Com gestante, todo cuidado é pouco. Principalmente tratando de fitoterapia. A infusão de Passiflora incarnata (folha do maracujá) é usada em gestantes para ajudar a tratar ansiedade, insônia e depressão. Porém, existem alguns relatos na literatura de problemas associado ao uso desse chá! Nesse estudo publicado em 2018 eles colocam 6 casos pontuais de problemas com o uso de Passiflora: em uma gestação ocorreu morte neonatal, duas ocorreram ruptura prematura das membranas, duas ocorreram a síndrome da aspiração do mecônio em bebês e uma ocorreu hipertensão pulmonar persistente em bebês. Vale ressaltar que são casos isolados e que ainda não se pode tirar conclusões disso (nem da segurança e nem da proibição do uso). Os próprios autores colocam que a exposição a esse fitoterápico deve ser monitorada em caso de gestantes. Dessa forma, o uso desse chá deve ser feito sempre com acompanhamento para avaliar cada caso individualmente.
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Ferro e Tireoide
Uma correta função da tireoide é de extrema importância para a saúde da gestante e do bebê. Mas para que a tireoide funcione corretamente, são necessários vários nutrientes, incluindo o ferro. Levando em consideração que a deficiência de ferro é bem comum em mulheres, principalmente nas grávidas, os autores dessa publicação investigaram a relação do metabolismo do ferro com a função tireoidiana em gestantes que estavam no primeiro trimestre de gestação. Para isso, eles relacionaram os níveis de ferritina sérica (que avalia a reserva de ferro) com os níveis de TSH e T4 (que avaliam a função da tireoide). Após as análises estatísticas, foi demonstrado que as mulheres com ferritina menor que 20 µg/L tinham menos T4 e mais TSH do que as mulheres com ferritina acima de 100 µg/L, o que demonstra uma piora na função tireoidiana. Já as mulheres que tinha ferritina nos valores intermediários (20 – 100 µg/L) tinham menos T4 do que as mulher com ferritina acima de 100 µg/L. Ou seja, nesse estudo, as mulheres que tinham o valor de ferritina maior que 100 µg/L tinham valores de TSH e T4 mais adequados. Porém, o excesso de ferritina também não é interessante. Por isso lembre-se, antes de tornar essas informações um senso comum, consulte o seu nutricionista!
Fast food e gestação
A gestação é um momento muito importante para a mulher e para o bebê que está sendo gerado! Uma alimentação adequada durante a gestação é de extrema importância para a saúde dos dois. Mas você sabia que o que a mulher come ANTES de engravidar também pode influenciar na saúde da mãe e, por consequência, do bebê?
Esse estudo realizado no Irã e publicado em 2017 avaliou o consumo de fast food antes de engravidar com o risco de desenvolver diabetes mellitus gestacional (DMG)! Os autores avaliaram o consumo total de fast food e também o consumo de alguns alimentos ultraprocessados isolados: hambúrgueres, salsichas, mortadela (carne bovina), pizza e batatas fritas.
Os resultados demonstraram que as mulheres que comiam mais fast food antes de engravidar, tinham mais risco de desenvolver DMG, independente dos fatores de risco conhecidos para DMG, como IMC, inatividade física e estilo de vida. Avaliando os alimentos separadamente, o que foi associado com o risco de DMG foi o alto consumo de batata frita!
Ou seja, mais um motivo para diminuirmos o consumo de fast food. Principalmente se você for mulher e deseja engravidar no futuro! Procure um nutricionista para orientá-la melhor!
Gestação e ganho de peso
Já sabemos que uma gestação saudável cursa com um ganho de peso planejado e controlado, e quando isso não ocorre há vários riscos para a gestante, como diabetes gestacional, hipertensão arterial e parto prematuro. Mas há também prejuízos para a saúde do bebê. Um dos prejuízos citados por essa publicação de janeiro de 2017 é a relação entre obesidade gestacional e uma maior susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças neuropsiquiátricas e desordens cognitivas na criança. Além disso, mudanças na função placentária, consequente do excesso de peso, não causam somente complicações para a mãe, mas também riscos em longo prazo para o bebê que está para nascer, como risco de obesidade e doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta, e esta relação se baseia na produção de interleucinas (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF-a). Procure um nutricionista para uma orientação durante a gestação, e consequente correta programação metabólica!
Dieta e SOP
A síndrome do ovário policístico (SOP) afeta 6-10% das mulheres em idade reprodutiva e está associada com vários problemas, incluindo a dificuldade de ovulação, e, por consequência, dificuldade de engravidar. Mas você sabia que intervenções dietéticas podem auxiliar nisso? Uma dessas estratégias é a diminuição na ingestão calórica! Nessa revisão publicada dia 01 de janeiro de 2017 foi discutido sobre o efeito da restrição calórica em mulheres obesas com SOP. Embora ainda exista a necessidade de mais estudos, algumas evidências já demonstram que a diminuição na ingestão calórica auxilia na ovulação, aumentando a chance da mulher com SOP conseguir engravidar! A sugestão é que a restrição calórica propicie uma diminuição da obesidade e da gordura visceral que, por consequência, acabam melhorando a resistência à insulina (que é uma alteração comum nas mulheres com SOP e que está associada com a fisiopatologia dessa doença). Com a melhora da resistência à insulina, melhora também o funcionamento do ovário, aumentando a chance da mulher ovular! Vale destacar que o tipo de alimento que será ingerido também pode influenciar na resistência à insulina, e que, muitas vezes, apenas a mudança no padrão alimentar já auxilia nesse efeito. Por isso, procure um nutricionista para avaliar a necessidade de restrição calórica e/ou outras mudanças nos seus hábitos alimentares.
Cafeína e aborto
O consumo de café durante a gestação está relacionado com risco aumentado de aborto espontâneo. As últimas publicações da literatura científica mostram que o consumo de 100 mg de cafeína por dia (equivalente a 1 xícara de café infusão) durante o primeiro trimestre gestacional aumenta em 14% o risco de aborto espontâneo. Além disso, pesquisas mais recentes mostram que o consumo de café no período pré-gestacional tem correlação positiva com risco de aborto espontâneo. Esta correlação não está associada somente com a cafeína, mas também aos polifenois encontrados no café, como o ácido clorogênico. A principal justificativa encontrada pelos autores foi baseada no fato de o consumo de café ter sua participação no metabolismo dos hormônios sexuais . Vale lembrar que não encontramos cafeína somente no café, mas também em alguns chás (como chá preto, chá verde), no chimarrão e no chocolate! Por isso, mulheres grávidas e que estão querendo engravidar, procure um nutricionista para lhe orientar melhor sobre essa e outras questões.