Ultraprocessados e mortalidade

Vamos aproveitar que um novo ano começou e estabelecer algumas metas pensando em melhorar a sua saúde? E que tal começar por diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados? Já fiz vários posts mostrando artigos que falam do impacto negativo do consumo de ultraprocessados para a saúde. O mais recente eu publiquei em dezembro do ano passado, mostrando que o consumo de ultraprocessados aumentava o risco de diabetes. Hoje, trago essa meta-análise publicada agora em 2022 que avaliou o consumo de ultraprocessados e o risco de morte em mais de 200 mil pessoas. Após análises estatísticas, foi demostrando que um maior consumo de alimentos ultraprocessados aumentou o risco de mortalidade por todas as causas, de mortalidade por doenças cardiovasculares e de mortalidade por doenças cardíacas. Além disso, para cada 10% de aumento calórico através do consumo de ultraprocessados foi observado um aumento de 15% no risco de mortalidade por todas as causas. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ultraprocessados e diabetes

Produtos ultraprocessados são produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Alguns exemplos incluem: refrigerantes, biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote” e “macarrão instantâneo”. É comum os alimentos ultraprocessados terem um perfil de nutrientes que está associado com risco de algumas doenças, como alta quantidade calórica, alta quantidade de açúcar, gordura saturada, gordura trans, sal, etc. Além disso, é comum terem baixa quantidade de fibras, vitaminas e minerais. Nessa meta-análise publicada agora em dezembro de 2021, os autores avaliaram a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de diabetes mellitus tipo 2. Após avaliar 5 estudos com mais de 230 mil adultos foi evidenciado que um maior consumo de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de diabetes mellitus tipo 2. Além disso, foi observado que a cada 10% de aumento no consumo desses alimentos, ocorria um aumento de 15% no risco de diabetes tipo 2. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Tempo de tela e alimentação

A pandemia da COVID-19 alterou vários hábitos de vida. Incluindo hábitos alimentares e de prática de atividade física. De modo bem interessante, esse estudo realizado no Brasil, com mais de 39 mil adultos avaliou a relação entre a quantidade de exposição às telas (TV, computador, tabletes) e o consumo de alimentos ultraprocessados durante a pandemia da COVID-19. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que ficavam mais horas vendo TV ou no computador / tablet também comiam mais alimentos ultraprocessados e menos frutas e verduras. Ou seja, dois fatores que podem piorar a saúde (má alimentação a falta de atividade física) estando correlacionados. E isso pode repercutir em consequências a longo prazo.

Ultraprocessados e rins

Um declínio da função renal é comum em pessoas idosas. Porém, de acordo com os hábitos alimentares, isso pode mudar, para melhor ou para pior. Nesse estudo de coorte prospectivo, publicado em 2021, foi avaliado o efeito do consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de declínio da função renal em idosos. Após análises, foi observado que o aumento do consumo de ultraprocessados foi associado a um aumento de mais de 50% no risco de declínio de função renal. Ou seja, mais um motivo para diminuir a ingestão desses alimentos e mudar hábitos alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Alimentação em crianças e adolescentes

Uma alimentação adequada em crianças e adolescentes é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento e para a prevenção de doenças. Um problema que está cada vez mais comum é uma inflamação de baixo grau, que pode aumentar o risco dessas crianças e adolescentes desenvolverem várias doenças, incluindo doenças neuropsiquiátricas. Nessa revisão sistemática publicada agora em 2021, os autores avaliaram 53 estudos relacionando o papel da alimentação com marcadores inflamatórios em crianças e adolescentes. Após analisar esses artigos, os autores colocam que uma alimentação saudável, como a dieta do mediterrâneo, ou um outro tipo de alimentação mas que seja baseada em frutas, verduras e adequada em nutrientes como fibra, vitamina C e E são associadas a uma diminuição de marcadores inflamatórios, como PCR, IL-6 e TNF-α. Por outro lado, uma dieta estilo ocidental, rica em açúcares, gordura saturada e alimentos ultraprocessados está associada a um aumento de marcadores inflamatórios. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Alimentação e depressão

Se você me acompanha a mais tempo, já sabe que vários aspectos nutricionais podem estar associados à depressão. Já mostrei vários estudos falando sobre o impacto de alimentos e nutrientes na depressão. Mas hoje o post é mais especial! Primeiro porque foi realizado aqui no Brasil! Segundo porque foi escrito por mim (Luana Manosso) e por mais dois nutricionistas e epidemiologistas (Fernanda Meller e Antonio Schäfer)!! Foi um estudo de base populacional, realizado em Criciúma-SC, no qual foi avaliado a associação entre alimentação e depressão. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que tinham um padrão alimentar pior tinham 39% mais chance de ter episódios depressivos. Alisando os alimentos separadamente, foi observado que o alto consumo de refrigerantes e sucos artificiais (5 vezes ou mais por semana) também foi associado à depressão. Por fim, o consumo de alimentos não saudáveis também foi correlacionado com depressão. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

OBS: Se você quiser ler o artigo na integral, ele estará de livre acesso até início de março no seguinte link: https://authors.elsevier.com/c/1cR9CbXYig-Qe

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ultraprocessados e saúde

Se você me acompanha a mais tempo, sabe que o assunto alimentação saudável é bem recorrente por aqui. E sabe também que, para ter essa alimentação saudável, precisamos ingerir muitos alimentos “de verdade”, em especial frutas e verduras, e poucos alimentos industrializados, em especial, os ultraprocessados. Um grande estudo feito no Brasil demonstrou, por exemplo, que dietas ricas em alimentos ultraprocessados são dietas desequilibradas em nutrientes e perigosa a saúde. E nessa revisão agora desse ano, os autores abordam as principais doenças que podem ocorrer quando sua alimentação possui muito alimento ultraprocessado. Em adultos, o alto consumo desse tipo de alimento pode estar associado ao sobrepeso, obesidade, riscos cardio-metabólicos, câncer, diabetes tipo 2, síndrome do intestino irritável, depressão e mortalidade por todas as causas. Entre crianças e adolescentes, os ultraprocessados podem aumentar riscos cardio-metabólicos e asma. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Industrializados e neurodegeneração

Terça-feira falei que as nozes podem ajudar a diminuir risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, outros alimentos podem aumentar o risco dessas doenças neurológicas. Dentre esses alimentos, os que tem maior destaque são os alimentos industrializados, principalmente os ultraprocessados. Os autores dessa revisão abordam que o alto consumo desse tipo de alimento pode aumentar disbiose intestinal, que por sua vez, vai geral inflamação e estresse oxidativo. Esses três fatores conseguem influenciar no cérebro, gerando inflamação e estresse oxidativo nesse órgão, que pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por isso, ter um padrão alimentar saudável, consumindo muitas frutas e verduras é essencial. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!