SOP e Q10

Inúmeras estratégias nutricionais podem ser interessantes para mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nos últimos anos, têm se intensificado os estudos que avaliam o impacto da função mitocondrial na SOP. Nesse contexto, uma das estratégias nutricionais que poderia ser pensada é o uso de coenzima Q10. Nesse estudo, foi avaliado a suplementação de coenzima Q10 (100 mg/dia) ou placebo por 12 semanas em parâmetros metabólicos e de saúde mental nas mulheres com SOP. Após análises, foi evidenciado que o uso de coenzima Q10 diminuiu sintomas de depressão e ansiedade, diminuiu PCR (marcador de inflamação), testosterona total, DHEAS, MDA (marcador de estresse oxidativo) e hirsutismo. Além disso, foi observado um aumento no SHBG e na capacidade antioxidante total. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

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Riboflavina e enxaqueca

A fisiopatologia da enxaqueca é complexa e envolve várias questões. Dois pontos envolvidos na enxaqueca e que tem relação com nutrição é o estresse oxidativo e a inflamação. Dessa forma, estratégias que controlam o estresse oxidativo e a inflamação têm sido estudadas para auxiliar no tratamento da enxaqueca. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores levantam os principais achados clínicos e pré-clínicos que associam a vitamina B2 (riboflavina) e a enxaqueca. Avaliando os mecanismos de ação, diversos estudos em animal sugerem a capacidade de vitamina B2 em diminuir o estresse oxidativo, melhorar a função da mitocôndria e diminuir a inflamação no cérebro. Além disso, existem alguns estudos clínicos que demonstram que a suplementação com doses altas de riboflavina (normalmente 200 – 400 mg/dia) pode auxiliar no tratamento da enxaqueca. Porém, ainda existe a necessidade de mais estudos clínicos. Por isso, ainda não podemos afirmar que essa dose alta de riboflavina vai ser interessante em todos os casos de enxaqueca. Procure um nutricionista para avaliar individualmente o seu caso.

Vitamina K e Alzheimer

Quando pensamos em funções da vitamina K, normalmente pensamos em função óssea e na coagulação sanguínea. Porém, a vitamina K está sendo estudada para outras funções, incluindo no cérebro. E essa revisão aborda algumas funções da vitamina K2 (uma das formas da vitamina K) pensando em prevenção e tratamento da doença de Alzheimer. Uma das funções da vitamina K é em diminuir a neuroinflamação, em especial pelo fato de modular a proteína Gas6 (que é uma carboxilase dependente de vitamina K). Além disso, a vitamina K parece diminuir estresse oxidativo e a apoptose de neurônios induzida pela beta-amiloide (uma proteína que se acumula na doença de Alzheimer). Outra possível função é através do eixo microbiota-intestino-cérebro, já que a vitamina K2 pode ser produzida pela microbiota intestinal. Porém, a maior parte dos estudos ainda são pré-clínicos, existindo a necessidade de mais estudos clínicos para avaliar doses e tempo de uso, bem como o efeito clínico. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Curcumina e cérebro

A expectativa de vida tem aumentado nos últimos anos. Porém, o número de pessoas com algum grau de prejuízo cognitivo também está aumentando. Inúmeras questões podem estar associadas ao envelhecimento cerebral, incluindo aumento de inflamação e estresse oxidativo. Por outro lado, estratégias que diminuem inflamação e estresse oxidativo estão sendo estudadas pensando em melhorar o envelhecimento cerebral e diminuir risco de problemas cognitivos. E a curcumina, fitoquímico presente no açafrão da terra (Curcuma longa), é uma das estratégias que tem sido bastante estudada. Nessa revisão de 2021 os autores abordam alguns possíveis mecanismos de ação da curcumina, incluindo: diminuição de inflamação (periférica e neuroinflamação), diminuição de estresse oxidativo, aumento da neurogênese e neuroplasticidade. Além disso, a curcumina também parece ser interessante em melhorar controle glicêmico, que também pode afetar o cérebro. Porém, os autores também discutem que a biodisponibilidade da curcumina é baixa e que, por isso, os resultados podem sofrer influência de acordo com a forma de suplementação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Geleia real

Você olhou para a foto e achou que era leite condensado? Mas não é hehehe. É geleia real, que é uma secreção ácida branco-amarelada, cremosa, retirada das glândulas mandibulares e hipofaríngeas de jovens operárias da espécie Apis melífera. Porém, somente as abelhas rainhas podem se alimentar da geleia real. Um fato curioso é que as abelhas rainhas duram cerca de 5 anos, enquanto que as abelhas operárias duram em média 45 dias. Mas você sabe do que é composta a geleia real? Sua maior parte é água (50-70%), seguida de proteínas (9-18%), carboidrato (7-18%), lipídeos (3-8%), minerais (em especial potássio, fósforo, enxofre, cálcio, magnésio e sódio), vitaminas (em especial B5 e B3) e compostos fenólicos. Porém, vale destacar que essa composição varia de acordo com a origem geográfica, tempo de colheita, contaminantes e que ela pode ser adulterada. Pensando em suas propriedades para a saúde, existem alguns estudos mostrando possíveis propriedades, incluindo: antilipidêmicas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas, antimicrobianas, neuroprotetoras, imunomoduladoras, antienvelhecimento e estrogênicas (podendo ser interessante na menopausa). Vale destacar que não temos estudos em humanos para todos esses efeitos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Resveratrol e fígado

O resveratrol é um fitoquímico encontrado nas cascas de uva, mirtilos, framboesas, amoras, amendoins, vinho tinto, entre outros alimentos. Vários estudos em células, em animais e em humanos estão sendo realizados para investigar os possíveis benefícios do resveratrol para a saúde. Nessa revisão agora de 2021, os autores investigaram o papel do resveratrol na saúde do fígado. Estudos em células e animais sugerem que o resveratrol pode fornecer proteção hepática, pode melhorar o metabolismo da glicose e o perfil lipídico, reduzir a fibrose hepática e a esteatose hepática. Além disso, é capaz de alterar a composição de ácidos graxos das células do fígado, além de ter uma ação anti-inflamatória e antioxidante. Existem alguns estudos em humanos, porém, com alguns dados controversos. Embora alguns estudos sugiram que o resveratrol possa ajudar, em especial por diminuir inflamação, estresse oxidativo e ajudar no controle da obesidade e glicemia, ainda não podemos afirmar ou estipular uma dose ideal. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará o que é melhor para o seu caso.

Brócolis e estresse oxidativo

O estresse oxidativo é gerado por um desequilíbrio entre a formação e degradação de radicais livres (incluindo espécies reativas de oxigênio e espécies reativas de nitrogênio). Esse estresse oxidativo pode estar presente em várias doenças. Assim, pensar em estratégias para combater esse estresse oxidativo é muito importante. Nesse sentido, um padrão alimentar saudável e um aporte adequado de micronutrientes desempenha um papel essencial. Além disso, alguns alimentos podem ser estimulados, e um deles é o brócolis. O brócolis contém grandes quantidades de uma substância chamada de glucorafanin, que pela ação da enzima mirosinase ou pela ação da microbiota intestinal pode se transformar em sulforafano. O sulforafano, no nosso corpo, tem a capacidade de aumentar um fator de transcrição chamado de Nrf2. O Nrf2, por sua vez, vai aumentar enzimas de fase II (de destoxificação) e enzimas antioxidantes (que vão combater o estresse oxidativo). Por isso, o consumo de brócolis pode ser interessante para várias doenças que tem aumento de estresse oxidativo. Nessa revisão de 2021 os autores focam mais no possível benefício que traria para doenças renais. Mas como já mencionado, inúmeras doenças podem estar associadas com o aumento de estresse oxidativo. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Industrializados e neurodegeneração

Terça-feira falei que as nozes podem ajudar a diminuir risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, outros alimentos podem aumentar o risco dessas doenças neurológicas. Dentre esses alimentos, os que tem maior destaque são os alimentos industrializados, principalmente os ultraprocessados. Os autores dessa revisão abordam que o alto consumo desse tipo de alimento pode aumentar disbiose intestinal, que por sua vez, vai geral inflamação e estresse oxidativo. Esses três fatores conseguem influenciar no cérebro, gerando inflamação e estresse oxidativo nesse órgão, que pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por isso, ter um padrão alimentar saudável, consumindo muitas frutas e verduras é essencial. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Enxaqueca e emagrecimento

As dores de cabeça estão associadas com várias questões fisiopatológicas. Duas delas bem importantes são a inflamação e estresse oxidativo. Uma situação que aumenta inflamação e estresse oxidativo é a obesidade. Estudos já comprovam que pacientes obesos podem ter uma piora das dores de cabeça. Mas será que emagrecer melhora a dor de cabeça? E foi isso que essa meta-análise publicada em 2020 avaliou. Após avaliar 10 estudos, foi demonstrado que o emagrecimento (tanto por estratégias cirúrgicas ou não cirúrgicas) está associado com melhora das dores de cabeça. Emagrecer diminui a frequência, a severidade da dor, e a duração da dor de cabeça. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação e ajuda-lo a emagrecer é o Nutricionista!