: açúcares e refrigerantes, alta ingestão de ômega-6 e gordura saturada, emulsificantes (aditivos alimentares que melhoram textura dos alimentos industrializados), glúten e excesso de carnes vermelhas. Porém, vale lembrar que mais estudos são necessários e que individualidade é muito importante. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina B12 e doença de Crohn

       A doença de Crohn é uma doença gastrointestinal inflamatória crônica. Um problema muito comum nos pacientes que tem essa doença é a deficiência de vitamina B12. O tratamento padrão para contornar essa deficiência é o uso de vitamina B12 intramuscular (que só pode ser prescrita por médicos). Porém, esse recente estudo investigou se a suplementação ORAL (que pode ser prescrita por nutricionistas) também é eficaz. Primeiramente, o estudo demostrou que dos 94 pacientes com doença de Crohn avaliados, 76 tinham deficiência de vitamina B12 (≤200 pg/mL). Esses pacientes com deficiência de B12 receberam suplementação oral com B12 (em doses variadas). Após uma média de 120 dias de suplementação, 94,7% dos pacientes normalizaram seus níveis de vitamina B12. Vale destacar que dose menor de 1 mg/dia (dose de nutricionista pode prescrever) foi tão eficaz quanto dose acima de 1 mg/dia. Além disso, em outro grupo de 82 pacientes que foram previamente diagnosticados com deficiência de B12, foram tratados com suplementação oral de B12 para ver se o uso oral também conseguiria manter os ní­veis adequados dessa vitamina a longo prazo. Após uma média de 3 anos, a via oral foi efetiva como tratamento de manutenção em 81,7% dos pacientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!