Dieta e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune incurável que leva à desmielinização no sistema nervoso central. Essa doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A maior parte das pessoas começarão com uma esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente, onde as recaídas ou exacerbações são seguidas por perí­odos de recuperação. Em alguns casos, a doença segue um curso progressivo desde o início, sem momentos de recuperação. Como não tem cura, o tratamento farmacológico é baseado em sintomas e costuma ter vários efeitos colaterais. E ai entra a Nutrição. Algumas estratégias alimentares parecem melhorar a qualidade de vida desses pacientes, na tentativa de não evoluir a doença tão rápido. Embora ainda sejam necessários mais estudos, essa revisão de 2019 aborda os principais alimentos que devem ser evitados e aqueles que devem ser incluídos na alimentação. Após revisar 32 estudos, os autores colocam que os principais alimentos que devem ser diminuídos da dieta são: alimentos com gordura saturada, açúcar, leite e glúten. Por outro lado, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, ômega-3 e vitamina D. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um para orientá-lo melhor e analisar seu caso individualmente.

 

Docinho de noz com coco

Conferimos aqui no Nutrir com Ciência a noz pecan como exemplo de gordura “boa”, cujo consumo, segundo o estudo,  está associado à  melhora da insulina, resistência à insulina, funcionamento das células beta-pancreáticas e marcadores relacionados com risco de doença cardiovascular.
Sabendo disso, nada melhor que incluir essa ou outras oleaginosas em nosso dia-a-dia, certo?  E que tal variarmos sua apresentação e prepararmos um delicioso docinho?!
Para isso você só precisará de:
– 8 colheres de sopa de leite de coco em pó
– 4 colheres de sopa de noz triturada (média de 50g)
– 1 noz inteira para enfeite
– 3 colheres de sobremesa de água
Modo de preparo: Em um recipiente pequeno, misture o leite de coco em pó e a noz triturada. Acrescente uma colher de água por vez e vá mexendo. Deixe por 15 min no freezer. Unte levemente a palma de sua mão com manteiga ghee e enrole seus docinhos! Depois cubra-os com o próprio leite de coco ou noz picada e finalize o topo com a própria noz.
Rendimento: 6 unidades.
A dificuldade será você resistir e não comer demais!

Por: Bruna Deolindo Izidro.

Opções de gorduras

Recentemente, foi visto aqui no Nutri com Ciência um estudo sobre a avaliação do consumo de carboidratos e gorduras em bebês, que mostrou que menos de 5% da amostra tinha um consumo adequado de gordura. Porém, alguns adultos também tem a dificuldade de adicionar gorduras boas na dieta. Por isso, ficou o seguinte questionamento: quais são as fontes de gordura boas que podemos adicionar na dieta? A que rapidamente nos vem a mente é o azeite de oliva, certo? O azeite de oliva extravirgem é sim uma opção interessante. Pode ser adicionado na salada e, fica delicioso como complemento para peixes, aves e vários outros tipos de preparações. Mas que tal irmos além do azeite de oliva? Abaixo, algumas opções que podem, em quantidades adequadas, serem incluídas na dieta:
     Óleo de coco: Contém triglicerídeos de cadeia média (TCM) que são facilmente absorvidos pelo nosso sistema digestivo. Os estudos ainda são controversos, por isso converse com sua Nutricionista para saber como adicioná-lo na dieta.
    Óleo de abacate: rico em vitamina A, vitamina E e beta-sitosterol, conjunto que ajuda a reduzir os níveis de cortisol, hormônio responsável pela compulsão alimentar e acúmulo de gordura na região abdominal.
     Óleo de gergelim: alta porcentagem de ácido graxo oleico, rico em cálcio, fósforo, ferro e vitaminas lipossolúveis e do
complexo B.
     Óleo de linhaça: alta concentração de ômega 3, que reduz a inflamação e os níveis de colesterol.
     Óleo de semente de uva: contém polifenois, como o resveratrol, poderoso antioxidante que previne o dano celular, além de
alfa-tocoferol, ácido linolêico e ácido palmítico, responsáveis pela regeneração e manutenção do tecido cutâneo, revitalizando-o.
Importante: Alguns desses óleos não resistem a temperaturas elevadas. A melhor opção é sempre procurar um Nutricionista
para orientá-lo melhor e avaliar qual óleo é melhor para você e qual a quantidade ideal a ser utilizada.
Por: Bruna Deolindo Izidro

Alimentação dos bebês

A qualidade da alimentação dos bebês é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento adequados. Mas será que os bebês consomem as quantidades necessárias de carboidrato e gordura? Após avaliar 1.275 crianças de 8-12 meses, essa publicação de 2017 revelou que 95% dos bebês consomem as quantidades adequadas de carboidrato. Porém, menos de 5% consomem a quantidade necessária de gordura. Você tem filho pequeno e está com dificuldade na alimentação? Não sabe que tipo de gordura adicionar? Procure um nutricionista para ajudá-lo! Ele é o profissional mais bem habilitado para isso!

Dieta e metilação do DNA

A composição de lipídeos na dieta pode afetar o acúmulo de gordura visceral e, dessa forma, aumentar o risco de desenvolver uma resistência à insulina. Porém, o tipo de gordura ingerida tem resposta epigenética diferente. As dietas ricas em ácido graxo poli-insaturado modulam os mecanismos epigenéticos de maneira diferente das dietas ricas em ácido graxo saturado, e foi a partir dessa afirmação que os autores desse artigo de abril de 2017 decidiram esclarecer essa diferença. E para isso, os autores avaliaram o tecido adiposo de 31 pessoas que receberam, durante 7 semanas, uma dieta rica em ácido graxo saturado ou em ácido graxo poli-insaturado. Após a intervenção, foi demonstrado que as duas dietas levaram ao ganho de peso. Porém, o padrão de metilação do DNA foi diferente. Ao todo, os dois tratamento modularam a expressão de mais de 4800 genes. De maneira resumida, o padrão alimentar com mais ácido graxo saturado aumentou a expressão de genes envolvidos com acúmulo de peso e, do contrário, o padrão alimentar com mais ácido graxo poli-insaturado aumentou a expressão de genes envolvidos com a manutenção de massa magra. Esses resultados mostram que há mais um desafio para os nutricionistas: além de considerar a individualidade bioquímica, considerar também a nutrigenética e as modificações epigenéticas na hora da prescrição! Por isso estude!!!!

Alimentação e cognição

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Que a alimentação é muito importante para a saúde todo mundo sabe. Mas você acredita que um consumo excessivo de gorduras e açúcares pode piorar a cognição, a depressão, a ansiedade, entre outras doenças neurológicas? Essa revisão publicada em outubro desse ano discute justamente isso. Após análise de vários estudos, os autores propõe que um excesso de gordura e/ou açúcares pode influenciar no cérebro via dois mecanismos principais:

1.      O excesso de gordura e açúcar pode influenciar na microbiota intestinal, diminuindo a diversidade dos microorganismos, diminuindo as Bifidobacterias e Bacteroidetes (que normalmente são benéficas ao nosso corpo) e aumentando os Firmicutes (que normalmente trazem malefícios ao nosso corpo). Essa alteração intestinal, por sua vez, aumenta a inflamação, estimula o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, piorando uma doenças/transtornos neurológicos como a depressão, ansiedade, esquizofrenia, autismo, além de piorar a cognição e memória.

2.      O excesso de gordura e açúcar também pode influenciar diretamente o cérebro por aumentar inflamação e estresse oxidativo, diminuir neurotrofinas como o BDNF (fator neurotrófico derivado do encéfalo), diminuir a formação de novos neurônios (neurogênese) e influenciar na comunicação entre os neurônios.

Vale destacar que essas alterações cerebrais dependem também de outros fatores. Porém, ter uma alimentação adequada e uma microbiota intestinal benéfica auxiliam no tratamento de várias doenças envolvendo o cérebro! Procure um nutricionista para melhor lhe orientar!

Azeite de oliva vs manteiga

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O controle da glicemia (glicose/açúcar no sangue) é de extrema importância para a saúde. O aumento da glicemia aumenta o risco de diabetes, de doenças cardiovasculares, entre outras doenças. O aumento da glicemia ocorre, principalmente, pelo consumo de alimentos com carboidratos. Mas estratégias nutricionais podem ajudar a controlar o aumento da glicose induzido pelo carboidrato. Uma dessas estratégias é a utilização de gorduras junto com a refeição. Entretanto, esses dois artigos publicados nesse ano mostraram que o tipo de gordura influencia no controle da glicemia. O primeiro estudo, publicado por Bozzetto e colaboradores, mostrou que quando pacientes com diabetes mellitus tipo 1 consumiam uma refeição com alto índice glicêmico (que aumenta bastante a glicemia) associada com 37 g de azeite de oliva extra virgem, o aumento da glicemia nos primeiros 180 minutos foi menor do que nos pacientes que consumiam a refeição com 43 g de manteiga. Ou seja, o azeite de oliva extra virgem controlou melhor a glicemia do que a manteiga. Mas por que será que isso acontece? No segundo estudo, publicado por Carnevale e colaboradores, foi demonstrado que, em pacientes com glicemia em jejum alterada, a adição de 10 g de azeite de oliva extra virgem junto com a refeição conseguiu diminuir em 20% a glicemia. Além disso, o azeite de oliva extra virgem conseguiu aumentar os níveis de GLP-1, que é uma incretina importante para o controle da glicemia, além de diminuir o apetite e ter efeitos cardioprotetores. Ou seja, adicionar azeite de oliva extra virgem nas principais refeições pode ser uma estratégia interessante para o controle glicêmico e aumento de GLP-1. Vale lembrar que o excesso nunca é interessante. Dessa forma, procure um nutricionista para saber qual a quantidade de azeite ideal para você e como fazer para escolher um bom azeite de oliva.