SOP e Q10

Inúmeras estratégias nutricionais podem ser interessantes para mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nos últimos anos, têm se intensificado os estudos que avaliam o impacto da função mitocondrial na SOP. Nesse contexto, uma das estratégias nutricionais que poderia ser pensada é o uso de coenzima Q10. Nesse estudo, foi avaliado a suplementação de coenzima Q10 (100 mg/dia) ou placebo por 12 semanas em parâmetros metabólicos e de saúde mental nas mulheres com SOP. Após análises, foi evidenciado que o uso de coenzima Q10 diminuiu sintomas de depressão e ansiedade, diminuiu PCR (marcador de inflamação), testosterona total, DHEAS, MDA (marcador de estresse oxidativo) e hirsutismo. Além disso, foi observado um aumento no SHBG e na capacidade antioxidante total. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

.

Geleia real

Você olhou para a foto e achou que era leite condensado? Mas não é hehehe. É geleia real, que é uma secreção ácida branco-amarelada, cremosa, retirada das glândulas mandibulares e hipofaríngeas de jovens operárias da espécie Apis melífera. Porém, somente as abelhas rainhas podem se alimentar da geleia real. Um fato curioso é que as abelhas rainhas duram cerca de 5 anos, enquanto que as abelhas operárias duram em média 45 dias. Mas você sabe do que é composta a geleia real? Sua maior parte é água (50-70%), seguida de proteínas (9-18%), carboidrato (7-18%), lipídeos (3-8%), minerais (em especial potássio, fósforo, enxofre, cálcio, magnésio e sódio), vitaminas (em especial B5 e B3) e compostos fenólicos. Porém, vale destacar que essa composição varia de acordo com a origem geográfica, tempo de colheita, contaminantes e que ela pode ser adulterada. Pensando em suas propriedades para a saúde, existem alguns estudos mostrando possíveis propriedades, incluindo: antilipidêmicas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas, antimicrobianas, neuroprotetoras, imunomoduladoras, antienvelhecimento e estrogênicas (podendo ser interessante na menopausa). Vale destacar que não temos estudos em humanos para todos esses efeitos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Magnésio, fibra e SOP

Já falei algumas vezes sobe a importância da alimentação na síndrome do ovário policístico (SOP). Um dos pontos importantes é a modulação no consumo de carboidrato nessas mulheres. Mas esse não é o único ponto a ser pensado. De forma bem interessante, esse artigo publicado em 2019 investigou a associação entre o consumo de fibra e de magnésio (um mineral bem importante para o nosso corpo) e parâmetros envolvidos na fisiopatologia da SOP. Primeiramente, os autores demonstraram que as mulheres com SOP ingeriam menos fibra e menos magnésio na dieta. Depois, foram realizadas análises estatísticas e demonstrado que a ingestão de fibra foi inversamente correlacionada com resistência à insulina, insulina em jejum, testosterona e DHEAS. Já o consumo de magnésio foi inversamente correlacionado com: resistência à insulina, PCR (proteína C-reativa) e testosterona; e positivamente relacionado com HDL-colesterol. Ou seja, aumentar fibra e magnésio tende a trazer benefícios para a SOP. E lembre-se, para ajustar a alimentação, procure o Nutricionista.

Dieta ocidental e testículo

Várias evidências demonstram o papel da alimentação na fertilidade masculina. Alguns alimentos podem ajudar a melhorar a fertilidade. Enquanto outros alimentos parecem piorar a fertilidade, influenciando na qualidade ou no número dos espermatozoides e em níveis hormonais. Esse estudo publicado em 2019 avaliou o impacto de uma dieta ocidental (rica em açúcares, gordura saturada, carnes vermelhas e processadas e alimentos industrializados) na qualidade do espermograma e nos níveis de hormônios sexuais. Após análises, foi observado que uma maior aderência a uma dieta ocidental foi associado com menor concentração de espermatozoide, menor nível de DHT (hormônio produzido a partir da testosterona) e maior nível de estradiol. Ou seja, quanto mais dieta estilo ocidental, mais alterações que podem piorar a fertilidade masculina. Por isso, procure o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação: o Nutricionista!

Índice glicêmico e hormônios

O índice glicêmico (IG) é um conceito para classificar os alimentos ricos em carboidratos com base na resposta pós-prandial de glicose no sangue em comparação com um item alimentar de referência, geralmente glicose ou pão branco. Porém, existem poucos estudos avaliando o efeito do IG em hormônios esteroidais como a testosterona e cortisol. Nesse estudo de 2019, os autores resolveram comparar o efeito de uma dieta com alto IG e uma dieta com baixo IG nos níveis desses dois hormônios em 12 mulheres de 20-24 anos. Cada uma das mulheres ficou 3 dias com cada tipo de dieta, separadas por um período sem dieta nenhuma. Após análises, quando elas ingeriam uma dieta com alto IG, ocorria aumento nos níveis de cortisol salivar (o que sinaliza maior ativação do sistema envolvido com estresse). Já quando elas tinham uma ingestão de dieta com baixo IG, os níveis de testosterona salivar eram maiores, o que pode trazer benefícios. Mas observe que foi um estudo com apenas 12 mulheres. Assim, mais estudos são necessários para uma melhor elucidação dos resultados. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Carnitina, cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma doença multifatorial que afeta vários órgãos endócrinos. Algumas das alterações que as mulheres com SOP podem ter são: alteração no ciclo menstrual, hirsutismo (aumento de pelos), aumento de inflamação e estresse oxidativo, alteração em sintomas mentais, etc. Por outro lado, várias estratégias nutricionais estão sendo estudadas para tentar melhorar esses sintomas e a própria SOP em si. Vários estudos investigam o papel isolado da carnitina e do cromo na SOP. Esse estudo de 2019, resolveu avaliar os efeitos da co-suplementação dessas duas estratégias. Para isso, os autores suplementaram placebo OU 1000 mg de carnitina com 200 mcg de cromo por 12 semanas em 54 mulheres com SOP. Após esse período, as mulheres que receberam a co-suplementação melhoraram mais dos sintomas de humor, melhorou os parâmetros hormonais (diminui testosterona total e hirsutismo), diminui PCR (marcador de inflamação) e MDA (marcador de estresse oxidativo) e aumentou a capacidade antioxidante total. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Brássicas e tireoide

O sulforafano é uma sustância presente nas brássicas (ex.: brócolis, couve, couve de bruxelhas, couve-flor, nabo, rabanete). Esses alimentos demonstram uma capacidade antioxidante bem interessante, tendo a capacidade de ativar uma fator de transcrição chamado Nrf2. Porém, alguns estudos sugerem que, dependendo da dose, o sulforafano também poderia ocasionar problemas de tireoide. Nesse estudo, os autores deram suco feito com o broto do brócolis (contando 40 µmol de sulforafano e 600 µmol do precursor glucorafanin) por 12 semanas para 137 pessoas, enquanto que 130 receberam suco placebo. Para avaliar o funcionamento da tireoide, entraram nas análises 45 mulheres. Após as análises, não foi observado nenhuma alteração nos ní­veis de TSH, T4 livre, tireoglobulina e nem nos autoanticorpos contra a tireoide (anti-TG e anti-TPO). Ou seja, o suco com brócolis se mostrou seguro, não causando nenhum problema para a tireoide. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Bisfenol e fertilidade

A exposição a contaminantes ambientais é uma das causas de infertilidade. Dentre esses contaminantes, um dos mais estudados é o bisfenol A, muito encontrado em plásticos, incluindo em embalagem de alimentos. Nessa revisão de 2019 os autores expõem as principais evidências que demonstram o impacto negativo do bisfenol A na fertilidade masculina. De forma resumida, o bisfenol A tem ação estrogênica e antiandrogênica, sendo capaz de alterar o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e alterar vias epigenéticas, o que culminam em várias consequências ao sistema reprodutor. Vários estudos em humanos demonstram que homens com maior bisfenol A (seminal, urinário e/ou plasmático) têm alterações em hormônios sexuais e uma piora na qualidade do espermograma, podendo diminuir número e concentração de espermatozoide, diminuir a motilidade e a vitalidade dos espermatozoides. Ou seja, quanto menos exposição à disruptores endócrinos, melhor! Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

SOP, Q10 e vitamina E

Já fiz alguns postes mostrando a relação de estratégias nutricionais que auxiliam no tratamento das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nesse trabalho publicado mês passado, os autores avaliaram o efeito da coenzima Q10 sozinha ou associada com vitamina E nas respostas hormonais e metabólicas de mulheres com SOP. Para isso, os autores suplementaram 200 mg de coenzima Q10 ou 400 UI de vitamina E ou as duas estratégias associadas ou placebo por 8 semanas. Após esse período, observou-se que as mulheres que suplementaram coenzima Q10 reduziu a glicemia em jejum e diminuiu a resistência à insulina (diminuiu o HOMA-IR). Coenzima Q10 sozinha, vitamina E sozinha ou a associação de ambas diminuiu os níveis de testosterona. Por outro lado, somente quando as pacientes receberam a associação de coenzima Q10 e vitamina E é que melhoraram os níveis de SHBG. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é a desordem endócrina mais comum em mulheres na idade reprodutiva e a principal causa de infertilidade. A SOP está associada à irregularidade menstrual, anovulação, hiperandrogenismo (aumento de hormônios androgênicos como a testosterona), infertilidade, aumento da resistência à insulina, etc. Pensando nisso, uma alimentação adequada, prática de atividade física e, em alguns casos, a suplementação com alguns nutrientes, pode ajudar no tratamento da SOP. Nessa meta-análise publicada em 2017 foi avaliada a efetividade da suplementação do cromo em mulheres com SOP. Sete estudos entraram nas análises, totalizando 351 pacientes. 4 estudos usaram 200 mcg/dia de cromo e 3 artigos usaram 1000 mcg/dia de cromo. O tempo de uso variou de 8-24 semanas entre os estudos. Após meta-análise, observou-se que a suplementação de cromo foi efetiva em diminuir o IMC, a insulina em jejum e a testosterona livre das pacientes. Porém, o cromo não teve influência na testosterona total, escala de hirsutismo (aumento de pelos corporais), DHEA (outro hormônio androgênico que pode estar aumentado na SOP), e nem nos níveis de LH e FSH (hormônios que estão alterados na SOP). Ou seja, embora a suplementação de cromo não consiga mudar todos os parâmetros alterados na SOP, ela pode ajudar do tratamento. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.