Exposição a pesticidas pode gerar danos ao cérebro

Luana Manosso (17)

Cada vez mais estudos mostra a importância de uma alimentação orgânica. Por outro lado, a exposição a pesticidas pode estar associada a mais problemas de saúde, inclusive mais riscos de problemas cerebrais.

É claro que mais estudos científicos são necessários, mas várias pesquisas sugerem o impacto negativo dos pesticidas (em exposição pré-natal e pós-natal) para o cérebro. E um dos problemas, é que os pesticidas parecem ser capazes de geral alteração da barreira-hemato-encefálica (barreira que protege o cérebro) e gerar processo de neuroinflamação.

Dessa forma, sempre que conseguir optar por alimentos orgânicos, melhor. Sua saúde e o nosso planeta agradecem!!

Alimentação e declínio cognitivo

Alimentação e declínio cognitivo - Luana Manosso

O número de pessoas com declínio cognitivo vem crescendo nos últimos anos e, a estimativa é que nos próximo 30 anos, o número triplique, chegando a cerca de 130-150 milhões de pessoas. Embora o declínio cognitivo esteja associado a várias questões ambientais e genéticas, cada vez mais estudos investiga o papel da alimentação, em especial da dieta estilo mediterrânea.

Esse estilo de dieta tende a estar associado a diminuição no risco de desenvolver declínio cognitivo (em especial doença de Alzheimer), bem como de atrasar a progressão, (caso a doença já esteja instalada).

Se você quiser ler um artigo atualizado sobre o tema, segue uma dica de leitura: Maggi, S.;et al. Exp Gerontol., 173:112110, Mar 2023. doi: 10.1016/j.exger.2023.112110.

E quando pensamos em nutrição e envelhecimento cerebral, uma das frases que mais gosto e que faz muito sentido para mim é: “O quanto antes começar a mudar os hábitos melhor. Mas nunca é tarde demais”.

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Dieta e Parkinson

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta cerca de 6 milhões de indivíduos no mundo. A causa do Parkinson é multifatorial, mas envolver fatores genéticos e ambientais. Dos fatores ambientais, a alimentação tem um papel importante. Nesse estudo recém-publicado, foi analisado a relação entre alimentação e risco de desenvolver Parkinson em mais de 9 mil pessoas. Após análises estatísticas, foi observado que uma dieta estilo mediterrânea e uma dieta com padrão “prudente” (considerado uma alimentação com maior ingestão de vegetais, leguminosas, carnes brancas, peixes e oleaginosas) foi associado a um menor risco de desenvolver doença de Parkinson. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Vitamina K e Alzheimer

Quando pensamos em funções da vitamina K, normalmente pensamos em função óssea e na coagulação sanguínea. Porém, a vitamina K está sendo estudada para outras funções, incluindo no cérebro. E essa revisão aborda algumas funções da vitamina K2 (uma das formas da vitamina K) pensando em prevenção e tratamento da doença de Alzheimer. Uma das funções da vitamina K é em diminuir a neuroinflamação, em especial pelo fato de modular a proteína Gas6 (que é uma carboxilase dependente de vitamina K). Além disso, a vitamina K parece diminuir estresse oxidativo e a apoptose de neurônios induzida pela beta-amiloide (uma proteína que se acumula na doença de Alzheimer). Outra possível função é através do eixo microbiota-intestino-cérebro, já que a vitamina K2 pode ser produzida pela microbiota intestinal. Porém, a maior parte dos estudos ainda são pré-clínicos, existindo a necessidade de mais estudos clínicos para avaliar doses e tempo de uso, bem como o efeito clínico. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Triglicerídeos e cognição

Se você me acompanha a mais tempo já deve ter percebido que o assunto cognição é bem recorrente por aqui. Primeiro porque a área da neurociências é uma das minhas especialidades. Segundo porque surgem cada vez mais estudos mostrando a relação entre nutrição e saúde cerebral. Nessa revisão agora de 2021, os autores exploram a relação entre os níveis de triglicerídeos e o prejuízo cognitivo. Os autores mostram alguns estudos clínicos que associam aumento dos níveis de triglicerídeos e declínio cognitivo, independente de outros fatores de risco cardiovascular. Além disso, os autores sugerem dois prováveis mecanismos: aumento de triglicerídeos ocasionando uma disfunção na barreira hemato-encefálica (BHE) e alterando o metabolismo da beta-amiloide. Vale destacar que essas duas questões estão associadas ao declínio cognitivo e a fisiopatologia da doença de Alzheimer. Embora ainda sejam necessários mais estudos para termo uma real certeza do impacto, pensar em melhorar o estilo de vida e ajustar a alimentação para controlar os níveis de triglicerídeos é muito importante. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ômega-3 e Alzheimer

A expectativa de vida da população está aumentando cada vez mais. Porém, nem todo envelhecimento é saudável. Muitos idosos acabam desenvolvendo demência ou até doença de Alzheimer. Dessa forma, pensar em prevenção de demência e doença de Alzheimer é bem importante. De modo interessante, esse estudo de corte prospectivo avaliou as concentrações de vários ácidos graxos, incluindo ômega-3, no sangue de idosos e o risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Após análises estatísticas, foi observado que os idosos que tinham uma maior concentração de EPA no sangue (um dos tipos de ômega-3 de origem animal) tinham menor risco de desenvolver doença de Alzheimer. Além disso, a maior concentração de EPA também foi associada à menor risco de demências por todas as causas e de Alzheimer nos indivíduos que não tinham o polimorfismo para a APOE4 (o principal polimorfismo que aumenta o risco de desenvolver doença de Alzheimer), mas não entre os que tinham o polimorfismo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e Parkinson

Ter uma boa alimentação ajuda a diminuir o risco de várias doenças cerebrais. E com a doença de Parkinson não é diferente. Nesse estudo publicado em 2021 os autores publicaram dados de um estudo de coorte com 3653 pessoas e depois fizeram uma meta-análise incluindo 5 estudos (englobando mais de 140 mil pessoas) avaliando o impacto de uma alimentação saudável com risco de Parkinson. Tanto os resultados do estudo de coorte, quanto da meta-análise demostraram que as pessoas que têm uma melhor qualidade da dieta têm menos risco de desenvolver a doença de Parkinson. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Índice glicêmico e cognição

O assunto alimentação e cognição é um assunto recorrente por aqui. Já mostrei vários artigos que associam a alimentação com melhora ou piora da cognição. Nesse estudo agora de 2020 os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos portadores do alelo APOE4. Em torno de 15% da população possui o alelo APOE4 e isso aumenta em cerca de 3 vezes o risco de ter doença de Alzheimer. Por esse motivo, os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos com esse alelo. E o que foi observado foi que fazer refeições com alto índice glicêmico piora questões cognitivas, em especial a memória visual, memória episódica e cognição global nesses idosos. Ou seja, ajustar a alimentação para diminuir o índice glicêmico pode ser um dos pontos quando pensamos em prevenir o declínio cognitivo em pessoas com alto risco de desenvolver o Alzheimer. E lembre-se, o profissional mais adequado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

Café e cérebro

O consumo de café tem sido estudado para várias doenças neuropsiquiátricas. Em algumas delas o café parece diminuir o risco de desenvolver a doença. Em outras o café parece aumentar o risco. Nos últimos anos, alguns estudos também estão demostrando efeitos diferentes de acordo com o sexo. E foi sobre isso que essa revisão agora de 2020 abordou. Após analisar vários artigos, os autores separam os efeitos de acordo com o problema neuropsiquiátrico:

            – Acidente vascular cerebral (AVC): ingestão de cafeína é protetora. Maior efeito em mulheres do que em homens.

          – Distúrbios do sono: cafeína aumenta o risco de piora no sono. Efeito parecido entre homens e mulheres.

             – Demência: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em mulheres.

            – Doença de Parkinson: ingestão de cafeína tem efeito protetor. Maior efeito em homens.

        – Depressão: na vida adulta, cafeína diminui risco de depressão em mulheres. Na adolescência, cafeína aumenta o risco de depressão, principalmente em homens.

Entretanto, ainda são necessários mais estudos. Além disso, vale destacar que existem polimorfismos envolvidos na metabolização da cafeína e que isso pode influenciar no efeito.  Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Leite e Parkinson

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente. Alguns estudos têm avaliado a associação da alimentação com o risco ou prevenção do Parkinson.  Nesse estudo, foi avaliado dados de mais de 81 mil adultos “acompanhados” por quase 15 anos, e foi investigado o papel do leite no risco de desenvolver a doença de Parkinson. Após análises, foi observado que as pessoas que consumiam mais leite (> 40 mL/dia) tiveram mais risco de desenvolver essa doença neurodegenerativa. Porém, essa associação foi fraca e não foi observado uma dose-resposta (ou seja, acima de 40 mL não se observa diferença entre doses de consumo). Além disso, os autores demonstraram que o leite fermentado não foi associado com aumento no risco. Ou seja, nem todo leite é igual. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai avaliar o seu caso e saber se existe a necessidade de retirar ou não o leite da sua dieta.