Consumo de ovos pode diminuir declínio cognitivo

Luana Manosso

Cada vez mais estudos investigam o papel da alimentação na melhora cognição ou na redução de declínio cognitivo.

Hoje compartilho um estudo publicado agora em agosto de 2024 que investigou o impacto do consumo de ovos ao longo de 4 anos em pessoas idosas.

Após análises, os autores evidenciaram que as mulheres idosas que consumiam ovos ao longo de 4 anos tinham um menor declínio de fluência cognitiva.

Lógico que não existe fórmula milagrosa, mas melhorar a alimentação pode auxiliar no funcionamento cerebral. Por isso, procure um nutricionista para avaliar melhor seu caso.

Referencia: Kritz-Silverstein, D.; Bettencourt, R. Nutrients., 16:2765, 2024. Doi: 10.3390/nu16162765

Estado nutricional em idosos

O estado nutricional é uma condição importante que afeta profundamente a saúde geral dos idosos. Apesar do fato de que a ingestão recomendada da maioria dos nutrientes não muda ou muda em pequenas quantidades no idoso, o olfato, paladar e visão diminuídos, combinados com mudanças fisiológicas que promovem ingestão insuficiente e má absorção de nutrientes essenciais, podem exigir uma ingestão compensatória de nutrientes com o aumento da idade. Nessa revisão publicada em 2021, os autores avaliaram se existia ou não associação entre estado nutricional e declínio cognitivo e funcional em idosos institucionalizados. Entraram para as análises 8 estudos e as conclusões dos autores foi que um adequado estado nutricional foi associado à prevenção de declínio cognitivo e funcional de idosos. Ou seja, a avaliação do estado nutricional dos idosos é fundamental para prevenir problemas de saúde e permitir estratégias de intervenção precoce a fim de prevenir ainda mais o declínio da saúde. E lembre-se, o profissional mais adequado para avaliar o estado nutricional e propor a estratégia nutricional mais eficaz é o Nutricionista.

Dieta do mediterrâneo e cognição

A população está envelhecendo e, com isso, a prevalência de pessoas com alterações na função cognitiva vêm aumentando. As funções cognitivas são todos processos mentais que nos permitem reconhecer, lembrar, aprender e se adaptar às condições ambientais em constante mudança. Isso inclui, por exemplo, aprendizagem, memória e pensamento, funções receptivas, como percepção de estímulos, sua manutenção e classificação, bem como funções expressivas, como fala, escrita e desenho. Fatores genéticos e ambientais podem influenciar na função cognitiva. Dos fatores ambientais, a alimentação têm sido cada vez mais estudada. E essa revisão desse ano abordou o papel da dieta do mediterrâneo na função cognitiva de idosos saudáveis e de idosos que já possuem alteração na cognição. Após avaliar 8 estudos, os autores concluem que uma maior aderência a dieta do mediterrâneo tem impacto positivo tanto na população idosa com deficiência cognitiva quanto na população idosa saudável. Além disso, traz outros benefícios, como redução dos sintomas depressivos, diminuição da fragilidade, além da redução do tempo de internação. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Ultraprocessados e rins

Um declínio da função renal é comum em pessoas idosas. Porém, de acordo com os hábitos alimentares, isso pode mudar, para melhor ou para pior. Nesse estudo de coorte prospectivo, publicado em 2021, foi avaliado o efeito do consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de declínio da função renal em idosos. Após análises, foi observado que o aumento do consumo de ultraprocessados foi associado a um aumento de mais de 50% no risco de declínio de função renal. Ou seja, mais um motivo para diminuir a ingestão desses alimentos e mudar hábitos alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Whey protein e diabetes

A presença de diabetes tipo 2 em pacientes idosos com obesidade acelera a perda de massa muscular com o envelhecimento. Além de trazer outros riscos para a saúde. A perda de peso nesses pacientes é muito importante. Porém, se não for bem orientada, essa perda de peso pode gerar muita perda muscular também. Nesse estudo publicado agora em 2021, os autores avaliaram 123 pacientes acima de 55 anos, obesos e com diabetes tipo 2 e investigaram o efeito de dois protocolos realizado por 13 semanas:

– Grupo 1: dieta hipocalórica + treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) + suplementação com whey protein (21 g de proteína, contendo 3 g de leucina + 9 g de carboidrato + 3 g de gordura + 800 UI de vitamina D).

– Grupo 2: dieta hipocalórica + HIIT + bebida controle isocalórica (com 25 g de carboidrato e 6 g de gordura).

Ou seja, os dois grupos treinaram (3 vezes na semana, por 1 hora) e fizeram dieta hipocalórica. A diferença foi que um grupo recebeu a bebida rica em proteína e o outro recebeu uma bebida controle (rica em carboidrato). A bebida foi ofertada todos os dias antes do café da manhã e nos 3 dias de treino, recebiam uma segunda dose após o treino. Ou seja, foram 10 doses por semana. Por 13 semanas. Após esse período, observou-se que os dois grupos tiveram perda de peso e diminuiu glicemia em jejum e HbA1c (já que ambos recebiam orientações de dieta hipocalórica e exercícios). Por outro lado, mudanças de hábitos associado à bebida com proteína exerceu efeitos benéficos na massa muscular (aumentou massa magra total) e ajudou mais no controle glicêmico, já que nesse grupo também houve diminuição de insulina em jejum e diminuição do HOMA-IR. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ômega-3 e massa muscular

O declínio músculo-esquelético é comum em alguns idosos. O risco de sarcopenia (perda de massa e função muscular) durante o envelhecimento pode aumentar o risco de quedas, fraturas e até hospitalização e morte. Por outro lado, alguns ácidos graxos parecem ter função importante para o músculo. Um dos nutrientes que está sendo estudado é o ômega-3. Nessa meta-análise publicada agora em 2020, os autores avaliaram o efeito o ômega-3 no ganho de massa muscular em idosos. Após avaliar 10 estudos, as análises estatísticas demonstraram que doses acima de 2 g/dia de ômega 3, em especial se for usada por mais de 6 meses, pode ajudar no ganho de massa muscular de idosos, além de melhorar a velocidade da caminhada. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Microbiota e longevidade

O envelhecimento é determinado por uma interação complexa entre fatores ambientais e genéticos. Cada vez mais evidências sugerem que o microbioma intestinal está no centro de muitas mudanças associadas à idade, incluindo desregulação do sistema imunológico e suscetibilidade à doenças. E foi isso que essa revisão de 2020 abordou: a relação entre microbioma, envelhecimento e longevidade. Depois de avaliar 27 estudos, os autores colocam que o envelhecimento pode estar associado à alteração na microbiota intestinal e sugerem que a longevidade pode estar caracterizada por um aumento na flexibilidade e estabilidade da microbiota intestinal. Além disso, os autores também colocam que a microbiota intestinal pode, por vários mecanismos, interagir com vias metabólicas, influenciando em processos relacionados ao envelhecimento. Por fim, lembre-se que a alimentação é um dos fatores que pode modular a microbiota. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Alimentação e osso

A fratura óssea está associada a maior risco de morbidades e mortalidades. Vários nutrientes são importantes para a saúde óssea. Mas além de ingerir esses nutrientes de forma adequada, o padrão alimentar também é importante. E não basta comer bem mas sempre os mesmos alimentos. Nesse estudo agora de 2020 os autores avaliaram o impacto de ter uma variedade alimentar no risco de fratura de homens e mulheres de 40-60 anos ou acima de 60 anos. Após análises, homens acima de 40 anos e que tem uma diversidade alimentar tem menor risco de fraturas. Já as mulheres, aquelas entre 40-60 anos também foi observado o mesmo benefício de uma maior diversidade alimentar. Porém, nas mulheres acima de 60 anos, a variação alimentar não teve efeito significativo no risco de fraturas (o que não significa que variar a alimentação não seja importante para outras questões). E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Ferro, humor e cognição

Tanto o excesso quanto a deficiência do ferro podem ocasionar problemas para a saúde, incluindo problemas para o cérebro. Porém, a deficiência de ferro acaba sendo comum em alguns idosos. De forma interessante, nesse estudo publicado esse ano, foi avaliado o impacto de um baixo status de ferro em sintomas depressivos e piora de cognição em idosos. E adivinhem? Após análises estatística, foi demonstrado que os idosos que tinham um baixo status de ferro, tinham mais sintomas depressivos e pior memória. Por isso, ajustar a ingestão de ferro via alimentar é bem importante. É válido mencionar que o excesso de ferro também pode causar problemas para o cérebro. Por isso, é sempre importante avaliar cada caso individualmente. Só alimentação é suficiente? Precisa suplementar? Quanto suplementar? Por quanto tempo suplementar? Isso tudo tem que ser avaliado de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Whey em idosos

A deficiência de vitamina B12 é relativamente comum nos pacientes idosos (> 60 anos). Nesse estudo, os autores fizeram intervenção de 1 ano em idosos acima de 65 anos com 3 estratégias contendo quantidades diferentes de B12: whey protein (3,1 mcg de B12), colágeno (1,3 mcg de B12) ou maltodextrina (0,3 mcg de B12). De forma interessante, os idoso que receberam o whey protein por 1 ano tiveram seus níveis de B12 e de holotranscobalamina aumentados. Mas lembre-se, nenhuma estratégia é boa para todo o mundo. A conduta nutricional sempre deve ser feita de forma individualizada. Por isso, procure um Nutricionista.