Cafeína e Parkinson

Em maio eu fiz um post falando que o café com cafeína podia ajudar na cognição, você lembra? Recentemente saiu essa meta-análise mostrando associação do consumo de cafeína com a doença de Parkinson. Após analisar vários artigos e fazerem meta-análise, os autores dessa publicação demonstraram que o consumo de cafeína pode ajudar a diminuir o risco de doença de Parkinson e que também parece diminuir a progressão dessa doença neurodegenerativa. Porém, vale lembrar que excesso de cafeína pode trazer alguns problemas para algumas pessoas. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Industrializados e neurodegeneração

Terça-feira falei que as nozes podem ajudar a diminuir risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, outros alimentos podem aumentar o risco dessas doenças neurológicas. Dentre esses alimentos, os que tem maior destaque são os alimentos industrializados, principalmente os ultraprocessados. Os autores dessa revisão abordam que o alto consumo desse tipo de alimento pode aumentar disbiose intestinal, que por sua vez, vai geral inflamação e estresse oxidativo. Esses três fatores conseguem influenciar no cérebro, gerando inflamação e estresse oxidativo nesse órgão, que pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por isso, ter um padrão alimentar saudável, consumindo muitas frutas e verduras é essencial. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Rhodiola rosea

A Rhodiola é um fitoterápico muito usado da China, Europa e América do Norte. Existem 96 espécies de Rhodiola, sendo que no Brasil a mais fácil de encontrar é a Rhodiola rosea. Ela é uma planta adaptógena (modula o estresse) e cada vez mais estudos estão sendo feitos para analisar o efeito da Rhodiola em doenças relacionadas ao envelhecimento. Nessa revisão publicada esse ano, os autores expõem alguns estudos relacionando a Rhodiola ou seus princípios ativos, em especial os salidrosídeos, para auxiliar em doenças neurodegenerativas (ex.: doença de Alzheimer, Parkinson, Huntington), doença cardiovascular (DCV), diabetes, hipertensão pulmonar, alguns tipos de câncer, etc. Porém, a maioria dos estudos ainda são em animais, sendo necessário mais estudos em humanos para uma melhor compreensão dos efeitos. Por isso lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina D e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune caracterizada por desmielinização crônica. Vários estudos sugerem que baixos níveis de vitamina D no sangue parece estar associado à patogênese da esclerose múltipla. Porém, a dose de suplementação de vitamina D ainda é questionada. Nesse estudo publicado em 2019, os autores colocam que a maioria dos artigos mencionam a dosagem sanguínea de 25(OH)D deveria estar entre 30-50 ng/dL (ou 75-125 nmol/l) em pacientes com esclerose múltipla. Quanto a suplementação, doses baixas de vitamina D parecem trazer benefícios para a esclerose múltipla. Já doses altas de vitamina D ainda tem estudos controversos, alguns inclusive mostrando que doses muito elevadas pode não ser tão interessante. Porém, ainda faltam estudos para ter uma total clareza sobre o assunto. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista para avaliar seu caso individualmente.

Antioxidantes e neurodegeneração

Várias evidências sugerem que o estresse oxidativo desempenha um papel relevante no desenvolvimento e/ou piora de doenças neurodegenerativas como doença de Alzheimer, Parkinson, Huntington e esclerose lateral amiotrófica. Esse estresse oxidativo ocorre quando temos um aumento de radicais livre e/ou diminuição de antioxidantes. Dessa forma, aumentar a ingestão de antioxidantes via dieta pode ser uma estratégia importante para ajudar a diminuir o estresse oxidativo. Nessa revisão publicada agora em 2018, os autores discutem sobre a importância de antioxidantes lipídicos nas doenças neurodegenerativas. Observa-se que os níveis sanguíneos de vitamina A, beta-caroteno, alfa-caroteno, licopeno, luteína, vitamina E e coenzima Q10 estão diminuídos em doenças neurodegenerativas. Entretanto, ainda não é claro se a suplementação com esses nutrientes traria benefício. Ou seja, o que se sabe é que é importante uma adequação na alimentação para equilibrar os níveis plasmáticos desses antioxidantes no sangue. Se será ou não necessário um complemento com suplementação, isso deverá ser analisado individualmente. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Vitamina K e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune em que ocorre a morte dos oligodendrócitos (células que formam a bainha de mielina). Uma das questões envolvidas na fisiopatologia dessa doença é a inflamação. Nesse ponto, alguns aspectos nutricionais vem sendo estudados. Nesse estudo publicado agora em 2018 foi avaliado os níveis de vitamina K2 nesses pacientes e foi visto que pacientes com esclerose múltipla tem níveis séricos de vitamina K2 muito menores do que pacientes sem a doença (mais de 3 vezes menor). Segundo os autores, isso pode ocorrer devido a depleção dessa vitamina, a menor produção pela microbiota intestinal, diminuição na absorção ou pela menor ingestão dietética do precursor (vitamina K1). Além disso os autores acreditam que essa diminuição pode piorar a progressão da doença, embora isso necessite de mais estudo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Doenças neurodegenerativas

Os efeitos ambientais experimentados durante os primeiros 1000 dias de vida, representados pelos nove meses de gravidez mais os dois primeiros anos de vida, são transmissíveis à prole e às gerações subsequentes. E isso pode aumentar ou diminuir o risco de várias doenças no futuro. Essa revisão publicada em 2018 fala justamente dos fatores ambientais que podem ocorrer nos primeiros 1000 dias e que podem influenciar no risco de desenvolver doenças neurodegenerativas no futuro. Os autores colocam que o consumo de pesticida nos alimentos, excesso de metal pesado, álcool na gestação, excesso de carnes e alimentos gordurosos e deficiência de vitamina B12 e B9 podem levar a alterações epigenéticas não interessantes, podendo aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, aumento de vegetais, grão integrais e alimentos contendo fitoquímicos podem propiciar mudanças epigenéticas favoráveis. Além disso, a modulação da microbiota é de extrema importância. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!