Resveratrol e fígado

O resveratrol é um fitoquímico encontrado nas cascas de uva, mirtilos, framboesas, amoras, amendoins, vinho tinto, entre outros alimentos. Vários estudos em células, em animais e em humanos estão sendo realizados para investigar os possíveis benefícios do resveratrol para a saúde. Nessa revisão agora de 2021, os autores investigaram o papel do resveratrol na saúde do fígado. Estudos em células e animais sugerem que o resveratrol pode fornecer proteção hepática, pode melhorar o metabolismo da glicose e o perfil lipídico, reduzir a fibrose hepática e a esteatose hepática. Além disso, é capaz de alterar a composição de ácidos graxos das células do fígado, além de ter uma ação anti-inflamatória e antioxidante. Existem alguns estudos em humanos, porém, com alguns dados controversos. Embora alguns estudos sugiram que o resveratrol possa ajudar, em especial por diminuir inflamação, estresse oxidativo e ajudar no controle da obesidade e glicemia, ainda não podemos afirmar ou estipular uma dose ideal. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará o que é melhor para o seu caso.

Leguminosas e DCV

Doenças cardiovasculares (DCV) são muito prevalentes e uma das principais responsáveis por mortes do mundo. Essas doenças sofrem muita influência da alimentação. Nenhum alimento específico faz “milagre” e resolverá todos os problemas, por isso, é bem importante ter um padrão alimentar saudável. Mas, dentro desse padrão alimentar, podemos citar alguns alimentos. Nessa revisão agora de 2021, os autores abordam o papel das leguminosas (ex: feijão, ervilha, grão de bico, etc) no que tange aspectos envolvidos com essas doenças cardiometabólicas. Essas leguminosas possuem macronutrientes (carboidratos, fibras, proteínas e lipídeos), além de micronutrientes (ex: ferro, cálcio, zinco, folato, etc) e fitoquímicos. Em conjunto, isso pode ajudar a diminuir obesidade, controlar glicemia, diminuir inflamação e melhorar a saúde intestinal e a microbiota. Tudo isso poderia contribuir para diminuir o risco de doenças cardiometabólicas. Mas mais uma vez, não adianta comer leguminosa e o resto da alimentação ser ruim. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Alimentação em crianças e adolescentes

Uma alimentação adequada em crianças e adolescentes é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento e para a prevenção de doenças. Um problema que está cada vez mais comum é uma inflamação de baixo grau, que pode aumentar o risco dessas crianças e adolescentes desenvolverem várias doenças, incluindo doenças neuropsiquiátricas. Nessa revisão sistemática publicada agora em 2021, os autores avaliaram 53 estudos relacionando o papel da alimentação com marcadores inflamatórios em crianças e adolescentes. Após analisar esses artigos, os autores colocam que uma alimentação saudável, como a dieta do mediterrâneo, ou um outro tipo de alimentação mas que seja baseada em frutas, verduras e adequada em nutrientes como fibra, vitamina C e E são associadas a uma diminuição de marcadores inflamatórios, como PCR, IL-6 e TNF-α. Por outro lado, uma dieta estilo ocidental, rica em açúcares, gordura saturada e alimentos ultraprocessados está associada a um aumento de marcadores inflamatórios. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Nutrição e inflamassoma

Inflamassomas são complexos de proteínas intracelulares que se formam em resposta a uma variedade de sinais de estresse. Eles servem para catalisar a conversão proteolítica de pró-interleucina-1β e pró-interleucina-18 em interleucina-1β ativa e interleucina-18, mediadores centrais do processo inflamatório. Inflamassomas também podem promover um tipo de morte celular conhecido como piroptose. Uma ativação exagerada desses infamassomas podem estar presentes em várias doenças, incluindo aterosclerose, diabetes, doenças autoimunes, doenças neurológicas, COVID-19, entre outras. Por isso, diminuir a ativação desse inflamassoma pode ser interessante. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam algumas estratégias nutricionais que pode auxiliar na diminuição da ativação dos inflamassomas. Dentre essas estratégias, os autores destacam o papel do ômega-3, N-acetil-cisteína (NAC), taurina, berberina, zinco, lipoico e melatonina (OBS: melatonina é um hormônio e não pode ser prescrito por nutricionista). Mas isso não significa que todas as pessoas precisam usar tudo isso e que não existam outras estratégias que também funcionam. Por isso lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Probióticos, ômega-3 e inflamação

Uma inflamação de baixo grau crônica está associada a um risco aumentado de várias doenças, incluindo diabetes, obesidade, doenças neurológicas/psiquiátricas, doenças cardiometabólicas, etc. Essa inflamação pode ser oriunda de diversos locais, mas um destaque se faz para o papel do intestino. Enquanto uma má alimentação contribui para gerar uma disbiose, aumento de permeabilidade e mais inflamação intestinal e sistêmica, melhorar a alimentação e alguns suplementos podem auxiliar na melhora dessa inflamação. Esse artigo de revisão aborda o papel dos probióticos e do ômega-3 na inflamação. Os probióticos vão melhorar a diversidade da microbiota intestinal, melhorar a função barreira do intestino e, dessa forma, diminuir a permeabilidade do intestino, translocando menos LPS (que é um dos responsáveis por gerar essa inflamação de baixo grau). O ômega-3, além de conseguir modular o intestino e diminuir a inflamação local, também pode modular o sistema imunológico e vias de inflamação, diminuindo também a inflamação sistêmica. Sendo assim, por reduzir a inflamação, o uso de probióticos e de ômega-3 podem ser interessantes em várias situações e doenças. Procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Curcumina e intestino

A curcumina é o principal curcuminoide presente no rizoma da Curcuma longa, conhecido como açafrão da terra. Vários estudos têm demonstrado que a curcumina pode trazer benefícios a saúde, incluindo reduzir depressão, ansiedade, prevenir doenças neurodegenerativas, diabetes, entre outras. Por outro lado, a curcumina possui baixa biodisponibilidade no intestino, o que de certa forma, poderia nos deixar intrigados da quantidade de efeitos que ela causa no corpo. Porém, o que muitos autores estão sugerindo, é que parte dos efeitos sistêmicos da curcumina pode ser por conta das suas ações no intestino. No intestino, a curcumina possui 3 funções de maior destaque: ela modula a microbiota intestinal, melhora a barreia do intestino e diminui citocinas inflamatórias. Essas três funções, por diversos mecanismos, poderiam influenciar em vários órgãos do nosso corpo, justificando parte das ações na curcumina. OBS: embora a curcumina tenha baixa biodisponibilidade, ela pode sim ser absorvida e também agir de forma direta em outros órgãos do nosso corpo. Procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

Tireoide e intestino

Hoje não temos mais dúvidas de que o funcionamento adequado do intestino e uma microbiota intestinal saudável influenciam no funcionamento de vários órgãos. Mas você sabia que um desses órgãos é a tireoide? Essa revisão de 2020 aborda justamente essa conexão. O primeiro ponto que sugere essa ligação é a coexistência entre doenças intestinais e doenças tireoidianas. Além disso, hoje já temos alguns estudos sugerindo que o uso de probióticos podem trazer benefício para a saúde da tireoide. Dentre os possíveis mecanismos dessa comunicação entre intestino e tireoide, os autores destacam:

(1) o intestino pode influenciar na modulação do sistema imunológico, e isso pode influenciar na tireoide (já que algumas doenças da tireoide são doenças autoimunes);

(2) na presença de disbiose, ocorre aumento de permeabilidade, aumentando inflamação, que pode afetar a tireoide;

(3) o intestino é importante para absorver nutrientes que vão permitir o correto funcionamento da tireoide.

Ou seja, modular o intestino pode sim trazer impactos positivos para a tireoide. E uma das formas mais importante para modularmos o intestino é através da alimentação. Por isso, procure seu nutricionista.

Industrializados e neurodegeneração

Terça-feira falei que as nozes podem ajudar a diminuir risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, outros alimentos podem aumentar o risco dessas doenças neurológicas. Dentre esses alimentos, os que tem maior destaque são os alimentos industrializados, principalmente os ultraprocessados. Os autores dessa revisão abordam que o alto consumo desse tipo de alimento pode aumentar disbiose intestinal, que por sua vez, vai geral inflamação e estresse oxidativo. Esses três fatores conseguem influenciar no cérebro, gerando inflamação e estresse oxidativo nesse órgão, que pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por isso, ter um padrão alimentar saudável, consumindo muitas frutas e verduras é essencial. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Vitamina D, ômega-3 e TEA

O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio complexo do neurodesenvolvimento com apresentação clínica e etiologia heterogêneas. Um crescente número de evidências demonstra que a inflamação é uma situação bem comum em crianças com TEA. Pensando nisso, esses autores avaliaram o impacto da suplementação (por 12 meses) com vitamina D (2000 UI/dia) isolada, ômega-3 (772 mg de DHA/dia) isolado, da associação de vitamina D + ômega-3 ou placebo em crianças com TEA (de 2,5 – 8 anos). Quando todas as crianças foram incluídas nas análises, quem recebeu ômega-3 ou a associação de ômega-3 + vitamina D melhorou apenas um dos sintomas avaliados (consciência). Por outro lado, quando apenas as crianças com mais inflamação foram avaliadas, observou-se vários resultados interessantes: ômega-3 sozinho melhorou a escala de sintomas gerais e melhorou o funcionamento comunicativo social e a consciência; vitamina D sozinha melhorou a consciência; e a associação de ômega-3 + vitamina D melhorou a consciência. Ou seja, crianças com mais inflamação se beneficiaram do uso de suplemento com ômega-3 e vitamina D. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! A conduta deve ser feita sempre de forma individualizada.