Comer devagar

Comer devagar e mastigar bem os alimentos são de extrema importância. Mas você sabe os benefícios fisiológicos desse hábito? Sabe o que temos de comprovação científica? Esse estudo de revisão publicado esse ano aborda justamente isso. Já temos evidências de que comer devagar aumenta a quantidade de PYY e GLP-1 no trato gastrointestinal. O PYY vai ir até o cérebro e vai diminuir a fome e aumentar a saciedade. O GLP-1, além de agir também no cérebro e contribuir para o controle da fome-saciedade, ele também influencia na liberação de insulina e diminuição na liberação de glucagon, auxiliando no controle glicêmico. Ou seja, comer devagar contribui para comermos menos, controlarmos nossa glicemia e isso ajuda, dentre outros pontos, a controlar o peso. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Maçã e glicemia

Estratégias para controlar a glicemia (açúcar no sangue) em jejum e após refeição são super importantes. De modo bem interessante, esse estudo publicado dia 02 de dezembro avaliou o efeito da pré-ingestão de maçã na glicemia após a realização de uma refeição a base de carboidrato. Para isso, os autores fizeram 4 grupos diferentes: (1) ingestão de arroz; (2) co-ingestão de maçã e arroz ao mesmo tempo; (3) pré-ingestão de maçã e depois o consumo de arroz; (4) pré-ingestão de uma solução de açúcar (mesmo perfil que na maçã) e posterior consumo de arroz. Após análises, foi observado que o grupo que ingeriu a maça antes da refeição, aumentou menos a glicemia pós-prandial do que os outros grupos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

SOP, Q10 e vitamina E

Já fiz alguns postes mostrando a relação de estratégias nutricionais que auxiliam no tratamento das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nesse trabalho publicado mês passado, os autores avaliaram o efeito da coenzima Q10 sozinha ou associada com vitamina E nas respostas hormonais e metabólicas de mulheres com SOP. Para isso, os autores suplementaram 200 mg de coenzima Q10 ou 400 UI de vitamina E ou as duas estratégias associadas ou placebo por 8 semanas. Após esse período, observou-se que as mulheres que suplementaram coenzima Q10 reduziu a glicemia em jejum e diminuiu a resistência à insulina (diminuiu o HOMA-IR). Coenzima Q10 sozinha, vitamina E sozinha ou a associação de ambas diminuiu os níveis de testosterona. Por outro lado, somente quando as pacientes receberam a associação de coenzima Q10 e vitamina E é que melhoraram os níveis de SHBG. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Depressão e glicemia

A depressão piora a qualidade de vida dos indivíduos! Além disso, ela pode estar associada com vários problemas de saúde. Esse estudo publicado em 2018 avaliou pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) e viram que as mulheres tinham mais risco de depressão do que os homens. Além disso, foi demonstrado que as mulheres com diabetes e depressão tinham um pior controle glicêmico quando comparado com a mulheres diabéticas mas sem depressão! Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará seu caso e saberá orientá-lo.

Gengibre e diabetes

Além de ser usado na culinária, o gengibre (Zingiber officinale) também é usado com alegação de saúde, ajudando a diminuir dores, cólicas menstruais, náuseas, etc. Nessa meta-análise publicada agora em 2018, os autores investigaram o papel do gengibre no controle glicêmico, sensibilidade à insulina e perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica. Foram incluídos 10 artigos, totalizando 490 indivíduos. Após as análises, foi demostrado que o gengibre ajuda a controlar a glicemia (diminui a hemoglobina glicada), melhora a sensibilidade à insulina (diminui insulina em jejum e HOMA-IR), e melhora o perfil lipídico (diminui colesterol total, triglicerídeos, LDL e aumenta HDL). As doses usadas de gengibre nos estudos variaram de 1,0 a 3,0 g/dia, por no mínimo 5 a no máximo 10 semanas de uso. Dessa forma, os autores concluem que embora mais estudos a longo prazo sejam necessários, o gengibre parece ser um candidato para auxiliar no controle do diabetes e síndrome metabólica. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Selênio e glicemia

A deficiência de vários micronutrientes, incluindo do selênio, pode piorar o controle glicêmico. Porém, o excesso também não é interessante. Este estudo com mais de 8 mil chineses mostrou uma correlação entre o aumento de selênio sérico e um aumento de glicose em jejum, principalmente em homens. Ou seja, o bom senso é sempre a melhor opção. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Suco de romã e glicemia

Alimentação é tudo, vocês não acham? Nesse estudo, os autores compararam suco de romã (200 mL) ou romã em cápsula (extrato de Punica granatum – 200 ou 400 mg) para melhorar a glicemia após uma refeição de alto índice glicêmico (contendo pão). E adivinha qual deu o melhor resultado? Isso mesmo!! O suco de romã diminuiu mais a glicemia do que a romã em cápsula! Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Probióticos e diabetes

O diabetes é uma das causas de problemas renais e, conforme a evolução das complicações renais há indicação para hemodiálise. Melhorar a homeostasia da glicose, a inflamação e o estresse oxidativo desses pacientes é de extrema importância para a qualidade de vida e para diminuir a progressão da doença. Pensando nisso, esse estudo de 2017 investigou o papel dos probióticos sobre esses parâmetros em 60 pacientes diabéticos fazendo hemodiálise. Os pacientes foram separados em dois grupos: metade recebeu placebo e metade recebeu probióticos por 12 semanas. Os probióticos utilizados foram: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei e Bifidobacterium bifidum, na quantidade de 2 bilhões de UFC de cada cepa. Após as 12 semanas de tratamento, os indivíduos que receberam os probióticos tiveram uma melhora na homeostase da glicose e diminuíram mais a inflamação e o estresse oxidativo quando comparado com os indivíduos que receberam placebo. Ou seja, a suplementação com probióticos trouxe efeitos metabólicos benéficos aos pacientes diabéticos! Procure um nutricionista para orientá-lo melhor!

Jejum e calorias

A obesidade é um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, e nos últimos anos a prevalência de obesidade só aumenta. Paralelamente a este aumento, o número de refeições diárias também tem aumentado. Observando este paralelo, e sabendo que ainda há pouca clareza sobre os benefícios do jejum intermitente, os autores dessa publicação de 2017 decidiram observar o efeito do protocolo de jejum intermitente semelhante ao Ramadan em homens magros e saudáveis. Esses indivíduos ficaram 14 horas por dia sem comida e nem bebida, durante 28 dias. A preocupação dos autores foi observar a relação deste protocolo de dieta com a composição corporal, o metabolismo da glicose e a função cognitiva dos participantes. Ao término do estudo, todos os participantes conseguiram adaptar protocolo em seu dia-a-dia sem maiores dificuldades, e os autores não observaram qualquer diferença nos parâmetros avaliados (índice de massa corporal, metabolismo da glicose e função cognitiva). Direcionando à conclusão de que a frequência das refeições pode não ser tão importante assim para contemplar a ingestão de energia diária! Mas lembre-se, antes de tornar essa informação um senso comum, consulte o seu nutricionista!

Café da manhã e síndrome metabólica

Dados recentes mostram que 25% da população mundial possui Síndrome Metabólica (SM), e esta alteração de saúde está relacionada com o desenvolvimento de outras doenças, como as doenças cardiovasculares. Modificações no estilo de vida podem contribuir para a reversão deste quadro, uma vez que essa alteração tem relação estreita com os hábitos alimentares. Sabendo disso, essa publicação de 2017 decidiu testar dois padrões de café da manhã, e avaliar marcadores inflamatórios e clínicos relacionados com a SM. Os autores avaliaram 80 indivíduos com sobrepeso e que cumpriam os critérios de diagnóstico da SM. Os participantes receberam 2 tipos de café da manhã isocalórico (4 semanas de cada um dos tipos de café da manhã), intercalados por 2 semanas de washout (período sem seguir nenhum dieta específica). O padrão de café da manhã que os autores chamaram de “café da manhã brasileiro” foi enriquecido com gordura saturada, e o “café da manhã modificado” foi composto por gordura insaturada e fibras provenientes de azeite de oliva e castanhas. Ao final do estudo os autores observaram um aumento de pressão arterial, circunferência da cintura, glicemia e marcadores inflamatórios no grupo que consumiu o “café da manhã brasileiro”, concluindo que uma intervenção dietética não saudável, mesmo que por um curto período de tempo, já é suficiente para trazer prejuízos à saúde! Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.