Consumo de ultraprocessados e a gravidez

Luana Manosso

O alto consumo de alimentos ultraprocessados podem trazer vários problemas à saúde.

Hoje compartilho um estudo bem especial, realizado aqui na minha cidade (Criciúma, SC) por 2 nutricionistas e epidemiologistas TOPs (Fernanda Meller e @antonioaschafer ).

No estudo, do grupo de pesquisa @gpasepi , foi analisado como estava a saúde mental de gestantes e a relação com o consumo de ultraprocessados.

Após às análises, foi observado que as gestantes que tinham um alto consumo de ultraprocessados (6 ou mais itens por dia) tinham mais prevalência de ter sintomas de ansiedade, estresse, depressão e tristeza.

Referência: Meller, F.O.; et al. Br J Nutr., 22:1-21, 2024. doi: 10.1017/S0007114524000783.

Dieta materna e cognição dos filhos

Luana Manosso (2)

A gestação é um período de programação metabólica muito importante. O que a mãe faz durante a gestação pode impactar no seu filho e nas próximas gerações.

Hoje, compartilho com vocês uma revisão publicada agora em 2024 que associa a qualidade da dieta da mãe com o desenvolvimento cognitivo dos seus filhos. Os autores colocam que uma dieta materna rica em ultraprocessados, açúcar e gordura saturada pode piorar o desenvolvimento cognitivo dos seus filhos!

É lógico que outros fatores também estão envolvidos, mas com certeza, a nutrição tem um papel importante.

Referência: Zupo, R.; et al. Nutr Neurosci., 27(4):361-381, 2024. Doi: 10.1080/1028415X.2023.2197709.

Refrigerante diet e aspartame na gestação e sua relação com o espectro autista

refrigerante diet na gestação e autismo

O que a mãe faz na gestação e amamentação é muito importante para a saúde do bebê.

Um estudo recém-publicado evidenciou que o consumo de refrigerante diet (≥ 1x/dia) e de aspartame (≥ 177 mg/dia) foi associado com 3,1 e 3,5 vezes mais risco, respectivamente, da criança ter Transtorno de Espectro Autista (TEA).

E isso foi mais significativo em meninos do que meninas. É claro que a alimentação não é a única coisa que predispõe ao TEA. Mas, se alimentar bem na gestação e lactação tem um impacto bem importante.

Referência: Fowler, S.P.; et al. Nutrients., 17(17):3772, 2023. Doi: 10.3390/nu15173772)

Vitamina D e a fertilidade

Luana Manosso (1)

Inúmeros nutrientes são importantes quando pensamos em fertilidade e um deles é a Vitamina D.

Hoje compartilho com vocês os resultados de um estudo publicado final de maio.

Foi um estudo populacional prospectivo no qual comparou mulheres com histórico de infertilidade prévia e mulheres sem histórico de infertilidade.

Após comparar os grupos, foi observado que baixos níveis de vitamina D no sangue (25(OH)vitamina D) eram mais comuns em mulheres com infertilidade prévia.

Isso significa que toda mulher com infertilidade vai ter problema com vitamina D? Não! Mas com certeza esse é um dos nutrientes que precisamos investigar quando a mulher deseja engravidar.

(Referência: Lumme, J.; et al. Nutrients. 15(11):2522, 2023. Doi: 10.3390/nu15112522)

Probióticos e a diabetes mellitus gestacional

Luana Manosso (30)

A diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma das complicações gestacionais mais comuns, podendo trazer consequências para a mãe e para o bebê.

Dessa forma, controlar o DMG é muito importante. Para isso, a primeira coisa é melhorar a alimentação. O que a mulher consome é o que mais vai impactar, de forma direta, na melhora ou piora do controle glicêmico. Porém, alguns suplementos também podem ser interessantes, entre eles, os probióticos.

Uma recente meta-análise evidenciou que a suplementação de probióticos em mulheres com DMG auxilia na redução de glicemia em jejum, insulina em jejum, HOMA-IR, triglicerídeos, colesterol total e VLDL. Ou seja, ajuda no controle glicêmico e insulinêmico. (Referência: Yefet, E.; et al. Nutrients., 15(7):1633, 2023. Doi: 10.3390/nu15071633.)

Lembrando que essa é uma das estratégias, mas que nada faz milagre sozinho.

É muito importante o acompanhamento com um nutricionista!

Mioinositol e diabetes gestacional

👉🏻O diabetes mellitus gestacional é a complicação mais comum durante a gestação. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a prevalência global de diabetes gestacional foi de 16,7% entre as grávidas em 2021. 🤰🏻‼️

👉🏻Para prevenir o diabetes gestacional é muito importante ter uma alimentação adequada e controlar o ganho de peso. Além disso, alguns suplementos parecem ajudar, com um destaque para o mioinositol.

👉🏻Uma meta-análise publicada agora em 2022, analisando dados de 7 estudos, evidenciou que a suplementação com 4 g/dia de mioinositol reduz a incidência e a severidade do diabetes gestacional.

⚠️OBS: toda suplementação deve ser prescrita por um profissional adequado. Não use nada sem recomendação.

📚Referência: Wei, J.; Yan, J.; Yang, H. Nutrients., 14:2831, 2022. Doi: 10.3390/nu14142831.

Suplementos e diabetes gestacional

Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar.  Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.

Bebidas e diabetes gestacional

O diabetes gestacional é uma das complicações que a gestante pode ter. E ele aumenta o risco de problemas para a mãe e para o bebê. Dessa forma, pensar em prevenção é muito importante. De forma interessante, esse estudo publicado em 2021 investigou o efeito do consumo de diversos tipos diferentes de bebidas e o risco de desenvolver ou não diabetes. Após análises, foi observado que o consumo de leite fermentado no período pré-gestacional e durante o primeiro trimestre aumentou o risco de desenvolver diabetes gestacional. Por outro lado, o consumo de suco de frutas nesse mesmo período diminuiu o risco de desenvolver diabetes durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai avaliar o que é melhor para o seu caso, que tipo de bebida é interessante para você, bem como a quantidade que deve ser ingerida.

Lactobacillus e gestação

Diabetes melittus gestacional (DMG) é um dos problemas que pode ocorrer durante a gestação. Além de um controle no ganho de peso e de ajuste na alimentação, outras estratégias nutricionais também parecem ser interessantes. Nesse estudo publicado agora de 2021, foram recrutadas 423 gestantes que estavam entre 14-16 semana de gestação e começaram a receber Lactobacillus rhamnosus (6 x 109 UFC) ou placebo. Quando estavam entre a 24-30 semana de gestação, foi retirado sangue dessas gestantes para avaliar vários parâmetros associados com DMG. Após análises estatísticas, foi demostrado que as grávidas que usaram o probiótico tinham menor valor de glicemia em jejum, mas não alterou outros parâmetros relacionados ao controle glicêmico. Além disso, nas mulheres acima de 35 anos, os probióticos também diminuíram ácidos biliares primários conjugados. Vale destacar que o estudo também mostrou associação entre ácidos biliares conjugados e glicose e insulina em jejum. Ou seja, os dados sugerem mais um possível benefício do uso de probióticos durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Dieta e sono em gestante

Estima-se que quase 50% das gestantes têm piora na qualidade do sono, em especial no terceiro trimestre. Uma baixa qualidade do sono, além de trazer cansaço, pode estar aumentar o risco de outros problemas, incluindo maior risco de nascimento prematuro. Enquanto que uma boa qualidade do sono está associado a um melhor score Apgar (que serve para avaliar a vitalidade de recém-nascidos no primeiro e no quinto minuto de vida). Se você me acompanha por aqui, com certeza já sabe que a alimentação pode impactar na qualidade do sono. De modo bem interessante, esse artigo de 2020 avaliou a qualidade do sono de gestantes na 16ª semana e na 34ª semana de gestação e analisou o impacto de uma aderência à dieta do mediterrâneo e de alguns alimentos específicos. Após análises, foi observado que um maior consumo de frutas melhorou a qualidade do sono na 16ª semana. Além disso, um maior consumo de azeite de oliva extra virgem e uma maior aderência à dieta do mediterrâneo foram capazes de melhorar a qualidade do sono tanto na 16ª semana quanto na 34ª semana de gestação. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure o seu para uma orientação mais individualizada.