Gengibre e dor

A alimentação pode ser sua aliada ou sua inimiga quando falamos em dor. Quando a alimentação tem um caráter mais inflamatório, ela pode contribuir para a piora da dor. Por outro lado, quando a dieta tem uma padrão mais anti-inflamatório, ela pode ajudar no alívio das dores. 😍

👉🏻Além da importância de melhorar a alimentação como um todo, alguns alimentos específicos podem ser interessantes. E um dos alimentos de que mais gosto para o alíveio de dor, é o gengibre!!

👉🏻O gengibre tem uma ação anti-inflamatória bem interessante. No consultório, utilizo muito o gengibre para auxílio de dores, em especial, dores de cabeça e cólica menstrual.

✅Ele pode ser usado na forma de pó, cápsula ou na alimentação. Na alimentação, a forma mais eficaz para aproveitar suas propriedades é fazer um chá de gengibre. Como a parte utilizada do gengibre é o rizoma (que é mais duro), o melhor é fazer decocção, ou seja, pegamos um pedaço de gengibre e colocamos ferver junto com a água por uns 5-10 minutos. Depois é só coar e consumir. Lembrando que não se pode aquecer. O gengibre ralado em cima da comida ou batido dentro de sucos também pode ser consumido, mas irá funcionar menos.

Você tem dor?? 🤔Teste o gengibre e depois me conta. 🥰

Plantas contra candidíase

A cândida é um fungo que causa alguns problemas em humanos, sendo as mais comuns infecções orais e vaginais. Mas estratégias alimentares podem ajudar a diminuir o crescimento da Candida albicans. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram algumas plantas que diminuem o crescimento desse fungo. Depois de avaliar as várias plantas, as que mais inibiram a cândida foram: Withania somnifera (ginseng indiano), Curcuma longa (açafrão da terra), Cymbopogon citratus (capim-limão) e Zingiber officinale (gengibre). Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará o que é melhor para o seu caso!

Gengibre e diabetes

Além de ser usado na culinária, o gengibre (Zingiber officinale) também é usado com alegação de saúde, ajudando a diminuir dores, cólicas menstruais, náuseas, etc. Nessa meta-análise publicada agora em 2018, os autores investigaram o papel do gengibre no controle glicêmico, sensibilidade à insulina e perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica. Foram incluídos 10 artigos, totalizando 490 indivíduos. Após as análises, foi demostrado que o gengibre ajuda a controlar a glicemia (diminui a hemoglobina glicada), melhora a sensibilidade à insulina (diminui insulina em jejum e HOMA-IR), e melhora o perfil lipídico (diminui colesterol total, triglicerídeos, LDL e aumenta HDL). As doses usadas de gengibre nos estudos variaram de 1,0 a 3,0 g/dia, por no mínimo 5 a no máximo 10 semanas de uso. Dessa forma, os autores concluem que embora mais estudos a longo prazo sejam necessários, o gengibre parece ser um candidato para auxiliar no controle do diabetes e síndrome metabólica. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Gengibre e doenças crônicas

As especiarias são uma importante fonte de sabor para as preparações culinárias, e, além disso, fornecem fitoquímicos, que são substâncias associadas com efeitos benéficos à saúde! O gengibre (Zingiber officinale) é uma das especiarias mais utilizadas no mundo, e por conter uma grande quantidade de compostos bioativos, como o gingerol, exerce várias funções no organismo humano, inclusive participando da prevenção de doenças longo prazo. Foi fundamentado nessa afirmação que os autores dessa publicação, de abril de 2017 avaliaram a prevalência de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, dislipidemia, esteatose hepática, etc…) e o consumo diário de gengibre. Os autores observaram 4628 pessoas, e concluíram que a ingestão diária de gengibre (2-6 g/dia) foi associada com a redução de risco de hipertensão e doença coronariana, levando os pesquisadores a concluir que o gengibre poderia ser um fator preventivo para essas doenças. Vale destacar que já existem outros estudos mostrando que o gengibre pode ser interessante para ajudar no tratamento ou prevenção de outras doenças. Aqui no Nutrir com Ciência já falamos do efeito do gengibre em outras situações, como na redução de cólica menstrual, você lembra?! É importante ressaltar que o efeito do gengibre também depende da forma que você utilizará esse alimento. Antes de tornar essa informação um senso comum, e para saber qual a melhor forma de consumir, bem como a quantidade ideal para você, consulte o seu nutricionista!

Gengibre e cólica menstrual

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A cólica menstrual está associada com um aumento de citocinas inflamatórias. Ou seja, uma das estratégias para diminuir a cólica é diminuindo a inflamação. E não são apenas medicamentos que podem diminuir essa inflamação, muitos alimentos também possuem propriedades anti-inflamatórias, como por exemplo, o gengibre. Após avaliar vários estudos, essa meta-análise de 2016 demonstrou que o uso de gengibre ajuda a diminuir as cólicas menstruais. Além disso, foi evidenciado que o efeito do gengibre foi similar ao efeito dos anti-inflamatórios (medicamentos utilizados para reduzir a dor das cólicas menstruais). As doses de gengibre nos estudos variaram de 150 a 2000 mg do pó, sendo utilizadas por 3 a 4 dias. Essa dose pode ser ofertada na forma de suplemento alimentar ou via alimentação. Na alimentação, a melhor maneira de aproveitar os compostos do gengibre é na forma de decocção: coloque uma fatia de gengibre (espessura de mais ou menos 2 dedos) junto com 350 ml de água e ferva por aproximadamente 10 minutos. Procure um nutricionista para orientá-la melhor.