Aminoácidos e enxaqueca

Com frequência eu posto sobre o papel da nutrição na enxaqueca. Nesse estudo publicado em 2018, os autores avaliaram os níveis sanguíneos de serotonina e de vários aminoácidos em pacientes com enxaqueca. Após análises, foi demonstrado que os pacientes com enxaqueca tinham níveis diminuídos de serotonina, glicil-L-prolina, prolina, isoleucina, L-glutamina, L-triptofano, N-metil-DL-alanina, lisina, L-metionina e leucina. Desses todos, os três mais correlacionados com a enxaqueca foram glicil-L-prolina, L-metionina e  N-metil-DL-alanina. No final do estudo, os autores propõem que a suplementação com esses três aminoácidos talvez pudesse trazer benefícios no tratamento da enxaqueca. Porém, mais estudos ainda são necessários.

 

Nutrientes e enxaqueca

A enxaqueca é uma doença neurovascular que afeta cerca de 6% dos homens e 18% das mulheres. Mas você sabia que ela tem relação com a nutrição? A deficiência de alguns nutrientes pode piorar a enxaqueca, enquanto que a suplementação pode ajudar no tratamento ou profilaxia desse problema. E é justamente sobre isso que essa publicação desse ano discute! Após revisar diversos artigos, os autores colocam que os principais nutrientes para ajudar no tratamento e/ou evitar a enxaqueca são: magnésio, coenzima Q10, ácido lipoico, carnitina, vitamina B2, B3, B12 e vitamina D. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Alimentos e enxaqueca

Há poucos dias conferimos aqui no Nutrir com ciência um estudo mostrando que a suplementação de coenzima Q10 contribuiu na diminuição da frequência, severidade e duração da enxaqueca. Não obstante, ano passado também já foi referenciado a administração de vitaminas do complexo B (ácido fólico e piridoxina) na redução do número e duração desta.
Em síntese a suplementação destes nutrientes é um recurso conveniente no combate deste terrível mal. Mas e se pensarmos em alguns fatores pré-aparição da enxaqueca? Uma grande causa vem da alimentação… Algumas substâncias presentes em determinados alimentos favorecem o aparecimento da enxaqueca, como:
•       Tiramina (substância química que pode resultar em aumento da noradrenalina, que é responsável pela crise de enxaqueca, além de gerar estresse oxidativo, que também contribui para o problema): queijos amarelos, vinho, alimento curado e defumado, etc.;
•       Nitratos e nitritos (substâncias que aumentam a dilatação dos vasos sanguíneos e geram estresse oxidativo): salsichas, salame/linguiça, presunto, bacon;
•       Glutamato monossódico (aditivo que quando consumido em excesso pode contribuir para a dor de cabeça): molho de soja, temperos e alimentos industrializados;
•      Aspartame (usado como edulcorante em inúmeros alimentos dietéticos é umas das substâncias com maior número de relatos como desencadeante de crises de enxaqueca): adoçantes;
•      Álcool (ao ser metabolizado gera estresse oxidativo que pode aumentar a enxaqueca): cerveja, vinho, champanhe;
•      Glúten e leite (são pró inflamatórios e possuem um alto potencial alergênico, favorecendo o acúmulo de toxinas no organismo, promovendo a dor e a inflamação): pães, massas, biscoitos, leite e derivados.
•      Alimentos alergênicos (qualquer alimento de gere alergia pode contribuir para o aparecimento da crise de enxaqueca): é individual.
OBS: às enxaquecas de plantão… cuidado com os exageros de um destes alimentos na páscoa deste final de semana…
Lembre-se que a individualidade é muito importante. O nutricionista o ajudará a avaliar a melhor estratégia e alimentos a serem utilizados.
Por: Bruna Deolindo Izidro

Coenzima Q10 e enxaqueca

Já sabemos há algum tempo que a coenzima Q10 ajuda a melhorar a enxaqueca. Mas esse artigo publicado em 2018 foi além de melhora de sintomas. Os autores avaliaram também questões envolvidas na fisiopatologia da enxaqueca. Para isso, eles recrutaram 45 mulheres com enxaqueca e dividiram em dois grupos: um recebeu 400 mg/dia de coenzimas Q10 e outro recebeu placebo por 3 meses. Após o término do estudo, foi observado que o grupo que recebeu coenzima Q10 diminuiu a frequência, severidade e duração da enxaqueca. Além disso, a coenzima Q10 diminuiu o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) e os níveis de inflamação das pacientes, dois fatores que estão associados com o aparecimento da enxaqueca. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.

Complexo B e enxaqueca

A enxaqueca é uma desordem neurovascular que está associada com dor intermitente, e na maioria dos casos associada com desconfortos, como sensibilidade a luz e ao barulho! Essa condição interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas que apresentam essa alteração, e as buscas por tratamento para a redução dos desconfortos associados à enxaqueca é constante. Nesse contexto, algumas estratégias nutricionais podem ser úteis, incluindo o uso de vitamina do complexo B! O uso de algumas vitaminas do complexo B para auxiliar no controle da enxaqueca já é antigo. Porém, poucos estudos avaliam a associação entre essas vitaminas. Nessa publicação de junho de 2017, o objetivo foi justamente esse, avaliar o efeito do ácido fólico (vitamina B9) sozinho, ou em associação com a piridoxina (vitamina B6) na redução das características da enxaqueca com aura (distúrbio de visão) em adultos. Para isso, os autores trataram durante três meses 95 pacientes com enxaqueca, divididos em três grupos (vitamina B9, vitamina B9 + vitamina B6 ou placebo). Durante esse período os autores avaliaram o número e a duração dos eventos de enxaqueca. Ao final do estudo, os autores concluíram que a associação de vitamina B9 + vitamina B6 foi mais efetivo que a suplementação com vitamina B9 sozinha. Além disso, foi demonstrado uma redução tanto no número de eventos de enxaqueca, quanto na duração dos eventos, mostrando diferença quando comparado com o grupo placebo! As doses utilizadas no estudo foram bem elevadas (5 mg de ácido fólico e 80 mg de piridoxina). Entretanto, a associação com a associação de outras condutas alimentares e com uma melhora na alimentação, as doses podem ser diminuídas. Lembre-se, um bom nutricionista direciona uma atenção ampla, e pode utilizar a nutrição como ferramenta para várias disfunções orgânica! Por isso, busque bem o seu nutricionista!