Vitamina D e a fertilidade

Luana Manosso (1)

Inúmeros nutrientes são importantes quando pensamos em fertilidade e um deles é a Vitamina D.

Hoje compartilho com vocês os resultados de um estudo publicado final de maio.

Foi um estudo populacional prospectivo no qual comparou mulheres com histórico de infertilidade prévia e mulheres sem histórico de infertilidade.

Após comparar os grupos, foi observado que baixos níveis de vitamina D no sangue (25(OH)vitamina D) eram mais comuns em mulheres com infertilidade prévia.

Isso significa que toda mulher com infertilidade vai ter problema com vitamina D? Não! Mas com certeza esse é um dos nutrientes que precisamos investigar quando a mulher deseja engravidar.

(Referência: Lumme, J.; et al. Nutrients. 15(11):2522, 2023. Doi: 10.3390/nu15112522)

Zinco e reprodução

Que o zinco é importante para a fertilidade masculina isso já sabemos há muitos anos. Mas hoje, também sabemos que o zinco é importante para o sistema reprodutor feminino. Na deficiência de zinco ocorre aumento de inflamação, estresse oxidativo, piora de controle glicêmico e anormalidades ovarianas. E isso são fatores que afetam a reprodução de mulheres. Além disso, temos alguns estudos mostrando benefícios do zinco na melhora de cólicas menstruais, sintomas de TPM, melhora de parâmetros da síndrome do ovário policístico (em especial naquelas que tem resistência à insulina e alterações lipídicas).  Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Então antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Obesidade e fertilidade

A infertilidade masculina pode contribuir para até 50% dos casos de infertilidade. Uma das questões que está associada à piora da fertilidade masculina é a obesidade. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram o impacto da obesidade masculina em parâmetros do espermatozoide e do embrião. Para isso, eles avaliaram 128 homens inférteis (40 magros, 42 com sobrepeso e 46 com obesidade). Após análises, foi observado que a obesidade masculina estava associada com mudanças epigenéticas no embrião, modificando, em especial, a motilidade do espermatozoide. Além disso, a obesidade também foi associada à mudanças morfocinéticas no embrião pré-implantação, o que poderia sugerir anormalidade no desenvolvimento embriônico. Ou seja, embora ainda sejam necessários mais estudos para termos certeza de todos os impactos negativos que a obesidade pode ocasionar na fertilidade, controlar o peso é um ponto importante quando pensamos em melhorar a fertilidade de homens. É lembre-se que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista. Procure o seu!

 

Tratamento SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é um problema que aumenta o risco de infertilidade, diabetes e doenças cardiovasculares nas mulheres. Sendo assim, melhorar os parâmetros da SOP é de extrema importância. Nesse ponto, várias estratégias não farmacológicas estão sendo estudadas, com destaque para atividade física, alimentação (em especial modulando o tipo de carboidrato), suplementos (como mioinositol, N-acetil-cisteína, vitamina D, ômega-3, etc) e intervenção comportamental. Alguns estudos demonstram que essas melhoram o controle glicêmico, sintomas de hiperandrogenismo (acne e hirsutismo), melhoram a composição corporal e podem auxiliar na questão da fertilidade. Porém, mais estudos ainda são necessários. Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Apenas um profissional competente e atualizado vai avaliar qual a melhor estratégia a ser utilizada para seu caso! E você já sabe que para ajustar a alimentação e avaliar os suplementos nutricionais, o Nutricionista é o profissional mais habilitado.

Dieta ocidental e testículo

Várias evidências demonstram o papel da alimentação na fertilidade masculina. Alguns alimentos podem ajudar a melhorar a fertilidade. Enquanto outros alimentos parecem piorar a fertilidade, influenciando na qualidade ou no número dos espermatozoides e em níveis hormonais. Esse estudo publicado em 2019 avaliou o impacto de uma dieta ocidental (rica em açúcares, gordura saturada, carnes vermelhas e processadas e alimentos industrializados) na qualidade do espermograma e nos níveis de hormônios sexuais. Após análises, foi observado que uma maior aderência a uma dieta ocidental foi associado com menor concentração de espermatozoide, menor nível de DHT (hormônio produzido a partir da testosterona) e maior nível de estradiol. Ou seja, quanto mais dieta estilo ocidental, mais alterações que podem piorar a fertilidade masculina. Por isso, procure o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação: o Nutricionista!

Dieta e qualidade do esperma

Problemas de fertilidade acometem muitos casais. Em torno de 30% dos casos, o problema é com a fertilidade masculina. Mas você sabia que o estilo de alimentação pode impactar na qualidade do sêmen?! Nesse estudo publicado agora em 2019, os autores avaliaram 309 homens italianos (com idade de 27-60 anos) e associaram a aderência a uma dieta estilo mediterrânea com paramentos do sêmen. Desses homens, 19,3% tinham alteração no volume do sêmen (<1,5 mL), 30,5% tinham baixa concentração de espermatozoides (<15 milhões/mL), e 32,1% tinham baixa contagem de espermatozoide (<39 milhões). Correlacionando com a aderência a uma dieta estilo mediterrânea, foi demonstrado que uma alta aderência a esse estilo de dieta foi associada com uma normal contagem e concentração dos espermatozoides. Porém, não deu diferença em relação ao volume. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Outras questões nutricionais também são importantes pensando em fertilidade.

 

Bisfenol e fertilidade

A exposição a contaminantes ambientais é uma das causas de infertilidade. Dentre esses contaminantes, um dos mais estudados é o bisfenol A, muito encontrado em plásticos, incluindo em embalagem de alimentos. Nessa revisão de 2019 os autores expõem as principais evidências que demonstram o impacto negativo do bisfenol A na fertilidade masculina. De forma resumida, o bisfenol A tem ação estrogênica e antiandrogênica, sendo capaz de alterar o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e alterar vias epigenéticas, o que culminam em várias consequências ao sistema reprodutor. Vários estudos em humanos demonstram que homens com maior bisfenol A (seminal, urinário e/ou plasmático) têm alterações em hormônios sexuais e uma piora na qualidade do espermograma, podendo diminuir número e concentração de espermatozoide, diminuir a motilidade e a vitalidade dos espermatozoides. Ou seja, quanto menos exposição à disruptores endócrinos, melhor! Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Doença celíaca e fertilidade

A doença celíaca é uma doença autoimune que está associada com alterações tanto no intestino quanto em outros órgãos. Um dos problemas associados à doença celíaca é uma maior chance de problemas de fertilidade. Nesse estudo, foi avaliada a reserva ovariana, através da análise do hormônio antimulleriano (AMH) em mulheres com doença celíaca. Comparado com mulheres sem doença celíaca, as mulheres com essa doença tinham níveis menores de AMH, demonstrando uma menor reserva ovariana, o que poderia ser um dos pontos que dificultaria uma gestação. Porém, algumas estratégias nutricionais podem ajudar a melhorar a fertilidade dessas mulheres. Um bom nutricionista saberá te orientar!

Ftalato e inibina B

Vários estudos demonstram o papel maléfico dos disruptores endócrinos na fertilidade feminina. Nesse estudo, foi avaliada a relação entre metabólitos do ftalato (usado na fabricação de embalagens de alimentos, dispositivos médicos, materiais de construção) na urina e os níveis séricos de iniba B (um dos marcadores para reserva ovariana). Após análises, foi demonstrado que o aumento de metabólitos do ftalato na urina estava associado com diminuição nos níveis séricos de inibina B. Isso sugere que esse disruptor endócrino pode piorar a reserva ovariana e o crescimento do folículo ovariano. Assim, diminuir o contato com disruptores endócrinos e melhorar o processo de destoxificação são dois pontos bem importantes. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Obesidade e fertilidade feminina

Sobrepeso e obesidade podem estar associados com uma piora na fertilidade em ambos os sexos. Nessa revisão publicada agora em 2018, os autores discutem sobre vários mecanismos pelos quais a obesidade pode piorar a fertilidade feminina. Alguns desses mecanismos podem agir de forma direta na fertilidade, como por exemplo: a obesidade pode piorar o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, prejudicando a síntese hormonal e a maturação dos oócitos, com consequente piora na ovulação; e a obesidade também pode piorar a implantação endometrial. Além disso, a obesidade está associada com mais inflamação, mais resistência à insulina e mais problemas de coagulação que, de forma indireta, também podem afetar negativamente a fertilidade feminina. Por fim, a obesidade também pode aumentar hipertensão e risco de doença cardiovascular, que podem trazer complicações durante a gestação. Dessa forma, fazer a mulher emagrecer pode melhorar a chance de fertilidade. Mas lembre-se, avaliar cada caso individualmente é muito importante, procure por um bom nutricionista para orientá-lo melhor!