Dieta mediterrânea x Doença de Parkinson

Luana Manosso

A dieta do mediterrâneo é um dos estilos de dieta mais estudados quando pensamos em benefícios para o cérebro.

Hoje compartilho com vocês uma revisão que acabou de ser publicada sobre os impactos da aderência a uma dieta estilo mediterrâneo (lado esquerdo da figura) e melhora de sintomas de Parkinson.

De acordo com os estudos avaliados pelos autores, uma alta aderência à dieta do mediterrâneo consegue modular o intestino e trazer melhora em alguns sintomas não motores da doença de Parkinson, incluindo melhora de cognição, de dispepsia e de constipação.

(Ref: Seelarbokus, B.I.; et al. Nutrients., 16(14), 2181, 2024. Doi: 10.3390/nu16142181)

Vale a pena destacar que no Brasil conseguimos seguir um padrão de dieta estilo mediterrânea mas adaptada aos alimentos da nossa biodiversidade!

 

Exposição a pesticidas pode gerar danos ao cérebro

Luana Manosso (17)

Cada vez mais estudos mostra a importância de uma alimentação orgânica. Por outro lado, a exposição a pesticidas pode estar associada a mais problemas de saúde, inclusive mais riscos de problemas cerebrais.

É claro que mais estudos científicos são necessários, mas várias pesquisas sugerem o impacto negativo dos pesticidas (em exposição pré-natal e pós-natal) para o cérebro. E um dos problemas, é que os pesticidas parecem ser capazes de geral alteração da barreira-hemato-encefálica (barreira que protege o cérebro) e gerar processo de neuroinflamação.

Dessa forma, sempre que conseguir optar por alimentos orgânicos, melhor. Sua saúde e o nosso planeta agradecem!!

Nutrientes e epilepsia

A epilepsia é um distúrbio neurológico no qual a convulsão é o sintomas central. Porém, aproximadamente um terço dos pacientes com epilepsia são resistentes aos antiepilépticos e, portanto, necessitam de opções terapêuticas alternativas. Suplementos dietéticos e nutricionais podem, em alguns casos, auxiliar no tratamento desse problema. Mas, com exceção das dietas cetogênicas, não há considerações dietéticas oficialmente recomendadas para pacientes com epilepsia. Essa revisão de 2019 aborda os principais nutrientes que podem ser interessantes para auxiliar no tratamento da epilepsia, que são: ômega-3, vitamina D, vitamina E, vitamina C e vitamina B6. Esses nutrientes são os que mais tem estudos com epilepsia, o que não significa que outros nutrientes não sejam importantes. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Rhodiola rosea

A Rhodiola é um fitoterápico muito usado da China, Europa e América do Norte. Existem 96 espécies de Rhodiola, sendo que no Brasil a mais fácil de encontrar é a Rhodiola rosea. Ela é uma planta adaptógena (modula o estresse) e cada vez mais estudos estão sendo feitos para analisar o efeito da Rhodiola em doenças relacionadas ao envelhecimento. Nessa revisão publicada esse ano, os autores expõem alguns estudos relacionando a Rhodiola ou seus princípios ativos, em especial os salidrosídeos, para auxiliar em doenças neurodegenerativas (ex.: doença de Alzheimer, Parkinson, Huntington), doença cardiovascular (DCV), diabetes, hipertensão pulmonar, alguns tipos de câncer, etc. Porém, a maioria dos estudos ainda são em animais, sendo necessário mais estudos em humanos para uma melhor compreensão dos efeitos. Por isso lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Cafeína e depressão

A dieta é um fator modificável que pode influenciar na depressão. A cafeína é uma das substâncias que estão sendo estudadas para auxiliar na diminuição dos sintomas depressivos. A cafeína (encontrada no café, chimarrão, chá verde, chocolate amargo) consegue atravessar a barreira hematoencefálica e atingir o cérebro, podendo exercer vários efeitos. Porém, em relação ao seu papel nos sintomas depressivos, os dados ainda são controversos. Nesse estudo publicado em 2019 os autores avaliaram se existe associação entre a ingestão de cafeína e sintomas depressivos em quase 5 mil indivíduos. Após fazer 3 modelos de ajustes metodológicos, em dois deles foi observado uma relação inversa entre o consumo de cafeína e os sintomas depressivos, ou seja, quem ingeriu mais cafeína tinha menos sintomas. Porém, vale destacar que existem vários polimorfismos para a cafeína e que o excesso dessa substância também pode trazer algumas consequências. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune incurável que leva à desmielinização no sistema nervoso central. Essa doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A maior parte das pessoas começarão com uma esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente, onde as recaídas ou exacerbações são seguidas por perí­odos de recuperação. Em alguns casos, a doença segue um curso progressivo desde o início, sem momentos de recuperação. Como não tem cura, o tratamento farmacológico é baseado em sintomas e costuma ter vários efeitos colaterais. E ai entra a Nutrição. Algumas estratégias alimentares parecem melhorar a qualidade de vida desses pacientes, na tentativa de não evoluir a doença tão rápido. Embora ainda sejam necessários mais estudos, essa revisão de 2019 aborda os principais alimentos que devem ser evitados e aqueles que devem ser incluídos na alimentação. Após revisar 32 estudos, os autores colocam que os principais alimentos que devem ser diminuídos da dieta são: alimentos com gordura saturada, açúcar, leite e glúten. Por outro lado, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, ômega-3 e vitamina D. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um para orientá-lo melhor e analisar seu caso individualmente.

 

Açafrão e doenças neurológicas

A depressão e a ansiedade são dois problemas bem comuns e com grande impacto econômico, social e pessoal. Dessa forma, estratégias nutricionais para melhorar esses problemas tem ganhado importância nos últimos anos. Uma dessas estratégias é o uso do açafrão verdadeiro (Crocus sativus). Vários estudos demonstram que esse fitoterápico, que também pode ser usado na alimentação ajuda a diminuir sintomas depressivos e a ansiedade. As doses utilizadas na maioria dos estudos é de 30 mg/dia (padronizado a 3,5% de safranal). Dentre seus mecanismos de ação, os autores dessa publicação agora de 2018 destacam o papel do Crocus sativus na diminuição da inflamação e do estresse oxidativo, sua função neuroprotetora e sua modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Mas lembre-se, individualidade é muito importante. Procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

Vitamina K e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune em que ocorre a morte dos oligodendrócitos (células que formam a bainha de mielina). Uma das questões envolvidas na fisiopatologia dessa doença é a inflamação. Nesse ponto, alguns aspectos nutricionais vem sendo estudados. Nesse estudo publicado agora em 2018 foi avaliado os níveis de vitamina K2 nesses pacientes e foi visto que pacientes com esclerose múltipla tem níveis séricos de vitamina K2 muito menores do que pacientes sem a doença (mais de 3 vezes menor). Segundo os autores, isso pode ocorrer devido a depleção dessa vitamina, a menor produção pela microbiota intestinal, diminuição na absorção ou pela menor ingestão dietética do precursor (vitamina K1). Além disso os autores acreditam que essa diminuição pode piorar a progressão da doença, embora isso necessite de mais estudo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Doenças neurodegenerativas

Os efeitos ambientais experimentados durante os primeiros 1000 dias de vida, representados pelos nove meses de gravidez mais os dois primeiros anos de vida, são transmissíveis à prole e às gerações subsequentes. E isso pode aumentar ou diminuir o risco de várias doenças no futuro. Essa revisão publicada em 2018 fala justamente dos fatores ambientais que podem ocorrer nos primeiros 1000 dias e que podem influenciar no risco de desenvolver doenças neurodegenerativas no futuro. Os autores colocam que o consumo de pesticida nos alimentos, excesso de metal pesado, álcool na gestação, excesso de carnes e alimentos gordurosos e deficiência de vitamina B12 e B9 podem levar a alterações epigenéticas não interessantes, podendo aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, aumento de vegetais, grão integrais e alimentos contendo fitoquímicos podem propiciar mudanças epigenéticas favoráveis. Além disso, a modulação da microbiota é de extrema importância. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Ferro e Parkinson

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum na população. Dentre os vários mecanismos da doença, destaca-se o aumento de estresse oxidativo e morte que neurônios dopaminérgicos. O acúmulo de ferro no cérebro está sendo associado com a piora dessa quadro. Mas o mais interessante é que, pesquisadores da área, estão sugerindo que o ferro no início da vida (principalmente vindo da fortificação de fórmulas infantis) poderia influenciar no risco de doença de Parkinson no futuro. Um dos pontos que justifica essa hipótese é o fato de que nos primeiro anos de vida o cérebro é muito permeável aos níveis de ferro. Porém, vale destacar que essa hipótese ainda não está confirmada e que vários estudos em animais e humanos ainda são necessários. Porém, vale a pena prestarmos atenção nesse ponto e ficarmos de olho nos estudos que estão por vir!